terça-feira, 30 de novembro de 2010

O paradoxo do IPHAN

Não faz muito tempo, o presidente do IPHAN baixou uma portaria, com base no Decreto lei 25/37, autorizando a cobrar multas dos proprietários privados e públicos que não conservassem devidamente seus imóveis tombados. Trata-se de necessidade do poder de polícia, é óbvio, mas de constitucionalidade duvidosa. Nunca o IPHAN se outorgou este poder em mais de 70 anos.

O IPHAN é no fundo uma agência reguladora. Como tal, o exercício do poder de polícia, inclusive o de fazer incidir ônus patrimoniais tem que vir de delegação expressa do Congresso no estado de direito democrático.

Vejam agora a situação em que o próprio IPHAN está em vias de se colocar. Em 2007 foi extinta a Rede Ferroviária Federal. Linhas foram privatizadas, mas centenas de imóveis não operacionais, isto é, que não servem para sua destinação, como pátios, estações, monumentos, plataformas, não o foram. Ao contrário, foram transferidos à União, seu novo proprietário.

O que significa esta transferência? Significa basicamente o ônus de manter, conservar, fiscalizar, guardar, pagar impostos, taxas, tarifas, impedir invasões. Agora a União quer ceder estes imóveis ao IPHAN. Ou seja, transferiu-se na verdade não somente imóveis não operacionais, mas sobretudo imensas despesas, gastos. É muito mais uma transferência orçamentária e de responsabilidades administrativas do que qualquer outra.

É bem verdade que alguns destes imóveis não operacionais têm algum valor histórico ou arquitetônico. Um valor talvez no máximo de âmbito estadual ou municipal. Raríssimos os de âmbito nacional.

Ao transferir todos estes bens ao IPHAN transfere-se um ônus, e não um bônus. Quem será responsável por esta instantânea transferência? O IPHAN e suas superintendências têm recursos humanos, administrativos, e financeiros para assumir esta tarefa? E mais. Ao que consta, o IPHAN é agência reguladora e fiscalizadora e não operadora e responsável pelo patrimônio histórico e arquitetônico da União. Não é esta sua finalidade. Nem sua estrutura. A lei não lhe confere recursos nem poderes para tanto. Uma ou outra exceção foi feita no passado. Mas são exceções. O montante de bens agora transferidos ao IPHAN desvirtua sua natureza legal. O IPHAN será um departamento de gestão do patrimônio da União?

Dois problemas pelo menos se criam. O primeiro é o da responsabilização legal dos dirigentes, caso estes não venham conservar estes imóveis. O Ministério Público já está atento e cobra do IPHAN esta responsabilidade. Para o setor privado o IPHAN pretende instituir multas. E para o administrador público? Para o próprio IPHAN, como fica esta responsabilidade? Este o paradoxo. O IPHAN no fundo está se expondo às multas que ele próprio criou? Ou a responsabilidade de preservação é apenas dos proprietários privados? A preservação não é tarefa igual a todos?

Aliás, desde a Portaria 187/2010, quando o IPHAN se autoconcedeu competência de multar, ao que consta, multa nenhuma foi imposta. Faz sentido. Competência legal duvidosa a ser executada sem pessoal, processos e fiscais de pouco adianta. Alimenta apenas a ilegalidade potencial de todo o sistema de preservação do patrimônio do Brasil.

O IPHAN tentará classificar estes bens e transferi-los a prefeituras e Estados. Ora esta colaboração pode ser dada à União, que dela precisa, mas como consultoria especializada, sem precisar assumir tamanho ônus. Ao assumi-los sem os recursos correspondentes, o IPHAN dificilmente poderá cumprir com sua missão prioritária de que tanto o Brasil precisa. É um potencial desvio de finalidade. Há que melhor refletir.

Fonte: Blog do Noblat. Joaquim Falcão escreve quinzenalmente neste Blog


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

10 anos de luta pelo Parque Rachel de Queiroz


"Há dez anos a gente luta pelo parque, por mais lazer e valorização de uma área verde, que está abandonada, correndo risco de ser roubada por ação da especulação imobiliária que quer construir apartamentos lá. A negociação está devagar, quase parando. Se não fosse a articulação dos moradores estaria tudo mais difícil", comentou.

Conforme Aguiar, a Câmara Municipal de Fortaleza aprovou uma emenda ao Plano Plurianual 2010-2013, mas faltou liberar a verba, orçada em R$ 4 milhões. A gestão teria, segundo ele, retirado os recursos previstos no Orçamento do Município e aplicado em obras na Praia de Iracema.

O Parque Rachel de Queiroz é um projeto que envolve 11 bairros, entre eles o Presidente Kennedy. A área total é de aproximadamente 255 hectares e vai atender cerca de 500 mil habitantes.

O projeto prevê uma intervenção de recuperação, preservação ambiental e construção de equipamentos para a prática de esportes e atividades culturais no percurso do Riacho Alagadiço, pelos bairros das regionais I e III, onde há, pelo menos, quatro grandes áreas verdes: no Polo de Lazer da Avenida Sargento Hermínio, no Bairro Ellery; no bairro Presidente Kennedy, ao lado do Colégio Santa Isabel; no Açude Santo Anastácio, no Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará; e onde está a Casa dos Benjamins.

A assessoria de comunicação da SER III informou que há sim projetos sociais para o bairro e, entre eles, está o trecho 6 do Parque Rachel de Queiroz. Atualmente, o projeto está em fase de conclusão orçamentária e deve chegar a R$ 5 milhões.

A Prefeitura de Fortaleza informa, ainda, que busca agora recursos junto aos governos federal e estadual para que seja dado início ao processo de licitação para as obras.

Mais informações sobre o Parque Rachel de Queiroz estão disponíveis no sit
e:http://www.parqueracheldequeiroz.org.

Fonte: Caderno Cidades/ Diário do Nordeste. Imagem do Projeto Parque Rachel de Queiroz foi elaborado por Consorcio IBI TUPI/ PPAU para SEMAM/ PMF sob coordenação do Professor/ Arquiteto/ Urbanista José Sales. Arquivo de Imagens Ibi Tupi.

domingo, 28 de novembro de 2010

Filme sobre a vida de Mestre Cirilo

O Mestre Cirilo do Maneiro Pau da Bela da cidade do Crato desde cedo aprendeu com os mestres a importância da cultura popular. Discípulo dos Mestres Dedé de Luna, Aldenir e Bigode, Cirilo vem a quase trinta anos mantendo a brincadeira do Maneiro Pau na Comunidade da Bela Vista, ele é um dos agraciados com o título institucional de Mestre da Cultura Popular e deve repassar seus saberes para a comunidade como forma de garantir a continuidade da brincadeira para as gerações futuras.


Essa história será transformada em documentário, através do projeto “No Terreiro dos Bricantes” desenvolvido pela Universidade Regional do Cariri – URCA, através da Pró-Reitoria de Extensão – Proex e o Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho – IEC e a parceria do Coletivo Camaradas. O projeto consiste em produzir documentários sobre cultura popular apresentando os contextos de vivência social dos brincantes.


Fonte: Coluna Cariri/ Jornal O POVO.

Mulheres de Palha

O Projeto “Mulheres da Palha: empreendedorismo social de artesãs da palha de carnaúba em Juazeiro do Norte”, desenvolvido no campus da Universidade Federal do Ceará no Cariri, saiu vencedor na 13ª edição do Prêmio Santander Universidade Solidária. Entre mais de 300 projetos de todo o Brasil, esse foi o único do Nordeste a compor o grupo de 12

finalistas. Elaborado pelas professoras Jeanine Geammal, do curso de Design de Produtos, e Rosane Nunes, do Jornalismo, o projeto conta com a parceria do Laboratório de Estudos Aplicados em Desenvolvimento Regional Sustentável.


Fonte: Coluna Cariri/ Jornal O POVO

sábado, 27 de novembro de 2010

Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba


O Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba é uma das maiores unidades de proteção e preservação integral do Brasil. Localiza-se na divisa dos Estados do Piauí, Maranhão, Bahia e Tocantins, e têm porções nos municípios de Correntes (PI), Barreiras do Piauí (PI), São Gonçalo do Gurgueia (PI), Gilbués (PI), Alto Parnaíba (MA), Formosa do Rio Preto (BA), São Felix (TO), Mateiros (TO) e Lizarda (TO). Ele se situa aproximadamente a 30 km de Mateiros (TO) e a 50 km de Alto Parnaíba (MA).

O Parque foi criado para preservar uma rica fauna dentro de extensa região, ainda remota do nosso país. É uma das maiores e mais conservadas extensões de cerrado do Brasil, três vezes maior do que a área protegida do Pantanal.

São ao todo 7.300 quilômetros quadrados, localizados entre as Serras a Tabatinga e Chapada das Mangabeiras, na divisa entre os estados de Piauí, Bahia, Tocantins e Maranhão.

Criado em 2002 visando a proteger a importante área das bacias hidrográficas do Rio São Francisco, Parnaíba e Tocantins: notadamente as nascentes do Rio Parnaíba, principal curso d'água a nascer e desaguar no Nordeste, que banha mais de 50 cidades com sua extensão de 1.750 km. Estas nascentes se formam a partir de ressurgências na Chapada das Mangabeiras, que originam os cursos dos rios Lontras, Curriola e Água Quente que, por sua vez unidos, formam o rio Parnaíba.

Uma explosão de cor é vista do lindo céu azul. Um grito estonteante revelam um bando de araras, tão presentes aqui quanto os outros animais extremamente raros e tudo visível neste habitat impressionante. Os penhascos vermelhos da serra elevam-se sobre as planícies arrebatadoras que se misturam com os bosques de buriti e as árvores da floresta seca.

Dentro desta extensa região selvagem há um dos melhores cenários do país para observação de animais selvagens: o Vale das Araras Pretas, Serra Vermelha e Vale dos Macacos, localizados no coração do ecossistema do cerrado que cobre grande parte do Brasil Central. O lodge e os acampamentos oferecem uma possibilidade para a observação próxima de Araras Pretas, Araras Vermelhas, dos Macacos-pregos e do espetacular Lobo Guará. Visando o turismo responsável, o projeto da Fundação Bio Brasil contribui diretamente à manutenção e à expansão de reservas privadas e das comunidades locais. A reserva é vital para a conservação deste ecossistema, onde a cada dia, há mais terras dedicadas a agricultura extensiva para a plantação de soja, milho etc.

No Vale das Araras Pretas, os ecoturistas são alojados em apartamentos de alvenaria, em quartos duplos ou triplos, com banheiros privativos e chuveiros aquecidos pelo sol, oferecendo o conforto da água quente do meio dia até às 20hs. A elevação do local de 800 a 950m sobre o nível do mar assegura as condições perfeitas para dormir. Durante à noite, a temperatura pode chegar a 20ºC, alcançando níveis mais baixos nos meses de maio a agosto. Durante o dia, a temperatura pode chegar até 28ºC, mas o ar quente sem umidade não deixa sentir tanto calor. As refeições são servidas em um barracão com teto de palha de coqueiro, onde é possivel avistar os pássaros pequenos que visitam o local, durante a noite, o local é perfeito para aguardar a chegada do Lobo Guará em busca de comida na sede. A poucos passos do lodge, há bebedouros e comedouros de alimentação dos pássaros, onde fotografar é muito fácil e divertido.

O Estado do Piauí está localizado na parte oeste do nordeste brasileiro e faz divisa com os Estados do Ceará, Pernambuco, Bahia, Tocantins e Maranhão, sendo essa última fronteira demarcada pelo curso do rio Parnaíba. A seu extremo Norte, encontra com o Oceano Atlântico.

Fonte: Diversos. http://www.ciaeco.tur.br/Pesquisa Ibi Tupi Projetos e Consultoria.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Corredores Ambientais dos Rios Poty e Parnaíba


A proposta de transformação das margens dos Rios Poty e Parnaíba em corredores lineares ambientais urbanos, notadamente das situações e setores urbanos mais densas e mais impactadas pela presença humana, foi composta como um dos mais importantes capítulos de projetos estruturantes do PRU TERESINA - Plano de Requalificação Urbana de Teresina.

Trata-se da validação de um dos mais completos roteiros de proteção e preservação ambiental de todas estas situações relevantes, obrigatórias quanto a permanência de todas estas situações, tanto para conservação destes contextos que incluem os próprios recursos hídricos, suas margens e províncias paisagísticas contidas nas mesmas, como para a ampliação da qualidade de vida nesta cidade.

Fonte: PRU TERESINA/ Ibi Tupi Projetos e Consultoria

Edição Especial AU 164 - Novembro 2010

Edição Especial da Revista AU 164 - Novembro 2010 é dedicada a INTERVENÇÕES EM FAVELAS.

Projetos urbanos e projetos de edificações que mudam a paisagem das favelas brasileiras: Conjunto Residencial Itaoca, no Morro do Alemão/ RJ; Centro Comunitário BH da Cidadania, em Aglomerado da Serra/ BH; Córrego do Antonico, em Paraisópolis/ SP; Praça do Lajeado/ SP; e Praças no Beco São Vicente/ BH são os destaque.

Vale a pena conferir mesmo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Capital natural: Brasil fica no topo?


Há poucas semanas, o WWF, a Global Footprint Network e a Sociedade Zoológica de Londres publicaram um relatório abrangente sobre a saúde do planeta. A edição de 2010 do Relatório Planeta Vivo mostra que a demanda humana por os recursos continua crescendo em um ritmo alarmante, superando níveis de sustentabilidade. O relatório mostra que o Brasil lidera o mundo em riqueza ecológica. Porém, pode o país proteger seu maior patrimônio?

De acordo com os últimos dados da Global Footprint Network, o Brasil é o país com a maior biocapacidade total, uma medida da quantidade de recursos produzidos por seus ecossistemas. Quase 14% da biocapacidade mundial pode ser encontrada dentro das fronteiras brasileiras e a biocapacidade disponível por pessoa (9 hectares globais) é mais de quatro vezes maior do que a média mundial (1.8 ha). O Brasil é também um dos países com a relação mais positiva entre sua biocapacidade e sua Pegada Ecológica, balanço que mede a demanda de recursos pela população para produzir o que é consumido e para absorver o gás carbônico emitido.

O valor do capital natural do Brasil torna-se claro no contexto global atual.

De acordo com o Relatório Planeta Vivo, em 2007, ano mais recente com dados disponíveis, a pegada ecológica total da humanidade excedia em 50% a capacidade de suporte da natureza. Em outras palavras, são necessários 18 meses para que a natureza regenere os recursos consumidos e absorva as emissões de CO2 geradas anualmente pelas atividades humanas.

Para entender como a exploração dos recursos ecológicos é possível, é útil utilizar uma analogia financeira. Quando a pegada ecológica da humanidade é menor do que a biocapacidade, é como se vívessemos apenas com os juros gerados pela natureza. Quando ultrapassamos esse equilíbrio, começamos a acabar com nosso estoque de recursos naturais e a acumular lixo – basicamente gastando o fundo principal. Assim como em uma aplicação financeira, essa situação pode até durar um certo período de tempo. Mas, com os problemas emergenciais que enfrentamos hoje, que vão das mudanças climáticas à redução da biodiversidade (detalhada pelo Relatório Planeta Vivo), recebemos sinais de que já ultrapassamos os limites de nossa exploração.

Em um mundo que enfrenta uma crise crescente por recursos, a biocapacidade brasileira oferece uma vantagem significativa - tanto na sua capacidade de ser um fornecedor para outros países, como para seus próprios cidadãos. Mas há um porém. O Brasil só poderá atingir esse patamar de benefícios se não esgotar a fonte de sua riqueza - se conseguir, na essência, sobreviver com os juros de sua riqueza..

As tendências mostram que o país está indo na direção oposta. De 2,9 hectares globais, a pegada ecológica do brasileiro médio já é maior do que a média global e consideravelmente maior do que o disponível de 1,8 por pessoa no planeta.

"A redução da desigualdade, com aumento do poder aquisitivo da população brasileira é um resultado positivo", disse a secretária-geral da WWF-Brasil, Denise Hamú, em resposta ao relatório. "Entretanto, nós também temos que enfrentar um grande desafio:. Crescer sem esgotar os recursos naturais"

O crescimento populacional do Brasil representa outro desafio. A população do país mais do que dobrou desde 1961, de 75 milhões para 190 milhões, enquanto sua biocapacidade total não mudou significativamente. O resultado é que a quantidade de biocapacidade disponível por pessoa, mesmo grande, é menor do que a metade do que era quatro décadas atrás.

A boa notícia é que com a melhoria da qualidade de vida no Brasil, a Pegada Ecológica per capita não aumentou exponencialmente, como ocorreu em outros países – especialmente na Europa, América do Norte e Oriente Médio. O país possui uma pegada relativamente baixa para seus níveis de desenvolvimento humano, medidos pelo Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, que classifica os países com base em sua obtenção de alguns parâmetros, como longevidade, educação e renda. Isso sugere que o país está se desenvolvendo com um nível mais baixo de demanda por recursos do que outros países.

O desafio brasileiro é criar novas oportunidades de crescimento para o país enquanto são protegidos os serviços ecossistêmicos que são a base para seu desenvolvimento econômico. Se o país conseguir manter o equilíbrio entre o que é consumido e o que a natureza pode prover, ele será a estrela do século 21. Caso contrário, é bom relembrar que, a não ser que o país consiga cuidar de seu patrimônio, até o mais rico pode acabar falido.

Fonte: Portal O ECO. Um artigo de Helena Artmann, montanhista e balonista há mais de 16 anos, tendo feito mais de 15 expedições para alta montanha. É formada em Comunicação Social. Atualmente mora em Banff, Alberta (Canada), no coração das Rochosas Canadenses. Tradução de Laura Alves. Rio Tefé na Amazônia brasileira: biodiversidade coloca o país no topo do ranking de capital natural. Fotografia Margi Moss.

Proposta do novo Código Ambiental na berlinda

Aprovada em julho deste ano por uma comissão especial no Congresso Nacional, a proposta do novo Código Florestal deve ser foco de intensos debates políticos em Brasília agora que as eleições estão terminadas. Criticado por diversas entidades como um retrocesso na legislação ambiental, o projeto relatado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) tem o apoio da bancada ruralista, que pretende ainda este ano levar o projeto para votação no plenário da Câmara.

“Nossa intenção é votar depois do segundo turno, mas para começar a valer mesmo precisa ser aprovado também pelo Plenário do Senado e passar pela sanção do presidente Lula,” afirmou o deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária e presidente da comissão especial sobre o Código Florestal. Para ele, o resultado da eleição presidencial não deve interferir no projeto: “Independente de quem ganhar o relatório do deputado Aldo Rebelo será levado a Plenário para ser votado. Afinal, essa é uma exigência do setor produtivo, segmento da nossa economia responsável por 40% das exportações, 28% do PIB e mais de 30% dos empregos gerados nesse país.”

Apesar da pressão da bancada ruralista, o mais provável é que a votação do novo Código fique para a próxima legislatura. O presidente da Câmara, Michel Temer, já declarou que a votação de temas polêmicos, como a reforma do Código Florestal, deve ficar para o próximo ano. Segundo Márcio Freitas, assessor do deputado, depois das eleições os líderes dos partidos vão se reunir para definir quais projetos serão votados esse ano e quais vão ficar para o próximo, já que por um acordo de líderes, as votações no Plenário estão suspensas.

Para o coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA), que votou contra o texto de Aldo Rebelo, a discussão do Código Florestal foi contaminada pelo período eleitoral, e responsabilizou a omissão dos grandes partidos como PT e PSDB pela aprovação do relatório. “Estes partidos em nenhum momento assumiram uma posição clara diante desse gravíssimo retrocesso que estava sendo articulado há meses na Câmara, e agora vamos tentar barrar a sua votação no Plenário”.

Sarney Filho acredita que com o compromisso assumido pelos dois candidatos à presidência, o novo Código será discutido com maior profundidade para impedir retrocesso na legislação ambiental, sendo assim, não deve ser votado este ano.

Fonte: Portal O ECO http://www.oeco.com.br/

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Copa 2014: Fortaleza corre risco

Tendo em vista a tradição de morosidade das obras públicas no Ceará (é só vê como andam as da BR-116, da duplicação da Maestro Lisboa, do Hospital da Mulher, do calçadão da Praia de Iracema, do aeroporto de Aracati), Fortaleza, a capital do Ceará, corre o risco de um vexame internacional. A Copa do Mundo vem ai e nada se fez até agora para esse evento.

Fonte: Coluna Egidio Serpa/ Diário do Nordeste

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Herdeiro do trono britânico faz filme sobre ambiente

Depois de três décadas de trabalho para encontrar soluções e inovações para a crise ambiental global, o Príncipe Charles está lançando um filme que conta sua história e de outras pessoas engajadas. “Harmonia: uma nova maneira de olhar o mundo”.estreiou nesta sexta na rede americana NBC.

O filme, narrado pelo príncipe, tem como principal argumento a forma como podemos enfrentar os desafios ambientais de uma perspectiva global, local e individual. Produzido e dirigido por Julie Bergman Sender e Stuart Sender, ganhadores do Oscar, “Harmonia” pretende ser um chamado à ação para a população mundial.

Fonte: Portal O ECO

Patrimônio histórico tem R$ 20 mi para conservação


O Banco do Nordeste (BNB) financiará a recuperação de imóveis privados, situados em 53 municípios de sua área de atuação, que participam do Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas (PAC - Cidades Históricas) e estão próximos às agências do BNB. No Ceará, serão atendidas as cidades Aracati, Barbalha, Fortaleza, Icó, Sobral e Viçosa do Ceará. Os recursos, no montante de até R$ 20 milhões, são oriundos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O financiamento está previsto para a partir de 2011 por meio de contrato de prestação de serviços entre o BNB e o Iphan, em solenidade realizada em Brasília, com a participação de diretores das instituições e dos presidentes do BNB, Roberto Smith, e do Iphan, Luiz Fernando de Almeida. Pela parceria firmada, o BNB, na qualidade de instituição financeira pública federal, irá prestar serviços técnicos e operacionais necessários para a liberação do financiamento para recuperação de imóveis privados nas cidades participantes. Nos próximos 20 dias, técnicos e secretários das Prefeituras dos cinco Municípios contemplados serão treinados por agentes do BNB e do Iphan. Na prática, a informação sobre essa modalidade de financiamento pelo BNB ainda não chegou às administrações municipais. Taxa da inflação Os proprietários e locatários de imóveis residenciais e comerciais, situados em áreas consideradas de preservação histórica, poderão ter acesso a apoio creditício para a recuperação dos imóveis históricos de seus interesses. De acordo com o coordenador de projetos parcerias públicas e privadas do BNB, Ocione Marques Mendonça, praticamente não há juros, apenas uma atualização da inflação pelo INPC. O prazo de carência varia de acordo com o tempo necessário para a obra de reforma. O valor do financiamento também é variável segundo o projeto de restauração ou reforma. Em média é de R$ 23 mil. "A elaboração do projeto de arquitetura e de orçamento é por conta do proprietário do imóvel. O acompanhamento técnico da obra será feito pelo Iphan", explicou ele. O processo se inicia com a Prefeitura, lançando um edital com o indicativo das condições e as áreas a serem objeto de recuperação. Os proprietários, por sua vez, apresentam o projeto técnico, o qual recebe a aprovação do Iphan. Após essa etapa, o BNB realiza avaliação cadastral e então o futuro beneficiário do crédito poderá acessar o financiamento, que terá prazos de dez anos para imóveis comerciais e de 15 anos para residenciais. Caberá às Prefeituras, em parceria com o Iphan, identificar e selecionar os imóveis prioritários para integrar o programa de financiamento. "Esse programa é uma junção de esforços do Governo para a recuperação dos sítios históricos, favorecendo o desenvolvimento do turismo regional", disse Mendonça. A secretária de Cultura do Icó, Jequélia Alcântara, disse que não tinha ainda conhecimento do convênio entre o BNB e o Iphan, mas considerou a informação importante e necessária para ampliar as opções de crédito para os proprietários de imóveis particulares. "É uma boa notícia, que é bem-vinda e espero que as condições de financiamento sejam favoráveis aos futuros beneficiários. Há dezenas de casas e prédios comerciais que necessitam de obras de restauração e reforma". O Município de Icó já é beneficiado pelo Programa Monumenta, do Ministério da Cultura, que libera crédito para obras de reforma e restauração, por meio da Caixa Econômica Federal. De acordo com a Secretaria de Cultura do Município, até agora, 16 pessoas foram atendidas, em um edital, mas há uma lista de espera de 100 proprietários aguardando uma nova concessão de crédito. Apesar das vantagens de não cobrança de juros e de um prazo longo, de duas décadas para pagamento, há tomadores de financiamento que já estão inadimplentes. "Isso é lamentável", disse Jequélia Alcântara. O técnico da Secretaria de Cultura, Altino Afonso Medeiros, confirmou a inadimplência, mas observou que os imóveis foram dados como garantia do empréstimo. Na Secretaria de Cultura de Icó, a expectativa é enorme em relação a esse novo modelo de financiamento pelo BNB em parceria com o Iphan. "Será mais uma opção e um canal de atendimento para os moradores do sítio histórico, evitando a deterioração ou mesmo destruição dos imóveis", disse Afonso.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Eco Solar vai implantar fábrica em Pernambuco

O Presidente da Eco Solar do Brasil, Emerson Kapaz, e diretores da suíça Oerlikon, firmaram um acordo, hoje (dia 11 de novembro), no qual planejam construir a primeira fábrica de painéis de geração de energia solar da América do Sul, em Pernambuco.

A fábrica será instalada no Complexo industrial de Suape e terá capacidade para produzir 850 mil painéis fotovoltaicos por ano. Emerson Kapaz, da Eco Solar, disse que a indústria utilizará a tecnologia do “filme fino”, que consiste na placas feitas de material mais eficiente e mais barato, além de 100% limpo, conforme disse no anúncio feito no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do estado.

De acordo com os representantes das indústrias, no mundo existem 13 fábricas do gênero em países no leste europeu e na Ásia. A planta industrial representará um investimento de R$ 500 milhões. Kapaz disse que o Banco do Nordeste do Brasil financiará 70% do total (R$ 350 milhões) e o fundo de investimento FXX Corporate participará do empreendimento com R$ 100 milhões. “Há interesse de uma grande empresa brasileira e um fundo de investimento norte-americano em participar do negócio”, adiantou.

As obras para construção da unidade começam em 60 dias e a indústria deverá iniciar sua produção a partir de 2012, de acordo com as expectativas do presidente da Eco Solar do Brasil. Emerson Kapaz também disse que o Brasil ainda não descobriu a força do setor. Ele acredita que sua indústria exportará para os Estados Unidos, Chile, Peru e Argentina.

Os painéis fotovoltaicos podem ser utilizados em residências, em estabelecimentos comerciais, bancos e até em empresas maiores. Uma placa com potência de gerar até 150 watts deverá custar pouco mais do que R$ 300,00. Hoje, painéis com potência inferior custam pouco menos do que R$ 2.000,00.

Fonte: Portal O ECO

Audiência pública vai debater situação das barracas de praia no Ceará

A Assembléia Legislativa vai realizar na próxima terça-feira, 23, a partir das 14h30min, audiência pública para discutir as decisões judiciais que determinaram a derrubada de barracas de praia em Fortaleza e Canoa Quebrada. O debate foi solicitado pelos deputados Artur Bruno (PT) e Dedé Teixeira (PT) e será realizado pelas Comissões de Meio Ambiente e de Indústria, Comércio e Turismo da Assembleia.

Artur Bruno lembrou que já foram emitidas três decisões judiciais, em caráter liminar, uma pedindo a derrubada das barracas da Praia do Futuro, em Fortaleza; uma segunda determinando o fechamento das barracas da praia de Canoa Quebrada, em Aracati; e uma terceira, através da desembargadora Sérgia Miranda, que liberou novamente o funcionamento das barracas de Canoa Quebrada. O parlamentar defende que haja um termo de ajustamento de conduta para que as barracas permaneçam, mas que sejam estabelecidos limites.

Fonte: O POVO Online

domingo, 21 de novembro de 2010

Fortalecimento do Geopark Araripe


Discutir a formação de novos geoparques em todo o Brasil. Além disso, a conferência reafirma o fortalecimento do Geopark Araripe (foto). Pesquisadores, estudiosos, professores, estudantes, autoridades de diversos municípios, e estados e países participam da conferência.

Fonte: Coluna Cariri/ O POVO Online

Obras no Sítio Fundão, no Crato

As obras de recuperação do Sítio Fundão começaram a mando do governador Cid Gomes.Uma atitude que está em consonância com as reivindicações da sociedade que há muito reclamava por essa intervenção no Fundão, uma reserva ambiental no coração do Crato,dentro de sua zona urbana.

Fonte: Coluna Cariri/ O POVO Online

sábado, 20 de novembro de 2010

Geopark Araripe será o modelo


Dois eventos significativos contribuíram, no decurso da semana, para a consolidação do Geopark Araripe. O primeiro: a visita da comissão de especialistas da Unesco para avaliar esse projeto pioneiro no Hemisfério Sul, dotado de nove geossítios; o segundo: a 1ª Conferência Latino-Americana e Caribenha de Geoparks, reunindo delegações de países como França, Malásia, Espanha, Noruega, Irlanda, Portugal, Uruguai e Brasil, convidados do Ministério da Integração Nacional, do Serviço Geológico da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), professores e pesquisadores brasileiros.


Um Geopark, no conceito científico, corresponde a uma área com expressão territorial e limites bem definidos, contendo número significativo de sítios de interesse geológico, histórico, cultural e rico em biodiversidade. O Geopark Araripe está contemplado com área de 3.520,52 km², correspondendo ao território de seis municípios do sul do Ceará: Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri.

A partir da Universidade Regional do Cariri, onde o projeto está albergado, os especialistas da Unesco conheceram de perto a riqueza paleontológica da região. Ela está distribuída por nove geossítios, dotados de áreas fossilíferas e suas peculiaridades, como o Parque dos Dinossauros e Museu de Paleontologia de Santana do Cariri e a Floresta Petrificada de Missão Velha, cuja documentação geológica confirma a separação da costa brasileira do continente africano.

A delegação da Unesco avaliou como positiva a visita, da qual sairá, em março vindouro, o relatório conclusivo. Dele vai depender a emissão do selo verde para o empreendimento. Os especialistas comprovaram, na avaliação, a existência das condições básicas para o seu reconhecimento, como a interação dos sítios geológicos com os moradores de seu entorno, o saber local, o legado histórico, cultural e social, além dos geoprodutos. Esses pré-requisitos serão essenciais para o reconhecimento internacional do Geopark Araripe.

A Conferência Latino-Americana e Caribenha de Geoparks concentrou no Cariri delegações de 20 países, especialmente da Europa, América-Latina e Caribe, para uma troca de experiências sobre geoconservação, geoturismo e geoeducação. Há, espalhados pelo mundo, 77 geoparks, sendo explorados a partir desses três pilares. A conferência realizada em Barbalha interessou de perto aos prestadores de serviços, especialmente, às prefeituras, empresas de turismo, redes de hotéis, restaurantes e serviços receptivos.

O Geopark Araripe, pioneiro nas Américas, servirá de modelo para outros empreendimentos científicos e culturais do gênero. Sua experiência já vem interessando aos Estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, engajados em iniciativas para a estruturação de parques semelhantes. A divulgação desses recursos naturais trará outros ganhos, como a possibilidade de mudanças da mentalidade até então destruidora de um patrimônio dotado de milhões de anos, porém relegado ao esquecimento pela desinformação sobre sua relevância e ao desmantelamento pela ação de novos bárbaros.

Fonte: Editorial/ Diário do Nordeste. Fotografia de uma extração industrial de calcário. Por Daniel Roman. Direitos autorais preservados. Arquivo de Imagens Ibi Tupi

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Grupo interministerial mobilizará geoparks

Uma política mais estruturada em nível de Brasil para criação de novos projetos de geoparques, até que seja desenvolvida uma rede nacional, deverá acontecer nos próximos anos. O processo de discussão se amplia em nível federal, com a criação, nos próximos dias, por meio de portaria, de um grupo interministerial, que será o principal animador e organizador no País, fazendo um elo com a Unesco. A I Conferência Latino-Americana e Caribenha de Geoparks, que termina hoje, está sendo o centro das discussões desse novo redesenhar das perspectivas para o surgimento de novas unidades no Brasil. O grupo dará maior fundamentação técnica e irá estabelecer maiores critérios para que o País possa pleitear novos projetos na área em discussão.

Em alguns Estados esse processo de encaminhamento está sendo levado a sério, mas a criação de um grupo interministerial, que deverá acontecer nos próximos dias, por meio de portaria governamental, irá dar maior fundamentação técnica e estabelecer maiores critérios para que o País possa pleitear novas áreas de geoparks.

Atualmente, dois Estados brasileiros, com as áreas da Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul, e Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, estão com projetos voltados à criação de geoparks. O diretor para o Norte e Nordeste da Secretaria de Programas Regionais do Ministério da Integração Nacional (MIN), Fábio Eduardo de Melo Cunha, afirma que as discussões de inserção de um grupo interministerial veio a partir do momento em que áreas fora do foco de atuação do MIN começaram a se propor para geoparks.

De acordo com o diretor, a visão do Ministério é particular em relação aos geoparks, citando o exemplo do Cariri, que é um projeto calcado nas potencialidades regionais. "Nosso foco não é nos geoparks, mas no processo de desenvolvimento que ele é capaz de alavancar", destacou ele.

A partir desse apoio ao Geopark Araripe, se ampliou a discussão de novos projetos no Brasil, com outras unidades que estão pleiteando a mesma condição junto à Unesco, como no Quadrilátero Ferrífero e na Serra da Bodoquena. Fábio Melo destaca a importância de definição de uma política brasileira para os geoparks, que refletirá também na região do Cariri.

O trabalho agora, segundo ele, será de mobilização de vários ministérios, incluindo Meio Ambiente, Turismo, Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, para discussão de como será o apoio do Governo Federal e a validação a ser dada. A própria Unesco exige isto, dentro de uma visão de País, e não de Estado. O MIN irá liderar o trabalho junto com o Ministério do Turismo, já que é a atividade econômica e produtiva que melhor se associa ao geopark.

"Devemos fazer um esforço para organizar toda essa discussão em torno do que é o geopark para o Brasil", disse ela. Essa será uma forma de ampliar mecanismos de financiamento, aliados a uma política ou orientação pública federal sobre esse assunto, porque até hoje não tem ainda no País.

Para o diretor, é preciso organizar esse arcabouço em relação aos geoparques, no setor que está se firmando no Brasil, como uma possibilidade de se incorporar ao processo de desenvolvimento, basicamente ligado ao turismo. A ideia é que, definido o arcabouço legal e institucional, o País possa receber as propostas e dinamizar o processo com propostas e adequação das pretensas áreas para a Rede Global.

Ele ressalta que a intenção não é interferir nos processos de gestão das unidades, mas ser um animador no processo que toma dimensão maior no Brasil. "Não tem ingerência alguma na gestão e não há perspectiva disso em nível federal relativo aos processos já consolidados", explica. O grupo será um elo entre o País e a Unesco.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Os Geoparks podem se transformar em um Programa Nacionall

Os geoparks brasileiros poderiam se transformar em um programa nacional. Teríamos então até um órgão responsável no Brasil em indicar condições essenciais para a criação de um geopark. O trabalho do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) é estudar e propor novas áreas, já que a base de projetos desse porte está focada no potencial geológico. Uma equipe de técnicos veio acompanhar de perto todos os processo de discussão relacionados ao tema. O integrante do CPRM, Carlos Schobbenhaus, coordenador do Programa Geoparks do Brasil, disse que o País tem um grande potencial para a criação de novas áreas desse modelo. A grande dimensão e a biodiversidade são elementos importantes dentro desse processo nacional.

O Geopark Araripe, segundo ele, é o modelo que se tem no Brasil do que se pode fazer em termos de projeto na área, com uma geologia e uma paleontologia muito importantes e toda uma comunidade no entorno que convive com uma cultura muito rica, e que pode ser aproveitada nesse contexto.

"São condições ideais e, sendo o primeiro, das Américas, tem que ser apoiado e sustentado. Não se pode perder a oportunidade de ser o primeiro das Américas", alerta. O coordenador diz que há novas condições de se ter no Brasil e em outros países da América Latina e Caribe novos projetos do modelo.

Geoturismo

Outro ponto importante para a melhoria da qualidade de vida dessas áreas é o desenvolvimento dos projetos de geoturismo. Para Schobbenhaus, uma comunidade que pode usufruir do geoturismo deve seguir esse processo de forma associada à parcerias que vão desenvolver de forma sustentável nessa área. Ele afirma que as áreas devem ser bem geridas.

A conferência mostra, para Carlos, o peso do Geopark Araripe, fortalecendo a ideia de surgimento de novos projetos na América Latina e outros que estão no processo de criação como a Venezuela, Argentina, Equador e Chile, destacando o adiantamento do Brasil, nesse processo. Ele afirma que dez participantes do CPRM estão presentes e que vão tomar conhecimento do que está sendo feito no Geopark Araripe e em outras localidades do mundo.

Abrangência

6 municípios do Cariri integram os 3.520,52km que formam o Geopark Araripe. São eles: Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

Geopark Araripe é modelo para novos projetos no País

Após uma avaliação do Geopark Araripe por integrantes da Unesco, durante dois dias, técnicos se reúnem para o primeiro dia de discussões na 1ª Conferência Latino-Americana e Caribenha de Geoparks, que reúne os maiores estudiosos da área, principalmente da Rede Europeia de Geoparks.

São discussões especializadas que auxiliarão no processo de iniciativas de uma rede que incorpora os países latino-americanos e caribenhos. Uma grande representação de Estados brasileiros também está presente nas discussões, já que localidades como São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, dentre outros, já estão pleiteando, por meio de projetos, a criação de novos geoparks no Brasil.

A conferência foi aberta na manhã de ontem, em Barbalha, pelo vice-governador do Estado, Francisco Pinheiro, com a representatividade de autoridades locais e secretários estaduais. Ele ressaltou a importância de levar as discussões sobre o tema para maior entendimento da população do que representa, dentro do processo de desenvolvimento. "As pessoas precisam entender e tomar conhecimento dessa riqueza", disse. Ele destacou a significação do evento, como importante referência nacional no incentivo da criação da rede de geoparks nas américas.

Os palestrantes de países coma a França, Grécia, Malásia, Espanha, Noruega, Irlanda, Portugal, Uruguai e do Brasil estão repassando para o público de especialistas, além de representantes de várias instituições nacionais e internacionais, detalhes técnicos de como criar e gerir novos projetos na área. Atualmente, segundo a secretária da iniciativa de Geoparks da Unesco, Margarete Patzak, existem no planeta 77 geoparks criados, com redes europeias e asiáticas.

A intenção é possibilitar que novos surjam, dentro de um processo que envolve vários critérios. Ela cita que não é simplesmente um espaço qualquer, dentro de um quadrado, e que não envolva apenas um geossítio, mas vários. A secretária destacou, principalmente, a iniciativa mundial da criação dessas áreas, na atualidade.

O integrante do Serviço Geológico da Argentina, Fernando Miranda, afirma que a sua vinda ao Brasil participar da Conferência tem a finalidade de conhecer mais de perto iniciativas como a do Cariri, além de conhecer questões técnicas de como criar em seu país projetos dessa natureza. Ele disse que, atualmente, dois projetos estão sendo propostos que envolvem áreas de conhecimento mundial. Uma delas é o Monte Aconcágua. "Seria um marco oficial, já que há um conhecimento das propriedades naturais desses espaços".

Redes parceiras

O consultor da Unesco, Artur Sá, será um dos palestrantes desta quinta-feira. O português tratará do tema relacionado às redes parceiras. Segundo ele, é uma das formas de melhorar o conhecimento sobre o tema. Artur é coordenador científico do Geopark Arouca, em Portugal. Ele destaca a importância das discussões como um processo de aprendizado em todos os aspectos relacionados às experiências já existentes e as que ainda podem ser desenvolvidas.

O consultor destaca a dedicação e envolvimento que tem acontecido no Cariri pela equipe de profissionais, principalmente jovens, que estão inseridos no trabalho de construção do Geopark Araripe. "Efetivamente o trabalho que foi feito deve deixar as pessoas de consciência tranquila", afirma.

O secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) do Estado, René Barreira, disse que há uma enorme expectativa em relação ao reconhecimento da Unesco pelo trabalho que foi desenvolvido nos últimos anos no Cariri. Ele afirma que a conferência é de grande importância na consolidação do Geopark Araripe, o intercâmbio e fortalecimento das iniciativas voltadas para a criação de uma rede latino-americana.


Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Conferência dobre Geoparks começa hoje

A proposta da Conferência é divulgar e promover o conhecimento sobre a forma de criação e gestão de geoparques. Há intenção de que seja criada uma rede latino-americana e caribenha de geoparques. “Como criar e gerir Geoparques”. Esse é o tema da 1ª Conferência Latino-americana e Caribenha de Geoparques que começa hoje na Casa de Eventos Boulevard, na divisa de Juazeiro com Barbalha. As palestras, debates e painéis serão realizados até sexta-feira, 20. Foram convidados representantes de cerca de 20 países e os maiores estudiosos na área.

A estimativa é de que 200 especialistas participem dos debates, troquem experiências e tirem dúvidas sobre os geoparques. Entre eles, geólogos, geógrafos, especialistas em desenvolvimento local, turismo e cultura, educadores e representantes políticos dos países da América Latina e do Caribe interessados na proteção e valorização do patrimônio natural e cultural.


Uma das propostas que será apresentada na Conferência é a criação de uma rede latino-americana e caribenha de geoparques, tendo o Geopark Araripe, o único das Américas, como fomentador. De acordo com a secretária adjunta da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado, Teresa Mota, o evento servirá para fortalecer as ações desenvolvidas nos geossítios do Araripe e como intercâmbio de experiências.


Os que representam as áreas que ainda são candidatas a geoparques, em vários países, também vão apresentar seus projetos no encontro. A comissão organizadora escolherá 12 especialistas para as apresentações. Também haverá visitas aos 10 geossítios localizados na região da Chapada do Araripe.


Geopark é um território com limites definidos. Possui sítios de grande valor científico cujos patrimônios cultural, histórico, ambiental, científico e socioeconômico apresentam importância, raridade, riqueza em biodiversidade. Essas áreas contam a história da terra, conferindo identidade ao lugar.


Um Geopark tem papel ativo no desenvolvimento econômico de seu território, que passa a ser mais reconhecido em função das suas riquezas naturais, possibilitando o desenvolvimento do Geoturismo.


O projeto de criação do Geopark Araripe foi encaminhado à verificação da Unesco, pelo Governo do Estado e Universidade Regional do Cariri, em 2005. No dia 21 de setembro de 2006, após se submeter à vistoria e avaliação pela comissão oficial da Unesco, o Geopark Araripe foi aprovado e oficializado na II Conferência Mundial de Geoparks, realizada em Belfast na Irlanda do Norte.


A função do Geopark Araripe é “proteger e preservar legalmente os principais sítios selecionados, nomeados cientificamente como Geossítios”. Também apoia os estudos dos registros arqueológicos, como pinturas rupestres, materiais cerâmicos e artefatos líticos.


Fonte: O POVO Online

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Comissão da Unesco avalia Geopark Araripe

Uma comissão da Unesco iniciou, ontem, uma visita ao Geopark Araripe com a finalidade de fazer uma avaliação do projeto, que servirá para a renovação da chancela internacional. O primeiro local visitado foi a Floresta Petrificada do Cariri, localizada no Sítio Olho D´água Comprido, há 7km de Missão Velha, na margem da CE-293, que liga este Município a Brejo Santo. A floresta faz parte de 12 sítios fossilíferos da região com as mesmas ocorrências e características.

A Floresta Petrificada é constituída por camadas de rochas avermelhadas (arenitos da formação Missão Velha) com cerca de oito metros de espessura, onde podem ser encontrados pedaços de troncos petrificados de aproximadamente 145 milhões de anos. Segundo o paleontólogo Álamo Feitosa, "estes fósseis mostram que, naquela época (período jurássico), existiam naquela região colinas cobertas por florestas recortadas por rios que transportavam os troncos caídos para locais arenosos, sendo fossilizados ao longo do tempo".

O prefeito de Missão Velha, Washington Fechine, que acompanhou a comissão, prometeu todo empenho na preservação dos geossítios de Missão Velha. Além da Floresta Petrificada, o Município possui também com a cachoeira, uma formação rochosa que é considerada pelos geólogos tão importante quanto a Floresta.

Ontem à tarde, os integrantes da Comissão estiveram, também, no Sítio Pinheiro, em Barbalha, onde está localizado outro geossítio, dentro da formação da Chapada do Araripe.

Hoje, os representantes da Unesco, acompanhados de geólogos técnicos do Geopark Araripe, visitarão os geossítios dos Municípios de Nova Olinda e Santana do Cariri. Por enquanto, eles não deram nenhuma informação sobre a avaliação feita até agora. O geólogo francês Guy Martini, que acompanha a expedição, informou que o resultado será fundamentado nos relatórios que serão apresentados de hoje para amanhã.

Expectativa

Entre os integrantes do Geopark Araripe o clima é de otimismo. O reitor da Universidade Regional do Cariri (Urca), Plácido Cidade Nuvens, antecipou que a avaliação será positiva em razão do trabalho realizado para o fortalecimento do projeto. "A reinauguração do Museu de Paleontologia, a construção de uma sede própria, financiada por meio do Ministério da Integração Nacional (MIN), e a estrada de acesso à Capital da Paleontologia, Santana do Cariri, onde se localiza o Museu, estão entre as grandes conquistas esse ano", explica o reitor.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

12ª Edição da Mostra SESC Cariri de Cultura

A abertura da 12ª edição da Mostra Sesc Cariri de Cultura que ocorreu na última sexta-feira, 12, contou com uma aula espetáculo do grande Ariano Suassuna, na RFFSA, Crato. Ariano Suassuna expôs de maneira simples o que entende por cultura popular. O que não é pouco. Marcou presença o presidente do Sistema Fecomércio, Luiz Gastão Bittencourt. Um diversificado palco das mais variadas manifestações artísticas e culturais, contendo espetáculos de teatro, dança, exposições, shows, instalações, rodas literárias, performances poéticas e mostras de cinema e vídeo é o panorama da Mostra Cariri.


Fonte: Coluna Cariri/ O POVO

domingo, 14 de novembro de 2010

Meio Ambiente: uma ameaça de colapso

Especialistas atrelam o crescimento econômico à sustentabilidade ambiental e delegam ao próximo governo a responsabilidade de crescer agredindo menos a natureza. Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia estão entre os melhores no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - superiores a 0,9 de uma escala de 0 a 1. Em comum, esses países têm práticas efetivas de crescimento econômico ligados à sustentabilidade ambiental.

“O meio ambiente nestes países segue uma legislação de preservação e conscientização da sociedade, pois eles investem um grande percentual do PIB em políticas sociais. Saber como investir os recursos é o mais importante para garantir a continuidade do processo”, explica o economista Eldair Melo.


“Hoje, praticamente, só existe a floresta Amazônica. A Mata Atlântica está quase toda destruída. Na energia hidrelétrica, o Brasil passou por apagões nos governos FHC e Lula; pratica o horário de verão e há pouco investimento neste setor, apesar do grande potencial da energia eólica. Qual a política industrial que direcione ações de desenvolvimento sustentável para tais áreas?”, questiona.


A ambientalista e conselheira do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), Geovana Cartaxo, crítica o modelo de produção atual. Ela lembra que o processo produtivo ao mesmo tempo em que tem origem nos recursos naturais lança gases tóxicos na atmosfera.


“Falta a visão mais ampliada que nos trará um desenvolvimento sustentável e justo. Falta incluir o capital natural, este sim limitado e limitador real do desenvolvimento continuo”, ressalta.


Conforme o economista Eldair Melo, a sociedade não pode deixar de cobrar dos governos o bem-estar social. “Todos estão esperando alguém dar o primeiro passo. Parece que esperam alguém fazer alguma coisa para a partir, daí, seguir”, comenta.


Fonte: O POVO Online

sábado, 13 de novembro de 2010

1ª Conferência Latino-americana e Caribenha de Geoparques


Um Geoparque é uma área com expressão territorial e limites bem definidos, que contem um número significativo de sítios de interesse geológico com particular importância, contendo igualmente aspectos de natureza arqueológica, ecológica, histórica e/ou cultural. Todos estes aspectos devem fazer parte de uma estratégia integrada de proteção, educação e de desenvolvimento sustentável. Apesar do conceito de geoparque estar sendo largamente utilizado na Europa e Ásia para reconhecer áreas com importantes valores geológicos, o seu impacto na América Latina e Caribe é ainda limitado.

Assim, o Governo do Estado do Ceará, a Universidade Regional do Cariri (URCA) e o Geopark Araripe (Ceará, Brasil),em cooperação com a UNESCO, organizam o 1ª Conferência Latino-americana e Caribenha de Geoparques no Geopark Araripe (Ceará, Brasil), território do Geopark Araripe (GGN), de modo a reunir geólogos, geógrafos, especialistas em desenvolvimento local, turismo e cultura, educadores e representantes políticos dos países da América Latina e do Caribe interessados na proteção e valorização do patrimônio natural e cultural, com vista à promoção de um desenvolvimento territorial sustentável.

Fonte: Geopark Araripe

Areia + Microrganismo = Adeus Asfalto

A pavimentação a base de asfalto é tóxica e uma das maiores vilãs do chamado efeito ilha de calor urbana. Tentando achar uma solução melhor, os designers Thomas Kosbau e Andrew Wetzler propuseram trocar o asfalto por um arenito orgânico. É isso mesmo, ele é feito de areia comum e um micróbio que, misturados, formam uma espécie de cimento – os detalhes estão na ilustração. Os dois foram premiados no concurso coreano iida Awards, organizado pela Designboom. Entre as vantagens, a técnica promete refrescar as cidades, reduzindo a temperatura do entorno de 2 a 3 graus, e, como o material reflete a luz, diminuir a necessidade de iluminação noturna, poupando energia. Se for durável e puder ser usado pelo menos em ruas, é revolucionário. Aumentará o conforto e não sofrerá de falta de matéria-prima: areia é abundante em todo o planeta.

“O mundo sofre com um material encontrado em frente a todas as construções. O asfalto tem sido usado como a forma de pavimentação mais comum durante os últimos 80 anos. Químicos altamente tóxicos são liberados durante a sua produção, instalação e através de gases emitidos durante a sua vida útil. Por alcançar temperaturas na faixa de 48-67 Celsius, o asfalto é uma das principais causas do efeito ilha de calor urbana. Para produzir a quantidade que já foi usada até hoje na Coréia foram necessário 28 milhões de barris de petróleo. Essa quantidade é mais ou menos equivalente a 5 vezes o óleo derramado no acidente que ocorreu no Golfo do México

Fonte; ECOCIDADES http://www.oecocidades.com