terça-feira, 6 de novembro de 2007

Mobilização em defesa do Rio das Batateiras e Sítio Fundão, no Crato


A APA Chapada do Araripe/ Área de Proteção Ambiental da Chapada do Araripe, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o Escritório Regional do IBAMA e a Reserva Ecológica do Sítio Fundão, localizada na Sede Urbana, do município do Crato, em conjunto, irão realizar, hoje, um ato religioso em defesa do Rio Batateiras, afluente do Rio Salgado, na área da reserva ecológica do Sítio Fundão.


O evento terá início a partir das 8 horas. O objetivo do ato religioso é o de continuar a luta pela preservação do Rio Batateiras e alertar as autoridades sobre a importância dessa preservação. A missa será presidida pelo bispo Diocesano de Crato, dom Fernando Panico. Após a missa haverá uma audiência pública mediada pelo bispo dom Fernando, com as pessoas presentes, incluindo autoridades, representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs), professores e estudantes da Urca e a sociedade em geral.


O Rio das Batateiras é um símbolo do Crato e do Cariri, a começar pela lenda de Pedra da Batateira. De acordo com a maldição deixada pelos índios Cariris, quando foram expulsos de suas terras, “um dia a pedra de onde jorram as águas da fonte da batateira vai rolar e inundarão Crato, Juazeiro e Barbalha”.

A cidade do Crato nasceu às margens do Rio das Batateiras, que mais embaixo incorpora Rio Granjeiro. Crato já foi iluminada por uma hidroelétrica acionada pela águas da Batateira.O desmatamento e os freqüentes incêndios, segundo os ambientalistas, são as causas principais da redução da água da fonte. A morte do rio, entretanto, foi causada pelo desvio das águas para os clubes serranos e consumo humano.

A retirada das águas começa na boca da nascente, onde foram colocados canos de até 10 polegadas para o abastecimento de mansões localizadas no pé-da-serra.A Lei federal nº 9.433, de 8/01/97(Lei das Águas), trouxe novas e importantes contribuições para o aproveitamento deste recurso adequando a legislação aos conceitos de desenvolvimento sustentado.Instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e classificou a água como bem de domínio público, um recurso natural limitado e dotado de valor econômico.

No Cariri, curiosamente, a água das nascentes é particular. A fonte da Batateira foi cercada. Os proprietários estão fundamentados numa Lei do tempo do Império que concedia telhas d’água para os donos da terra.

A Bacia Sedimentar do Araripe, que é compartilhada pelo Cariri cearense e parte dos Estados de Pernambuco e Piauí, possui 344 fontes de água, sendo 293 do lado cearense. Destas a mais importante, segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), é a fonte da Batateira, localizada no município do Crato, com uma vazão de 376 metros cúbicos por hora.Além das fontes hídricas, o Vale do Cariri possui mil poços profundos cadastrados até o momento, o que representa uma vazão de 40 milhões de metros cúbicos por ano.

Notícia reproduzida do Caderno Regional do Diário do Nordeste, 06/11/2007, do Jornalista Antonio Vicelmo, para efeitos unicamente de divulgação. Imagem da nascente do Rio das Batateiras. Arquivo de Imagens Ibi Tupi. Fotografia Daniel Roman. Direitos autorais reservados.
Existe uma proposta técnica, discriminada em Termo de Referencia, de transformar a Nascente do Rio das Batateiras, Cachoeira do Lameiro e Sítio Fundão em um grande parque ecológico urbano, que inclusive protegeria o Geotope Batateiras, um dos componentes principais do Geopark Araripe. As edificações da Hidrelétrica do Batateiras se transformariam em um Centro da Memória do Batateiras. As edificações do Sítio Fundão e as ruínas da moagem seriam restauradas sob orientação do IPHAN. Esta proposição foi feita pela equipe deste blogspot, coordenada pelo Arquiteto José Sales e equipe, no PRU CRATO/ Plano de Requalificação Urbana do Crato, em sequencia, no Plano de Ordenamento e Estruturação do Geopark Araripe e também apresentada ao CONPAM/ Conselho de Políticas do Meio Ambiente do Estado do Ceará, ao seu Presidente, Secretário André Barreto Esmeraldo.

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