Deu no Blog do Planeta:
Uma Comissão Interministerial sobrevoou hoje a Amazônia em busca das causas da nova onda de desmatamento. Participaram do vôo os ministros: Marina Silva (Meio Ambiente), Tarso Genro (da Justiça), Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e Enzo Martins (interino da Defesa), e claro, o governador mato-grossense Blairo Maggi. A visita aconteceu no município de Marcelândia, no norte de Mato Grosso.
Eles foram verificar se focos de desmatamento encontrados pelo sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) seriam realmente novas derrubadas. Maggi é o representante de políticos e empresários do agronegócio que negam o alerta sobre o retorno do desmatamento.
Para eles, não há uma relação direta entre o aumento das commodities agrícolas e a abertura de novas áreas de floresta. Talvez eles estejam certos. Desta vez, o boi e a soja podem não ser os culpados diretos. Muitos acreditam que os novos vetores do desmatamento são a cana-de-açúcar e carvão vegetal usado nas siderúrgicas.
Enquanto o Ministério do Meio Ambiente não encontra os novos vilões da destruição da Amazônia, Maggi segue com seu protesto. Hoje, ele interrompeu a fala da ministra no aeroporto de Sinop antes de embarcarem no vôo caça-desmatamento. “Os dados de abril a setembro não estão corretos", disse o governador em um momento de quebra total de protocolo. "Preciso falar agora, senão, vou ficar com o chapéu na mão". Maggi só não soube explicar de onde veio a nuvem de fumaça que encobriu o seu Estado durante o período de julho a setembro. Será outra ilusão criada pelos fantasmas que andam derrubando a floresta?
Postado pela Jornalista Juliana Arini no http://www.blogdoplaneta.globolog.com.br/
O Ministério Público Federal em Juazeiro do Norte (CE) apresentou denúncia à Justiça Federal contra oito pessoas por uma série de crimes, incluindo, entre outros, formação de quadrilha, dano direto à unidade de conservação ambiental e falsificação de documento público. Sete deles são de uma mesma família. Eles integram o Grupo Irmãos Roriz responsável pela extração e transporte criminosos de madeira na Chapada do Araripe. O outro denunciado é um empresário que mora em Pernambuco.
ResponderExcluirProcedimentos administrativos do MPF, com base em informações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e inquéritos instaurados pela Polícia Federal revelaram que a exploração ilegal praticada pela família Roriz vem causando danos consideráveis à Área de Proteção Ambiental da Chapada do Araripe e à Floresta Nacional do Araripe-Apodi.
As atividades ilegais da família teriam começado em 1996. Com o intuito de dar uma aparência legal aos negócios, os Roriz passaram a requerer ao Ibama a aprovação de planos de manejo em algumas propriedades. O problema é que eles superestimaram indevidamente o volume florestal.
As informações falsas permitiam ao Grupo Irmãos Roriz obter junto ao Ibama um crédito de madeira maior do que o que deveria ser efetivamente autorizado. Assim, a família conseguia um número maior de autorizações para transporte de produtos florestais (ATPFs), um excedente usado para camuflar desmates irregulares.
Além da falsificação de documentos, também foi verificado uso de “laranjas” para a prática de crimes ambientais. Os Roriz se valem de outras pessoas para fugir da responsabilidade pelos atos ilícitos cometidos. Outra tática adotada é a criação de obstáculos à fiscalização ambiental.
Dois dos imóveis utilizados pela família Roriz para realização de desmatamentos clandestinos são de propriedade da Usina Manoel Costa Filho S/A, administrada pelo empresário Carlos Henrique Costa de Albuquerque Maranhão, morador do Recife (PE). Maranhão também foi denunciado pelo Ministério Público Federal.
No documento encaminhado à Justiça Federal, o procurador da República Rodrigo Telles de Souza pede a instauração de processo penal e a condenação dos integrantes da família Roriz e do empresário Carlos Henrique .
Ação – Em janeiro de 2007, o Ministério Público Federal já havia proposto, à Justiça Federal, ação civil pública por danos causados ao meio ambiente. Naquele período, o MPF requereu a adoção de algumas medidas para pôr fim à degradação ambiental promovida pelos Roriz, entre as quais estavam: o cancelamento de planos de manejo, o recolhimento de ATPFs, a condenação dos réus, etc.
- Denunciados:
Antônio Roriz Filho
Fernando Antônio de Sá Roriz
Walter de Sá Roriz
Péricles de Sá Roriz Neto
Pedro Ângelo de Sá Roriz
Juliano de Sá Roriz
Claudionor Santos Couto Roriz Junior
Carlos Henrique Costa de Albuquerque Maranhão
- Acusações: variam para cada um dos denunciados. A lista inclui as acusações de todo o grupo.
Formação de quadrilha
Dano direto a unidade de conservação ambiental
Degradação de floresta de domínio público
Incêndio florestal
Armazenamento, transporte e aquisição de produto florestal sem autorização
Falsificação de documento público
Falsidade ideológica
Uso de documento falso
Criação de dificuldade à fiscalização ambiental