Chapada do Araripe: fósseis inspiram moda recicladaa

Os fósseis da Chapada do Araripe vão inspirar a próxima coleção da marca Goóc, empresa de chinelos, bolsas e calçados, feitos a partir de material reciclado. A meta é lançar a coleção até o meio do ano. O fundador da fábrica, o vietnamita Thai Quang Nghia, esteve na região durante esta semana e visitou o escritório do Geopark Araripe, onde foi feita uma descrição do território da biorregião, a riqueza fossilífera e histórica da Chapada do Araripe, além do universo da cultura popular. Ele afirmou que retornará ao Cariri em junho próximo.

Tahi saiu impressionado com a região e pretende patrocinar o projeto Geopark Araripe, como principais parceiros da iniciativa privada. O símbolo do Museu de Paleontologia, a libélula, chamou bastante sua atenção. Em 2006, uma coleção inspirada nas inscrições rupestres de São Raimundo Nonato, no Piauí, foram responsáveis pela venda de mais de 100 mil produtos da marca.

No mês de julho deste ano, ele se propôs a doar um espaço de 40 metros quadrados para exposição do Geopark na Francal, a maior feira de calçados da América Latina, em Franca, São Paulo, com direito a bancar o responsável pela divulgação durante os dias de realização da Feira Internacional.O gerente do Geopark Araripe, Idalécio de Freitas, fez uma prévia apresentação do Geopark Araripe e a importância dos sítios, com grande relevância científica, ambiental e cultural, em razão das características geológicas, paleontológicas e paisagísticas. Idalécio salientou a marcante conquista do projeto, destacando-se como o único das américas, apresentado no Congresso da Rede Mundial de Geoparks, na Irlanda, em 2006.

Há uma perspectiva para que o próximo Congresso Mundial de Geoparks seja realizado no Cariri.Várias propostas foram apresentadas para a parceria da marca com o projeto, que Idalécio classifica como importante, já que a marca dos produtos Goóc atua dentro do sentido de conscientização para preservação do meio ambiente. Dentro do projeto de parceria, a ter os detalhes fechados posteriormente, se suscita a possibilidade de inserção da marca nos totens que identificam cada área do Geopark, inclusão em produtos como bonés, camisetas, chaveiros e réplicas de fósseis, além de inserir em bicicletas para a prática do esporte de aventura. Outra proposta é a doação de um jipe, com as marcas Geopark e da Goóc.

Dentro da proposta de infra-estrutura do Geopark ainda é aguardada a vinda de recursos por parte do governo do Estado. As nove áreas que fazem parte do Geopark, denominadas Geotopes, estão apenas delimitadas. O escritório sede se encontra no Crato.Há pouco mais de um ano o projeto teve o reconhecimento mundial da Unesco e, caso as propostas de infra-estrutura sejam efetivadas, será atualizado. Resta pouco mais de dois anos para que esse reconhecimento seja renovado.

Ano passado, o projeto também teve reconhecimento do Ministério da Cultura, com o Prêmio Rodrigo de Mello Franco, por meio do IPHAN/ Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional, na área de proteção ambiental. O Geopark Araripe foi inserido na rede internacional de geoparks e reconhecido como patrimônio da humanidade, sendo o primeiro do Hemisfério Sul. Existem 52 geoparks no mundo.

Esta semana, uma equipe da TV Globo virá à região para produzir matéria nacional sobre o Geopark Araripe, Área de Proteção Ambiental.Para Idalécio, salientar a importância do Geopark é de grande relevância para a região e há necessidade de se divulgar esse projeto, por isso a abertura para as parcerias por meio da iniciativa privada. A proposta da Goóc é divulgar, conforme Thai, o Geopark no Brasil e exterior.