Pesquisa revela as vulnerabilidades do Nordeste, com destaque para o Ceará, diante das mudanças climáticasO cenário construído para o Nordeste, considerando o aquecimento global, é preocupante. A redução de terras agricultáveis será mais drástica no Ceará (-79,6%), seguido pelo Piauí (-70,1%), Paraíba (-70,1%) e Pernambuco (-64,9%).
A forte articulação da agropecuária com outros setores da economia intensifica o efeito negativo dessa projeção, feita com base no cenário A2 do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), pelo qual a temperatura média do Nordeste do Brasil deve subir quatro graus celcius até 2070.Outro dado negativo é o da quebra do Produto Interno Bruto (PIB), maior em Pernambuco (-18,6%), seguido por Paraíba (-17,7%) e Ceará (-16,4%), o que implica em perda de renda e, conseqüentemente, variação no consumo, que deve ser maior na Paraíba, Pernambuco, Piauí e Ceará.
Em resumo, o Índice Geral de Vulnerabilidade (IGV) —, que inclui subíndices, como saúde (doença de chagas, dengue, calazar, leptospirose, esquitossomose e mortalidade infantil por diarréia e desnutrição), desertificação, economia/demografia e custos — é maior no Ceará, seguido por Pernambuco.Essas são conclusões do estudo “Mudanças Climáticas, Migrações e Saúde: Cenários para o Nordeste Brasileiro, 2000-2050”.
A pesquisa foi financiada pelo Fundo Global de Oportunidades (GOF), do Reino Unido, por meio da Embaixada Britânica no Brasil, que será apresentado hoje, na sede do Banco do Nordeste (BNB), no Passaré, em Fortaleza, onde, desde segunda-feira, pesquisadores, reunidos no “II Seminário sobre Mudanças Climáticas: Implicações para o Nordeste”, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente e BNB, sistematizam uma carta de recomendações de políticas públicas baseada nas conclusões do estudo.
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