quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Serra da Capivara: fronteira ecológica


O Parque Nacional Serra da Capivara, encravado na caatinga, é fruto de uma história geológica, climática e biológica complexa. A diversidade da vida presente hoje, só foi possível graças a variabilidade dos relevos e aos múltiplos habitats escavados em milhares de anos pela força das águas.

As condições climáticas, permitiram que a floresta tropical úmida ocupasse até o Piauí há cerca de 60.000 anos. Com a retração das florestas úmidas imposta pelo início do ressecamento, por volta dos 18.000 anos, algumas espécies desapareceram, outras se retrairam com seus ambientes originais, algumas resistiram encravadas em refúgios mais úmidos (os boqueirões ou canyons) e são os testemunhos vivos desta história. As espécies que permaneceram foram, cada uma de sua maneira, animais e plantas, se adaptando aos diversos ambientes da caatinga. Hoje estas espécies são novas espécies, típicas dos novos tempos.

Espécies testemunhos das épocas úmidas podem ser ainda encontradas na região como uma população relictual de jacarés amazônicos da espécie Cayman crocodilus que vive na Fazenda Veneza (nos limites do Parque) e constitui o limite de ocorrência, a sudeste, desta espécie no país. Duas espécies de louro, Ocotea fasciculata e Poutteria reticulata, árvores tipicamente amazônicas ainda estão presentes no Parque.

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