sábado, 28 de março de 2009

Exposição: "Cabaré, memórias de uma vida"


Deu no Diário do Nordeste e é importantissimo de se ver.
Confira!


Imagens de um espaço que por décadas foi área de prostíbulo na cidade do Crato passaram a ser tema de exposição promovida pelo Centro Cultural Banco do Nordeste, em Juazeiro do Norte. “Cabaré: Memórias de Uma Vida”, uma iniciativa de trabalho do grupo Coletivo Camaradas, de atuação regional, faz um resgate da história da comunidade do Gesso, no Crato, dos antigos moradores da área. Um vídeo foi produzido com depoimentos das pessoas que convivem no local. São falas de adultos, crianças e adolescentes sobre o local e o cotidiano.


A exposição permanecerá no Centro Cultural BNB até o próximo dia 9 de maio.A idéia de registro da memória do antigo Cabaré nasceu com o projeto Agosto das Artes, no ano passado. Segundo o artista plástico Alexandre Lucas, esse foi o primeiro momento, realizado ainda com as primeiras filmagens. Também começaram a ser feitas oficinas e reuniões e com isso veio a proposta da exposição sobre o cabaré. Também foram feitos trabalhos de intervenção na área para se buscar os registros antigos. Cartazes com o nome “procura-se” foram espalhados pela comunidade.


São personagens de uma época, objetos, a mesa de bar, a cachaça. Um espaço. O cabaré do Crato foi criado em 1952 segundo os moradores. Já o memorialista Humberto Cabral afirma que isso aconteceu somente dez anos depois. A área foi imposta como prostíbulo por determinação judicial, já que muitos locais do Centro da cidade funcionavam como casas de prostituição. “Essa foi uma forma de sitiar as pessoas, com a retirada do centro”, explica Alexandre.


Para o integrante do Coletivo, por mais de 50 anos esse espaço ficou sem políticas públicas direcionadas para a melhoria da qualidade de vida dos moradores. Tanto que até a atualidade a população local ainda sofre com a falta de infra-estrutura adequada. Uma pequena área de quatro quarteirões, onde não existia saneamento, não haviam banheiros com condições adequadas. Eram buracos no chão.


A exposição traz uma memória social e mostra o patrimônio arquitetônico existente, as condições de moradias da comunidade. As únicas mulheres que circulavam eram as que residiam ou “trabalhavam” na zona de prostituição. As outras não iam ao local por medo de serem confundidas com as garotas de programa. E o trabalho continua com a exposição itinerante. São 8 mil cartões postais das imagens do local que estão circulando pela comunidade agora.


Reportagem da jornalista Elizangela Santos, para o Caderno Regional do Diário do Nordeste. Rperodução para divulgação. Direitos autorais preservados.

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