A última sangria do açude Cedro completa 20 anos. O reservatório, tombado pelo Iphan, tem mais de 100 anos e, em toda a sua história, transbordou somente em seis oportunidades.
O reservatório mais antigo do Ceará continua agonizando em Quixadá, no Sertão Central. O açude Cedro, inaugurado há mais de um século, começou o ano acumulando menos de 5% de sua capacidade e, atualmente, está com 17%. Segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), é “crítico” o nível de armazenamento.
As estatísticas do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) detalham que o manancial, com capacidade para 126 milhões de metros cúbicos, não ultrapassa 40% de seu volume total desde o início da década passada. A história do açude, porém, também conta dias de fartura. O Cedro, há 20 anos, começava a derramar suas águas pela última vez.
As secas castigavam a região no fim do século XIX. O Império, em 1880, determinou a elaboração de estudos para a construção de açudes. Nove anos depois começavam as obras do Cedro. Os trabalhos, acompanhados por longos períodos de estiagem, tinham caráter emergencial.
A conclusão aconteceu em 1906. O Cedro, passado mais de um século, continua sendo um dos 20 maiores reservatórios do Ceará. Mas a imponência da obra, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), contrasta com o passado e o presente de baixa acumulação. O açude já chegou a ficar completamente seco e, conforme o Dnocs, transbordou somente seis vezes em toda a história. O último sangramento começou em 12 de maio de 1989.
Reportagem especial do Jornal O POVO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário