segunda-feira, 8 de junho de 2009

Os bichos fora do lugar


Pesquisadores do Rio de Janeiro estão mapeando quais animais estão fora de seu lugar adequado na foresta. Um grupo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) em parceria com o Instituto Biomas e Instituto Hórus apresentou na semana passada uma lista preliminar com 218 espécies exóticas e invasoras do estado. A partir dela, o próximo passo será avaliar cada espécie para ver o risco que elas representam para a Mata Atlântica. E, consequentemente, elaborar políticas públicas para lidar com isso.


De acordo com Helena de Godoy Bergallo, pesquisadora UERJ, as espécies exóticas - que são provenientes de outro lugar - e invasoras - que prejudicam um território que não seu habitat natural - são a segunda maior causa de extinção. Só perdem para o desmatamento. “É uma ameaça imperceptível para muitos. O leigo não percebe esse problema”, diz. Mas como essas espécies foram parar no Estado do Rio de Janeiro? “Na época do descobrimento, os colonizadores queriam tornar o Brasil o mais familiar possível. Por isso trouxeram plantas ornamentais, alimentos e animais domésticos”, afirma Bergallo.


Atualmente, ela acredita que o comércio global estimula essa transferência de maneira acidental ou intensional. Lastros de navio, marés, tráfico de fauna e cultivo agrícola são alguns “culpados”. Em Niterói, foi introduzido o Mico-leão-de-cara-dourada (na foto acima) que é da Bahia. “Se ele se acasalar com o Mico-Leão-Dourado, esse sim nativo, este pode ser hibridizado”, diz a pesquisadora. Por sua vez, a Amendoeira, proveniente da costa da Índia e da Malásia, invade os ambientes de praia do estado. “Essas espécies podem virar pragas”, afirma.


Na Ilha Stephens, na Nova Zelândia, um faroleiro levou para o local seu gato de estimação. Sozinho, o bichano causou a extinção da espécie de pássaro Xenicus lyalli. “O gato doméstico é um dos dez piores predadores. O homem o alimenta e ele caça a fauna nativa, garantindo sua reprodução por muitos anos”, afirma Bergallo.
Mico leão da cara dourada. http://colunas.epoca.globo.com/planeta/

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