sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Grupo interministerial mobilizará geoparks

Uma política mais estruturada em nível de Brasil para criação de novos projetos de geoparques, até que seja desenvolvida uma rede nacional, deverá acontecer nos próximos anos. O processo de discussão se amplia em nível federal, com a criação, nos próximos dias, por meio de portaria, de um grupo interministerial, que será o principal animador e organizador no País, fazendo um elo com a Unesco. A I Conferência Latino-Americana e Caribenha de Geoparks, que termina hoje, está sendo o centro das discussões desse novo redesenhar das perspectivas para o surgimento de novas unidades no Brasil. O grupo dará maior fundamentação técnica e irá estabelecer maiores critérios para que o País possa pleitear novos projetos na área em discussão.

Em alguns Estados esse processo de encaminhamento está sendo levado a sério, mas a criação de um grupo interministerial, que deverá acontecer nos próximos dias, por meio de portaria governamental, irá dar maior fundamentação técnica e estabelecer maiores critérios para que o País possa pleitear novas áreas de geoparks.

Atualmente, dois Estados brasileiros, com as áreas da Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul, e Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, estão com projetos voltados à criação de geoparks. O diretor para o Norte e Nordeste da Secretaria de Programas Regionais do Ministério da Integração Nacional (MIN), Fábio Eduardo de Melo Cunha, afirma que as discussões de inserção de um grupo interministerial veio a partir do momento em que áreas fora do foco de atuação do MIN começaram a se propor para geoparks.

De acordo com o diretor, a visão do Ministério é particular em relação aos geoparks, citando o exemplo do Cariri, que é um projeto calcado nas potencialidades regionais. "Nosso foco não é nos geoparks, mas no processo de desenvolvimento que ele é capaz de alavancar", destacou ele.

A partir desse apoio ao Geopark Araripe, se ampliou a discussão de novos projetos no Brasil, com outras unidades que estão pleiteando a mesma condição junto à Unesco, como no Quadrilátero Ferrífero e na Serra da Bodoquena. Fábio Melo destaca a importância de definição de uma política brasileira para os geoparks, que refletirá também na região do Cariri.

O trabalho agora, segundo ele, será de mobilização de vários ministérios, incluindo Meio Ambiente, Turismo, Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, para discussão de como será o apoio do Governo Federal e a validação a ser dada. A própria Unesco exige isto, dentro de uma visão de País, e não de Estado. O MIN irá liderar o trabalho junto com o Ministério do Turismo, já que é a atividade econômica e produtiva que melhor se associa ao geopark.

"Devemos fazer um esforço para organizar toda essa discussão em torno do que é o geopark para o Brasil", disse ela. Essa será uma forma de ampliar mecanismos de financiamento, aliados a uma política ou orientação pública federal sobre esse assunto, porque até hoje não tem ainda no País.

Para o diretor, é preciso organizar esse arcabouço em relação aos geoparques, no setor que está se firmando no Brasil, como uma possibilidade de se incorporar ao processo de desenvolvimento, basicamente ligado ao turismo. A ideia é que, definido o arcabouço legal e institucional, o País possa receber as propostas e dinamizar o processo com propostas e adequação das pretensas áreas para a Rede Global.

Ele ressalta que a intenção não é interferir nos processos de gestão das unidades, mas ser um animador no processo que toma dimensão maior no Brasil. "Não tem ingerência alguma na gestão e não há perspectiva disso em nível federal relativo aos processos já consolidados", explica. O grupo será um elo entre o País e a Unesco.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

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