domingo, 12 de dezembro de 2010

50 anos de olho no mar


Com 50 anos, o Labomar figura entre os importantes centros de pesquisa em ciências do mar do País. Lá, a pesquisa, a extensão e, mais recentemente, o ensino se complementam na busca por alternativas que promovam o desenvolvimento sustentável das regiões litorâneas.

Há meio século, o mar passou, oficialmente, a ser interesse da comunidade científica do Ceará. Foi fundado, na Capital, o Instituto de Ciências do Mar, o Labomar, pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Na época, o interesse principal era pela biologia das espécies marinhas do Nordeste e pela pesca da lagosta, do pargo, da cavala e da serra. “A gente fazia coleção de algas, peixes, crustáceos e estudava a pesca”, relembra o diretor-fundador do Labomar, Melquíades Pinto Paiva, professor emérito da UFC. Durante 50 anos, as pesquisas avançaram e o instituto passou a ser referência nacional no estudo do ambiente marinho.


Atualmente, o Labomar funciona com 18 laboratórios mais um navio-escola, o navio de pesquisa Martins Filho. Com a estrutura, abrigada num pequeno prédio com vista para o mar, no bairro Meireles, desenvolve diferentes pesquisas relacionadas ao mar, desde o estudo das espécies marinhas e a pesca sustentável até o monitoramento da exploração do pré-sal, em Belo Horizonte (MG) e no norte da bacia de Campos, no Rio de Janeiro. “O grande desafio do Labomar é fornecer conhecimento para que se faça uso do ambiente marinho, sem comprometê-lo”, explica o atual diretor do instituto, Manuel Furtado.


Ou seja, o desenvolvimento sustentável é o grande motivador do Labomar. As pesquisas enfatizam o uso do mar e do que ele dispõe de uma forma que não venha a degradar o ambiente. A partir dos estudos, são realizadas atividades de extensão, como capacitações com pescadores. “A tendência mundial é a pesca sustentável. É ter lucro, sem precisar esgotar aquilo que é oferecido pelo mar”, detalha. Além da pesquisa e da extensão, em 2008, o Labomar tornou-se uma unidade acadêmica da UFC com a criação dos cursos de Oceanografia e de Ciências Ambientais.


Durante os 50 anos, o Labomar passou por dificuldades. Conforme destacou o primeiro diretor do instituto, professor Melquíades, “a Estação de Biologia Marinha tinha tudo para não dar certo”. Logo no início, não havia “bens materiais” e os recursos eram escassos. Tanto que o estudantes precisavam utilizar laboratórios e equipamentos de outros cursos, como Farmácia, Medicina e Agronomia, para poder prosseguir com as pesquisas. Em 1971, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), foi realizada uma reforma e o Labomar pode, finalmente, andar com as próprias pernas.


Hoje, o Labomar experimenta um período de expansão. De acordo com o vice-diretor do instituto, Luís Parente, os incentivos financeiros das instituições de fomento à pesquisa e do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) proporcionaram a compra de equipamentos e a realização de concursos. “O Labomar cresceu tanto que está pequeno fisicamente. Antigamente, éramos mais tímidos, hoje estamos mais influentes no Brasil”.


Abstrato

O Labomar foi criado com o nome de Estação de Biologia Marinha, em 1960. Foi criado como um instituto aplicado da universidade. Com meio século de história, o instituto é referência nacional em estudos sobre os ecossistemas marinhos. Além de pesquisas e pós-graduação, a unidade acadêmica tem, desde 2008, graduação em Oceanografia e Ciências Ambientais. O Ciência & Saúde de hoje mostra a importância do instituto para os cearenses.O professor e engenheiro agrônomo, Melquíades Pinto Paiva, foi convidado para ser o primeiro diretor do Labomar. Melquíades foi professor do instituto até 1976. No último dia 2, em comemoração aos 50 anos do Labomar, aos 80 anos, ele recebeu o título de professor emérito da UFC.

Fonte: O POVO Online

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