quarta-feira, 14 de março de 2012

Tatu-bola será mascote da Copa 2014

O tatu-bola será o mascote da Copa de 2014. A notícia da escolha do animal, feita pela Fifa, deixou surpresa a Associação Caatinga, ONG cearense que lançou a campanha no início de fevereiro. O anúncio oficial será em outubro, em evento organizado pelo COL, comitê organizador do mundial.

Dedicada à causa ambiental há 13 anos, a entidade entregou, no fim daquele mês, um dossiê aos representantes do Ministério do Esporte. O tatu-bola ganhou simpatia imediata da Fifa. A ONG já trabalha os desdobramentos da escolha, que levará o "animalzinho que vira bola" para o centro das atenções.

A espécie, ameaçada de extinção, disputava com outros símbolos, como a onça pintada, a arara, o jacaré e o Saci Pererê. Natural da caatinga e do cerrado, o animal só existe no Brasil.

"É a possibilidade real de, pela primeira vez, a Copa do Mundo deixar um legado ambiental, não só para o tatu-bola, mas para todas as espécies ameaçadas de extinção na caatinga e no cerrado", frisa o biólogo Rodrigo Castro, secretário executivo da Associação Caatinga.


A expectativa é de que, com a visibilidade que a espécie terá com o mundial, haja a transferência de recursos para projetos e investimentos na valorização, conservação e uso sustentável do bioma caatinga, em sua totalidade. Rodrigo Castro informa que, se nada for feito, o tatu-bola pode ser extinto em dez anos.

Campanha

A Associação lançou o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) como mascote por ser um animal que só existe no Brasil e que tem a habilidade de curvar-se sobre si mesmo para se proteger quando ameaçado, ficando no formato de uma bola.

"Durante o mês de fevereiro, após a campanha ser lançada virtualmente, tivemos muitas adesões. A ideia se projetou de forma rápida pela internet, nos sites e redes sociais. É um exemplo de como uma ideia se espalhou com uma capilaridade incontrolável. A escolha, então, foi uma emoção incrível", diz Castro.

Segundo ele, a escolha do tatu-bola como mascote da Copa vai aliar a paixão brasileira pelo futebol à preocupação com o meio ambiente. Ele acredita que a espécie também exalta e divulga para o mundo algumas das qualidades do povo brasileiro, como a criatividade, a irreverência e o senso de humor.

Apesar de a escolha já ter sido feita, a Fifa ainda precisa registrar o desenho do tatu-bola no OHMI, instituição que trata de patentes na Europa. A Fifa e outras marcas internacionais costumam registrar logos oficiais e desenhos na organização.
Os desenhos e um vídeo com a mascote em movimento já foram produzidos por uma agência de publicidade contratada pela Fifa. O verde será a cor predominante do tatu-bola.

O animal mede cerca de 50 centímetros, tem hábito noturno e alimenta-se de cupins, formigas, cascas e raízes de plantas, além de frutas. Essa espécie não escava buracos, mas aproveita tocas abandonadas feitas por outros tatus. As fêmeas produzem, por ninhada, um ou dois filhotes. A caça é a principal ameaça à sobrevivência da espécie.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste/ Reportagem de Silvana Claudino

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