sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Geoparque para a Serra da Bodoquena e região, no Mato Grosso do Sul


Às vésperas do início da Primavera, “quando as matas secas da Serra da Bodoquena se vestiam de verde”, deu-se em Bonito, Mato Groso do sul, uma profunda discussão sobre paisagem cultural e sua preservação, tendo como mote a recente criação do Geoparque Araripe, no sertão nordestino do Brasil e o seu reconhecimento pela UNESCO.

Apesar da baixa participação no Seminário “Serra da Bodoquena (MS) – Paisagem Cultural e Geoparque”, promovido pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e Prefeitura Municipal de Bonito, os presentes estavam como pessoas e não como instituições e, o que chamava a atenção, era a presença de espírito de todos, o que levava à permanência contínua, até o fim de longas apresentações.

Mais do que simples palestras, as apresentações foram momentos de profunda reflexão, principalmente a respeito de uma nova modalidade de preservação internacional que surge com os geoparques da UNESCO.

Todos saíram do seminário com a alma leve, não havia pontos de discórdia. A dificuldade em se fechar um documento, a ser denominado “Carta da Serra da Bodoquena”, expressava o fato de não haver palavras para definir o que se passou ali em Bonito, entre os dias 19 e 21 de setembro de 2007. O que aconteceu não é para ser entendido e sim sentido, e passar sentimentos para palavras é um dom que apenas aos poetas pertence.

Rabiscado num papel, foi escrito: “não olhe para as sombras passageiras que tentam ocultar o Sol e sim olhe para a luz que nos inunda, as criaturas das trevas se retiram quando a luz triunfa e nós triunfamos!”, e foi com essa sensação que o seminário foi finalizado. E foi sob essa luz que se mostrou como pedras e fósseis possibilitam a perpetuação e divulgação da paisagem cultural de uma região através da criação dos geoparques, como o recentemente instituído pela UNESCO na região do Cariri no interior do Ceará.


Parte de artigo do Prof. Paulo César Boggiani,Geólogo formado e com doutorado pela Universidade de São Paulo. Professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Diretor Científico da FUNDECT - Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul. E atualmente professor do Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental do Instituto de Geociências da USP.

Um comentário:

Unknown disse...

eu estive participando do simposio geoparque e gestão, onde foram muito bem abordados todos os assuntos relativos a chancela da unesco do futuro geopark pantanal-serra da bodoquena e vejo que há a necessidade de uma proatividade para a criação e chancela do mesmo.