Burle Marx se dedicou ao estudo da flora brasileira. Em seus projetos artísticos, costumava valorizar a beleza e o desenho das espécies nacionais. Desde muito cedo, Roberto Burle Marx encantou-se pelo mundo do paisagismo. O artista cresceu em meio ao verde das plantas e à exuberância de suas formas. A paixão herdada da mãe levou-o a começar sua coleção de plantas com apenas sete anos de idade.
Ele costumava lembrar de sua mãe podando as roseiras do jardim de casa. Ficava impressionado como aqueles galhos secos se transformavam numa emoção de cores. Nessa época, a planta já lhe emocionava. "Uma vez, minha tia me deu uma bromélia de presente. Fiquei tão feliz que nem consegui dormir naquele dia. Foi então que eu descobri a importância da planta na minha vida", deixou registrado, em depoimento.
A coleção da infância se transformou num grande acervo, composto por mais de 3.500 espécies, doado por Burle Marx ao Governo Federal em 1985. No terreno de 407 mil metros quadrados no Rio de Janeiro, ao longo de 45 anos o artista e paisagista organizou e preservou um dos mais importantes conjuntos de plantas vivas do mundo, seja pela quantidade de indivíduos, seja pela diversidade das espécies preservadas, destacando-se as famílias das "Araceae", "Bromeliaceae", "Cycadaceae", "Heliconiaceae", "Marantaceae", "Arecaceae" e "Velloziaceae".
Após a doação ao governo, o espaço passou a ser chamado de Sítio Roberto Burle Marx. O lugar dispõe, ainda, de um importante patrimônio museológico e bibliográfico, contando com uma série de coleções de arte sacra, pré-colombiana, popular brasileira em cerâmica (principalmente do Vale do Jequitinhonha) e madeira, mobiliário e objetos de decoração, assim como pinturas e esculturas feitas pelo próprio Burle Marx e por outros artistas contemporâneos.
Flora brasileira
Quando esteve na Alemanha, em 1928, encontrou uma série fabulosa de plantas brasileiras nas estufas de Berlim. "Me perguntei por que não se via essas plantas nos nossos jardins. Então, comecei a fazer excursões de coleta pelo país afora", dizia.
Burle Marx era um apaixonado pela flora brasileira e realizou inúmeras viagens por todo o território nacional à procura de plantas raras e exóticas. À medida em que mergulhava nessas pesquisas, virou um tipo de botânico autodidata, especialista em plantas tropicais. Sua relação com a natureza era quase religiosa. A reverência ao verde o transformou em pioneiro na luta pela preservação do meio ambiente.
Ícone do paisagismo mundial, Roberto Burle Marx recebeu, ainda em vida, o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade de Florença. O artista contribuiu imensamente com a flora nacional, ao descobrir cerca de 50 plantas. Era como um alquimista da natureza, gostava de misturar plantas diferentes e tinha uma preocupação com a manutenção e a reprodução das espécies. Em seus projetos, ele deixava um espaço para o "rispado", um tipo de viveiro para o cultivo das plantas. Uma das características de seu trabalho era, inclusive, a busca pela vegetação do lugar de origem. Esse foi um dos legados do paisagista, que chamou atenção para seu trabalho fora do Brasil.
Outras contribuições significativas foram a criação do conceito de "jardim vertical", com arranjos que escalam totens metálicos e esculturas de pedra, e a ideia de fazer do jardim uma "experiência estética", para causar sensações a quem o atravessa, antecipando, de certa forma, o pensamento das instalações contemporâneas.
Obras
Foi na época em que morou no Recife que Burle Marx se tornou o paisagista celebrado que conhecemos. À frente do Departamento de Parques e Jardins de Pernambuco, ele consolidou seu projeto estético. Ao invés de copiar os jardins europeus, ou mesmo das principais metrópoles do país, ele surpreendeu ao valorizar a flora nativa. Radicalismo que remete ao entusiasmo com nossas particularidades que foi um dos pilares do período modernista de 1922. Faleceu em 5 de junho de 1994. Deixou mais de dois mil projetos prontos. Entre os mais famosos, o Aterro do Flamengo, o Largo da Carioca, a orla do Leme, o calçadão de Copacabana, os jardins suspensos do Outeiro da Glória, no Rio de Janeiro, o Longwood Gardens na Filadélfia e o jardim do Aeroporto da Pampulha, na capital mineira.
Ele costumava lembrar de sua mãe podando as roseiras do jardim de casa. Ficava impressionado como aqueles galhos secos se transformavam numa emoção de cores. Nessa época, a planta já lhe emocionava. "Uma vez, minha tia me deu uma bromélia de presente. Fiquei tão feliz que nem consegui dormir naquele dia. Foi então que eu descobri a importância da planta na minha vida", deixou registrado, em depoimento.
A coleção da infância se transformou num grande acervo, composto por mais de 3.500 espécies, doado por Burle Marx ao Governo Federal em 1985. No terreno de 407 mil metros quadrados no Rio de Janeiro, ao longo de 45 anos o artista e paisagista organizou e preservou um dos mais importantes conjuntos de plantas vivas do mundo, seja pela quantidade de indivíduos, seja pela diversidade das espécies preservadas, destacando-se as famílias das "Araceae", "Bromeliaceae", "Cycadaceae", "Heliconiaceae", "Marantaceae", "Arecaceae" e "Velloziaceae".
Após a doação ao governo, o espaço passou a ser chamado de Sítio Roberto Burle Marx. O lugar dispõe, ainda, de um importante patrimônio museológico e bibliográfico, contando com uma série de coleções de arte sacra, pré-colombiana, popular brasileira em cerâmica (principalmente do Vale do Jequitinhonha) e madeira, mobiliário e objetos de decoração, assim como pinturas e esculturas feitas pelo próprio Burle Marx e por outros artistas contemporâneos.
Flora brasileira
Quando esteve na Alemanha, em 1928, encontrou uma série fabulosa de plantas brasileiras nas estufas de Berlim. "Me perguntei por que não se via essas plantas nos nossos jardins. Então, comecei a fazer excursões de coleta pelo país afora", dizia.
Burle Marx era um apaixonado pela flora brasileira e realizou inúmeras viagens por todo o território nacional à procura de plantas raras e exóticas. À medida em que mergulhava nessas pesquisas, virou um tipo de botânico autodidata, especialista em plantas tropicais. Sua relação com a natureza era quase religiosa. A reverência ao verde o transformou em pioneiro na luta pela preservação do meio ambiente.
Ícone do paisagismo mundial, Roberto Burle Marx recebeu, ainda em vida, o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade de Florença. O artista contribuiu imensamente com a flora nacional, ao descobrir cerca de 50 plantas. Era como um alquimista da natureza, gostava de misturar plantas diferentes e tinha uma preocupação com a manutenção e a reprodução das espécies. Em seus projetos, ele deixava um espaço para o "rispado", um tipo de viveiro para o cultivo das plantas. Uma das características de seu trabalho era, inclusive, a busca pela vegetação do lugar de origem. Esse foi um dos legados do paisagista, que chamou atenção para seu trabalho fora do Brasil.
Outras contribuições significativas foram a criação do conceito de "jardim vertical", com arranjos que escalam totens metálicos e esculturas de pedra, e a ideia de fazer do jardim uma "experiência estética", para causar sensações a quem o atravessa, antecipando, de certa forma, o pensamento das instalações contemporâneas.
Obras
Foi na época em que morou no Recife que Burle Marx se tornou o paisagista celebrado que conhecemos. À frente do Departamento de Parques e Jardins de Pernambuco, ele consolidou seu projeto estético. Ao invés de copiar os jardins europeus, ou mesmo das principais metrópoles do país, ele surpreendeu ao valorizar a flora nativa. Radicalismo que remete ao entusiasmo com nossas particularidades que foi um dos pilares do período modernista de 1922. Faleceu em 5 de junho de 1994. Deixou mais de dois mil projetos prontos. Entre os mais famosos, o Aterro do Flamengo, o Largo da Carioca, a orla do Leme, o calçadão de Copacabana, os jardins suspensos do Outeiro da Glória, no Rio de Janeiro, o Longwood Gardens na Filadélfia e o jardim do Aeroporto da Pampulha, na capital mineira.
Fonte: Caderno 3/ Diario do Nordeste