segunda-feira, 15 de setembro de 2008

"Registrar a devastação me destroi por dentro". Fotógrafo Rodrigo Baleia


Desde 2000, o fotógrafo gaúcho Rodrigo Baleia vai à Amazônia duas vezes ao ano. Ex-estudante de biologia, sempre quis registrar o trabalho científico, a fauna e a flora da região. No entanto, por acompanhar expedições de organizações ambientais como o Greenpeace, seu principal trabalho é fazer registros da destruição da floresta, que sirvam como denúncia.

"A primeira vez em que estive na Amazônia foi com o Greenpeace. Fiquei três meses e meio embarcado num navio, viajando pela região. Participei daquela campanha e, desde então, me convidam para documentar os trabalhos deles na região".


Visitar a Amazônia é uma experiência triste para Baleia. "A cada ano que vou é mais destruição. E ela tem uma escala gigantesca. As coisas estão sempre de mal a pior. Muitas vezes perco a minha fé, pois nesses anos todos só vi destruição. Vi muita gente subindo em palanque, mas nada sendo feito. Por isso acho importante todos fazerem sua parte. Uso minha fotografia para denunciar isso".

Para o fotógrafo, é chocante constatar que fora da Amazônia as pessoas não tenham amplo conhecimento da situação. "Quando volto, todos querem saber das belezas de lá, dos animais, das plantas. Mas poucas vezes me deparo com as belezas. Onde vou, as pessoas querem me matar, ameaçam meus colegas. O pessoal do Ibama também sofre e é ameaçado. As pessoas não imaginam que nesses lugares, se você botar os pés para fora do avião com uma máquina no pescoço, pode não voltar vivo".

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