segunda-feira, 15 de setembro de 2008

"Toda vez fico abalado". Rodrigo Baleia ²


O fotógrafo de 37 anos, que reside atualmente em São Paulo, está de mudança marcada para Manaus, onde pretende dar continuidade a seu trabalho de documentar a floresta. "As fotos aéreas me chocam muito porque mostram a escala da destruição. Toda vez fico abalado. Você está a alguma centenas de metros de altura e vê queimada até o horizonte. É uma coisa muito forte ver essas queimadas de cima", conta.

Mas também no chão Baleia diz ser afetado pela tristeza de ver a mata sendo devastada. "As árvores parecem corpos. São seres vivos que acabaram de morrer. Tenho vontade de pedir desculpas. É minha espécie que está fazendo isso."
Baleia explica que é da revolta contra o desmatamento que tira força para seguir trabalhando: "Sinto muita impotência em ver que está tudo queimando e não há nada que possa ser feito. É uma coisa que me destrói por dentro. Mas nada que uma chorada dentro do avião não recomponha, dando-me ânimo para a próxima."

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