Mais de 70% das visitas a parques nacionais no Brasil se limitam a apenas dois deles: Iguaçu (PR), onde estão as belas cataratas compartidas com a Argentina, e Tijuca (RJ), sede do famoso Corcovado. Mesmo assim, a maioria das pessoas que chega à imponente estátua do Cristo Redentor sequer sabe que ela está dentro de uma unidade de conservação. “Iguaçu só está preparado para visitas de massa. Quem vai até lá vê apenas um vigésimo do parque. Já o da Tijuca ainda perde muito porque não tem política estruturada de cobrança e tampouco diversificação de serviços. E não é culpa do atual diretor (Ricardo Calmon), que é um cara ótimo”, afirma Pedro da Cunha e Menezes.
Para ele, a solução só virá quando existirem diferentes níveis de parque e graduações para seus chefes: quais cursos ele possui; o que deve fazer para subir na instituição e; principalmente, se existirá continuidade de políticas de governo após o outro. “O próprio Instituto Chico Mendes erra quando diz que Iguaçu tem mais visita do que Tijuca. Ele só computa quem paga para ver o Corcovado, não observa os outros dois milhões que vão para o outro lado”, conclui. Nenhum deles, porém, consegue viver apenas do turismo.
Que o diga então o Parque Nacional de Brasília, movimentado graças a duas piscinas de água mineral em seu interior. E, assim como ocorre na Tijuca, quase ninguém sabe que elas estão inseridas em uma área protegida. Além disso, ao longo de seus trinta mil hectares, apenas duas pequenas trilhas (uma, na verdade, em trechos de estrada de terra) foram abertas para a observação de aves ou para caminhadas.
Em Aparados da Serra, na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a Abeta criou o Grupo de Prevenção Aparados da Serra (Grupas). A principal meta da equipe, que conta com cerca de trinta voluntários, é prevenir acidentes relacionados ao Ecoturismo e Turismo de Aventura no parque. Segundo Raquel Müller, trata-se de uma boa ferramenta para fomentar o ingresso de brasileiros e estrangeiros. “Nós podemos fazer diagnósticos e ajudar no planejamento dentro de unidades de conservação”, destaca.
Da mesma reportagem. Vale a pena conferir.
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