Os principais equipamentos turísticos do Sítio Fundão, que foi comprado pelo Governo do Estado, no valor de R$ 1,2 milhão, para ser transformado no Parque Estadual, estão se acabando. A casa de taipa, única na região construída com primeiro andar, está caindo. O engenho de pau, puxado a boi, do século XIX, está coberto pelo mato. A estrutura de madeira e telha caiu por cima das moendas. A barragem, construída pelos escravos, foi destruída.
A casa-sede, onde funcionou a residência do ex-proprietário Jefferson da Franca Alencar, está com o madeiramento comprometido. Praga de cupim e umidade tornaram as estruturas danificadas. Tornou-se um risco de pessoas visitarem o local. Há ameaça de desabamento. Ambientalistas mostram-se preocupados, pois o antigo imóvel não suporta mais um inverno.
A ordem de serviço assinada pelo governador Cid Gomes no dia 1º de junho de 2009, na Universidade Regional do Cariri, não foi cumprida. A empresa que venceu a licitação não iniciou a obra. De acordo com o novo gerente do Parque Estadual do Fundão, Mardineuson Sena, a empresa argumentou a falta de ligação de energia elétrica, fato sanado com a intervenção do próprio Governo do Estado. Porém, ao final, demonstrou total desinteresse na realização do projeto. Está sendo discutida a possibilidade de repassar a execução do projeto para outra empresa.
Esta semana, Mardineuson esteve no Fundão com uma equipe de ecologistas e representantes de órgãos ambientais com o objetivo de conhecer o estado de conservação do sítio e dar explicações sobre o andamento do projeto que prevê a construção de um prédio para a Companhia de Policiamento Ambiental (CPMA), uma sede para a Unidade de Conservação Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), uma casa para o gerente, um estábulo para cavalos da CPMA, galpão garagem para máquinas/veículos, um espaço multiuso com auditório e alojamentos. O projeto inclui também a abertura de trilhas ecológicas e instalação de placas educativas.
Na oportunidade, Mardineuson anunciou a recuperação da barragem de pedras, da casa-sede e do engenho de pau. Ressaltou, entretanto, que os trabalhos só serão iniciados depois da conclusão do processo de tombamento que tramita na Secretaria de Cultura e Turismo do Estado, o que deve acontecer, segundo afirmou, nestes próximos dias. "Os recursos existem, mas só serão aplicados quando o processo for concluído", disse.
Quanto à proibição de visitas, ele explicou que é uma determinação do Ministério Público por uma questão de segurança do Parque e das pessoas. Mas com o envio de documento, justificando os objetivos da visita, a autorização pode ser expedida pela gerência do Parque, mediante a viabilização e o acompanhamento por parte da CPMA, sempre no turno da manhã.
O Sítio Fundão é uma reserva ecológica localizada na área urbana do Crato. Em 2008, tornou-se um parque estadual. Localizado a três quilômetros do Centro do Crato, incluindo espécies de Cerrado até remanescentes da Mata Atlântica.
Apresenta características da composição florestal original que existia nesta área do Estado, bastante rica biodiversidade. A área, de 93,54 hectares, desapropriada pelo Governo do Estado em fevereiro de 2008, estava sendo motivo de preocupação e reivindicação da comunidade local que denunciava ações predatórias contra os aspectos físicos, biológicos e históricos da área.
No dia 14 de março do mesmo ano, o Governo do Estado criou o Parque Estadual do Sítio Fundão, uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, que encontra-se sob a responsabilidade da SEMACE.
Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste
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