domingo, 1 de maio de 2011

Capoeira resgata cultura no interior do Ceará

Evento internacional, Tribos, Berimbaus e Tambores será realizado no interior do Estado incentivando a capoeira

Fortaleza. Há muito tempo a capoeira deixou de ser somente uma roda de luta, dança e música. Em todo o Brasil, grupos se reúnem para discutir, pensar e planejar a atividade como instrumento pedagógico, fonte de pesquisa, história e cultura. No Ceará, o Tribos, Berimbaus e Tambores - Festival Internacional de Capoeira e Tradições Afrodescendentes, que está em sua quarta edição, mostra todo o universo da capoeira. O evento acontece de maio a julho, em vários Municípios do Ceará, com realização do Centro Cultural Capoeira Água de Beber (Cecab).

A novidade desta edição é a realização do Festival em cidades-polos, conforme conta Robério Queiroz, conhecido na área como Mestre Ratto. "Aqui em Fortaleza, despertamos para a capoeira não só como esporte. É fonte de informação histórica, para educação, cultura", conta. "Agora, vamos levar esta discussão para o interior", disse.

O primeiro Município a receber a caravana será Itapipoca, de 27 a 29 de maio. Em seguida, o grupo segue para o Cariri. No Crato, as atividade serão realizadas de 24 e 26 de junho. Em julho, duas cidades serão sede do Festival: Cascavel, dias 9 e 10; e Redenção, de 15 e 17. Em Fortaleza, o evento será realizado em um período maior, de 17 a 21 de julho. Finalizando a edição, na localidade de Parajuru, em Beberibe, será realizado o último encontro, nos dias 22, 23 e 24 de julho.

Como relata Mestre Ratto, nos últimos 20 anos, os grupos de capoeira se espalharam por todo o Brasil, mas sempre com foco na prática esportiva. A popularização também chegou ao interior. Hoje, não tem um Município que não tenha o seu grupo de capoeira, seja de crianças, jovens ou adultos. Agora, o movimento que defende a cultura afrodescendente quer difundir essas práticas como objeto de pesquisa, possibilidades de inclusão, socialização e de fortalecimento de uma cultura.

Nos Estados da Bahia e do Rio de Janeiro, a divulgação já acontece. Aqui, segundo informa Mestre Ratto, "a gente está passando por este momento agora. Não focamos somente no jogo, temos estudado sobre a cultura". Para repassar este conhecimento para professores e estudantes, eles utilizam-se dos próprios elementos da capoeira: música, jogo, dança, vestuário, gastronomia.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

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