Inaugurada festiva e pomposamente pelo Presidente Lula, no ano passado, a Usina de Biodiesel de Quixadá, que custou a bagatela de US$ 100 milhões, continua sem operar e em ritmo "stand by". O Secretário Estadual do Desenvolvimento Agrário Camilo Santana, tenta, junto à Diretoria da Petrobras de Janeiro, no Rio, meios para reativar o projeto.
Durante algum tempo a Usina de Biodiesel de Quixadá, que deveria ser apoiada pelo Programa de Agricultura Familiar de Plantio da Mamona, manteve a sua operação de produção de biodiesel movida a óleo de soja "in natura", produzido nos Cerrados do Piauí, transportado ao Ceará, "em lombo caminhão" movido a óleo diesel, derivado de petróleo.Coisas do Brasil bem brasileiro.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Agosto da Arte CCBNB Cariri
O Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB), dentro da sua programação de Artes Visuais, realiza anualmente no mês de agosto, o evento especial III BNB AGOSTO DA ARTE nos CCBNBs-Fortaleza, Cariri e Sousa. Com uma ampla programação, O III BNB AGOSTO DA ARTE afirma o compromisso cultural de contribuir no fomento à reflexão de temas relevantes da arte contemporânea, além de estimular o diálogo entre artistas, pesquisadores e a sociedade, criando um fértil fórum de debates.
O objetivo do AGOSTO DA ARTE é criar um ambiente propício para o fomento da produção local, aliado ao desejo de ver a arte como “o exercício experimental da liberdade”. São proposições de ações focadas no processo artístico que possibilitem a interação entre artistas de outras regiões e a formação do artista local através de ações diretas e indiretas, colocando assim a produção local em discussão, numa troca de experiências com curadores e artistas visitantes.
O Agosto da Arte se constitui em uma importante ação do CCBNB para a atualização do debate e a criação do espaço necessário para deflagrar o potencial poético de cada subjetividade. Com ações deste porte, o CCBNB se coloca com o desafio de atuar para uma mudança efetiva da plena realização da Arte que se produz na região Nordeste do Brasil. Para a edição 2009, o III BNB Agosto da Arte contemplará uma série de eventos nos diversos segmentos das artes visuais: intervenções urbanas, exposições, performances, cursos, oficinas, intercâmbio entre artistas e seminário avançado de arte.
O objetivo do AGOSTO DA ARTE é criar um ambiente propício para o fomento da produção local, aliado ao desejo de ver a arte como “o exercício experimental da liberdade”. São proposições de ações focadas no processo artístico que possibilitem a interação entre artistas de outras regiões e a formação do artista local através de ações diretas e indiretas, colocando assim a produção local em discussão, numa troca de experiências com curadores e artistas visitantes.
O Agosto da Arte se constitui em uma importante ação do CCBNB para a atualização do debate e a criação do espaço necessário para deflagrar o potencial poético de cada subjetividade. Com ações deste porte, o CCBNB se coloca com o desafio de atuar para uma mudança efetiva da plena realização da Arte que se produz na região Nordeste do Brasil. Para a edição 2009, o III BNB Agosto da Arte contemplará uma série de eventos nos diversos segmentos das artes visuais: intervenções urbanas, exposições, performances, cursos, oficinas, intercâmbio entre artistas e seminário avançado de arte.
Escola de Arte do Crato
A Prefeitura Municipal do Crato, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude informa que na próxima segunda-feira, 3 de agosto, a Escola Municipal de Cultura e Arte- EMCART- iniciará as inscrições do CRATEANDO (aulas de teatro) do segundo semestre 2009. Essas aulas são destinadas às crianças e adolescentes e pessoas da terceira idade da cidade do Crato. O local das inscrições será o Teatro Municipal Salviano Arraes Saraiva no horário das 9 às 16 horas até o dia 7 de agosto, sexta-feira. As aulas serão reiniciadas no dia 10 de agosto, segunda feira.
Fonte Blog do Crato http://blogdocrato.blogspot.com/
Fonte Blog do Crato http://blogdocrato.blogspot.com/
Nordeste sem plano e à deriva
Nem os oito anos de Governo Fernando Henrique Cardoso nem os quase sete da atual gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, o mais popular presidente da história política brasileira, deram a este País — e ao Nordeste, particularmente — um plano estratégico de desenvolvimento. Nos tempos de FHC, cuidou-se apenas de dinamizar o que já era dinâmico, ou seja, o Sudeste. Nos de Lula, o que há é o Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC, uma sonora sigla de poucos resultados — é só ver o que está previsto para o Ceará e o que já foi realizado.
FHC e Lula deixaram de lado o planejamento e por causa disto mesmo o Nordeste está hoje sem rumo. Desnorteados, os nordestinos brigam entre si por objetivos comuns. Cada governador desta região quer um porto marítimo, uma refinaria, uma siderúrgica, uma fábrica de automóvel, uma ZPE e também um estádio de futebol, novo ou reformado, para a Copa do Mundo de 2014. Como Lula é de Garanhuns, Pernambuco leva vantagem. O último espasmo de planejamento de que se tem notícia neste País tropical teve registro no Governo Geisel. De lá para cá, tudo aconteceu na base do cada um por si. No começo da gestão Lula, houve uma tentativa de elaboração de um Plano Nacional de Desenvolvimento Regional, nos mesmos moldes do implementado pela Comunidade Européia. Mas deu em nada. O Nordeste voltou ao trivial, isto é, navega à deriva.
Da Coluna Egídio Serpa do Jornal Diário do Nordeste, em 31/07/ 2009
FHC e Lula deixaram de lado o planejamento e por causa disto mesmo o Nordeste está hoje sem rumo. Desnorteados, os nordestinos brigam entre si por objetivos comuns. Cada governador desta região quer um porto marítimo, uma refinaria, uma siderúrgica, uma fábrica de automóvel, uma ZPE e também um estádio de futebol, novo ou reformado, para a Copa do Mundo de 2014. Como Lula é de Garanhuns, Pernambuco leva vantagem. O último espasmo de planejamento de que se tem notícia neste País tropical teve registro no Governo Geisel. De lá para cá, tudo aconteceu na base do cada um por si. No começo da gestão Lula, houve uma tentativa de elaboração de um Plano Nacional de Desenvolvimento Regional, nos mesmos moldes do implementado pela Comunidade Européia. Mas deu em nada. O Nordeste voltou ao trivial, isto é, navega à deriva.
Da Coluna Egídio Serpa do Jornal Diário do Nordeste, em 31/07/ 2009
Nordeste sem plano e à deriva
Nem os oito anos de Governo Fernando Henrique Cardoso nem os quase sete da atual gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, o mais popular presidente da história política brasileira, deram a este País — e ao Nordeste, particularmente — um plano estratégico de desenvolvimento. Nos tempos de FHC, cuidou-se apenas de dinamizar o que já era dinâmico, ou seja, o Sudeste. Nos de Lula, o que há é o Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC, uma sonora sigla de poucos resultados — é só ver o que está previsto para o Ceará e o que já foi realizado.
FHC e Lula deixaram de lado o planejamento e por causa disto mesmo o Nordeste está hoje sem rumo. Desnorteados, os nordestinos brigam entre si por objetivos comuns. Cada governador desta região quer um porto marítimo, uma refinaria, uma siderúrgica, uma fábrica de automóvel, uma ZPE e também um estádio de futebol, novo ou reformado, para a Copa do Mundo de 2014. Como Lula é de Garanhuns, Pernambuco leva vantagem. O último espasmo de planejamento de que se tem notícia neste País tropical teve registro no Governo Geisel. De lá para cá, tudo aconteceu na base do cada um por si. No começo da gestão Lula, houve uma tentativa de elaboração de um Plano Nacional de Desenvolvimento Regional, nos mesmos moldes do implementado pela Comunidade Européia. Mas deu em nada. O Nordeste voltou ao trivial, isto é, navega à deriva.
Da Coluna Egídio Serpa do Jornal Diário do Nordeste, em 31/07/ 2009
FHC e Lula deixaram de lado o planejamento e por causa disto mesmo o Nordeste está hoje sem rumo. Desnorteados, os nordestinos brigam entre si por objetivos comuns. Cada governador desta região quer um porto marítimo, uma refinaria, uma siderúrgica, uma fábrica de automóvel, uma ZPE e também um estádio de futebol, novo ou reformado, para a Copa do Mundo de 2014. Como Lula é de Garanhuns, Pernambuco leva vantagem. O último espasmo de planejamento de que se tem notícia neste País tropical teve registro no Governo Geisel. De lá para cá, tudo aconteceu na base do cada um por si. No começo da gestão Lula, houve uma tentativa de elaboração de um Plano Nacional de Desenvolvimento Regional, nos mesmos moldes do implementado pela Comunidade Européia. Mas deu em nada. O Nordeste voltou ao trivial, isto é, navega à deriva.
Da Coluna Egídio Serpa do Jornal Diário do Nordeste, em 31/07/ 2009
Forum do Turismo a favor de resort e contra a eólica
No dia 8 de junho deste ano, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace) apresentou para Consulta Pública a proposta de um novo texto para o Decreto de Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE), que será alterado para proibir o aproveitamento de 10% do campo de dunas para empreendimentos turísticos. Com exceção dos projetos já em curso, como o do Aquiraz Riviera e o do Villa Galé, por exemplo. Mas a proposta permite que se instalem sobre as dunas equipamentos de geração de energia eólica — aqueles gigantescos cataventos de aço.
O Fórum de Turismo do Ceará (Fortur-Ce), que congrega o chamado trade turístico e alguns organismos governamentais, está contra a proposta de mudança da legislação do ZEE, que vige desde 2006. O Fórum elaborou e está distribuindo para formadores de opinião um conjunto de argumentos que rejeitam aerogeradores nas praias cearenses, que seriam áreas exclusivas para a construção de empreendimentos turísticos, como resorts. O Fórum também diz que a proposta “não foi apresentada ou discutida com os prefeitos do litoral e com a sociedade civil” e não teve qualquer argumento “técnico-científico que a justificasse”.
A questão segue sendo debatida pela Internet e, pelo visto, ainda gerará muitas discussões. O Fortur jura que defende uma ocupação equilibrada do litoral do Ceará, dando ao turismo a prioridade que deve ter.
Do Blog do Egídio Serpa http://blogs.diariodonordeste.com.br/egidio/
O Fórum de Turismo do Ceará (Fortur-Ce), que congrega o chamado trade turístico e alguns organismos governamentais, está contra a proposta de mudança da legislação do ZEE, que vige desde 2006. O Fórum elaborou e está distribuindo para formadores de opinião um conjunto de argumentos que rejeitam aerogeradores nas praias cearenses, que seriam áreas exclusivas para a construção de empreendimentos turísticos, como resorts. O Fórum também diz que a proposta “não foi apresentada ou discutida com os prefeitos do litoral e com a sociedade civil” e não teve qualquer argumento “técnico-científico que a justificasse”.
A questão segue sendo debatida pela Internet e, pelo visto, ainda gerará muitas discussões. O Fortur jura que defende uma ocupação equilibrada do litoral do Ceará, dando ao turismo a prioridade que deve ter.
Do Blog do Egídio Serpa http://blogs.diariodonordeste.com.br/egidio/
Jorge Emicles: o Crato que queremos
Nascido da expansão do gado, no conhecido ciclo do couro, toda a região do Cariri se firmou a partir da guerra. Primeiro inimigo enfrentado e vencido, foram os índios da valente nação Kariri, os quais opuseram firme resistência aos colonizadores jesuítas, primeiro porque se mostraram indiferentes às tentativas pacíficas de catequização e mais tarde porque ofereceram séria resistência à ocupação pela força. Tal realidade em verdade fez perecer quase que completamente os primitivos ocupantes da região, não conseguindo, contudo, aniquilar sua viril cultura. Mas o fato é que os veios de sangue definitivamente marcam as origens e tradições culturais da região.
Vencidos os bugres, ainda assim persistiu o povo caririense com o estigma da violência, tanto pelas invencíveis guerras dos coronéis quanto especialmente pelos movimentos revolucionários que se instauraram no Cariri, pelas mãos de José Martiniano de Alencar e sua irmã Bárbara, os quais culminaram com a proclamação da independência e república em 1817, prisão dos revolucionários em Fortaleza e Salvador e ressurgimento do movimento, o qual terminou com a definitiva ascensão política de seus cultores e definhamento e morte de seus inimigos. Não contudo, sem a presença do sangue, como são os casos do assassinato em batalha de José Martiniano e o fuzilamento de Pinto Madeira, fato que nas palavras do ilustre Raimundo de Oliveira Borges se constitui na única (preferimos dizer maior) injustiça praticada pelo Poder Judiciário da Comarca do Crato – que por sinal é a mais antiga de todo o interior Cearense.
Chegados os anos áureos, que vieram junto com a estrada de ferro, o Crato foi o grande comandante político e econômico da região. Centro do comércio local, o Crato e o Cariri representaram importante marco no povoamento e desenvolvimento regional, inclusive porque estão localizados no centro geográfico do nordeste brasileiro. Tal importância é por sinal, muito bem relatada pelo ilustre antropólogo carioca Darci Ribeiro em obra fundamental ao entendimento da construção da nação brasileira, cujo título é O POVO BRASILEIRO.
Sedimentada sua economia não só no comércio, como também e com igual importância no cultivo e industrialização da cana-de-açúcar, o Crato sofre enorme revés com o fenômeno social do Padre Cícero. Primeiro porque suas lideranças não tiveram a real percepção da ilustre figura do patriarca de Juazeiro, o qual viam como um conspirador contra os interesses oligárquicos locais e depois porque levaram sua resistência aos extremos, inclusive incitando a guerra, como foi o caso da invasão do Crato pelos romeiros em 1914, fato que até o presente deixa severas marcas na cultura e no imaginário popular local, o que somente repele a consciência da necessidade de ações conjuntas em toda a região. A violência, contudo, não se resume somente a isto, sendo igualmente marcante a destruição do povoado do Caldeirão do Beato José Lourenço, que como um dos mais importantes herdeiros do Padre Cícero, representa o mais evidente símbolo dos perigos que as idéias de associativismo representava para a oligarquia canavieira local.
Mesmo ante o ocaso, e apesar da renitente falta de visão e compromisso dos seus líderes, o Crato ainda consegue sobreviver e se manter como marco regional. Apoiado agora nas suas raízes culturais e tradição educacional, firmadas a primeira pela ação indelével das tradições folclóricas resistidas e que se apóiam em todos os importantes eventos históricos, mesclando a ação dos diversos povos que firmaram suas origens e a segunda na ação positiva da igreja católica romana, que de há muito plantou as sementes do conhecimento, seja através do Seminário São José, do Colégio Diocesano e mesmo da antiga Faculdade de Filosofia que é o marco fundador da própria Universidade Regional do Cariri. São todas estas tradições e valores que transmudaram o Crato na conhecida Capital da Cultura, título reconhecido pelo próprio Governo Estadual na administração de Lúcio Alcântara.
Contudo, mesmo ainda gozando de relativa importância, é forçoso reconhecer que o Crato vive processo de decadência, o qual precisa ser estancado, para o que é imprescindível reconhecer que nem a cidade nem os tempos são mais os mesmos. Viver do saudosismo do passado e se impor a importância que não mais se tem são na verdade mecanismos que somente auxiliam o próprio declínio. Assim, para voltar a crescer é preciso, verificando as novas realidades do mundo moderno, reconhecer quais seriam as vigentes e próprias vocações do Crato. Não adianta tentar competir na força do comércio e da crescente metrópole, porque inquestionavelmente este espaço já foi tomado pela vizinha Juazeiro do Norte; Não vale pretender retomar espaço de pioneiro na industrialização também. As verdadeiras vocações do Crato, à toda prova, definitivamente estão na valorização da cultura local e meio ambiente privilegiado, através de diversas formas da exploração da chamada indústria sem chaminés que é o turismo. Assim, é de se criar estruturas melhores visando a exploração deste turismo, o qual representará sem dúvidas o caminho a ser percorrido para a recuperação da importância local, seja no estímulo à criação de novos cursos acadêmicos, tanto valorizando a própria URCA quanto estimulando a vinda de novas Universidades, a exemplo do Campus Avançado da Universidade Federal do Ceará, que teimam os políticos de Juazeiro em levar para aquelas terras, o que atrairá um maior número de estudantes e intelectuais os quais incentivarão sobremaneira a economia local, da mesma forma que se prescinde da criação de espaços capazes de valorizar o folclore local, fato que permitirá a visita de maior número de turistas os quais também necessitarão da estrutura de organizações ligadas ao turismo ecológico, explorando as belezas da Floresta Nacional do Araripe com suas trilhas e mirantes; tudo isso passando imprescindivelmente pelo fortalecimento da rede hoteleira.
Um administrador de visão, que conscientemente pretenda soerguer novamente o Crato aos patamares de importância que já teve, terá de percorrer estes caminhos, sendo puramente demagógico qualquer outro discurso que se baseie na importância perdida e nos valores que já não mais se tem, como ocorre com a grande maioria dos políticos, isto porque o trem da história já partiu, deixando-os presos a um passado que não volta mais. Neste sentido, não se pode negar a participação positiva da atual administração municipal, que a partir da recuperação de prédios históricos locais, como a RFFSA e o Cine Teatro Moderno, não se prendeu simplesmente ao saudosismo, com o equivocado discurso de que o Crato voltaria à importância pretérita, mas ao contrário, dotou a cidade de valiosos equipamentos através dos quais a cultura local poderá se exprimir livremente, significando marcos necessários à estruturação destes novos caminhos. As metas assim, restam traçadas, cabendo ao governo local e estadual, na medida em que tenham verdadeiros compromissos com o povo cratense desenvolver as ações necessárias à sua concreção.
Crato, 24 de junho de 2007.
Do Blog do Crato http://blogdocrato.blogspot.com/
Vencidos os bugres, ainda assim persistiu o povo caririense com o estigma da violência, tanto pelas invencíveis guerras dos coronéis quanto especialmente pelos movimentos revolucionários que se instauraram no Cariri, pelas mãos de José Martiniano de Alencar e sua irmã Bárbara, os quais culminaram com a proclamação da independência e república em 1817, prisão dos revolucionários em Fortaleza e Salvador e ressurgimento do movimento, o qual terminou com a definitiva ascensão política de seus cultores e definhamento e morte de seus inimigos. Não contudo, sem a presença do sangue, como são os casos do assassinato em batalha de José Martiniano e o fuzilamento de Pinto Madeira, fato que nas palavras do ilustre Raimundo de Oliveira Borges se constitui na única (preferimos dizer maior) injustiça praticada pelo Poder Judiciário da Comarca do Crato – que por sinal é a mais antiga de todo o interior Cearense.
Chegados os anos áureos, que vieram junto com a estrada de ferro, o Crato foi o grande comandante político e econômico da região. Centro do comércio local, o Crato e o Cariri representaram importante marco no povoamento e desenvolvimento regional, inclusive porque estão localizados no centro geográfico do nordeste brasileiro. Tal importância é por sinal, muito bem relatada pelo ilustre antropólogo carioca Darci Ribeiro em obra fundamental ao entendimento da construção da nação brasileira, cujo título é O POVO BRASILEIRO.
Sedimentada sua economia não só no comércio, como também e com igual importância no cultivo e industrialização da cana-de-açúcar, o Crato sofre enorme revés com o fenômeno social do Padre Cícero. Primeiro porque suas lideranças não tiveram a real percepção da ilustre figura do patriarca de Juazeiro, o qual viam como um conspirador contra os interesses oligárquicos locais e depois porque levaram sua resistência aos extremos, inclusive incitando a guerra, como foi o caso da invasão do Crato pelos romeiros em 1914, fato que até o presente deixa severas marcas na cultura e no imaginário popular local, o que somente repele a consciência da necessidade de ações conjuntas em toda a região. A violência, contudo, não se resume somente a isto, sendo igualmente marcante a destruição do povoado do Caldeirão do Beato José Lourenço, que como um dos mais importantes herdeiros do Padre Cícero, representa o mais evidente símbolo dos perigos que as idéias de associativismo representava para a oligarquia canavieira local.
Mesmo ante o ocaso, e apesar da renitente falta de visão e compromisso dos seus líderes, o Crato ainda consegue sobreviver e se manter como marco regional. Apoiado agora nas suas raízes culturais e tradição educacional, firmadas a primeira pela ação indelével das tradições folclóricas resistidas e que se apóiam em todos os importantes eventos históricos, mesclando a ação dos diversos povos que firmaram suas origens e a segunda na ação positiva da igreja católica romana, que de há muito plantou as sementes do conhecimento, seja através do Seminário São José, do Colégio Diocesano e mesmo da antiga Faculdade de Filosofia que é o marco fundador da própria Universidade Regional do Cariri. São todas estas tradições e valores que transmudaram o Crato na conhecida Capital da Cultura, título reconhecido pelo próprio Governo Estadual na administração de Lúcio Alcântara.
Contudo, mesmo ainda gozando de relativa importância, é forçoso reconhecer que o Crato vive processo de decadência, o qual precisa ser estancado, para o que é imprescindível reconhecer que nem a cidade nem os tempos são mais os mesmos. Viver do saudosismo do passado e se impor a importância que não mais se tem são na verdade mecanismos que somente auxiliam o próprio declínio. Assim, para voltar a crescer é preciso, verificando as novas realidades do mundo moderno, reconhecer quais seriam as vigentes e próprias vocações do Crato. Não adianta tentar competir na força do comércio e da crescente metrópole, porque inquestionavelmente este espaço já foi tomado pela vizinha Juazeiro do Norte; Não vale pretender retomar espaço de pioneiro na industrialização também. As verdadeiras vocações do Crato, à toda prova, definitivamente estão na valorização da cultura local e meio ambiente privilegiado, através de diversas formas da exploração da chamada indústria sem chaminés que é o turismo. Assim, é de se criar estruturas melhores visando a exploração deste turismo, o qual representará sem dúvidas o caminho a ser percorrido para a recuperação da importância local, seja no estímulo à criação de novos cursos acadêmicos, tanto valorizando a própria URCA quanto estimulando a vinda de novas Universidades, a exemplo do Campus Avançado da Universidade Federal do Ceará, que teimam os políticos de Juazeiro em levar para aquelas terras, o que atrairá um maior número de estudantes e intelectuais os quais incentivarão sobremaneira a economia local, da mesma forma que se prescinde da criação de espaços capazes de valorizar o folclore local, fato que permitirá a visita de maior número de turistas os quais também necessitarão da estrutura de organizações ligadas ao turismo ecológico, explorando as belezas da Floresta Nacional do Araripe com suas trilhas e mirantes; tudo isso passando imprescindivelmente pelo fortalecimento da rede hoteleira.
Um administrador de visão, que conscientemente pretenda soerguer novamente o Crato aos patamares de importância que já teve, terá de percorrer estes caminhos, sendo puramente demagógico qualquer outro discurso que se baseie na importância perdida e nos valores que já não mais se tem, como ocorre com a grande maioria dos políticos, isto porque o trem da história já partiu, deixando-os presos a um passado que não volta mais. Neste sentido, não se pode negar a participação positiva da atual administração municipal, que a partir da recuperação de prédios históricos locais, como a RFFSA e o Cine Teatro Moderno, não se prendeu simplesmente ao saudosismo, com o equivocado discurso de que o Crato voltaria à importância pretérita, mas ao contrário, dotou a cidade de valiosos equipamentos através dos quais a cultura local poderá se exprimir livremente, significando marcos necessários à estruturação destes novos caminhos. As metas assim, restam traçadas, cabendo ao governo local e estadual, na medida em que tenham verdadeiros compromissos com o povo cratense desenvolver as ações necessárias à sua concreção.
Crato, 24 de junho de 2007.
Do Blog do Crato http://blogdocrato.blogspot.com/
50 anos da Ponte JK
A importância histórica desta cidade não é medida somente pela arquitetura antiga, dos padrões coloniais e de seus ilustres barões republicanos. Com 50 anos completos comemorados na última segunda-feira, a Ponte Juscelino Kubitschek, sobre o Rio Jaguaribe, tem singular importância na cidade que foi o maior centro comercial do Ceará, sede nordestina de insurreições políticas e caiu no esquecimento e, cinco décadas atrás, foi religada ao sertão cearense, literalmente, por meio da ponte. Fazendo parte da coleção Caderno de História, sobre os fatos de Aracati no século XX, tem lançamento hoje o livro "Ponte Presidente Juscelino Kubistschek".
O porto de Antanho, em Aracati, fazia um importante entreposto comercial para o Ceará, de onde se produzia e exportava carne de charque do Ceará - o produto tornou-se principal instrumento de ocupação do território cearense. Mas isso foi no século XVIII, pois, no final do século seguinte e até meados do século XX, a cidade do Aracati já não tinha a mesma pompa de importância estratégica econômica, política e militar para o Ceará. Sobraram isolados a cidade e o povo que nela ficou, remanescente dos filhos-barões que nela moraram - parlamentares Castro e Silva, Costa Barros, Pedro Pereira, escritor Adolfo Caminha e Major Facundo.
Inaugurada no dia 27 de julho de 1959, a Ponte Presidente Juscelino Kubitschek, com o nome do então presidente da República, tirou a cidade do isolamento, integrando-a ao Vale do Jaguaribe ao qual pertence. As comunidades do outro lado do Rio Jaguaribe - hoje o bairro Pedregal é um dos maiores - faziam a travessia sem mais precisar de barco, mesmo durante as cheias do rio. Para fugir dos alagamentos, a cidade criou um dique que a separa do próprio rio que lhe motivou ocupação.
Já 50 anos depois de inaugurada e a Ponte JK coleciona importância histórica, além de buracos, depredações e ferrugens expostas pela má conservação - atualmente a ponte está sendo totalmente reformada e duplicada, conforme já citado em matérias do Diário do Nordeste, que sempre registrou a indignação da população e, depois, do Ministério Público, pelo descaso com a ponte, que era ponto de acidentes, mas de importante travessia e também de travessura, dos filhos de pescadores que aproveitam a ocupação do pai para saltar da ponte para o leito do Jaguaribe.
O livro Ponte Presidente Juscelino Kubitschek é o resultado da formatação de artigo do historiador Antero Pereira Filho, que relata fatos e descreve personagens que foram importantes na realização do projeto de execução da ponte.Além do artigo, o livro conta com outras duas seções: Álbuns e Biografias. Na primeira, o leitor tem acesso a um rico material fotográfico organizado pelo autor. Em Biografias, Pereira apresenta dois importantes nomes da história aracatiense que foram imprescindíveis para a efetivação da construção da ponte: Beni Carvalho e Ernesto Valente. O livro é o primeiro da série Caderno de História, produzida em Aracati e que traz fatos marcantes na cidade nos anos 1900.
De acordo com Marciano Ponciano, editor do material, "o formato da coleção, bem como a linguagem nela utilizada, busca tão somente proporcionar o acesso do jovem e da população em geral à história da cidade de Aracati". A Associação Artística e Cultural Lua Cheia, da qual faz parte Ponciano, é idealizadora do Projeto Cadernos de História, que será constituído da publicação de dez artigos durante todo o ano.
Matéria de Melquíades Junior para o Caderno Regional do Diário do Nordeste.
O porto de Antanho, em Aracati, fazia um importante entreposto comercial para o Ceará, de onde se produzia e exportava carne de charque do Ceará - o produto tornou-se principal instrumento de ocupação do território cearense. Mas isso foi no século XVIII, pois, no final do século seguinte e até meados do século XX, a cidade do Aracati já não tinha a mesma pompa de importância estratégica econômica, política e militar para o Ceará. Sobraram isolados a cidade e o povo que nela ficou, remanescente dos filhos-barões que nela moraram - parlamentares Castro e Silva, Costa Barros, Pedro Pereira, escritor Adolfo Caminha e Major Facundo.
Inaugurada no dia 27 de julho de 1959, a Ponte Presidente Juscelino Kubitschek, com o nome do então presidente da República, tirou a cidade do isolamento, integrando-a ao Vale do Jaguaribe ao qual pertence. As comunidades do outro lado do Rio Jaguaribe - hoje o bairro Pedregal é um dos maiores - faziam a travessia sem mais precisar de barco, mesmo durante as cheias do rio. Para fugir dos alagamentos, a cidade criou um dique que a separa do próprio rio que lhe motivou ocupação.
Já 50 anos depois de inaugurada e a Ponte JK coleciona importância histórica, além de buracos, depredações e ferrugens expostas pela má conservação - atualmente a ponte está sendo totalmente reformada e duplicada, conforme já citado em matérias do Diário do Nordeste, que sempre registrou a indignação da população e, depois, do Ministério Público, pelo descaso com a ponte, que era ponto de acidentes, mas de importante travessia e também de travessura, dos filhos de pescadores que aproveitam a ocupação do pai para saltar da ponte para o leito do Jaguaribe.
O livro Ponte Presidente Juscelino Kubitschek é o resultado da formatação de artigo do historiador Antero Pereira Filho, que relata fatos e descreve personagens que foram importantes na realização do projeto de execução da ponte.Além do artigo, o livro conta com outras duas seções: Álbuns e Biografias. Na primeira, o leitor tem acesso a um rico material fotográfico organizado pelo autor. Em Biografias, Pereira apresenta dois importantes nomes da história aracatiense que foram imprescindíveis para a efetivação da construção da ponte: Beni Carvalho e Ernesto Valente. O livro é o primeiro da série Caderno de História, produzida em Aracati e que traz fatos marcantes na cidade nos anos 1900.
De acordo com Marciano Ponciano, editor do material, "o formato da coleção, bem como a linguagem nela utilizada, busca tão somente proporcionar o acesso do jovem e da população em geral à história da cidade de Aracati". A Associação Artística e Cultural Lua Cheia, da qual faz parte Ponciano, é idealizadora do Projeto Cadernos de História, que será constituído da publicação de dez artigos durante todo o ano.
Matéria de Melquíades Junior para o Caderno Regional do Diário do Nordeste.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Centenário de Juazeiro do Norte
Desde o último dia 18, Juazeiro do Norte vem comemorando o centenário de sua emancipação política, cujo encerramento deverá ocorrer em 22 de julho de 2011. Serão dois anos com eventos comemorativos. O grande destaque de Juazeiro do Norte continua sendo o Padre Cícero, que, se não foi o fundador do núcleo inicial, é o criador desta mística cidade, uma das dinâmicas do Nordeste brasileiro, localizada no seu "cuore".
A tela do artista plástico juazeirense F. Matos retratando a grande concentração pública realizada no dia 7 de setembro de 1910, oportunidade em que o padre Alencar Peixoto pronunciou vibrante discurso no qual proclamou a independência de Juazeiro. A partir dessa data Padre Cícero assume a liderança do movimento que culminou com a emancipação política de Juazeiro do Norte, oficializada no dia 22 de julho de 1911.
Fonte O POVO
A tela do artista plástico juazeirense F. Matos retratando a grande concentração pública realizada no dia 7 de setembro de 1910, oportunidade em que o padre Alencar Peixoto pronunciou vibrante discurso no qual proclamou a independência de Juazeiro. A partir dessa data Padre Cícero assume a liderança do movimento que culminou com a emancipação política de Juazeiro do Norte, oficializada no dia 22 de julho de 1911.
Fonte O POVO
Progresso no Crato
Foram iniciadas esta semana as obras de construção do Centro de Convenções do Cariri, localizado na avenida Padre Cícero, no bairro do Muriti, no Município do Crato. Esta ação é uma das principais ecomendações do PRU CRATO/ Plano de Requalificação Urbana do Crato, realizado no principio de 2005, por solicitação da Gestão Samuel Araripe.
A autoria do PRU CRATO, assim como do projeto de Arquitetura/ Urbanismo/ Paisagismo é do Professor/ Arquiteto José Sales e equipe da Ibi Tupi Projetos e Consutoria Ltda. A licitação para construção da obra foi ganha pela Construtora Marquise S/a. O custo está orçado em torno de R$ 8 milhões. A inauguração do Centro de Convenções deverá ocorrer em março de 2010. Outras obras de infraestrutura estão previstas para a cidade também indicadas pelo PRU CRATO.
A autoria do PRU CRATO, assim como do projeto de Arquitetura/ Urbanismo/ Paisagismo é do Professor/ Arquiteto José Sales e equipe da Ibi Tupi Projetos e Consutoria Ltda. A licitação para construção da obra foi ganha pela Construtora Marquise S/a. O custo está orçado em torno de R$ 8 milhões. A inauguração do Centro de Convenções deverá ocorrer em março de 2010. Outras obras de infraestrutura estão previstas para a cidade também indicadas pelo PRU CRATO.
terça-feira, 28 de julho de 2009
Dunas ameaçadas no Cceará
Há um ano, O Eco publicou uma reportagem de denúncia contra as obras da usina termoelétrica movida a carvão que a MPX implantava na praia de Pecém, município de Aracati (CE). Na ocasião, para além deste problema, o professor de geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jeovah Meireles, alertava sobre os danos que a alocação de moinhos para gerar energia a partir dos ventos em cima das dunas móveis da região poderia causar ao meio ambiente.
Entre os maiores impactos estão a impermeabilização do solo em virtude da introdução de material sedimentar e comprometimento do estoque de água do lençol freático, tendo em vista a importância da areia ao reter a chuva. Mesmo assim, a Superintendência Estadual de Meio Ambiente do Ceará (Semace) parece pouco se importar com a natureza, já que liberou as construções. A imagem acima mostra os tratores em pleno funcionamento.
Entre os maiores impactos estão a impermeabilização do solo em virtude da introdução de material sedimentar e comprometimento do estoque de água do lençol freático, tendo em vista a importância da areia ao reter a chuva. Mesmo assim, a Superintendência Estadual de Meio Ambiente do Ceará (Semace) parece pouco se importar com a natureza, já que liberou as construções. A imagem acima mostra os tratores em pleno funcionamento.
Fonte Coluna Salada Verde do jornal eletronico O ECO http://www.oeco.com.br/saladaverde
Missa homenageia o vaqueiro em Serrita, Pernambuco
“Jesus, meu Jesus sertanejo, presença maior, minha crença, nas terras sem ninguém. Silêncio na serra, nos campos, ai! desencanto que a gente tem”. A voz forte de Santanna Cantador quebra o silêncio da caatinga e ecoa na Chapada do Araripe, anunciando o início da missa do vaqueiro. Em frente ao altar, mais de mil vaqueiros escutam, em silêncio, o cantochão nordestino, lembrando o herói do sertão, o vaqueiro Raimundo Jacó. O quadro sertanejo é emoldurado com a caatinga seca.
O evento sócio-religioso foi criado em 1971 por Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, o repentista cearense Pedro Bandeira e padre João Câncio, em homenagem ao vaqueiro Raimundo Jacó, primo de Gonzagão, que foi morto na madrugada de 8 de julho de 1954, com uma pancada na cabeça nas caatingas do Sítio de Lages, distrito de Serrita. Luiz Gonzaga chegou a dizer que o “covarde crime tinha motivos políticos”.
Inicialmente, a missa tinha o objetivo de denunciar a impunidade nos sertões de Pernambuco. O assassinato virou mito na voz do cantor Luiz Gonzaga: “Numa tarde bem tristonha/Gado muge sem parar/Lamentando seu vaqueiro/Que não vem mais aboiar./ Sacudido numa cova/Desprezado do Senhor/Só lembrado do cachorro/Que inda chora sua dor/É demais tanta dor...”.
Inicialmente, a missa tinha o objetivo de denunciar a impunidade nos sertões de Pernambuco. O assassinato virou mito na voz do cantor Luiz Gonzaga: “Numa tarde bem tristonha/Gado muge sem parar/Lamentando seu vaqueiro/Que não vem mais aboiar./ Sacudido numa cova/Desprezado do Senhor/Só lembrado do cachorro/Que inda chora sua dor/É demais tanta dor...”.
Matéria do Caderno Regional do Diário do Nordeste, de hoje.
Mais informações:
Parque Estadual do Vaqueiro
Município de Serrita
Pernambuco
(87) 3882.1156
Município de Serrita
Pernambuco
(87) 3882.1156
segunda-feira, 27 de julho de 2009
A pátria das grandes caminhadas
Quem planeja fazer uma trilha de longa distância – aquelas em que você passa dias caminhando pela mata - logo pensa em visitar parques nacionais nestes países. Mas há uma outra opção que pode parecer surpreendente aos aventureiros mais experimentados: a Grã-Bretanha. É verdade. A pequena ilha européia, lembrada mais pelos agitos de Londres ou pelo uísque escocês, guarda uma imensidão de belas paisagens.
Com milhares de quilômetros de trilhas públicas, é possível conhecer a pé as regiões montanhosas do norte ou os pitorescos penhascos da costa do Atlântico, entre outras paragens. A Grã Bretanha - Inglaterra, Escócia e País de Gales - como nenhuma outra região no mundo, consolidou ao longo do século 20 uma rede de trilhas públicas que não estão confinadas a áreas protegidas, como parques nacionais e outras reservas ecológicas.
Os caminhos passam por dentro de fazendas, ranchos, casas de veraneio e quaisquer outros tipos de propriedades privadas. Isso permitiu, por exemplo, que o governo britânico criasse, desde 1965, quinze trilhas oficiais que, juntas, somam quatro mil quilômetros. Isso sem contar as muitas outras, administradas por governos regionais e locais.
Juntos, os três países têm 230 mil quilômetros quadrados, tamanho semelhante ao do estado de Rondônia.“O que torna o lugar diferente para se caminhar é que aqui as trilhas passam por terras privadas, enquanto em outros países da Europa ou nos Estados Unidos, você só pode caminhar se estiver dentro de um parque nacional”, ressalta David Else, inglês autor de guias de viagens, como o Lonely Planet Walking in Britain. Tão interessante quanto caminhar pelo interior britânico, lembra Else, é saber a história que existe por trás desse emaranhado de trilhas.
A maioria delas percorre antigas rotas usadas pelos habitantes da ilha desde tempos imemoriais. Mas a partir do século 19, a Revolução Industrial alterou completamente a estrutura fundiária do país. A migração da população rural para grandes cidades como Londres e Manchester abriu espaço para a formação de novas e gigantescas propriedades dos endinheirados da indústria e, com isso, muitas das trilhas antigas foram fechadas.
Foi a mesma Revolução Industrial, no entanto, que deu origem à nostalgia da natureza. O inchaço das cidades fez com que surgissem grupos que apreciavam dias de folga no campo. Em seus momentos de lazer, recorriam exatamente aos antigos caminhos, próximos a bosques e lagos. “Isso não agradava à aristocracia, que usava estes mesmos lugares para caçar ”, conta Else. A disputa se tornou séria na década de 1930, quando ocorreram confrontos físicos. A partir daquele momento, andarilhos lançaram um movimento para que o Parlamento britânico reconhecesse seu direito de caminhar livremente pela natureza. E a empreitada deu certo.
Jornal eletronico O ECO http://www.oeco.com.br/
Com milhares de quilômetros de trilhas públicas, é possível conhecer a pé as regiões montanhosas do norte ou os pitorescos penhascos da costa do Atlântico, entre outras paragens. A Grã Bretanha - Inglaterra, Escócia e País de Gales - como nenhuma outra região no mundo, consolidou ao longo do século 20 uma rede de trilhas públicas que não estão confinadas a áreas protegidas, como parques nacionais e outras reservas ecológicas.
Os caminhos passam por dentro de fazendas, ranchos, casas de veraneio e quaisquer outros tipos de propriedades privadas. Isso permitiu, por exemplo, que o governo britânico criasse, desde 1965, quinze trilhas oficiais que, juntas, somam quatro mil quilômetros. Isso sem contar as muitas outras, administradas por governos regionais e locais.
Juntos, os três países têm 230 mil quilômetros quadrados, tamanho semelhante ao do estado de Rondônia.“O que torna o lugar diferente para se caminhar é que aqui as trilhas passam por terras privadas, enquanto em outros países da Europa ou nos Estados Unidos, você só pode caminhar se estiver dentro de um parque nacional”, ressalta David Else, inglês autor de guias de viagens, como o Lonely Planet Walking in Britain. Tão interessante quanto caminhar pelo interior britânico, lembra Else, é saber a história que existe por trás desse emaranhado de trilhas.
A maioria delas percorre antigas rotas usadas pelos habitantes da ilha desde tempos imemoriais. Mas a partir do século 19, a Revolução Industrial alterou completamente a estrutura fundiária do país. A migração da população rural para grandes cidades como Londres e Manchester abriu espaço para a formação de novas e gigantescas propriedades dos endinheirados da indústria e, com isso, muitas das trilhas antigas foram fechadas.
Foi a mesma Revolução Industrial, no entanto, que deu origem à nostalgia da natureza. O inchaço das cidades fez com que surgissem grupos que apreciavam dias de folga no campo. Em seus momentos de lazer, recorriam exatamente aos antigos caminhos, próximos a bosques e lagos. “Isso não agradava à aristocracia, que usava estes mesmos lugares para caçar ”, conta Else. A disputa se tornou séria na década de 1930, quando ocorreram confrontos físicos. A partir daquele momento, andarilhos lançaram um movimento para que o Parlamento britânico reconhecesse seu direito de caminhar livremente pela natureza. E a empreitada deu certo.
Jornal eletronico O ECO http://www.oeco.com.br/
domingo, 26 de julho de 2009
Palavra do representante do LABOMAR
O Laboratório de Ciências do Mar (Labomar) foi referência nas discussões do Zoneamento Ecológico-Economico do Ceará logo quando o assunto começou a ser discutido, há mais de dez anos. O professor Luís Parente Maia, diretor do Labomar, participou ativamente dos estudos que definiram o zoneamento. Ele conta que na época foi feito, juntamente com a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), um mapeamento das dunas móveis e fixas.
Para Maia, um novo mapeamento é importante para controlar as ocupações futuras e saber o que foi ocupado desde o último estudo. “Um novo estudo se faz necessário até para dar um novo limite”, avalia. O professor defende que o decreto vai dizer o que pode e o que não pode ser ocupado, mas que não deveria dar margens ao “talvez”. “Ou é sim ou é não. É o tipo de decisão que não pode ficar o tempo todo mudando.
É uma decisão política muito importante. O ‘talvez’ gera insegurança jurídica em relação a questão ambiental, mas há quem seja a favor de talvez”, argumenta complementando que é contrário a restrição total do uso das dunas. “10% é um bom valor, mas dentro dos critérios que foram criados, obedecendo a esses critérios”, pontua.
Do mesmo Caderno Especial do Jornal O POVO.
Para Maia, um novo mapeamento é importante para controlar as ocupações futuras e saber o que foi ocupado desde o último estudo. “Um novo estudo se faz necessário até para dar um novo limite”, avalia. O professor defende que o decreto vai dizer o que pode e o que não pode ser ocupado, mas que não deveria dar margens ao “talvez”. “Ou é sim ou é não. É o tipo de decisão que não pode ficar o tempo todo mudando.
É uma decisão política muito importante. O ‘talvez’ gera insegurança jurídica em relação a questão ambiental, mas há quem seja a favor de talvez”, argumenta complementando que é contrário a restrição total do uso das dunas. “10% é um bom valor, mas dentro dos critérios que foram criados, obedecendo a esses critérios”, pontua.
Do mesmo Caderno Especial do Jornal O POVO.
Os municípios envolvidos na questão
Nem só os municípios litorâneos serão afetados pelo decreto. Aqueles que são influenciados por atividades econômicas próprias dos ecossistemas componentes da Zona Costeira também estão inclusos.
São eles: Acaraú, Itarema, Amontada, Itapipoca, Trairi, Paraipaba, Paracuru, São Gonçalo do Amarante, Pentecoste, Caucaia, Fortaleza, Eusébio, Aquiraz, Pindoretama, Cascavel, Beberibe, Fortim, Palhano, Aracati, Itaiçaba, Jaguaruana e Icapuí. Os municípios não litoraneos de Limoeiro do Norte, Quixeré, Tabuleiro do Norte, Alto Santo, São João do Jaguaribe, Jaguaribara, Marco, Russas e Morrinhos também estão no ZEE.
Fonte Jornal O POVO.
São eles: Acaraú, Itarema, Amontada, Itapipoca, Trairi, Paraipaba, Paracuru, São Gonçalo do Amarante, Pentecoste, Caucaia, Fortaleza, Eusébio, Aquiraz, Pindoretama, Cascavel, Beberibe, Fortim, Palhano, Aracati, Itaiçaba, Jaguaruana e Icapuí. Os municípios não litoraneos de Limoeiro do Norte, Quixeré, Tabuleiro do Norte, Alto Santo, São João do Jaguaribe, Jaguaribara, Marco, Russas e Morrinhos também estão no ZEE.
Fonte Jornal O POVO.
Litoral cearense sub júdice
O litoral cearense agoniza em meio a questionamentos judiciais. O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) tem hoje pelo menos 80 ações contra o uso e ocupação do litoral em 11 municípios. Os motivos são diversos: vão desde a descaracterização da paisagem natural até o uso que se faz de Áreas de Proteção Permanente (APPs), protegidas por Lei.
Em muitos casos, as ocupações têm aval de órgãos ambientais, possuem as devidas licenças. É que o planejamento e a gestão territoral que se faz da Zona Costeira do Estado ainda é frágil, dando margens a diferentes interpretações que acabam sendo decididas via judiciário. Um mar de liminares.
Mas há esperanças. Nesse momento, as atenções se voltam para o decreto de Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) que será assinado, ainda sem data, pelo governador Cid Gomes. O objetivo do decreto, que teve 30 dias de consulta pública, é disciplinar o uso e ocupação do solo e uso dos recursos naturais da Zona Costeira do Estado.
Com regras mais claras, a tendência é que algumas ambiguidades sejam eliminadas. O decreto tem pontos polêmicos, principalmente no que diz respeito a ocupação das dunas móveis, o que tem mexido com os ânimos de potenciais investidores que não concordam com a restrição total do uso desse tipo de duna, fato que inviabilizaria a execução de projetos grandiosos como resorts.
Matéria de Dalviane Pires para o Caderno Espcial do Jornal O POVO, deste domingo.
Em muitos casos, as ocupações têm aval de órgãos ambientais, possuem as devidas licenças. É que o planejamento e a gestão territoral que se faz da Zona Costeira do Estado ainda é frágil, dando margens a diferentes interpretações que acabam sendo decididas via judiciário. Um mar de liminares.
Mas há esperanças. Nesse momento, as atenções se voltam para o decreto de Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) que será assinado, ainda sem data, pelo governador Cid Gomes. O objetivo do decreto, que teve 30 dias de consulta pública, é disciplinar o uso e ocupação do solo e uso dos recursos naturais da Zona Costeira do Estado.
Com regras mais claras, a tendência é que algumas ambiguidades sejam eliminadas. O decreto tem pontos polêmicos, principalmente no que diz respeito a ocupação das dunas móveis, o que tem mexido com os ânimos de potenciais investidores que não concordam com a restrição total do uso desse tipo de duna, fato que inviabilizaria a execução de projetos grandiosos como resorts.
Matéria de Dalviane Pires para o Caderno Espcial do Jornal O POVO, deste domingo.
sábado, 25 de julho de 2009
Araripe: estado de calamidade por falta de água
O prefeito de Araripe — cidade localizada a 526 quilômetros de Fortaleza —, José Humberto Germano Correia, decretou, ontem, estado de calamidade pública no município com objetivo de contratar, sem licitação, carros-pipa para o abastecimento de água da cidade que, segundo o chefe do executivo, vem sofrendo, a cerca de 90 dias. A falta de abastecimento também está prejudicando escolas e hospitais e, principalmente, a população.
A solução para os moradores da cidade e da zona rural é comprar água aos carroceiros que fazem fila para pegar água no único poço que está em funcionamento. Nas casas, o tambor com 250 litros é vendido por R$ 7,00, despesa alta para a maioria da população de baixa renda. A água está sendo trazida da Serra Branca, em Pernambuco. O problema também está prejudicando as escolas do município. Em uma delas, as aulas foram suspensas porque não havia água para fazer a merenda das crianças.
De acordo com a Prefeitura, outros serviços essenciais prestados à população estão prejudicados. O serviço de abastecimento de água de Araripe é executado pela Companhia de Águas e Esgotos do Ceará (Cagece) que transporta água do açude Lagoinha. A decretação do estado de calamidade pública, segundo o prefeito, atende a uma situação de emergência. “Não vou deixar que o povo morra de sede”, justifica.
O objetivo é restabelecer a situação de normalidade, sem contrariar a ordem jurídica que exige a abertura de edital de licitação para contratação de carros-pipa. “O povo não tem condições de esperar”, adverte o gestor de Araripe.
O chefe do escritório da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), com sede em Araripe, Robson Teixeira de Morais, desconhece a falta d’água na cidade. Ele disse que não recebeu nenhuma reclamação, mas admite que está faltando água na região do Pajeú, zona rural, em conseqüência de um defeito na bomba do poço PP-4, que foi perfurado pela Petrobras, há cerca de 10 anos, para prospecção de petróleo.
Como a estatal não encontrou petróleo, o poço foi aproveitado para o abastecimento d’água de Araripe e Salitre. No entanto, o sistema nunca funcionou satisfatoriamente porque o poço tem 950 metros de profundidade, quase l quilômetro, o que dificulta o funcionamento da bomba. Robson diz que já trouxeram técnicos até da Petrobras para tentar corrigir o defeito. Como o problema persiste, a cidade de Salitre também foi afetada. A cidade de Salitre está sem água há 72 dias. A maioria da população está bebendo água de péssima qualidade dos barreiros e de um poço profundo, com água salgada, que funciona no Centro da cidade.
Matéria do Caderno Regional do Jornal Diário do Nordeste.
A solução para os moradores da cidade e da zona rural é comprar água aos carroceiros que fazem fila para pegar água no único poço que está em funcionamento. Nas casas, o tambor com 250 litros é vendido por R$ 7,00, despesa alta para a maioria da população de baixa renda. A água está sendo trazida da Serra Branca, em Pernambuco. O problema também está prejudicando as escolas do município. Em uma delas, as aulas foram suspensas porque não havia água para fazer a merenda das crianças.
De acordo com a Prefeitura, outros serviços essenciais prestados à população estão prejudicados. O serviço de abastecimento de água de Araripe é executado pela Companhia de Águas e Esgotos do Ceará (Cagece) que transporta água do açude Lagoinha. A decretação do estado de calamidade pública, segundo o prefeito, atende a uma situação de emergência. “Não vou deixar que o povo morra de sede”, justifica.
O objetivo é restabelecer a situação de normalidade, sem contrariar a ordem jurídica que exige a abertura de edital de licitação para contratação de carros-pipa. “O povo não tem condições de esperar”, adverte o gestor de Araripe.
O chefe do escritório da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), com sede em Araripe, Robson Teixeira de Morais, desconhece a falta d’água na cidade. Ele disse que não recebeu nenhuma reclamação, mas admite que está faltando água na região do Pajeú, zona rural, em conseqüência de um defeito na bomba do poço PP-4, que foi perfurado pela Petrobras, há cerca de 10 anos, para prospecção de petróleo.
Como a estatal não encontrou petróleo, o poço foi aproveitado para o abastecimento d’água de Araripe e Salitre. No entanto, o sistema nunca funcionou satisfatoriamente porque o poço tem 950 metros de profundidade, quase l quilômetro, o que dificulta o funcionamento da bomba. Robson diz que já trouxeram técnicos até da Petrobras para tentar corrigir o defeito. Como o problema persiste, a cidade de Salitre também foi afetada. A cidade de Salitre está sem água há 72 dias. A maioria da população está bebendo água de péssima qualidade dos barreiros e de um poço profundo, com água salgada, que funciona no Centro da cidade.
Matéria do Caderno Regional do Jornal Diário do Nordeste.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Encontro de Turismo de bases comunitárias
Será realizado em Nova Olinda, de 14 a 16 de agosto, o Seminário Internacional de Turismo de Base Comunitária. O evento será na sede da Fundação Casa Grande, com abertura a partir das 9 horas. Participam representantes do Ministério do Turismo, Secretaria do Turismo do Ceará, a entidade sede do evento e Prefeitura local. Os trabalhos serão iniciados com a palestra “Programa de Regionalização do Turismo e dos Destinos Indutores”, a ser ministrada pela coordenadora geral de regionalização do Ministério do Turismo, Ana Clévia Guerreiro Lima.
Fonte Diário do Nordeste.
Fonte Diário do Nordeste.
Festival de Música da Ibiapaba
O Festival Música na Ibiapaba, que começa amanhã em Viçosa do Ceará, chega à sua sexta edição com atrações mais populares, mas mantendo o foco na formação de jovens músicosHoras e horas de estudo em plenas férias? Para as centenas de alunos que se deslocam até Viçosa do Ceará, para participar do Festival Música na Ibiapaba, a proposta passa de inconveniente a alvissareira.
Pelo sexto ano consecutivo, o evento oferece a chance de participação em oficinas com instrumentistas reconhecidos no cenário cearense e convidados de outros estados. Uma oportunidade rara, em um formato de ´imersão´ consagrado nos festivais de música erudita, mas aplicado à música popular, nos dias e noites de música em Viçosa.No ano passado, o festival foi sacudido por uma ruidosa mudança de direção.
A musicista paulista Consiglia Latorre - responsável pela implantação do evento lançado pelo Centro Dragão do Mar durante a gestão de Cláudia Leitão na Secretaria de Cultura e de Lúcio Alcântara no Governo do Estado - foi afastada da coordenação pedagógica do evento, já no segundo ano do governo Cid Gomes, com Auto Filho como titular da Secult.
Conforme o Caderno 3 mostrou em primeira mão, Consiglia reclamou de ´desrespeito´ por parte do Dragão, dizendo-se ´indignada e perplexa´ por ter sido afastada, segundo ela, sem nenhum comunicado oficial.´Fiquei, por um lado, muito triste. E por outro indignada, pelo grau de desrespeito, tanto pessoal quanto profissional. Nunca soube notícia concreta de nada. Nunca ninguém conversou comigo, desde que terminou o festival do ano passado. Não sei o motivo do veto. Não recebi sequer um telefonema´, declarou Consiglia, na ocasião.
Já a diretora-presidente do Dragão do Mar, Maninha Morais, justificou as mudanças como uma ´democratização do evento´ e ressaltou ter autonomia para mudar a direção: ´O projeto é do Dragão do Mar. É uma política pública do Estado, e portanto a direção geral do festival tem toda a autonomia pra fazer essa mudança. A Consiglia deu a contribuição dela e poderá dar ainda em outros momentos, mas é saudável para o festival que essas mudanças venham a acontecer´.
À parte a discussão de bastidores tornada pública, o festival prosseguiu, mesmo com um clima de expectativa, por parte dos alunos, quanto às mudanças que viriam. Particularmente, quanto a alguns professores, de outros estados, que, ligados à coordenação do festival até então, não mais viriam ao evento. Outros mestres foram agregados à grade de oficinas, e o festival seguiu no mesmo formato, voltado a atividades de formação, por meio de oficinas de diversos instrumentos e gêneros musicais.
Entre as mudanças, além de alguns professores, a opção por focar o público-alvo em estudantes de música de nível médio e avançado, não mais contemplando o nível básico. A coordenação passou a ser exercida por três professores: Angelita Ribeiro, Lucile Horn e Marcos Maia. A edição 2008 teve ainda homenagens aos 100 anos de Cartola e aos 50 anos da Bossa Nova.
Matéria de Dalwton Moura, do Diário do Nordeste.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Risco Ceará
Empresários que investem em projetos industriais, na logística de transporte e no turismo estão descobrindo, na prática, que há no Ceará o que eles denominam "ambiente de risco jurídico". "Esse ambiente litigante não existe na Bahia", disse a esta coluna um empresário que tem negócios aqui e em Salvador.
Fonte Coluna Egídio Serpa. Jornal Diário do Nordeste.
Fonte Coluna Egídio Serpa. Jornal Diário do Nordeste.
Resort ou Eólica?
Executivos das redes hoteleiras TAJ Hotels Resorts and Palaces e Jumeirah Hotels and Resorts, ambas da Ásia, e da Banyam Tree, dos Emirados Árabes, estiveram há algumas semanas no Ceará. Trazendo na bagagem a boa vontade de investir nas praias cearenses para além dos limites da Região Metropolitana de Fortaleza e na companhia de investidores cotistas de fundos de investimento, eles conheceram — de helicóptero e de automóvel — algumas áreas da costa cearense propícias para a implantação de resorts.
A idéia deles era — e continua sendo, mas em outros estados nordestinos — a de construir equipamentos hoteleiros com 130 a 150 bangalôs de alto luxo, bem na beira do mar. Tudo ia bem até que eles se depararam — no litoral de Aracati — com os gigantescos cataventos dos parques de energia eólica.
Surpreenderam-se e quase morreram de susto quando lhes disseram que esses parques estão sendo disseminados por todo o litoral do Estado. Aí, eles tomaram o rumo de Pernambuco e da Bahia. Na despedia, os indonésios e os árabes argumentaram que turistas de resort de alto padrão não querem a vizinhança de parques eólicos, que, na sua opinião, agridem a paisagem do lugar. Instalou-se o debate: são compatíveis e podem conviver na mesma área geográfica as políticas de desenvolvimento turístico e as de geração de energia eólica, produzida pela força dos ventos praianos?
Fonte Coluna Egídio Serpa. Jornal Diário do Nordeste.
A idéia deles era — e continua sendo, mas em outros estados nordestinos — a de construir equipamentos hoteleiros com 130 a 150 bangalôs de alto luxo, bem na beira do mar. Tudo ia bem até que eles se depararam — no litoral de Aracati — com os gigantescos cataventos dos parques de energia eólica.
Surpreenderam-se e quase morreram de susto quando lhes disseram que esses parques estão sendo disseminados por todo o litoral do Estado. Aí, eles tomaram o rumo de Pernambuco e da Bahia. Na despedia, os indonésios e os árabes argumentaram que turistas de resort de alto padrão não querem a vizinhança de parques eólicos, que, na sua opinião, agridem a paisagem do lugar. Instalou-se o debate: são compatíveis e podem conviver na mesma área geográfica as políticas de desenvolvimento turístico e as de geração de energia eólica, produzida pela força dos ventos praianos?
Fonte Coluna Egídio Serpa. Jornal Diário do Nordeste.
Fórum discute o Semi Árido
Além de discutir impactos do agronegócio, Fórum busca fortalecer alternativas de convivência com Semi Árido, em um Estado que possui 86,82% do seu território inserido nesta região físico geográfica, têm três milhões de pessoas sem acesso à água potável, cinco milhões sem sistema de saneamento e ainda enfrenta a poluição de seus canais e mananciais com agrotóxicos, cujo maior desafio é descobrir como conviver com solo e o clima, 50 anos depois de Celso Furtado afirmar que o problema do Nordeste “não é a seca, é a cerca”.
De ontem até amanhã, representantes de ONGs e comunidades encontram-se em Limoeiro do Norte em comemoração aos 10 anos do Fórum Cearense Pela Vida no Semi-Árido e, também, para o VII Encontro Estadual com a mesma temática.As principais propostas do Fórum são refletir sobre os impactos do agronegócio para a agricultura familiar, aprofundar as temáticas “Agroecologia”, “Relações desiguais de gênero”, “Juventude Rural”, “Acesso a terra e água”, “construção do conhecimento da economia solidária a partir das experiências sociais”, e escolha das delegações para o VII Encontro Nacional da Articulação com o Semi-árido (Enconasa).
Fonte Diário do Nordeste.
De ontem até amanhã, representantes de ONGs e comunidades encontram-se em Limoeiro do Norte em comemoração aos 10 anos do Fórum Cearense Pela Vida no Semi-Árido e, também, para o VII Encontro Estadual com a mesma temática.As principais propostas do Fórum são refletir sobre os impactos do agronegócio para a agricultura familiar, aprofundar as temáticas “Agroecologia”, “Relações desiguais de gênero”, “Juventude Rural”, “Acesso a terra e água”, “construção do conhecimento da economia solidária a partir das experiências sociais”, e escolha das delegações para o VII Encontro Nacional da Articulação com o Semi-árido (Enconasa).
Fonte Diário do Nordeste.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Quase 500 mil toneladas de pneus usados
Encerrada a "guerra dos pneus" com a decisão do Supremo Tribunal Federal de vetar a importação desses resíduos, vale um balanço sobre a entrada de lixo no país. O Brasil abriu as portas a pelo menos 466.608 toneladas de pneus usados entre 1997 e 2008, conforme o Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet (Alice-Web), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Mais da metade do material cruzou a fronteira sem qualquer possibilidade de reúso, lixo puro, ou foi importada para comercialização direta, estima o Ibama. Isso contraria as liminares antes concedidas a importadoras, pois as medidas autorizavam importações de pneus usados para uso exclusivo em reformas, e também a Convenção de Basiléia, da qual o país é signatário desde 1992.
Só em 2005, mais de dez milhões de pneus velhos entraram no Brasil. Mas a contagem, conforme o Ibama, era mais fiel com base no peso das cargas. Até três pneus eram inseridos um dentro do outro para tentar driblar a fiscalização.
Da Coluna Salada Verde do O ECO http://www.oeco.com.br/curtas
Mais da metade do material cruzou a fronteira sem qualquer possibilidade de reúso, lixo puro, ou foi importada para comercialização direta, estima o Ibama. Isso contraria as liminares antes concedidas a importadoras, pois as medidas autorizavam importações de pneus usados para uso exclusivo em reformas, e também a Convenção de Basiléia, da qual o país é signatário desde 1992.
Só em 2005, mais de dez milhões de pneus velhos entraram no Brasil. Mas a contagem, conforme o Ibama, era mais fiel com base no peso das cargas. Até três pneus eram inseridos um dentro do outro para tentar driblar a fiscalização.
Da Coluna Salada Verde do O ECO http://www.oeco.com.br/curtas
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Padre Cícero permitiu a criação de Juazeiro
Em 1872, chega à Tabuleiro Grande Cícero Romão Batista. Oriundo do Crato, ele substituiu o Padre Pedro na capela Nossa Senhora das Dores. Uma vez instalado em sua ação evangelizadora, Padre Cícero trabalhou para que o povoado se desenvolvesse, o que revela a integração entre vida social, política e religiosa. Em 22 de julho de 1911, foi assinada a Lei que elevou o povoado à categoria de Vila e Sede. No dia 4 de outubro de 1911, a Vila de Juazeiro foi inaugurada oficialmente e Padre Cícero foi elevado primeiro prefeito. Em 23 de Julho de 1914, a Vila de Juazeiro foi elevada à categoria de cidade. Mas esta data não é comemorada, e sim a de criação do município.
Essa Amazonia é deles: os equatorianos
“Vocês querem ouvir uma boa notícia?” – perguntou a equatoriana Yolanda Kakabdse, num tom de professora primária que acalma a turma agitada. Num auditório onde dezenas de latinoamericanos disputavam um torneio de derrotas ambientais, ela se levantou para anunciar uma boa história, “que vai deixar todos mais contentes”. E falou sem desarmar o sorriso no canto da boca, com a calma de quem tinha todo tempo do mundo, nos cinco minutos cravados reservados a seu discurso.
Explicou pausadamente o caso do Parque Nacional do Yasuní, onde o Equador está mais perto do que se imagina de emplacar a novidade política mais significativa a brotar em mais de duas décadas no continente, juntando conservação da Amazônia com desenvolvimento nacional.
O Yasuní é aquele parque de quase 10 mil quilômetros quadrados, na borda oriental dos Andes, de onde a Petrobras foi enxotada há poucos anos pelos Huaorani, que foram às ruas de Quito protestar com o que consideraram a violação de seus direitos imemoriais sobre a floresta pela estatal brasileira.
A Petrobras havia tropeçado na rebelião indígena, quando escarafunchava o subsolo da Amazônia alheia, abrindo estradas na floresta primária e transportava equipamentos pesados no Tiputi, um rio até então imaculado. “O que acontecerá quando nossos filhos crescerem? Onde eles viverão?” – perguntavam os Huarani. Na dúvida, o Equador suspendeu a prospecção.
Na ocasião, o Presidente Lula mandou uma carta ao colega equatoriano Alfredo Palacio, naquele estilo “o que é isso, companheiro?” tão em voga na diplomacia latinoamericana. Mas ficou por isso mesmo. Ou melhor: piorou bastante, desde que o governo passou às mãos de Rafael Correa, o sucessor de Palacio.
Correa, como reciclador do populismo bolivariano, emplacou no ano passado uma reforma constituição, que entre outras novidades celebra “a natureza, Pacha Mama”, logo nas primeiras linhas de seu preâmbulo. Seu Artigo 14 reconhece o “direito da população a viver num ambiente são” – coisa que a brasileira também diz, mas não pratica. Tem mais. No Artigo 15 ela promete que “o Estado promoverá, no setor público e privado, o uso de tecnologias ambientalmente limpas e de energias alternativas não contaminantes e de baixo impacto”. Declara que “a soberania energética” não pode comprometer a “soberania alimentar e o direito à água”. Isso, às vezes, não quer dizer nada.
Mas, no Equador, os princípios constitucionais, por mais abstratos que pareçam, estão ajudando a costurar acordos internacionais para manter a floresta intata no Yasuní e deixar “o petróleo debaixo da terra”. Há 900 milhões de barris sob o Yasuní, no conjunto de bacias preservadas do Ishpingo, Tiputi e Tambococha. Um verdadeiro tesouro petrolífero. E a ex-ministra do meio ambiente Yolanda Kakabadse estava ali anunciar que, aos olhos do governo alemão, a floresta que está em cima da terra pode valer mais do que o petróleo no mercado mundial da desordem climática.
É, como ela disse, um “grande negócio”. Para deixar o petróleo onde está, os equatorianos pedem no mínimo 350 milhões de dólares por ano de compensações internacionais, a título de evitar a liberação de CO2 ou qualquer outro artifício da engenharia financeira. A proposta, espetada numa dívida externa de 10 bilhões de dólares, soou a blefe, quando saiu de Quito há cerca de dois anos.
Mas, de lá para cá, correndo mundo, ganhou ares de projeto. Os alemães se dispuseram a apostar 50 milhões de euros por ano na conservação do Yasuní. Desde que o Equador, em contrapartida, crie um fundo para indenizar no futuro os investidores, se vier a mexer um dia nas jazidas da reserva. Deixando “o petróleo debaixo da terra”, poderá investir o dinheiro num programa ambiental que abarca 40 reservas naturais, cobrindo 38% do território equatoriano. E também na troca de energia suja por matrizes limpas, como as fontes termais dos vulcões. Ou no bem-estar das populações tradicionais na Amazônia.
“Comprem uma tonelada de carbono por 29 dólares para pendurar na parede do quarto de seus filhos e mostrar a eles que vocês também participaram dessa história”, ela recomendou à platéia. Talvez seja uma boa idéia. Para os brasileiros, é a maneira mais barata de investir num projeto que não é o feijão com arroz requentado do PAC.
Artigo do Jornalista Marcos de Sá Correa no O ECO http://www.oeco.com.br/ Direitos autorais preservados. Foto http://www.flickr.com/photos/barefoot-expeditions/2514854846/
Explicou pausadamente o caso do Parque Nacional do Yasuní, onde o Equador está mais perto do que se imagina de emplacar a novidade política mais significativa a brotar em mais de duas décadas no continente, juntando conservação da Amazônia com desenvolvimento nacional.
O Yasuní é aquele parque de quase 10 mil quilômetros quadrados, na borda oriental dos Andes, de onde a Petrobras foi enxotada há poucos anos pelos Huaorani, que foram às ruas de Quito protestar com o que consideraram a violação de seus direitos imemoriais sobre a floresta pela estatal brasileira.
A Petrobras havia tropeçado na rebelião indígena, quando escarafunchava o subsolo da Amazônia alheia, abrindo estradas na floresta primária e transportava equipamentos pesados no Tiputi, um rio até então imaculado. “O que acontecerá quando nossos filhos crescerem? Onde eles viverão?” – perguntavam os Huarani. Na dúvida, o Equador suspendeu a prospecção.
Na ocasião, o Presidente Lula mandou uma carta ao colega equatoriano Alfredo Palacio, naquele estilo “o que é isso, companheiro?” tão em voga na diplomacia latinoamericana. Mas ficou por isso mesmo. Ou melhor: piorou bastante, desde que o governo passou às mãos de Rafael Correa, o sucessor de Palacio.
Correa, como reciclador do populismo bolivariano, emplacou no ano passado uma reforma constituição, que entre outras novidades celebra “a natureza, Pacha Mama”, logo nas primeiras linhas de seu preâmbulo. Seu Artigo 14 reconhece o “direito da população a viver num ambiente são” – coisa que a brasileira também diz, mas não pratica. Tem mais. No Artigo 15 ela promete que “o Estado promoverá, no setor público e privado, o uso de tecnologias ambientalmente limpas e de energias alternativas não contaminantes e de baixo impacto”. Declara que “a soberania energética” não pode comprometer a “soberania alimentar e o direito à água”. Isso, às vezes, não quer dizer nada.
Mas, no Equador, os princípios constitucionais, por mais abstratos que pareçam, estão ajudando a costurar acordos internacionais para manter a floresta intata no Yasuní e deixar “o petróleo debaixo da terra”. Há 900 milhões de barris sob o Yasuní, no conjunto de bacias preservadas do Ishpingo, Tiputi e Tambococha. Um verdadeiro tesouro petrolífero. E a ex-ministra do meio ambiente Yolanda Kakabadse estava ali anunciar que, aos olhos do governo alemão, a floresta que está em cima da terra pode valer mais do que o petróleo no mercado mundial da desordem climática.
É, como ela disse, um “grande negócio”. Para deixar o petróleo onde está, os equatorianos pedem no mínimo 350 milhões de dólares por ano de compensações internacionais, a título de evitar a liberação de CO2 ou qualquer outro artifício da engenharia financeira. A proposta, espetada numa dívida externa de 10 bilhões de dólares, soou a blefe, quando saiu de Quito há cerca de dois anos.
Mas, de lá para cá, correndo mundo, ganhou ares de projeto. Os alemães se dispuseram a apostar 50 milhões de euros por ano na conservação do Yasuní. Desde que o Equador, em contrapartida, crie um fundo para indenizar no futuro os investidores, se vier a mexer um dia nas jazidas da reserva. Deixando “o petróleo debaixo da terra”, poderá investir o dinheiro num programa ambiental que abarca 40 reservas naturais, cobrindo 38% do território equatoriano. E também na troca de energia suja por matrizes limpas, como as fontes termais dos vulcões. Ou no bem-estar das populações tradicionais na Amazônia.
“Comprem uma tonelada de carbono por 29 dólares para pendurar na parede do quarto de seus filhos e mostrar a eles que vocês também participaram dessa história”, ela recomendou à platéia. Talvez seja uma boa idéia. Para os brasileiros, é a maneira mais barata de investir num projeto que não é o feijão com arroz requentado do PAC.
Artigo do Jornalista Marcos de Sá Correa no O ECO http://www.oeco.com.br/ Direitos autorais preservados. Foto http://www.flickr.com/photos/barefoot-expeditions/2514854846/
domingo, 19 de julho de 2009
Centenário de Juazeiro do Norte
Desde ontem, Juazeiro do Norte iniciou os festejos dos 100 anos de sua fundação que tem como destaque o Padre Cícero que foi o criador desta que é uma mais dinamicas cidades do Nordeste brasileiro. A dois anos da comemoração do centenário deste município, a cidade abre as portas para diversas manifestações que irão perdurar até 2011.
O nome “Juazeiro” surgiu a partir de uma árvore e “Norte” veio diferenciar a cidade de outras com o mesmo nome. Um dos grandes momentos que mudou a visão de Juazeiro para o mundo foi o milagre da beata Maria de Araújo, em 1889, em que ocorreu o sangramento da hóstia ofertada pelo Padre Cícero. A polêmica continua até hoje em torno desse fato, assim como a crença do povo na santidade do fundador de Juazeiro. O acontecimento até hoje é estudado por pesquisadores de várias partes do mundo.
RMF detém 63% do PIB do Ceará ²
"Apesar do esforço do governo estadual, nos últimos anos, de descentralizar as ações, ampliando o raio de atuação para fora da RMF, ainda hoje esta área concentra grande parte da atividade econômica no Ceará, tanto em volume de empregos, como na própria geração de riquezas", argumenta o estatístico Cleyber Nascimento de Medeiros, analista de políticas públicas do Ipece, responsável pela coordenação do estudo. Segundo ele, esta é a primeira vez que o Ipece aborda a realidade do Estado de forma agrupada. ´Antes, o que existia era o perfil básico de cada município´, explica. Assim, ainda não é possível avaliar o comportamento dos indicadores no tempo.
Excelente matéria do Jornalista Anchieta Dantas Jr.
Excelente matéria do Jornalista Anchieta Dantas Jr.
RMF detém 63% do PIB do Ceará
O Ceará é um Estado com diferentes realidades. Dividido em oito macrorregiões, definidas pela lei n.º 12.896 de 1999, o Ceará é, dentro do próprio território, uma terra de contrastes. Mais da metade da população (58%) mora no Interior. Entretanto, quase 67% dos empregos formais são gerados na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), que detém 42% dos habitantes do Estado.
A percepção da concentração de renda e investimentos se fortalece ainda quando se considera que 63% das riquezas produzidas no Ceará, medidas pelo Produto Interno Bruto (PIB), também são oriundas da RMF e os novos projetos não priorizam o Interior.Ao mesmo tempo, as diferenças continuam, quando se compara o acesso da população a infra-estruturas básicas como o abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Enquanto na Região Metropolitana de Fortaleza, as coberturas de água e de esgoto atingem, respectivamente, índices de 90,4% e 40,2%; no Interior, como na macrorregião do Litoral Oeste, as proporções chegam, por sua vez, a menos de 50% e 10%. Já nas macrorregiões do Sertão dos Inhamuns e do Sertão Central, a cobertura de esgoto, por outro lado, resume-se a somente 4% dos domicílios.
Os números fazem parte do Perfil Básico Regional do Ceará, referente ao ano de 2008, com base em dados de 2006 e 2007, elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Estado (Ipece). O estudo consiste em uma coletânea de indicadores relacionados aos aspectos geográficos, demográficos, sociais, de infra-estrutura, econômicos e de finanças de cada uma dessas áreas.
Matéria de abertura do Caderno Negócios do Diário do Nordeste, de hoje. Vale a pena conferir.
A percepção da concentração de renda e investimentos se fortalece ainda quando se considera que 63% das riquezas produzidas no Ceará, medidas pelo Produto Interno Bruto (PIB), também são oriundas da RMF e os novos projetos não priorizam o Interior.Ao mesmo tempo, as diferenças continuam, quando se compara o acesso da população a infra-estruturas básicas como o abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Enquanto na Região Metropolitana de Fortaleza, as coberturas de água e de esgoto atingem, respectivamente, índices de 90,4% e 40,2%; no Interior, como na macrorregião do Litoral Oeste, as proporções chegam, por sua vez, a menos de 50% e 10%. Já nas macrorregiões do Sertão dos Inhamuns e do Sertão Central, a cobertura de esgoto, por outro lado, resume-se a somente 4% dos domicílios.
Os números fazem parte do Perfil Básico Regional do Ceará, referente ao ano de 2008, com base em dados de 2006 e 2007, elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Estado (Ipece). O estudo consiste em uma coletânea de indicadores relacionados aos aspectos geográficos, demográficos, sociais, de infra-estrutura, econômicos e de finanças de cada uma dessas áreas.
Matéria de abertura do Caderno Negócios do Diário do Nordeste, de hoje. Vale a pena conferir.
sábado, 18 de julho de 2009
Adeus às sacolas plásticas, no Rio de Janeiro
O Diário Oficial do Governo Fluminense desta quinta-feira, passada apresentou a lei que proíbe o uso de sacolas plásticas nos mercados do Rio de Janeiro. A determinação, sancionada pelo vice-governador Luiz Fernando de Souza Pezão, afirma que a substituição do produto por bolsas reutilizáveis acontecerá gradativamente. As microempresas terão três anos para seguir a nova regra, enquanto as de pequeno porte terão dois e as médias e grandes fábricas apenas um. Caso algum estabelecimento não cumpra a nova lei, deverá receber todos os tipos de sacos plásticos dos clientes e oferecer diferentes descontos nas mercadorias.
Fonte O ECO http://www.oeco.com.br/saladaverde
Fonte O ECO http://www.oeco.com.br/saladaverde
quinta-feira, 16 de julho de 2009
CE quer sair da área de risco da aftosa
Dentro da programação da 58ª edição da Exposição Centro-Nordestina de Animais e Produtos Derivados (Expocrato 2009), acontece, hoje, reunião dos membros do Conselho Estadual da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri). O objetivo é discutir resultados e perspectivas em torno dos trabalhos realizados para tirar o Estado da condição de Área de Risco Desconhecido da Aftosa.
Na ocasião, serão discutidos temas como: Guia de Trânsito Animal (GTA), que assegura vacinação de bovinos e caprinos, origem e destino de animais comercializados, além do sistema de informatização que organiza e normatiza toda fiscalização. De acordo com o titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Camilo Santana, é fundamental que todos os conselheiros compareçam. “Essa é uma luta de todos nós. Temos que dinamizar esses trabalhos, garantir a consciência da necessidade de vacinação do rebanho em todos os setores”, enfatizou.
Fonte Diário do Nordeste
Na ocasião, serão discutidos temas como: Guia de Trânsito Animal (GTA), que assegura vacinação de bovinos e caprinos, origem e destino de animais comercializados, além do sistema de informatização que organiza e normatiza toda fiscalização. De acordo com o titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Camilo Santana, é fundamental que todos os conselheiros compareçam. “Essa é uma luta de todos nós. Temos que dinamizar esses trabalhos, garantir a consciência da necessidade de vacinação do rebanho em todos os setores”, enfatizou.
Fonte Diário do Nordeste
EXPOCRATO deve permanecer no local
A maioria dos representantes de entidades de classe e Prefeitura que participaram da audiência, promovida pelo Ministério Público, para discutir a transferência do Parque de Exposições do Crato, manifestou-se em favor da permanência do parque na Avenida Maildes Siqueira, no Centro, ao lado da Universidade Regional do Cariri (Urca). O argumento é que a Expocrato faz parte da cultura e da afetividade dos cratenses.
O promotor de justiça Pedro Luís Camelo informou que, de acordo com a decisão da maioria dos presentes à audiência, o parque deve permanecer no mesmo local. O representante do Ministério Público também questionou a administração da Expocrato por voluntários. Ele disse que, de acordo com a Lei, a responsabilidade de gerir o evento é do Estado. Porém, a deliberação não é conclusiva.
Mesmo diante dos argumentos dos expositores de que o parque não atende às condições técnicas para a dimensão do evento, a maioria dos presentes, a começar do prefeito Samuel Araripe, sugeriu que o Governo aplicasse os R$ 25 milhões destinados à construção do novo parque na requalificação do atual. O prefeito apresentou o Plano de Requalificação Urbana do Município, com um anteprojeto, indicando a urbanização e ampliação do parque que foi entregue ao Secretário de Desenvolvimento Agrário, Camilo Santana. Ele disse que “cabe à comissão formada pelo Governador” definir a localização do parque, estendendo-se às consultas a outros setores da comunidade.
“Não existe, sequer, um projeto, o governador não tem interesse de se desgastar, construindo um empreendimento que a população não quer”, disse Santana, acrescentando que será respeitada a vontade da maioria dos cratenses.
Na ocasião, foi apresentado o projeto de construção do parque de Sobral com áreas de estacionamento, shows, pista de vaquejada, alojamentos, auditórios, dentre outros equipamentos. O parque de Sobral vai ocupar uma área de 40 hectares, enquanto o atual parque do Crato possui apenas 36ha.
O promotor de justiça Pedro Luís Camelo informou que, de acordo com a decisão da maioria dos presentes à audiência, o parque deve permanecer no mesmo local. O representante do Ministério Público também questionou a administração da Expocrato por voluntários. Ele disse que, de acordo com a Lei, a responsabilidade de gerir o evento é do Estado. Porém, a deliberação não é conclusiva.
Mesmo diante dos argumentos dos expositores de que o parque não atende às condições técnicas para a dimensão do evento, a maioria dos presentes, a começar do prefeito Samuel Araripe, sugeriu que o Governo aplicasse os R$ 25 milhões destinados à construção do novo parque na requalificação do atual. O prefeito apresentou o Plano de Requalificação Urbana do Município, com um anteprojeto, indicando a urbanização e ampliação do parque que foi entregue ao Secretário de Desenvolvimento Agrário, Camilo Santana. Ele disse que “cabe à comissão formada pelo Governador” definir a localização do parque, estendendo-se às consultas a outros setores da comunidade.
“Não existe, sequer, um projeto, o governador não tem interesse de se desgastar, construindo um empreendimento que a população não quer”, disse Santana, acrescentando que será respeitada a vontade da maioria dos cratenses.
Na ocasião, foi apresentado o projeto de construção do parque de Sobral com áreas de estacionamento, shows, pista de vaquejada, alojamentos, auditórios, dentre outros equipamentos. O parque de Sobral vai ocupar uma área de 40 hectares, enquanto o atual parque do Crato possui apenas 36ha.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Em discussão a nova EXPOCRATO
O CENTRAL PARK do Crato pode vir aí...Em audiência pública, Samuel conquista a platéia com um arrojado projeto para o Crato. Em discussão a proposta da nova EXPOCRATO, na Audiencia Pública, na data de ontem.
terça-feira, 14 de julho de 2009
Audiencia Pública sobre a EXPOCRATO
Caro Prof. Jesualdo
Podemos fazer um trabalho com esta qualidade em Juazeiro do Norte, via ASTEF/ UFC. Esta proposta é originária do PRU CRATO/ Plano de Requalificação Urbana do Crato.
Cordialmente
Prof. José Sales
O CENTRAL PARK do Crato pode vir aí...Em audiência pública, Samuel conquista a platéia com um arrojado projeto para o Crato.
Podemos fazer um trabalho com esta qualidade em Juazeiro do Norte, via ASTEF/ UFC. Esta proposta é originária do PRU CRATO/ Plano de Requalificação Urbana do Crato.
Cordialmente
Prof. José Sales
O CENTRAL PARK do Crato pode vir aí...Em audiência pública, Samuel conquista a platéia com um arrojado projeto para o Crato.
Em audiência pública realizada na manhã de ontem, terça-feira, dia 14 de Julho, no SESC Crato, para uma platéia de diferentes segmentos da sociedade, intelectuais, e a presença do representante do Governo do Estado, Secretário do Desenvolvimento Agrário Camilo Santana, o Prefeito de Crato, Samuel Araripe se adiantou à polêmica gerada por alguns sobre se deve ou não mover o parque de exposições para outro local, e já prevendo que a esmagadora maioria dos Cratenses optariam pela permanência do parque no local aonde hoje se encontra, deu uma cartada de mestre, ao tirar literalmente "da manga", e entregar ao governo do estado, todo um projeto de ampliação e modernização do atual parque de exposições, e que o transformaria numa espécie de "Central Park" em pleno coração do Crato, com áreas verdes, pistas de cooper e até um lago, semelhante ao parque do Ibirapuera, em São paulo.
A audiência, que foi brilhantemente conduzida pelo Promotor de Justiça - Pedro Luis Lima Camelo, teve o pronunciamento de inúmeras pessoas renomadas da sociedade Cratense, e a cada vez em que os oradores se posicionavam sobre a permanência do parque no local atual, eram aplaudidos veementemente.
Arquiteto José Sales explica o projeto de ampliação e modernização do Parque de Exposições, apresentado por Samuel Araripe:"A proposta é originária do escopo de projetos estruturantes do PRU CRATO/ Plano de Requalificação Urbana do Crato, de sua primeira versão Maio 2005. E gradativamente veio sendo melhorada e adequada as demandas tanto do Crato, que teria um grande parque central multiuso, como do próprio Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcante, o modernizando integralmente.
Constam da proposta, além da contemporanização das instalações e equipamentos do próprio Parque de Exposições, melhorias incomensuráveis à area central do Crato. No ambito do Parque de Exposições os novos atributos serão o que de melhor em modelagem de parques de exposição. No entorno urbano do Alto da Penha, Conjunto Ossian Araripe, Conjunto Pantanal, Mata do IBAMA e Pimenta haverão também melhorias de toda ordem, desde ampliação do sistema viário, com ampliação da Av. José Marrocos e consolidação de via paisagística, arborização e implantação de novas áreas de parque ao usofruto da população, pistas de caminhadas e equipamentos para esportes ao ar livre.
No capítulo ambiental, haverá a reconstrução do Açude do Parque que funcionará como um regulador da drenagem urbana da região e infraestrutura de saneamento básico tanto para o Parque quanto os bairros limitrofes. E melhor acesso à Mata do IBAMA, uma porção preservada de mata atalantica, no Centro do Crato, para atividades de educação ambiental e fruição da natureza.
Todos os estudos e proposições tem base técnica e podem ser comprovados inclusive do ponto de vista da viabilidade urbanística e ambiental, como economica e financeira. Não existe nenhuma área com esta dimensão, qualificação e posiconamento logístico, notadamente este, no Crato e já de propriedade pública. O Parque de Exposições transformado em PARQUE CENTRAL DO CRATO, com a reformulação dos usos e espaços, deverá ser um lugar de referência para tanto para as Exposições como para esporte e lazer e utilização permanente pela população local.
Arquiteto José Sales explica o projeto de ampliação e modernização do Parque de Exposições, apresentado por Samuel Araripe:"A proposta é originária do escopo de projetos estruturantes do PRU CRATO/ Plano de Requalificação Urbana do Crato, de sua primeira versão Maio 2005. E gradativamente veio sendo melhorada e adequada as demandas tanto do Crato, que teria um grande parque central multiuso, como do próprio Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcante, o modernizando integralmente.
Constam da proposta, além da contemporanização das instalações e equipamentos do próprio Parque de Exposições, melhorias incomensuráveis à area central do Crato. No ambito do Parque de Exposições os novos atributos serão o que de melhor em modelagem de parques de exposição. No entorno urbano do Alto da Penha, Conjunto Ossian Araripe, Conjunto Pantanal, Mata do IBAMA e Pimenta haverão também melhorias de toda ordem, desde ampliação do sistema viário, com ampliação da Av. José Marrocos e consolidação de via paisagística, arborização e implantação de novas áreas de parque ao usofruto da população, pistas de caminhadas e equipamentos para esportes ao ar livre.
No capítulo ambiental, haverá a reconstrução do Açude do Parque que funcionará como um regulador da drenagem urbana da região e infraestrutura de saneamento básico tanto para o Parque quanto os bairros limitrofes. E melhor acesso à Mata do IBAMA, uma porção preservada de mata atalantica, no Centro do Crato, para atividades de educação ambiental e fruição da natureza.
Todos os estudos e proposições tem base técnica e podem ser comprovados inclusive do ponto de vista da viabilidade urbanística e ambiental, como economica e financeira. Não existe nenhuma área com esta dimensão, qualificação e posiconamento logístico, notadamente este, no Crato e já de propriedade pública. O Parque de Exposições transformado em PARQUE CENTRAL DO CRATO, com a reformulação dos usos e espaços, deverá ser um lugar de referência para tanto para as Exposições como para esporte e lazer e utilização permanente pela população local.
Participaram da concepção do Parque Central do Crato, os Arquitetos José Sales/ Prof. UFC, Mario Roque/ Prof. UNIFOR, Thais Callou, Carolina Gondim Rocha/ Prof. UNIFOR e a equipe técnica de Ibi Tupi Projetos e Consultoria. Além da consuloria especial do Prof. André Herzog/ Prof. URCA e Prof. Francisco Cunha/ URCA.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
O Sertão do Ceará avança no mundo virtual
Telecentro móvel, ilhas digitais e blogs se espalham pelo Sertão acentuando contraste tecnológico e polêmicas. O acesso livre à rede mundial de computadores, ou simplesmente web, está se tornando mais rápido quando comparada com os meios de comunicação tecnológica convencionais no Interior do Estado. Enquanto ainda são muitos os lugares com precária estrutura de acesso ao outro lado da linha, a inclusão digital avança em gigabytes Caatinga adentro. O Sertão em Rede, a Garagem Digital e a interação virtual são exemplos desse contraste de superação digital no Sertão Central do Ceará.
Apesar do atraso nas telecomunicações, o telecentro móvel do Sertão em Rede é um exemplo de criatividade e sucesso pelos recantos de Quixadá. Iniciado em setembro do ano passado, o projeto se consolida levando acesso à Internet e formação básica em computação aos bairros e distritos do município. O suporte a mais de 1,5 mil moradores de baixa renda assegura ao Centro de Desenvolvimento do Trabalho Integrado ao Social (CDTIS) a continuidade da parceria com o Instituto Oi Futuro.
Além da manutenção do serviço de inclusão digital, o Sertão em Rede também está atuando na implantação de ilhas digitais nas comunidades rurais por onde está passando. De acordo com o coordenador do programa, Ítalo Beethoven, o processo se concretizará em duas etapas. Este ano os mini-telecentros chegarão a cinco distritos. No ano seguinte mais oito serão contemplados. Os investimentos são de R$ 200 mil, por intermédio do Projeto Oi Futuro, e mais R$ 60 mil do Governo do Estado. A conexão surge via satélite.
Em Quixeramobim, o Garagem Digital, um laboratório de experimentação de tecnologias de inclusão digital é outro exemplo. Viabiliza o acesso de jovens de comunidades carentes ao mundo virtual. Nos últimos meses 120 deles passaram a se familiarizar com o mais interessante invento tecnológico dos últimos tempos: a internet e seus meios. Assim como no Telecentro Comunitário de Quixadá, logo dominam a máquina e exploram seus recursos. Esta familiarização está causando uma curiosa tendência virtual. Portais de relacionamento se expandem vertiginosamente.
Segundo a diretora do Telecentro de Quixadá, Professora Oscalina Queiroz, praticamente todos os alunos possuem orkuts ou blogs, ou seja, são protagonistas do meio virtual. Inaugurado em fevereiro de 2007, o projeto capacita pelo menos 30 alunos a cada curso. Mais de 500 já aprenderam os segredos básicos da informática. Não há quem resista em participar das redes sociais filiadas a algum provedor ou aos serviços de publicação na Internet como o Blogger.
Matéria do Jornalista Alex Pimentel no Caderno Regional do Diário do Nordeste. Vale a pena conferir.
Apesar do atraso nas telecomunicações, o telecentro móvel do Sertão em Rede é um exemplo de criatividade e sucesso pelos recantos de Quixadá. Iniciado em setembro do ano passado, o projeto se consolida levando acesso à Internet e formação básica em computação aos bairros e distritos do município. O suporte a mais de 1,5 mil moradores de baixa renda assegura ao Centro de Desenvolvimento do Trabalho Integrado ao Social (CDTIS) a continuidade da parceria com o Instituto Oi Futuro.
Além da manutenção do serviço de inclusão digital, o Sertão em Rede também está atuando na implantação de ilhas digitais nas comunidades rurais por onde está passando. De acordo com o coordenador do programa, Ítalo Beethoven, o processo se concretizará em duas etapas. Este ano os mini-telecentros chegarão a cinco distritos. No ano seguinte mais oito serão contemplados. Os investimentos são de R$ 200 mil, por intermédio do Projeto Oi Futuro, e mais R$ 60 mil do Governo do Estado. A conexão surge via satélite.
Em Quixeramobim, o Garagem Digital, um laboratório de experimentação de tecnologias de inclusão digital é outro exemplo. Viabiliza o acesso de jovens de comunidades carentes ao mundo virtual. Nos últimos meses 120 deles passaram a se familiarizar com o mais interessante invento tecnológico dos últimos tempos: a internet e seus meios. Assim como no Telecentro Comunitário de Quixadá, logo dominam a máquina e exploram seus recursos. Esta familiarização está causando uma curiosa tendência virtual. Portais de relacionamento se expandem vertiginosamente.
Segundo a diretora do Telecentro de Quixadá, Professora Oscalina Queiroz, praticamente todos os alunos possuem orkuts ou blogs, ou seja, são protagonistas do meio virtual. Inaugurado em fevereiro de 2007, o projeto capacita pelo menos 30 alunos a cada curso. Mais de 500 já aprenderam os segredos básicos da informática. Não há quem resista em participar das redes sociais filiadas a algum provedor ou aos serviços de publicação na Internet como o Blogger.
Matéria do Jornalista Alex Pimentel no Caderno Regional do Diário do Nordeste. Vale a pena conferir.
domingo, 12 de julho de 2009
A criação da EXPOCRATO
Era junho de 1944 quando o jovem advogado Dr. Wilson Gonçalves, então prefeito do Crato, teve a feliz idéia de criar e realizar uma Exposição Agropecuária nesta cidade, com o alto objetivo de propiciar meios racionais para a melhoria do rebanho bovino da região.
A raça zebuína, a mais aconselhada para o nosso meio, começou a ser introduzida no Cariri, quando um genro do então presidente do Estado, Justiniano de Serpa, apareceu aqui, por volta de 1922, com um lote de umas 100 rezes procedentes do Estado de Minas Gerais, via Fortaleza, e efetuou vendas aos criadores tradicionais.
O local escolhido para a Exposição foi o Sítio Caridade, onde se erguem hoje os edifícios da Fundação Padre Ibiapina e Faculdade de Filosofia. A Prefeitura preparou o lugar com todo o esmero possível: belo pavilhão, baias, grama, água canalizada e outros melhoramentos. Às 10 horas do dia 4 de dezembro realizou-se, com grande brilhantismo, a solenidade da abertura e inauguração da Exposição, presidida pelo então Interventor Federal neste Estado, professor Francisco de Menezes Pimentel, o qual se achava acompanhado de ilustre comitiva.
O período da Exposição foi de 4 a 7 de dezembro e foram expostos 295 animais — cerca de 220 bovinos e o restante, eqüinos, muares, asininos, ovinos, caprinos e suínos, além de animais de menor porte, como coelho, galináceos etc. Os visitantes foram na ordem de cinco mil. O êxito foi completo, desde o aspecto econômico (boa venda de gado) ao social. Isto se deveu ao clima de entusiasmo e boa vontade por parte de todos e, sobretudo, ao seu plano geral de preparação.
Idas e vindas
A Exposição, realizada em plena época da Segunda Guerra Mundial, sem deixar de constituir grande marco para futuros certames dessa natureza, a sua seqüência não se seguiu no ritmo natural que se esperava. Findou a guerra, veio um período de dificuldades econômicas, natural do após-guerra, depois a reorganização do País em sua vida democrática, após a Ditadura Vargas.
Posteriormente, os sucessivos e passageiros prefeitos deparavam-se com dificuldades e foram adiando a realização da segunda Exposição, mesmo porque tinham de cuidar primeiro da reorganização da vida do município, com a criação dos organismos essenciais ao desafio dos tempos modernos.
Segunda exposição
Veio o ano de 1953, quando a cidade do Crato iria comemorar 100 anos de elevação à categoria de cidade, na administração dr. Décio Teles Cartaxo.O renome de que o Crato já gozava assegurava o êxito e o esplendor de festividades e certames que fossem programados e, assim, os setores de desenvolvimento econômico do município incutiram no espírito esclarecido do prefeito Décio Cartaxo a necessidade da realização da Segunda Exposição.
Assim, ao lado de uma importante Feira de Amostras, que teve lugar na Praça da Sé, com a participação de vários municípios do Ceará, inclusive Sobral, alcançando retumbante sucesso, a qual foi coordenada pelo dr. Jósio de Alencar Araripe, foi levada a efeito, no atual Parque Municipal, à Praça Alexandre Arrais, a Segunda Exposição Regional Agro-pecuária, durante o período de 14 a 17 de outubro daquele ano de 1953. Repetiu-se o êxito total de 1944, demonstrando-se mais uma vez o vigor do Crato em suas iniciativas e promoções. Personalidades que visitaram a Exposição: os então vice-presidente da República, João Café Filho; comandante da 10ª Região Militar, general Humberto de Alencar Castelo Branco; ministro da Viação, José Américo de Almeida; ministro do Trabalho, João Marques Belchior Goulart; governador Raul Barbosa; vários secretários de Estado, dezenas de prefeitos, senadores, deputados federais e estaduais.
Estavam, pois, evidenciadas as possibilidades e as condições que o município do Crato oferecia, no sentido de que o Certame fosse realizado, ininterruptamente, nos anos subseqüentes. Deste modo, em 1954, foi promovida e realizada com sucesso, a terceira Exposição, pela primeira vez no atual Parque de Exposição, na administração do então prefeito dr. Ossian de Alencar Araripe.
Em 1959, a Exposição, por força de um convênio celebrado entre oito secretários de Agricultura do Nordeste, que para isto se reuniram, foi estabelecido um calendário comum de distribuição das Exposições em cada área de atuação. A do Crato, pela sua própria expressão e amplas possibilidades, passou a ter âmbito bem maior, denominando-se “Exposição Centro Nordestina de Animais e Produtos Derivados”, logo a partir do referido ano de 1959. Conjuntamente a ela, a Exposição primitiva “Exposição Regional Agropecuária do Crato”, continua a realizar-se, tanto que no ano de 1976, diz-se: XVII Exposição Centro Nordestina de Animais e Produtos Derivados — XXIII Exposição Regional Agropecuária do Crato.
Estava assim definitivamente implantada, com raízes bem profundas e seguras, a nossa Exposição. Dentre tantos fatores do evento que todos os anos se realiza em nossa cidade, um há de ser destacado, o mais importante entre eles, o positivo de ordem econômica, como gerador de bens e impulsionador de riquezas.
Potencial localDe fato, o evento é uma prova inconteste da viabilidade econômica local e regional. O evento estimula a criação, está se transformando no maior acontecimento no gênero do Nordeste, e faz com que se aprimorem o gosto e o estímulo pelo desenvolvimento da pecuária na região.
Hoje, já se pode dizer, são centenas de fazendas e produtores a criar gado de raça, a melhorar a qualidade dos rebanhos, a introduzir o uso de tecnologias modernas, como inseminação artificial, engorda confinada, estábulos para gado leiteiro, uso de rações balanceadas, plantio de capins selecionados, ensilagem, vacinação e medicamentos curativos e preventivos e seleção de reprodutores e matrizes.
Artigo do Jornalista Humberto Esmeraldo Cabral/ Memorialista do Crato e Região do Cariri. Publicado no Caderno Regional do jornal Diário do Nordeste, de hoje. Imagem da primeira exposição realizada no Sítio Caridade, onde hoje está o Campus do Pimenta da URCA.
Expocrato 2009 deve reunir 100 mil visitantes por dia
Será aberta hoje, às 16 horas, a Exposição Centro-Nordestina de Animais e Produtos Derivados do Crato (Expocrato), que comemora 65 anos de fundação e conta com o apoio do Sistema Verdes Mares (SVM). A primeira exposição agropecuária do município foi realizada em 1944. No entanto, sofreu algumas interrupções, estando, este ano, na sua 58ª edição. Nesse período, a cidade se transforma na capital da agropecuária do Nordeste.
Reportagem dos diversos jornais regionais. Vale a pena conferir e visitar.
Reportagem dos diversos jornais regionais. Vale a pena conferir e visitar.
sábado, 11 de julho de 2009
58ª ExpoCrato começa amanhã
Amanhã, Domingo, as 17 horas, o prefeito do Crato juntamente com o Governador do Estado, e lideranças do setor Desenvolvimento Agrário do Ceará abrirão oficialmente a 58ª edição da Exposição Centro-Nordestina de Animais e Produtos Derivados - ExpoCrato 2009. O evento, que prossegue até o domingo, 19, vislumbra atrair mais de 100 mil pessoas diariamente para o Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcanti.
A ExpoCrato é maior exposição agropecuária do Ceará e A expectativa dos organizadores é que, nesta edição, sejam movimentados mais de R$ 60 milhões em negócios. Este ano, são esperados 12 mil animais. Os destaques da Programação artística serão as bandas Calypso, Chiclete com Banana Aviões do Forró, Biquíni Cavadão, a dupla Victor e Léo, entre outros.
Blog do Crato http://blogdocrato.blogspot.com/
A ExpoCrato é maior exposição agropecuária do Ceará e A expectativa dos organizadores é que, nesta edição, sejam movimentados mais de R$ 60 milhões em negócios. Este ano, são esperados 12 mil animais. Os destaques da Programação artística serão as bandas Calypso, Chiclete com Banana Aviões do Forró, Biquíni Cavadão, a dupla Victor e Léo, entre outros.
Blog do Crato http://blogdocrato.blogspot.com/
No Ceará: cachoeiras são opção para férias
Ceará não é só praia. Em várias regiões do Estado, as cachoeiras proporcionam um lazer diferente para as famílias. De perto, as cachoeiras da Serra de Baturité formam um cenário ideal para repor as energias e apreciar um tipo de natureza com que os cearenses estão pouco familiarizados, dada a preferência às praias. As chuvas deste ano abasteceram os olhos d’água e mananciais da região do Maciço. O excesso desce para abastecer os rios e, no caminho, forma belíssimas quedas d’água, que proporcionam uma opção de férias para todos os gostos.
O Buraco da Velha é atração na Serra da Meruoca. Um dos atrativos para quem quer passar as férias na Região Norte do Ceará é visitar a Serra da Meruoca, a 670 metros sobre o nível do mar. O município, que dá nome à serra, fica situado a 242 quilômetros de Fortaleza e tem o acesso pela BR-222 e CE-440. O local possui seus atrativos que vem desde trilhas ecológicas, banhos de cachoeira, e as belezas que a Serra da Meruoca oferece.Um desses atrativos são as fontes naturais em meio a grandes altitudes, clima ameno e trilhas de verde exuberante que fazem da Serra da Meruoca um agradável destino turístico. Ali estão encravadas as cidades de Meruoca e Alcântaras, onde habitam pessoas simples e acolhedoras, que oferecem rico artesanato e uma culinária recheada de guloseimas para os visitantes do local.
Matéria do jornal Diário do Nordeste. Vale a pena conferir.
O Buraco da Velha é atração na Serra da Meruoca. Um dos atrativos para quem quer passar as férias na Região Norte do Ceará é visitar a Serra da Meruoca, a 670 metros sobre o nível do mar. O município, que dá nome à serra, fica situado a 242 quilômetros de Fortaleza e tem o acesso pela BR-222 e CE-440. O local possui seus atrativos que vem desde trilhas ecológicas, banhos de cachoeira, e as belezas que a Serra da Meruoca oferece.Um desses atrativos são as fontes naturais em meio a grandes altitudes, clima ameno e trilhas de verde exuberante que fazem da Serra da Meruoca um agradável destino turístico. Ali estão encravadas as cidades de Meruoca e Alcântaras, onde habitam pessoas simples e acolhedoras, que oferecem rico artesanato e uma culinária recheada de guloseimas para os visitantes do local.
Matéria do jornal Diário do Nordeste. Vale a pena conferir.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
IBAMA rejeita licança para obra do PAC na Amazonia
Uma das mais polêmicas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na Amazônia, o asfaltamento de trecho de mais de 400 quilômetros da BR-319, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM), teve a licença ambiental negada por parecer do Ibama (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
O parecer técnico de 177 páginas considera o empreendimento "inviável ambientalmente" e aponta "falhas graves" tanto no diagnóstico dos impactos da rodovia no meio ambiente como nas medidas propostas para compensar esses impactos. A chance do asfaltamento obter licença prévia (anterior à autorização para o início das obras) foi condicionada à revisão dos estudos e a medidas de proteção florestal.
"O empreendimento torna-se inviável na medida em que nem todos os impactos foram avaliados, muitos foram subavaliados e muitas das medidas mitigadoras propostas são inexequíveis", conclui o parecer.
O texto diz que a pavimentação de trecho da BR-319 no Amazonas atingirá uma região "com alto grau de preservação" da floresta. E alerta para efeitos negativos da obra, como o avanço do desmatamento, a ocupação irregular e a grilagem de terras públicas, além da possibilidade de invasão e extração de madeira das unidades de conservação próximas.
Diferentemente de outros processos de licenciamento ambiental de obras polêmicas do PAC, como as hidrelétricas do rio Madeira, desta vez o Ibama resolveu não passar por cima do parecer feito pelos técnicos e liberar o obra.
A decisão compromete o cronograma da obra. O mais recente balanço do PAC, divulgado no mês passado, previa a conclusão do asfaltamento da BR-319 no final de 2011. Para isso, a licença ambiental prévia deveria ter sido liberada há três semanas. Não há previsão de novo prazo para o Ibama reavaliar o empreendimento. "Enquanto as exigências não forem cumpridas, não tem licença", disse o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente). "Não é uma estrada qualquer, corta a região mais preservada da Amazônia."
O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) foi cobrado a apresentar novamente alternativas de modalidades de transportes na região, assim como novo estudo sobre a hipótese de não realização da obra.
Matéria da Jornalista Marta Salomon na Folha de São Paulo, de hoje. Publicada no Blog do Noblat.
O parecer técnico de 177 páginas considera o empreendimento "inviável ambientalmente" e aponta "falhas graves" tanto no diagnóstico dos impactos da rodovia no meio ambiente como nas medidas propostas para compensar esses impactos. A chance do asfaltamento obter licença prévia (anterior à autorização para o início das obras) foi condicionada à revisão dos estudos e a medidas de proteção florestal.
"O empreendimento torna-se inviável na medida em que nem todos os impactos foram avaliados, muitos foram subavaliados e muitas das medidas mitigadoras propostas são inexequíveis", conclui o parecer.
O texto diz que a pavimentação de trecho da BR-319 no Amazonas atingirá uma região "com alto grau de preservação" da floresta. E alerta para efeitos negativos da obra, como o avanço do desmatamento, a ocupação irregular e a grilagem de terras públicas, além da possibilidade de invasão e extração de madeira das unidades de conservação próximas.
Diferentemente de outros processos de licenciamento ambiental de obras polêmicas do PAC, como as hidrelétricas do rio Madeira, desta vez o Ibama resolveu não passar por cima do parecer feito pelos técnicos e liberar o obra.
A decisão compromete o cronograma da obra. O mais recente balanço do PAC, divulgado no mês passado, previa a conclusão do asfaltamento da BR-319 no final de 2011. Para isso, a licença ambiental prévia deveria ter sido liberada há três semanas. Não há previsão de novo prazo para o Ibama reavaliar o empreendimento. "Enquanto as exigências não forem cumpridas, não tem licença", disse o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente). "Não é uma estrada qualquer, corta a região mais preservada da Amazônia."
O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) foi cobrado a apresentar novamente alternativas de modalidades de transportes na região, assim como novo estudo sobre a hipótese de não realização da obra.
Matéria da Jornalista Marta Salomon na Folha de São Paulo, de hoje. Publicada no Blog do Noblat.
Estudo de Transito e Transportes para o CRAJUBAR
A Secretaria das Cidades promoverá nesta sexta-feira, a partir das 8h, no auditório do Hotel Verdes Vales, em Juazeiro do Norte (Região do Cariri), seminário para apresentar o Estudo de Trânsito e Transportes do Aglomerado Urbano do CRAJUBAR – Propostas para Juazeiro do Norte. À frente, o Secretário Joaquim Cartaxo.
O Seminário faz parte do Projeto Cidades do Ceará (Cariri Central) - que programa uma nova infraestrutura em vários aspectos para essa banda do Estado, e é coordenado pela Associação Técnica Engenheiro Paulo Frontin – ASTEF. A ordem é apresentar para a sociedade as propostas para o trânsito de Juazeiro do Norte.
O Seminário faz parte do Projeto Cidades do Ceará (Cariri Central) - que programa uma nova infraestrutura em vários aspectos para essa banda do Estado, e é coordenado pela Associação Técnica Engenheiro Paulo Frontin – ASTEF. A ordem é apresentar para a sociedade as propostas para o trânsito de Juazeiro do Norte.
Prof. Gero Hillmer volta ao Brasil para documentátios
O Professor Gero Hilmer volta ao Brasil, já no próximo mês de Agosto, a convite da FUNCAP, para trabalhos de consultoria na definição do roteiros de três documentários e uma publicação sobre a região do Araripe, que deverão ser realizados em parceria com a TV Alemã.
Hillmer, professor emérito da Universität Hamburg, na Alemanha, foi durante duas décadas Diretor do Instituto e Museu de Paleontolologia daquela Universidade. É o autor da proposta de criação do Geopark Araripe à UNESCO - Appplication Dossier for Nomination Araripe Geopark, State of Ceará, Brazil - em 2006, juntamente com os Profesores André Herzog/ URCA, Alexandre Feitosa Sales/ URCA e José Sales/ UFC.
Hillmer, professor emérito da Universität Hamburg, na Alemanha, foi durante duas décadas Diretor do Instituto e Museu de Paleontolologia daquela Universidade. É o autor da proposta de criação do Geopark Araripe à UNESCO - Appplication Dossier for Nomination Araripe Geopark, State of Ceará, Brazil - em 2006, juntamente com os Profesores André Herzog/ URCA, Alexandre Feitosa Sales/ URCA e José Sales/ UFC.
Aeroporto Regional do Cariri terá ampliação
Cerca de R$ 5 milhões serão investidos pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) na reforma do Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, em Juazeiro do Norte. A iniciativa do investimento veio após a concretização do repasse da área territorial do aeroporto à União e negociações com o Governo do Estado do Ceará, finalizando também o convênio para melhorias na infra-estrutura, firmado no governo anterior.
Uma das principais mudanças será a ampliação do terminal, projetado para cerca de 50 mil passageiros por ano, passando para mais de 200 mil. Um novo aeroporto para Juazeiro do Norte deverá ser construído, segundo a superintendência local, iniciando num prazo de três anos, numa área de frente ao atual.O equipamento tem registrado crescimento acima da expectativa. Este ano, conforme a superintendência do aeroporto, há a perspectiva de mais de 40% no número de embarques e desembarques, superando o ano anterior. Cerca de 230 mil passageiros passarão pelo Aeroporto Regional do Cariri.
Uma das principais mudanças será a ampliação do terminal, projetado para cerca de 50 mil passageiros por ano, passando para mais de 200 mil. Um novo aeroporto para Juazeiro do Norte deverá ser construído, segundo a superintendência local, iniciando num prazo de três anos, numa área de frente ao atual.O equipamento tem registrado crescimento acima da expectativa. Este ano, conforme a superintendência do aeroporto, há a perspectiva de mais de 40% no número de embarques e desembarques, superando o ano anterior. Cerca de 230 mil passageiros passarão pelo Aeroporto Regional do Cariri.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Site ambiental no Mato Grosso
O Governo de Mato Grosso colocou no ar nesta semana o que está chamando de maior movimento pela preservação ambiental do estado. É um portal chamado PreserveMT.com.br que serve para “informar, conscientizar e trazer o compromisso socioambiental para o cotidiano de cada indivíduo”. As notícias são as mesmas das que são veiculadas pela secretaria de meio ambiente do estado
Deu na coluna Salada Verde do O ECO http://www.oeco.com.br/
Deu na coluna Salada Verde do O ECO http://www.oeco.com.br/
Vista grossa para crimes contra nossa fauna
Alguns dos pontos turísiticos mais famosos da Europa têm, além das multidões, outra coisa em comum. São palco de comercialização de animais silvestres de origem dividosa, alguns dos quais com identificação como provenientes do Brasil, como a borboleta ao lado encontrada no mercado do Covent Garden, no centro de Londres, no final de junho. Ela estava sendo vendida a 20 libras, o equivalente a cerca de 70 reais.
O responsável pelo local se esquivou de dar detalhes sobre a origem dos animais e saiu do quadro quando viu que seria fotografado. Nas Ramblas, a avenida mais conhecida de Barcelona, na Espanha, as calçadas são espaço de lojinhas de souvenirs, artistas de rua, mesas de restaurantes e dezenas de bancas que vendem pássaros, quelônios, camaleões, e diversos outros animais. Ninguém tinha como provar aos turistas a origem legal dos bichos. Não é só aqui que as autoridades fazem vista grossa para os crimes contra a fauna.
Deu no O ECO http://www.oeco.com.br/
O responsável pelo local se esquivou de dar detalhes sobre a origem dos animais e saiu do quadro quando viu que seria fotografado. Nas Ramblas, a avenida mais conhecida de Barcelona, na Espanha, as calçadas são espaço de lojinhas de souvenirs, artistas de rua, mesas de restaurantes e dezenas de bancas que vendem pássaros, quelônios, camaleões, e diversos outros animais. Ninguém tinha como provar aos turistas a origem legal dos bichos. Não é só aqui que as autoridades fazem vista grossa para os crimes contra a fauna.
Deu no O ECO http://www.oeco.com.br/
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Conservar nascente em pequenas bacias hidrográficas
Nascentes são manifestações superficiais de água armazenada em reservatórios subterrâneos, conhecidos como aquíferos ou lençóis, e que dão origem a pequenos cursos d’água. Estes pequenos constituem os córregos que se ajuntam para formar riachos e ribeirões e que voltam a se juntar para formar os rios. É assim que surge tanto um pequeno ribeirão, quanto os rios Amazonas e São Francisco, e tantos outros.
Mas nem todas as manifestações superficiais dos lençóis subterrâneos chegam a formar cursos d’água, pois podem ficar simplesmente formando poças e constituindo as conhecidas fontes. Já os lençóis são abastecidos pela parte da água das chuvas que penetra no solo e desce pelo perfil do mesmo até encontrar uma camada impermeável (rochosa, por exemplo). Com a impossibilidade de continuar descendo, ela se acumula, preenchendo os poros, encharcando ou saturando o solo logo acima da referida camada impermeável. Esse volume de solo saturado constitui o lençol ou aquífero.
A conservação de nascentes é, portanto, uma tecnologia que precisa estar baseada em fundamentos hidrológicos. Sobre tais fundamentos, que variam com a variação dos ecossistemas, é que são estabelecidas as tecnologias de manejo. Toda a parte do ciclo hidrológico envolvida na conservação de nascentes ocorre numa área da superfície que se enquadra na definição de bacia hidrográfica. Pode ser pequena, uma simples grota, e aí está o segredo de tudo, pois a hidrologia de pequenas bacias tem peculiaridades que a difere daquela usada nos estudos de grandes rios, para construção de hidrelétricas, por exemplo.
Artigo do Professor Osvaldo Ferreira Valente. Engenheiro florestal, especialista em hidrologia e manejo de pequenas bacias hidrográficas e professor titular da Universidade Federal de Viçosa (UFV) / ovalente@tdnet.com.br. Do jornal O ECO http://www.oeco.com.br/
Mas nem todas as manifestações superficiais dos lençóis subterrâneos chegam a formar cursos d’água, pois podem ficar simplesmente formando poças e constituindo as conhecidas fontes. Já os lençóis são abastecidos pela parte da água das chuvas que penetra no solo e desce pelo perfil do mesmo até encontrar uma camada impermeável (rochosa, por exemplo). Com a impossibilidade de continuar descendo, ela se acumula, preenchendo os poros, encharcando ou saturando o solo logo acima da referida camada impermeável. Esse volume de solo saturado constitui o lençol ou aquífero.
A conservação de nascentes é, portanto, uma tecnologia que precisa estar baseada em fundamentos hidrológicos. Sobre tais fundamentos, que variam com a variação dos ecossistemas, é que são estabelecidas as tecnologias de manejo. Toda a parte do ciclo hidrológico envolvida na conservação de nascentes ocorre numa área da superfície que se enquadra na definição de bacia hidrográfica. Pode ser pequena, uma simples grota, e aí está o segredo de tudo, pois a hidrologia de pequenas bacias tem peculiaridades que a difere daquela usada nos estudos de grandes rios, para construção de hidrelétricas, por exemplo.
Artigo do Professor Osvaldo Ferreira Valente. Engenheiro florestal, especialista em hidrologia e manejo de pequenas bacias hidrográficas e professor titular da Universidade Federal de Viçosa (UFV) / ovalente@tdnet.com.br. Do jornal O ECO http://www.oeco.com.br/
terça-feira, 7 de julho de 2009
Patativa do Assaré: na vida, o poeta declara amor ao Sertão
Antônio Gonçalves da Silva, dito Patativa do Assaré, nasceu em Março de 1909 na Serra de Santana, pequena propriedade rural, no município de Assaré, no Sul do Ceará. É o segundo filho de Pedro Gonçalves da Silva e Maria Pereira da Silva. Foi casado com dona Belinha, de cujo consórcio nasceram nove filhos. Publicou cerca de dez livros de poesias. Tem um sem número de folhetos de cordel e poemas publicados em revistas e jornais.
O poeta era unanimidade no papel de poeta mais popular do Brasil. Para chegar aonde chegou, tinha uma receita prosaica: dizia que para ser poeta não era preciso ser professor. “Basta, no mês de maio, recolher um poema em cada flor brotada nas árvores do seu sertão”, declamava com maestria.
Cresceu ouvindo histórias, os ponteios da viola e folhetos de cordel. Em pouco tempo, a fama de menino violeiro se espalhou. Com oito anos trocou uma ovelha do pai por uma viola. Dez anos depois, viajou para o Pará e enfrentou muita peleja com cantadores. Quando voltou, estava consagrado: era o Patativa do Assaré. Nessa época os poetas populares vicejavam e muitos eram chamados de “patativas” porque viviam cantando versos. Ele era apenas um deles. Para ser melhor identificado, adotou o nome de sua cidade.
Filho de pequenos proprietários rurais, ele inspirou músicos da velha e da nova geração e rendeu livros, biografias, estudos em universidades estrangeiras e peças de teatro. Também pudera. Ninguém soube tão bem cantar em verso e prosa os contrastes do sertão nordestino e a beleza de sua natureza. Talvez por isso, ele ainda influencie a arte feita hoje.Como todo bom sertanejo, Patativa começou a trabalhar duro na enxada ainda menino, mesmo tendo perdido um olho aos quatro anos. No livro “Cante lá que eu canto cá”, o poeta dizia que no sertão enfrentava a fome, a dor e a miséria, e que para “ser poeta de vera é preciso ter sofrimento”.
Patativa só passou seis meses na escola. Isso não o impediu de ser Doutor Honoris Causa de pelo menos três universidades. Não teve estudo, mas discutia com maestria a arte de versejar. Desde os 91 anos de idade, com a saúde abalada por uma queda e a memória começando a faltar, Patativa dizia que não escrevia mais porque, ao longo de sua vida, “já disse tudo que tinha de dizer”. Patativa morreu em 8 de julho de 2002 na cidade que lhe emprestava o nome.
Texto de Antonio Vicelmo, do Crato, no sopé da Chapada do Araripe.
Marisa Serrano: Lula quer desmoralizar o Senado
Da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) em discurso ontem à tarde:
- Se o Presidente Lula diz que as oposições estão querendo ganhar o Senado no “tapetão”, pode-se dizer, então, que com a sua interferência direta na crise do Senado, o governo é que está pisando na bola. Está mais do que claro que está em curso uma usurpação do poder em que o Executivo se arvora de dono do Legislativo, colocando os Senadores todos nós como figuras subalternas do desejo monocrático do Presidente da República.
- Os últimos acontecimentos envolvendo a Bancada do PT estão constrangendo a sociedade, visto que demonstra claramente que o Presidente da República e a Chefe da Casa Civil estão querendo impor sua vontades para desqualificar as irregularidades que vêm ocorrendo no Senado.
- A crise é do Senado, mas é também do Presidente Sarney. Não há como separar as duas coisas. É do Senado porque todos têm responsabilidade pelos seus atos. E é do Senador Sarney porque ele preside a Casa e tornou-se símbolo desse processo. Não há como fazer a dissociação entre as duas coisas, mesmo porque ambas se imbricam e se transformam numa só.
- O Presidente Lula quer esfacelar o Senado para viabilizar o seu projeto eleitoral de 2010, a qualquer preço. E esse descaso com a democracia poderá causar danos irreversíveis à sociedade a longo tempo. O Presidente Lula parece apostar na desmoralização dos poderes da República. Ele insiste em mostrar que as instituições, os valores morais, a modernização do País, a superação das dificuldades, tudo isso não vale nada quando está em jogo a sucessão presidencial. Acaba-se o Congresso. Afunda-se o Congresso, desde que salve o projeto e o propósito dele para 2010.
- Está havendo uma total inversão de valores. O cultura do “eu não sabia” e “todos fazem a mesma coisa” tem tudo para terminar mal. A invertida contra a Constituição e o descaso que se demonstra com os conceitos de interdependência dos Poderes não projetam o País para o futuro, e sim reforça os vínculos do passado. Esta Casa não pode pensar que o Presidente da República pode interferir como está interferindo em todas as questões internas, chamando um, chamando outro, acertando daqui, tem que fazer assim, tem que fazer assado.
Vale a pena refletir sobre estas considerações.
- Se o Presidente Lula diz que as oposições estão querendo ganhar o Senado no “tapetão”, pode-se dizer, então, que com a sua interferência direta na crise do Senado, o governo é que está pisando na bola. Está mais do que claro que está em curso uma usurpação do poder em que o Executivo se arvora de dono do Legislativo, colocando os Senadores todos nós como figuras subalternas do desejo monocrático do Presidente da República.
- Os últimos acontecimentos envolvendo a Bancada do PT estão constrangendo a sociedade, visto que demonstra claramente que o Presidente da República e a Chefe da Casa Civil estão querendo impor sua vontades para desqualificar as irregularidades que vêm ocorrendo no Senado.
- A crise é do Senado, mas é também do Presidente Sarney. Não há como separar as duas coisas. É do Senado porque todos têm responsabilidade pelos seus atos. E é do Senador Sarney porque ele preside a Casa e tornou-se símbolo desse processo. Não há como fazer a dissociação entre as duas coisas, mesmo porque ambas se imbricam e se transformam numa só.
- O Presidente Lula quer esfacelar o Senado para viabilizar o seu projeto eleitoral de 2010, a qualquer preço. E esse descaso com a democracia poderá causar danos irreversíveis à sociedade a longo tempo. O Presidente Lula parece apostar na desmoralização dos poderes da República. Ele insiste em mostrar que as instituições, os valores morais, a modernização do País, a superação das dificuldades, tudo isso não vale nada quando está em jogo a sucessão presidencial. Acaba-se o Congresso. Afunda-se o Congresso, desde que salve o projeto e o propósito dele para 2010.
- Está havendo uma total inversão de valores. O cultura do “eu não sabia” e “todos fazem a mesma coisa” tem tudo para terminar mal. A invertida contra a Constituição e o descaso que se demonstra com os conceitos de interdependência dos Poderes não projetam o País para o futuro, e sim reforça os vínculos do passado. Esta Casa não pode pensar que o Presidente da República pode interferir como está interferindo em todas as questões internas, chamando um, chamando outro, acertando daqui, tem que fazer assim, tem que fazer assado.
Vale a pena refletir sobre estas considerações.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Marina Silva pede auditoria na BR 319
A Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou um pedido da Senadora Marina Silva (PT/AC) para que o Tribunal de Contas da União (TCU) faça uma auditoria contábil, financeira, orçamentária e operacional no Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes para averiguar se a pavimentação da BR-319 (Porto Velho-Manaus) tem viabilidade técnica e socioeconômica. O requerimento também pede o asfaltamento seja comparado a outras alternativas para a região. Para a avaliação, o TCU poderá usar o estudo Eficiência econômica, riscos e custos ambientais da reconstrução da rodovia BR 319, elaborado pela Conservação Estratégica.
Noticia da Coluna Salada Verde do jornal O ECO http://www.oeco.com.br/saladaverde
Noticia da Coluna Salada Verde do jornal O ECO http://www.oeco.com.br/saladaverde
Prefeitura do Crato inicia primeiras ações do Plano de Arborização Urbana
Estão sendo definidas as primeiras ações do Plano de Arborização Urbana do Crato. O Secretário de Infraestrutura do Crato Eng. José Muniz, o Arquiteto José Sales e o Engenheiro Agronomo/ Paisagista Ricardo Marinho se reunem hoje à tarde para avaliar os parametros adotados e verificar o andamento do Projeto de Paisagismo, ora em desenvolvimento.
Congresso Nacional agora mira no CONAMA
Se for aprovado no Congresso nos próximos dias, um substitutivo ao Projeto de Lei Complementar 12/2003 vai retirar do CONAMA/ Conselho Nacional do Meio Ambiente as competências para definir quais empreendimentos devem ou não receber licenciamento ambiental. A proposta aponta que o procedimento dependa de lei específica. Na avaliação de ambientalistas, isso tornará a emissão de licenças mais lenta e abrirá brechas para a execução de obras e projetos com processos inadequados, ou sem eles, além de esvaziar o Conselho. A justificativa para a medida é de que o CONAMA não teria competência para tamanha atribuição.
Notícia da secão Salada Verde do jornal O ECO http://www.oeco.com.br/saladaverde
Notícia da secão Salada Verde do jornal O ECO http://www.oeco.com.br/saladaverde
domingo, 5 de julho de 2009
A Ciência e a verborragia ruralista ²
As propostas de mudança nas leis ambientais, sejam aquelas que pedem redução de tamanho ou introdução de espécies economicamente exploráveis em APPs e reservas legais, foram recebidas de forma muito negativa pelos pesquisadores. Suas palavras são balizadas em anos de estudos científicos.A determinação do percentual de reservas legais, por exemplo, foi formulada usando-se a “teoria da percolação”. Inicialmente desenvolvida no campo da física, ela foi usada para responder qual a quantidade mínima de vegetação que permita a movimentação de espécies.
Para chegar a uma resposta, biólogos fizeram inúmeras simulações em computador até que o índice ideal fosse indicado. Para Marcelo Lima, hoje consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Ibama, diante da ínfima quantidade de pesquisas a favor dos ruralistas, é chegada a hora de se aplicar o princípio da precaução. “Esse princípio é a garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser ainda identificados. Ele afirma que a ausência da certeza científica formal, a existência de um risco de um dano sério ou irreversível, requer a implementação de medidas que possam prever este dano”, explica.
Desgosto acadêmicoEm 1992, quando o mundo parece ter despertado para o meio ambiente, o cientista indiano Mambillikalathil Menon, então presidente do Conselho Internacional das Comunidades Científicas, em seu discurso no Conselho da ONU para o Meio Ambiente de Desenvolvimento afirmou: que a função da academia e entidades de pesquisa é “sempre fornecer dados que subsidiem uma decisão política, que atenda à demanda da sociedade hoje sem comprometer as futuras gerações”, e que “não é suficiente monitorar mudanças. É necessário modelar a natureza da mudança, reduzir incertezas e fornecer uma análise que dirá à humanidade para onde ela caminha”.
Jean Paul Metzger, Carlos Peres e Marcelo Lima possuem opinião semelhante. Por isso, o uso de argumentos cientificistas em prol do abrandamento de leis ambientais tem causado neles, e em seus colegas de trabalho, uma certa decepção. Para os pesquisadores, a academia já apresentou estudos científicos suficientes sobre a importância de se conservar APPs e reservas legais. “É impressionante como nossos legisladores são mal preparados ou mal assessorados para evitar mudanças radicais na legislação ambiental. São as leis atuais que conferem alguma proteção ao patrimônio natural do país, para o benefício de todos no longo prazo”, diz Carlos Peres.
Sobre uma decisão final quanto ao imbróglio da proteção ambiental brasileira, Paulo Gustavo Prado, da não-governamental Conservação Internacional, espera que um desfecho não tenha contornos essencialmente políticos. “A saída é técnica. Não importa o que ruralistas ou ambientalistas acham, mas sim aquilo que contemple os interesses da sociedade”, defende.
Do mesmo artigo citado.
Para chegar a uma resposta, biólogos fizeram inúmeras simulações em computador até que o índice ideal fosse indicado. Para Marcelo Lima, hoje consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Ibama, diante da ínfima quantidade de pesquisas a favor dos ruralistas, é chegada a hora de se aplicar o princípio da precaução. “Esse princípio é a garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser ainda identificados. Ele afirma que a ausência da certeza científica formal, a existência de um risco de um dano sério ou irreversível, requer a implementação de medidas que possam prever este dano”, explica.
Desgosto acadêmicoEm 1992, quando o mundo parece ter despertado para o meio ambiente, o cientista indiano Mambillikalathil Menon, então presidente do Conselho Internacional das Comunidades Científicas, em seu discurso no Conselho da ONU para o Meio Ambiente de Desenvolvimento afirmou: que a função da academia e entidades de pesquisa é “sempre fornecer dados que subsidiem uma decisão política, que atenda à demanda da sociedade hoje sem comprometer as futuras gerações”, e que “não é suficiente monitorar mudanças. É necessário modelar a natureza da mudança, reduzir incertezas e fornecer uma análise que dirá à humanidade para onde ela caminha”.
Jean Paul Metzger, Carlos Peres e Marcelo Lima possuem opinião semelhante. Por isso, o uso de argumentos cientificistas em prol do abrandamento de leis ambientais tem causado neles, e em seus colegas de trabalho, uma certa decepção. Para os pesquisadores, a academia já apresentou estudos científicos suficientes sobre a importância de se conservar APPs e reservas legais. “É impressionante como nossos legisladores são mal preparados ou mal assessorados para evitar mudanças radicais na legislação ambiental. São as leis atuais que conferem alguma proteção ao patrimônio natural do país, para o benefício de todos no longo prazo”, diz Carlos Peres.
Sobre uma decisão final quanto ao imbróglio da proteção ambiental brasileira, Paulo Gustavo Prado, da não-governamental Conservação Internacional, espera que um desfecho não tenha contornos essencialmente políticos. “A saída é técnica. Não importa o que ruralistas ou ambientalistas acham, mas sim aquilo que contemple os interesses da sociedade”, defende.
Do mesmo artigo citado.
A Ciência e a verborragia ruralista
Em discurso no plenário do Congresso na última terça (30), a senadora, psicóloga e presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Kátia Abreu (DEM-TO), repetiu o argumento muito usado ultimamente por ruralistas para validar suas propostas de mudanças no Código Florestal: o apoio da ciência e da pesquisa. “Porque a ciência é a luz mais importante que um país pode ter”, disse. A arenga de Kátia Abreu se soma às preleções do Ministro da Agricultura Reinhold Stephanes, outro que usa e abusa da “ciência” para justificar suas proposições.
O estudo que tanto veneram é encabeçado pelo pesquisador Evaristo Miranda, da Embrapa Monitoramento por Satélite. De acordo com a última versão da análise, “apenas” 33%, ou aproximadamente 300 milhões de hectares, do país estariam disponíveis para atividades econômicas se a legislação fosse cumprida à risca. A primeira versão do estudo mutante apontava apenas 6% disponível do território, depois o índice passou para 29%, e finalmente para 33%. Respaldados no índice e no argumento de que o alcance territorial da legislação ambiental e indigenista inviabiliza maior “produção de alimentos”, ruralistas querem encolher a proteção de áreas de preservação permanente (APP) e de reservas legais e assim angariar mais terras para atividades econômicas. O movimento ganhou eco em estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Mas a ladainha ruralista é seletiva, pois esquece de outros dados científicos que comprovam a importância da manutenção e recomposição das matas em todos os biomas, já tão degradados.Falam os cientistasHá vários anos, pesquisadores de universidades renomadas do Brasil e exterior vêm alertando, por meio de artigos na imprensa e trabalhos acadêmicos, para a importância da manutenção de reservas legais e APPs.
Um deles é Jean Paul Metzger, professor da Universidade de São Paulo especializado em temas relativos a paisagens fragmentadas e conectividade biológica. Em 2002, quando as mesmas questões hoje em debate eram discutidas, Metzger atentou para uma característica importante, tanto no discurso de ruralistas, quanto de ambientalistas. “Essa discussão está baseada essencialmente em critérios econômicos (expansão das atividades agrícolas), por um lado, e de sustentabilidade ambiental, por outro. Poucos argumentos biológicos têm sido levantados", disse, em artigo publicado na Revista Ciência Hoje.
Passam-se os anos e os mandatos, e os discursos continuam os mesmos. O bom para o meio ambiente é que, do ponto de vista biológico, os argumentos também permanecem fortes pela defesa da conservação. A Amazônia é um exemplo didático. Lá, as APPs abrangem essencialmente igarapés, igapós e florestas sazonalmente ou permanentemente inundadas. Já as reservas legais cobrem florestas de terra firme, muito diferentes das matas inundadas. “Em termos de conservação da biodiversidade, APPs e reservas são sistemas complementares, que protegem conjuntos de espécies distintos”, disse Metzger, em entrevista a O Eco.
Se APPs e reservas legais forem somadas, como propõe Stephanes, menos áreas em terra firme seriam protegidas e tais regiões planas poderiam se transformar em imensos desertos biológicos, de acordo com o pesquisador. Isso porque pequenos fragmentos de vegetação natural dispersos por áreas agrícolas permitem conservar espécies que necessitam de pouca área para sobreviver, e funcionam também como “trampolins ecológicos” entre grandes fragmentos. Além desses benefícios, essas áreas têm outras funções econômicas relevantes, como ajudar no controle de pragas, ser fonte de espécies para polinização e fazer sombra para o gado. “A heterogeneidade (de paisagens) é benéfica para a conservação de muitas espécies”, explica Metzger.
Carlos Peres, biólogo paraense e diretor do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade de East Anglia (Inglaterra), conta que APPs em áreas de topografia suave melhoram a conectividade da paisagem e garantem os fluxos de fauna e flora em áreas fragmentadas. Elas ainda garantem a qualidade da água que irriga propriedades. “As reservas legais também são muito importantes do ponto de vista de conservacao, porque mesmo em pequenas propriedades, elas exercem um papel crucial de retenção de espécies florestais menos exigentes nos seus requerimentos espaciais", explica o autor de vários estudos sobre a importância de corredores ecológicos na Amazônia.
Se argumentos biológicos não convencem, que o foco se volte para a experiência concreta de agricultores, sugere Marcelo Gonçalves de Lima, mestre em ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e doutor em Ecologia pela Universidade de Brasília. “Estive em dezembro do ano passado no município de Carlinda, no Mato Grosso, e lá os assentados querem promover a recuperação das APPs. Por quê? Porque ficaram sem água”, comenta.
Artigo de Cristiane Prizibisczki para jornal O ECO http://www.oeco.com.br/ Vale a pena conferir.