A situação vem se agravando a cada ano e faltam ações concretas para reverter o quadro de devastação. A poluição é crescente e constante. Além de Iguatu, o Rio Jaguaribe recebe esgoto de dezenas de cidades, e a destruição de suas matas ciliares avançam em ritmo contínuo. Perenizado por águas de açudes na bacia do Alto Jaguaribe, há milhares de pessoas que vivem da produção agrícola e pecuária cuja fonte é o rio, daí a sua importância e a necessidade de preservação.
Em Iguatu, dois grandes canais de esgotos que despejam lama diretamente no leito do rio. É uma forte agressão. No fim da década de 1950, em defesa da construção do Açude Orós, o poeta e jornalista Demócrito Rocha comparou o Rio Jaguaribe a "uma artéria aberta, por onde escorre o sangue do Ceará". Certamente, não imaginava o escritor que quatro décadas depois esse curso de água estaria sofrendo forte degradação.
O cantor e compositor Luiz Gonzaga, na música "Xote ecológico", deixou um alerta para todos nós: "Não posso mais respirar, não posso mais nadar/ A terra está morrendo, não dá mais pra plantar". Pode-se acrescentar: "o rio está morrendo e o peixe a poluição comeu/ o verde das matas desapareceu e em vez de água, a lama escorreu".
Reportagem do caderno Regional do Diário do Nordeste de hoje. Vale a pena conferir este alerta.
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