segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Diretrizes de gestão do Geopark Araripe


Alguns equívocos estão sendo cometidos na gestão do Geopark Araripe.

O primeiro deles é não considerar que nossas potencialidades são únicas e notáveis em todo o mundo. Temos a maior quantidade de registros fósseis do Período Cretáceo do planeta, sendo os Fósseis de Santana os mais íntegros documentos da História da Terra e das origens da vida. Temos agregado a isto uma Floresta Nacional, dotada de um panorama de biodiversidade desconhecido, mas integralmente mantida como tal há 60 anos. O contexto cultural, a expressão popular e amiencia religiosa da Região do Cariri nos distinguem completamente do restante do país, tanto que este patrimonio imaterial está em vias de ser considerado um dos mais relavantes do Brasil.

O segundo equívoco é desconhecer, propositalmente, que todas as realizações feitas anteriormente entre 2005 e 2006, que deram origem a outras mais extensivas a 2007/ 2008/ 2009, que levaram ao reconhecimento e credenciamento da região pela UNESCO, na 2nd Global Conference on Geoparks, em Belfast, na Irlanda indicaram que o acervo do Museu da Paleontologia da Urca, em Santana do Cariri será uma das principais ancoras deste conceito de Geopark proposto(1), que as escavações de pesquisa do Sítio Canabrava estão de acordo com as recomendações internacionais e podem se transformar em museu ao ceú aberto, a semelhança de vários outros existentes no mundo(2); que toda a informação e identidade visual dos geotopes foram feitas de acordo com rigor recomendado pela UNESCO e que material informativo tem qualidade excepcional(3) e que há necessidade expressa e obrigatoria da manutenção escritório de informações do Geopark Araripe, no Crato, como o portal de informações deste conjunto de monumentos naturais protegidos(4).

O terceiro equívoco é imaginar que a transposição de modelos de gestão europeus e notadamente portugueses, vistos na várias viagens interncionais recentemente realizadas é de alguma forma significante ao que devemos construir na nossa realidade regional, quando aqui mesmo, ao nosso lado existem experiencias notabílissimas com reconhecimento internacional, como são os casos do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Estado do Piauí, administrado há quase 30 anos pela Fundação do Homem Americano e o Parque Nacional do Arquipélago de Fernando de Noronha, administrado pelo próprio IBAMA.
Conviria aos atuais gestores do Geopark Araripe, verificar e absorver tudo o que foi feito, na trajetória recente de consolidação deste conceito, desde a exposição Araripe: Ciencias da Terra, Ciencias da Vida, na Fundação Alvares Penteado, em São Paulo, coordenada pela Fundação Araripe, que infelizmente nunca chegou até nós(1), a montagem do Aplicattion Dossier UNESCO, que levou ao credenciamento do Geopark Araripe(2); as várias exposições sobre o Geopark Araripe e Fósseis de Santana, feitas no Market Place, em Osnabrück, na Alemanha(3), no Parque de Exposições do Crato(4), no Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar, em Fortaleza(5) e Centro de Convenções de Salvador, naquela cidade(6). Além da várias reportagens inclusive do Programa Globo Ciencia(6) e Canal Futura(7) sobre o assunto e ver direitinho o que se passa.

Verificando amiúde se esta "reinvenção da roda" tal qual está sendo proposta é adequada.

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