O Geopark Araripe, com quatro anos de existência recém-completados no último dia 21, passará pela primeira avaliação da Unesco, no próximo mês de novembro, período em que estarão reunidos, no Cariri, os maiores estudiosos da área do mundo, durante o 1º Workshop Latino-americano e Caribenho de Geoparks. O evento, que está sendo realizado por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado (Secitece), acontece de 17 a 19 de novembro, em Crato e Juazeiro do Norte. Vários eventos paralelos ao workshop serão realizados, como a Feira do Empreendedor, em Juazeiro. A coordenação do projeto faz uma avaliação positiva, principalmente dos investimentos voltados para a infraestrutura nos últimos anos. Cerca de R$ 1 milhão, conforme a secretaria, está sendo investido nas atividades preparatórias e no evento.
A reinauguração do Museu de Paleontologia, a construção de uma sede própria, financiada por meio do Ministério da Integração Nacional (MIN), que será inaugurada no próximo mês de novembro, e a estrada de acesso à Capital da Paleontologia, Santana do Cariri, onde se localiza o Museu, estão entre as grandes conquistas esse ano. Também destaca-se a melhoria dos acessos aos geosítios, totens, painéis e sinalização, também a serem inauguradas em novembro. Estes já se somam no processo de evolução nos últimos anos, conforme a coordenação do projeto, que conta atualmente com um centro de interpretação, no Parque de Exposições do Crato.
O Geopark é o primeiro criado no Hemisfério Sul e vem sendo um dos impulsionados na criação de novos do gênero no Brasil e no contexto das Américas.A avaliação do projeto servirá para a renovação da chancela internacional, cedida pela Unesco. Este processo de avaliação é constante. Deverá, com os próximos anos, ser de forma mais rigorosa, preenchendo os requisitos indispensáveis e determinando um processo de autogestão no futuro. A equipe do Geopark já está voltada para os trabalhos do evento. Também desenvolve atividades determinantes para esse processo. Um questionário técnico de avaliação vem sendo respondido pela equipe, na construção de um relatório para ser repassado à Unesco. O geólogo Idalécio Freitas, da equipe de gestão do projeto, afirma que todo esse trabalho tem que ser feito de forma extremamente objetiva, dentro dos quesitos solicitados pela equipe do órgão internacional. Serão dois avaliadores que deverão iniciar o processo após a realização do evento.
Um dos avaliadores, segundo a assessora técnica, geóloga Flávia Fernanda de Lima, será o francês Guy Martini, da Rede Global de Geoparks. Ainda não foi definido pela Unesco quem será o outro avaliador. Ela adianta que ainda há muito o que se fazer na área, que conta com 10 geosítios, em seis municípios do Cariri. Flávia já antecipa que esse alerta poderá ser dado pelos avaliadores, que serão os responsáveis por encaminhar o que viram na região para o órgão internacional.
Fonte: Caderno Regional/Diário do Nordeste. Fotografia Elizangela Santos. Direitos autorais preservados.
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