O Museu do Homem Americano recebe uma roupagem mais contemporânea, com a utilização de recursos multimídia e interatividade. A reforma está sendo executada por Marcello Dantas e Sérgio Santos, que fazem parte da equipe responsável pelo Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.
Segundo o arquiteto Sérgio Santos, a reforma foi dividida em duas etapas. Na primeira, há 2 anos, apenas uma parte do museu foi modificada. “Uma das salas mostrava os enterramentos, as formas de sepultamento do homem pré-histórico e algumas formas de rituais. Também há na sala exemplares de crânios de diferentes características que indicam origens diferentes”, informa.
Em outra sala, a equipe tratou da cultura material do homem pré-histórico, mostrando o seu modo de vida: as tecnologias, as ferramentas e os adornos. “Também incluímos na exposição a história recente da região, pós-colonização, como os vestígios deixados pelos jesuítas e pelos maniçobeiros, época da extração de borracha”, explica Sérgio Santos.
Na atual fase, as intervenções atingem uma sala introdutória, na qual se aborda teorias de como e quando o homem chegou à América. “Há outra parte dedicada à chegada das expedições franco-brasileiras e uma tela gigante que projetará a pintura rupestre, dando destaque a ela não só como forma de arte, mas como meio de comunicação e transferência de conhecimentos entre gerações, fazendo reconstruções possíveis sobre como seria a vida desse homem. Também será mostrado o trabalho dos arqueólogos e como está sendo feita a conservação desse patrimônio”, diz, esclarecendo que na reformulação do espaço há um painel que mostrará o trabalho dos arqueólogos, principalmente da região dos Parques Serra da Capivara e Serra das Confusões.
Como no parque há estudos em andamento e muitas descobertas, faz-se necessária a reformulação periódica do museu. “Teremos um módulo que exibirá de forma digital as novas descobertas. Esse módulo permite atualizações sempre que se julgar necessário”, explica, declarando ainda que essa atuação é uma forma de proporcionar às pessoas que visitam os parques o acesso a sítios que ainda não foram disponibilizados ao público ou que são de difícil acesso.
Para o visitante, o museu contém informações que ele não terá in loco, nos sítios arqueológicos. O acervo do museu, segundo o arquiteto, é verdadeiramente impressionante, com peças inéditas, lembrança de um povo que já não existe mais. “Mais do que isso, ele nos oferece uma leitura desses materiais e pinturas de forma a nos permitir recriar a vida desse homem”, comenta. A previsão, segundo Sérgio Santos, é de que a reformulação do Museu do Homem Americano seja concluída até o dia 20 de junho.
Fonte: FUMDHAM
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