domingo, 20 de maio de 2012

Pesquisas paleontológicas causam polêmica no Cariri

Uma pesquisa poderá esclarecer as razões da situação climática do semiárido nordestino dos próximos 20 anos, por meio do estudo de micropartículas de carbono 13, que podem determinar os períodos de seca que já ocorreram em épocas pré-históricas. As primeiras amostras desse material para estudo podem estar contidas no pó de rocha das formações Romualdo e Crato, coletado por um pesquisador francês, na maior escavação paleontológica controlada já feita no Nordeste, iniciada ano passado na Chapada do Araripe. O trabalho é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Nacional (CNPq), com apoio do Geopark, e a participação de cerca de 20 pesquisadores de universidades brasileiras e do exterior, com a coordenação da Universidade Regional do Cariri (Urca). Serão investidos nos dois anos de pesquisa cerca de R$ 130 mil. Diante de todo nível de importância que uma pesquisa desse porte pode indicar, a prisão em flagrante pela Polícia Federal de dois cientistas renomados da Paleontologia, com 236 amostras de fósseis e o pó de rochas, envolvidos com o trabalho da escavação, deixa o dilema para as instituições: como diferenciar um estudioso comprometido há vários anos com estudos da área, ligado à entidades de pesquisa e autorizado pelo governo brasileiro, de um traficante de fósseis? Motiva esse questionamento a prisão do paleontólogo austríaco naturalizado brasileiro, Alex Kellner, e do francês Romain Amiot, que veio especialmente colher as amostras de pó de rocha, para levar ao Rio de Janeiro, conforme a coordenação da pesquisa "Estudos Sistemáticos e Paleoecológicos da Fauna de Vertebrados das Formações Crato e Romualdo (grupo Santana) da Bacia do Araripe", sob autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), para a França. Mesmo com as várias situações ainda não esclarecidas que colocaram em evidência nomes de grandes instituições, como o Museu Nacional do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as quais o pesquisador Kellner está ligado, a Urca e o DNPM, além do órgão de pesquisa, resta o constrangimento. DIARIO DO NORDESTE ONLINE

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