Com 50 anos, o Labomar figura entre os importantes centros de pesquisa em ciências do mar do País. Lá, a pesquisa, a extensão e, mais recentemente, o ensino se complementam na busca por alternativas que promovam o desenvolvimento sustentável das regiões litorâneas.
Há meio século, o mar passou, oficialmente, a ser interesse da comunidade científica do Ceará. Foi fundado, na Capital, o Instituto de Ciências do Mar, o Labomar, pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Na época, o interesse principal era pela biologia das espécies marinhas do Nordeste e pela pesca da lagosta, do pargo, da cavala e da serra. “A gente fazia coleção de algas, peixes, crustáceos e estudava a pesca”, relembra o diretor-fundador do Labomar, Melquíades Pinto Paiva, professor emérito da UFC. Durante 50 anos, as pesquisas avançaram e o instituto passou a ser referência nacional no estudo do ambiente marinho.
Atualmente, o Labomar funciona com 18 laboratórios mais um navio-escola, o navio de pesquisa Martins Filho. Com a estrutura, abrigada num pequeno prédio com vista para o mar, no bairro Meireles, desenvolve diferentes pesquisas relacionadas ao mar, desde o estudo das espécies marinhas e a pesca sustentável até o monitoramento da exploração do pré-sal, em Belo Horizonte (MG) e no norte da bacia de Campos, no Rio de Janeiro. “O grande desafio do Labomar é fornecer conhecimento para que se faça uso do ambiente marinho, sem comprometê-lo”, explica o atual diretor do instituto, Manuel Furtado.
Ou seja, o desenvolvimento sustentável é o grande motivador do Labomar. As pesquisas enfatizam o uso do mar e do que ele dispõe de uma forma que não venha a degradar o ambiente. A partir dos estudos, são realizadas atividades de extensão, como capacitações com pescadores. “A tendência mundial é a pesca sustentável. É ter lucro, sem precisar esgotar aquilo que é oferecido pelo mar”, detalha. Além da pesquisa e da extensão, em 2008, o Labomar tornou-se uma unidade acadêmica da UFC com a criação dos cursos de Oceanografia e de Ciências Ambientais.
Durante os 50 anos, o Labomar passou por dificuldades. Conforme destacou o primeiro diretor do instituto, professor Melquíades, “a Estação de Biologia Marinha tinha tudo para não dar certo”. Logo no início, não havia “bens materiais” e os recursos eram escassos. Tanto que o estudantes precisavam utilizar laboratórios e equipamentos de outros cursos, como Farmácia, Medicina e Agronomia, para poder prosseguir com as pesquisas. Em 1971, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), foi realizada uma reforma e o Labomar pode, finalmente, andar com as próprias pernas.
Hoje, o Labomar experimenta um período de expansão. De acordo com o vice-diretor do instituto, Luís Parente, os incentivos financeiros das instituições de fomento à pesquisa e do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) proporcionaram a compra de equipamentos e a realização de concursos. “O Labomar cresceu tanto que está pequeno fisicamente. Antigamente, éramos mais tímidos, hoje estamos mais influentes no Brasil”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário