A constatação do Ministério do Meio Ambiente não chega a ser novidade, mas enseja algumas mudanças de postura. O Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, admitiu, essa semana, no lançamento do Mapa das Unidades da Caatinga em Terras Indígenas, que o bioma é um dos mais ameaçados, menos estudados e menos protegidos do País.
Na ocasião, foi assinado um plano de ação entre o Ministério, a Fundação Chico Mendes e a organização não-governamental (ONG) The Nature Conservancy (TNC), para promover a criação e a consolidação de unidades de conservação na Caatinga, a seleção de áreas prioritárias à conservação do bioma e a elaboração da lista de regiões onde serão feitos estudos até dezembro de 2010.
“Eu não quero que daqui a alguns anos o que restou de Caatinga vire deserto”, afirmou, referindo-se ao dado de que 62% das áreas com tendência à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas pela Caatinga.O bioma, exclusivamente brasileiro, ocupa 11% (844.453 quilômetros quadrados) do território nacional, abrangendo parte do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e o norte de Minas Gerais. É responsável por riqueza de espécies, com 932 tipos de plantas, 148 mamíferos e 510 aves.
O mapeamento das Unidades de Conservação (UCs) mostrou que, atualmente, 7% da área estão protegidos, mas apenas 1% está em unidades de preservação e reservas indígenas. Os demais 6% fazem parte das Áreas de Proteção Ambiental (APAs). O grande impacto sobre o bioma decorre da extração de lenha para uso doméstico, produção de cerâmica e em siderúrgicas.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
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