O aquecimento global – que vem sendo intensamente discutido no meio acadêmico e divulgado na mídia – atingirá mais intensamente pessoas simples e sofridas como Francisco José dos Santos Sousa, que não imagina a tendência de que suas condições de vida piorem por causa de um fenômeno que ele, muito provavelmente, não compreende bem.
Nascido em Fortaleza há 39 anos onde passou a trabalhar, aos 10 anos, como catador de lixo, praticamente sem estudar, tentou, por mais de uma década, viver em Cascavel, a 56 quilômetros de Fortaleza, onde trabalhou no corte da cana-de-açúcar. Achou a atividade difícil e desgastante e, há cinco anos, retornou à Capital, trazendo, depois, a família.Francisco José mora numa ocupação relativamente recente da Cidade, às margens do Canal do Lagamar, intitulada “Cidade de Deus”.
Lá — embora as três filhas freqüentem a escola, sejam beneficiadas por programas de vacinação e assistenciais do governo, como o Bolsa Família — a vida não é fácil como na maior parte das favelas brasileiras. A moradia é precária, sem saneamento e é difícil conseguir atendimento médico especializado, sem contar com a insegurança que aflige também quem quase não tem o que ser tirar, a não ser o pouco de dignidade.
Matéria da Jornalista Maristela Crispim, do Jornal Diário do Nordeste, com data de hoje, 26/11/2008. Reprodução únicamente para divulgação.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
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