O patamar de desenvolvimento regional se reflete na relação com os bancos. Assim avalia o economista-chefe da presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Idea), Milko Matijasicc, sobre o fato de 52,6% dos nordestinos não terem conta bancária.
O Sul, com 70%, é a região de maior índice de pessoas com conta em banco, seguido do Centro-Oeste (68,2%) e Sudeste (65,9%). Os dados fazem parte do Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), divulgado ontem pelo Ipea.
No âmbito nacional, 39,5% acusou não ter conta em banco. O resultado geral da pesquisa do Ipea revela que o sistema bancário tem um nível “satisfatório” de qualidade nos serviços ofertados.
O acesso a produtos bancários, no entanto, é baixo no País, revela o estudo. “Isso torna a vida difícil, porque muita coisa passa por banco”, analisa Matijasicc e reitera a comparação de causa e efeito: “Sem a menor dúvida, existe uma correlação estreitíssima entre o desenvolvimento econômico e até ambiental da região”.
A percepção das principais ações de atendimento bancário é valiada como equivocada. Em todo o Brasil, a minoria cita a concessão de crédito, função considerada a mais importante. Esse serviço foi mais citado no Nordeste (6,5%).
Para o economista, o fato do nordestino não estar tão envolvido com o sistema bancário, passa a ter um conceito melhor. “Pela necessidade de crédito vai ter essa percepção. O Sul é bastante rural, como o Nordeste, no entanto tem mais cooperativas agrícolas”, o que reduz a necessidade de obtenção de crédito, compara.
Para o vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Rogério Coutinho Fontenelle, a situação deve mudar, na medida em que melhora a vida financeira.
“A renda média da população vem aumentando, as famílias vão buscar cada vez mais os serviços dos bancos. O serviço bancário é um bem de primeira necessidade”, comentou. Para ele, a exclusão bancária é uma forma de exclusão social também.
Fonte: O POVO Online
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