Os rios sempre tiveram papel fundamental para o Ceará. São fontes de renda, de alimento, de água, de vida. À época da colônia, traçaram os caminhos para que descobridores, estrangeiros ou exploradores chegassem ao sertão. Em suas margens foram formados os arraiais, depois as fazendas de criação, os lugarejos e, logo em seguida, as primeiras cidades. O Rio Acaraú foi um destes rios que ajudou a escrever a história do Ceará.
O Acaraú ou Rio das Garças, citado por José de Alencar em Iracema, teve sempre a abundância como característica. Hoje, vive o dilema de acumular lixo, esgoto e danos ambientais. Desmatamento, queimadas, assoreamento e desertificação são alguns dos fenômenos que preocupam pesquisadores, ambientalistas e gestores.
Hoje, quem viveu o tempo de glória deste rio, localizado na Zona Norte do Estado, tenta reescrever sua história. Projetos tentam equilibrar a relação entre rio, pessoas e empresas, com foco na sua proteção e preservação. Os animais que ainda povoam seu leito, anunciam que a vida ainda é latente naquele espaço. Mesmo com tantos desafios a enfrentar, o Rio Acaraú vai cortando, embelezando, florindo e descortinando as cidades por onde passa.
Quem visitar suas margens vai encontrar mosaicos de roupas lavadas; peixes fresquinhos nas redes e tarrafas; mariscos nos baldes de homens e mulheres; e crianças, muitas crianças brincando em suas águas. Perto de regiões serranas ou mais próximo do mar, o sentimento de quem bebe desta água é o mesmo do pescador José Edson de Sousa: "ele é o pai dessas comunidades, porque ele traz pra nós a nossa fonte de alimentação".
Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste
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