A volta do Carnaval trouxe uma surpresa desagradável aos foliões que residem nas proximidades do terreno situado no cruzamento das avenidas Santos Dumont e Senador Virgílio Távora e ao fortalezense: o belo bosque ali existente, abrigo de pássaros, saguis, borboletas, cigarras e outros pequenos animais silvestres, fora reduzido a um quadrilátero de terra batida, avermelhada e poeirenta. Com ele, foram embora não apenas as árvores frondosas que humanizavam a paisagem circundante e amenizavam o clima, mas a encantadora fauna que enchia os ares com seus cantos e silvos. Para onde foram os bichos e as árvores? Ninguém sabe. Desapareceram ao som de motosserras e caçambas. Tudo, enquanto os habitantes da Cidade estavam entregues à alegria de Momo, vivendo a ilusão de um momento de euforia que parecia trazer, de volta à Terra, o Paraíso Perdido. Para muitos, contudo, a visão que restou ao chegarem em casa foi a de um pesadelo digno do Inferno de Dante.
A Prefeitura de Fortaleza mais uma vez se enrola numa questão envolvendo o meio ambiente, pois deveria ter feito, previamente, a avaliação do que redundaria para a vida da comunidade o desaparecimento de uma área verde como aquela (foto) numa região tão desprovida de árvores. Uma praça ou um parque, ali, seria um verdadeiro oásis em meio aos espigões que sufocam Fortaleza – reclamam os insatisfeitos. É difícil desculpar o poder público nesse episódio. Quanto aos empreendedores, estão no papel deles, pois não se lhes pode exigir filantropia. Já com o Município a história é diferente: cabia-lhe ter agido logo que tomou ciência do que pretendiam fazer. Se não tinha cacife para tanto, debatesse isso com a comunidade fortalezense.
Fonte: Coluna Concidadania/ Valdemar Menezes/ O POVO Online
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