O número de imóveis desocupados atualmente no País pode abrigar a maioria da população sem teto, disse ontem a relatora especial da ONU/ Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada e urbanista da FAU-USP/Faculdade e Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - Raquel Rolnik.
Segundo ela, há cerca de 5 milhões de unidades vazias, quase o número estimado do déficit habitacional, de 6 milhões de moradias. "Será que a construção de casas é o nosso problema?", perguntou Raquel, ao participar da 3ª Jornada da Moradia Digna - O Impacto dos Megaprojetos e as Violações do Direito à Cidade, que prosseguirá até amanhã na PUC (Pontifícia Universidade Católica), em São Paulo.
O encontro reuniu durante todo o dia representantes das comunidades de baixa renda, líderes de movimentos sociais e de ONGs (organizações não governamentais) e da Defensoria Pública. O objetivo é discutir a situação das famílias ameaçadas de despejo ou remoção por causa da preparação do País para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
De acordo com Raquel, as obras para os dois eventos resultaram em "uma intervenção urbanística nas cidades com projetos que afetam comunidades, provocando remoções e despejos, que é violação dos direitos humanos."
Raquel defende a criação de espaços para essa população nas áreas mais desenvolvidas das regiões metropolitanas, onde há melhor infraestrutura, como escolas, hospitais, entretenimento e trabalho. "Tirar as as pessoas de onde elas vivem e colocá-las a 50 quilômetros de distância é alimentar a máquina de exclusão territorial e as ocupações em áreas de risco".
Fonte: Agencia Brasil/ Diário do Grande ABC
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