sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Um cuidado redobrado com estes prognósticos

Preocupados em não cometerem enganos, muitos profetas estão sendo mais cuidadosos ao realizar suas experiências. Antônio Anastácio da Silva, o Paroara, e José Felipe dos Santos, o Jacaré, acreditam numa boa quadra chuvosa. No ano passado haviam previsto o mesmo. Eles afirmam terem sido traídos pelos sinais da natureza, como ocorreu com Paulo Costa e a maioria dos outros profetas.

Por esse motivo voltam praticamente todos os dias ao campo. Observam o movimento do vento, o canto dos pássaros, os insetos e a vegetação. "Mas como errar se o mandacaru está florando?", comenta Jacaré, apontando para o amigo o cactáceo encontrado com abundância no semiárido do Nordeste. "A barra do Natal disse a mesma coisa. A chuva de Santa Luzia também, veio no dia certo. Quando vem é inverno certo", completou inconformado com o deslize do ano passado.

Paroara conforma o amigo lembrando que assim como os equipamentos eletrônicos apresentam defeitos, os elementos da natureza poderiam se enganar. Acreditando nos astros, sendo o ano de 2011 regido por Mercúrio, não receia em afirmar que em janeiro chove bem; em fevereiro o dobro; em março variando para bom e de abril a junho, excelente. "Agora estamos tomando mais cuidado, mas, às vezes, a natureza dá rasteira da gente", acrescentou ele.

No ano passado 27 profetas anunciaram publicamente suas previsões. Luiz Gonzaga, de Camocim, abriu o Encontro prevendo por meio das frentes frias no Sul poucas chuvas em janeiro e fevereiro. Em março seriam dentro do normal; Renato do Pau D´Arco definiu o inverno de 2010 como fraco; José Irismar anunciou inverno a partir de março a junho;

Acompanhado de Chico Mariano, Chico Leiteiro exagerou, prevendo grande inverno, inclusive com o Açude do Cedro sangrando. Além de Renato Lino, o agricultor de Tapuiará, apenas Severino Silveira e Francisco Alves acertaram as previsões. Mesmo assim, foram criticados pela maioria dos profetas. "Eles costumam ser pessimistas", comentou Antônio Lima, considerado um dos mais experientes do grupo, ressaltando que o desafio de prever se transformou em uma tradição, aguardada por todos.

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