domingo, 31 de outubro de 2010

Agenda Teresina


Um blogspot sobre uma necessária convalidação de uma visão de futuro para Teresina, a mais importante cidade do Meio Norte brasileiro, pólo urbano principal da Região de Interesse de Desenvolvimento da Grande Teresina, nascida de uma proposta inédita de posicionamento geográfico, desenho e ordenamento urbanístico de uma nova capital para a Província do Piauih, concebida pelo Governador da Provincia Conselheiro José Antonio Saraiva, em 1852 e, implantada com apoio do Mestre João Isidoro França, então Secretario Geral de Obras, sobre o original povoado da Vila do Poty, um ponto entre os Rios Parnaíba e Poty, cortado pela estrada de ligação entre Oeiras e Parnaíba, esta já consolidada como um dos mais prósperos centros urbanos da Província, junto ao Litoral do Piauih.

Fonte: Agenda Teresina

Guia de Projetos de REDD+ na América Latina

O Idesam e TNC, com o apoio da GTZ lançam a publicação “Guia de Projetos de REDD+ na América Latina” na versão em português, uma atualização da primeira edição em inglês publicada durante a COPD15 em Copenhagen. O guia traça um panorama da situação atual dos projetos de REDD+ (Redução de Emissões do Desmatamento e Degradação Florestal) desenvolvidos na América Latina.

O guia apresenta de maneira detalhada e acessível os projetos em estágios avançados de desenvolvimento na América Latina, juntamente com a situação atual das negociações de REDD+ no âmbito da Convenção do Clima (em sua sigla UNFCCC). Com o objetivo de difundir informações e experiências, o guia tem papel fundamental na construção metodológica de novos projetos e para a definição de sistemas e regimes nacionais de REDD+.

São apresentados 17 projetos que trazem informações específicas sobre seus aspectos técnicos e metodológicos e estratégias financeiras.

Fonte: Portal O ECO http://www.oeco.com.br

Manifesto científico contra a nova proposta do novo Código Florestal

Saiu nesta semana um documento elaborado por pesquisadores do Programa Biota Fapesp e pela Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (ABECO) trazendo uma análise dos “Impactos potenciais das das alterações propostas para o Código Florestal Brasileiro na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos".

O trabalho faz uma síntese das preocupações ambientais de pesquisadores da área ambiental, que acreditam que a proposta do novo Código Florestal, apresentada pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), não fazem sentido algum à luz de tudo que a Ciência já sabe em relação à conservação da natureza.

No dia 03 de agosto foi realizada uma reunião entre integrantes do projeto Biota para não só avaliar as principais ameaças ao meio ambiente, inerentes ao novo código, mas também apontar soluções e alternativas, com base científica sólida, que possam embasar a discussão acerca da legislação. No documento são demonstrados os impactos negativos sobre a biodiversidade, que são consensuais entre os pesquisadores. Alguns exemplos são a maior fragmentação da vegetação, impactos negativos sobre rios e matas ciliares e impactos decorrentes da expansão agrícola.

Fonte: Portal O ECO

sábado, 30 de outubro de 2010

A questão ambiental fora do debate presidencial

Como sempre a questão ambiental esteve fora do debate presidencial da noite passada. Nenhum dos dois candidatos e dos entrevistadores tocou no assunto, a não ser de forma muito geral. Estamos aí com a maior seca da Amazonia, em 108 anos, com os rios sem água, o Cerrado em chamas, o Nordeste causticado como sempre e também em chamas e, não se registram metas de transformação desta histórica trajetória de predação continuada, que inclui agora, em destaque a consolidação da Hidrelétrica de Belo Monte, a perspectiva do aumento da exploração petrolífera, a ausência de preocupações com a proteção e a preservação das áreas de conservação em todo o Brasil.

Novembro com Arte no Cariri


Novembro no Cariri virou sinônimo de mês das artes nas ruas e casas de espetáculo. Começa no dia 5 e vai até o dia 27, a II Guerrilha do Ato Dramático Caririense, no Teatro Rachel de Queiroz, no Crato. O evento terá 44 espetáculos teatrais, superando a edição anterior, que contou com 16 apresentações e 3 mil espectadores.

Este ano, também quase dobra o público, estimado pelos organizadores em mais de 5 mil pessoas, durante os 23 dias de apresentações. A II Guerrilha será aberta às 17 horas do dia 5, com procissão de abertura e a participação do Circo-Escola Alegria, grupos, atores e brincantes, seguindo da Praça 3 de Maio até a Praça da Sé, onde haverá o "Show do Além", com Luizinho Brega Star e as Magrecitas.

Também haverá abertura da exposição 25 anos da Cia. Teatral Livremente, no Teatro Rachel de Queiroz, na cidade do Crato. O evento foi criado em 2009 pela Sociedade Cariri das Artes/Cia. Cearense de Teatro Brincante e Sociedade de Cultura Artística do Crato, Pontos de Cultura do Brasil, consorciadas com grupos e companhias de teatro e dança atuantes na região.

Segundo o coordenador, Cacá Araújo, a Guerrilha do Ato Dramático Caririense é um dos mais importantes projetos de inclusão e afirmação cultural em artes cênicas do interior nordestino, consolidado como instrumento de valorização, incentivo e desenvolvimento das artes no Cariri cearense, fortalecendo-o, inclusive, como destino turístico e cultural. Ele afirma que no primeiro momento, ano passado, o público foi formado de espectadores de todas as idades, revelando a vitalidade das artes cênicas e o potencial de plateia caririense.

A edição de 2010 terá a participação de 44 espetáculos de teatro e dança realizados por 26 companhias, todas do Cariri. Serão dois espetáculos por noite, 19h e 20h30, nas modalidades palco à italiana e arena, além de dois shows musicais e performances circenses. Este ano, conforme o coordenador, espera-se contar com um público de conterrâneos e visitantes, prestigiando e reconhecendo a dramaturgia e a encenação produzidas na região como fortes elementos de identidade local. Para Cacá, eventos deste porte são de grande importância em possibilitar o direito à livre existência da pluralidade de linguagens e tendências artísticas e culturais. "Em meio a essa avalanche destruidora, a resistência de afirmação da identidade popular tem se dado pela bravura de grupos alternativos", diz ele. Esse trabalho, segundo o artista, tem o reforço de programas públicos de desenvolvimento cultural e parcerias com entidades de classe, sempre almejando oportunidades de crescimento profissional, geração de renda e difusão dos símbolos culturais que identificam o povo e sua história.

Fonte: Caderno Regional/ Diario do Nordeste. Imagem Peça O Pecado de Clara Menina, de Cacá Araújo, fará parte da programação da II Guerrilha do Ato Dramático, que inicia no dia 5, em Crato. O evento promove a cultura popular. Fotografia Elizangela Santos

Atropelos do Complexo Tapajós

Nesta quinta feira, dia 28 de outubro, o Ministério Público Federal recebeu uma nota de repúdio às empresas Eletronorte e Ruraltecs, que são acusadas de invadir a comunidade de Pimental, oeste do Pará. Movimentos sociais, ONG’s e a população local das cidades de Itaituba, Santarém, Altamira e Belém assinam o documento a ser protocolado. As 46 entidades que se movimentam contra as grandes companhias de geração de energia argumentam que não estão sendo ouvidas e que serão atingidas. O Complexo Hidrelétrico do Tapajós é mais um projeto do Programa de Aceleração do Crescimento.

A comunidade de Pimental foi “visitada” sem anúncios prévios por técnicos da “Ruraltecs” contratatos pela Eletronorte no dia 12 de outubro e iniciaram suas atividades de marcação e medição sem nenhuma interação com a comunidade. Apoiados pelo governo, os técnicos agora enfrentam a indignação dos moradores da região que querem a retirada dos trabalhadores.

Fonte: Salada Verde/ Portal O ECO

Problema global, impactos locais

A empresa britânica Maplecroft divulgou na semana passada uma levantamento com 170 países para apontar as regiões mais ou menos vulneráveis às mudanças climáticas. A empresa baseou-se em 42 fatores sociais, econômicos e ambientais como metodologia de aconselhamento de riscos, avaliando os perigos para a sociedade gerados pelas alterações do clima. Montou, assim, o Índice de Vulnerabilidade pelas Mudanças Climáticas, um guia de investimento estratégico e a adoção de políticas.

A pesquisa enumerou 16 países considerados em “risco extremo” nos próximos 30 anos com a progressão das mudanças climáticas. Entre esses cinco são localizados no Sul da Ásia: Bangladesh (1°), Índia (2°), Nepal (3°), Afeganistão (4°) e Paquistão (4°). O Brasil foi categorizado como país de “alto risco”, juntamente com a China e o Japão. Os países com “médio risco” são Estados Unidos, Alemanha, Rússia, França e Grã-Bretanha. Já a Noruega e outros 11 países possuem a classificação de “baixo risco”.

De acordo com o Índice, todos os países possuem alguma vulnerabilidade em relação às mudanças climáticas, por motivos de exploração dos recursos naturais, grande densidade populacional ou fragilidade territorial. No entanto, países com altos níveis de desigualdade social, má qualidade de saúde e dependência agrícola têm agravantes maiores e, consequentemente, são considerados de risco mais elevado. O Sul da Ásia se enquadra nesta situação.

Fonte: Salada Verde/ Portal O ECO

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Eleições podem reduzir fiéis na Romaria de Finados

Os romeiros do Padre Cícero começam a chegar desde a manhã de ontem para Romaria da Esperança, conhecida como a Romaria de Finados. Este ano, as eleições presidenciais no domingo e segundo turno para governador em alguns Estados mudam o calendários dos romeiros. Alguns deles preferiram chegar no começo da semana, e já foram para casa, outros, passam por Juazeiro até o dia de amanhã, e seguem para votar em seus respectivos Estados.

Fonte: Regional/ Diário do Nordeste

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Seca recorde muda a paisagem do Rio Negro

O que era água do rio Negro no período de cheias no porto de Manaus (AM) hoje abriga carros, caminhões, barracas e barcos. A areia que aparece pelo recuo de 100 metros da margem está sendo usada para comércio e como via de caminhada por viajantes e carregadores dos mais variados produtos.

Na maior seca do Rio Negro em 108 anos, a paisagem muda ao longo de seu curso. O canoeiro José dos Santos conta que um lajedo de pedras "reapareceu" no meio do rio, a cerca de 400 metros da margem. "Elas só foram vistas em 1963, quando também houve recorde de vazão do rio. Em 1983 um barco bateu nelas e ficou encalhado. Mas não dava para ver. Agora, em outubro, ela reapareceu”. O lajedo virou atração turística a banhistas.

O também canoeiro Pedro Roque, de 62 anos, diz que "há lugares que não dá para passar” pela primeira vez em muitos anos porque leitos de igarapés estão secos.

Fonte: Portal IG


Lixo e lama do lugar do Rio Negro


O que antes era só especulação agora virou fato: neste domingo, 24 de outubro, o Rio Negro atingiu 13,63 cm de vazante e bateu um recorde que nos permite afirmar, de acordo com informações do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) do Ministério de Minas e Energia (MME), que estamos diante da pior seca já registrada na história da Amazônia Ocidental, desde 1902. De acordo com Daniel Oliveira, engenheiro hidrólogo do CPRM, o rio pode baixar ainda mais nos próximos dias.

Esta informação foi confirmada por pessoas com as quais a reportagem de ((o)) Eco teve acesso. “Tá baixando e vai baixar mais ainda”, contou Beto Santos, comerciante que há dez anos administra um pequeno restaurante na Praia da Lua, a preferida da população local de Manaus para os chamados “banhos” aos finais de semana. Ao chegar na cidade não resisti e fui até a Marina do Davi, de onde saem barcos para esta praia, banhada pelas águas do Rio Negro.

Queria vê-lo com meus próprios olhos e antes que pudesse sair do táxi munida de minha câmera e meu bloco, o Beto se aproximou e falou sobre a seca. “Aquele mundão de água acabou”. E como fica o seu trabalho na Praia da Lua, Beto? “Não é mais da lua, é da lama. Teve o tempo bom para a gente, agora veio o tempo ruim”.

Enquanto ele falava eu anotava o que dizia e não pude deixar de olhar, vez ou outra, ao cenário às suas costas: um imenso vazio de areia, lama e lixo. Onde está o rio Negro com cor de chá mate? Pelo menos naquelas bandas, não existe mais. Sua água está mais lamacenta e barrenta do que a do rio Solimões.

Desci do táxi e o que me esperava era um imenso barranco, cujos flutuantes tocavam a areia, suspensos pelo Açacu, ou Hura crepitans, um tipo de madeira cuja tora fica abaixo dos chamados flutuantes. Casas suspensas sobre ela não afundam e acompanham cheias e vazantes. Neste caso, todas estavam no chão ao lado de vários tipos de entulho que jogam para dentro deste rio e que agora se encontra ao ar livre para quem quiser ver: são milhares de garrafas pet, bancos de madeira, pedaços inteiros de barcos, motores velhos. Não seria esta uma ótima oportunidade de trabalho para a prefeitura de Manaus? Na seca, bem que este monte de lixo poderia ser recolhido. O cenário que eu vi, você vê a seguir.

Ano passado o mesmo Rio Negro inundou ruas do centro de Manaus, no Amazonas, ao bater outro recorde – a maior cheia já vista - ao atingir 29.77 cm. E, neste ano, eis a maior seca já registrada. Pensar nas mudanças climáticas tem sido corriqueiro ultimamente, mas pesquisadores argumentam que não é bem assim.

Antonio Manzi, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), explica que não é possível relacionar uma coisa à outra de maneira definitiva. “Em 1953 tivemos uma cheia da mesma magnitude de 2009 e em 1963, uma seca nos níveis de 2010. Isso não quer dizer, no entanto, que não tenha havido aí uma contribuição das mudanças climáticas globais. Elas podem ter intensificado a cheia e a seca mais recentes, embora este seja um fenômeno natural”, explica.

Rafael Cruz, da campanha da Amazônia do Greenpeace, concorda que não se pode aliar a cheia e a seca históricas às mudanças climáticas. No entanto, adverte: "Esta situação dá a foto do que vai acontecer com a Amazônia se não diminuirmos as emissões de carbono no mundo".

Rios que abastecem comunidades rurais estão reduzidos a pequenos cursos ou leitos tomados pela lama. A população sofre também com a falta de água potável, pois nem todas as vilas contam com poços profundos. Sem transporte, certos produtos (como os que são vendidos em supermercados) não chegam às comunidades. De acordo com Caio de Souza, um barqueiro que trabalha na Marina do Davi, perto da praia de Ponta Negra, em Manaus, apesar da situação difícil, na seca não falta peixe na Comunidade do Livramento, onde vive com sua família. “Com pouca água, os peixes se disperçam menos e fica mais fácil pescar”, conta.

No Solimões, a vazante este ano também foi a maior já registrada, 86 centímetros negativos, em 12 de outubro. No entanto, nos últimos dias o nível do Alto Solimões voltou a subir. Ao longo do rio Amazonas, o CPRM também registra níveis inéditos. Em todo o estado, cerca de 40 municípios decretaram situação de emergência. Segundo informações da Defesa Civil, mais de 60 mil famílias foram atingidas.
Fonte: Karina Miotto/ O ECO http://www.oeco.com.br/reportagens

Inpe prevê mais chuvas no trimestre


As chuvas que têm caído no Estado do Ceará nos últimos dias têm deixado agricultores das regiões do Centro-Sul e Cariri animados. No entanto, de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a previsão para os próximos três meses (novembro, dezembro e janeiro) é de que as precipitações vão ficar na categoria de normal e abaixo da normal climatológica, ou seja, entre 100 e 200 milímetros, que é a média histórica.

De acordo com a meteorologista do Cptec, Priscila Farias, o fenômeno que contribui para essa perspectiva é a La Niña, no Pacífico Equatorial. "Nesse período as chuvas serão bem distribuídas em todo o Estado". Ela ainda informou que a temperatura vai variar entre 34 e 36. Com relação às chuvas recentes, o meteorologista, também do Cptec, José Felipe Farias, explicou que são pancadas ocasionadas pela alta temperatura e transporte de umidade. "O calor e a umidade causaram chuva, mais no interior. Os ventos do leste acabam trazendo a umidade do oceano para o continente", disse ele.

Fonte: Cidades/ Diário do Nordeste

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Curso de Atualização em Direito Ambiental

Do dia 13 ao dia 15 de novembro o IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas) oferecerá um curso de atualização em Direito Ambiental. O curso abordará as principais discussões ambientais da atualidade, envolvendo legislações ambientais mais gerais, a lei de política nacional de meio ambiente, a política de recursos hídricos, a política urbana, o código florestal e a lei de biossegurança.

Maria Heloísa C. Fernandes, bióloga e bacharel em direito, ministrante do curso, tratará temas como, conceitos e princípios do direito ambiental, Direito ambiental constitucional, política ambiental, instrumentos de proteção ambiental, responsabilidade ambiental e política urbana.

O investimento será de R$ 690,0, podendo ser parcelado. Para fazer sua inscrição basta entrar no site: www.ipe.org.br.

Fonte: Porta O ECO

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Geopark Araripe vai ser avaliado


Quatro ano após a sua criação, o Geopark Araripe passará pela primeira avaliação, entre os próximos dias 17 e 19 de novembro, período em que acontece, em Juazeiro do Norte, a 1ª Conferência Latino-Americana e Caribenha de Geoparques. Na ocasião, representantes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) visitarão a área para avaliar a possibilidade de revalidação do selo Geopark Araripe.

O evento, cujo tema será "Como criar e gerir Geoparques", foi apresentado, na tarde ontem, ao diretor geral de programação do Sistema Verdes Mares, Edilmar Norões. De acordo com o coordenador científico do Geopark Araripe, Álamo Saraiva, um dos principais desafios do parque, atualmente, é ampliar a consciência dos moradores da região sobre a importância da preservação. "O tráfico de fósseis e as queimadas ainda são problemas a serem combatidos", disse.

Com a revalidação do selo da Unesco, Saraiva espera que o Geopark passe a ser visto com mais atenção por parte da população. Neste sentido, acrescentou, já são colocados em prática projetos como o "Geopark no Recreio", voltado para crianças em idade escolar. "Não se trata de uma iniciativa deste ou daquele governo, mas, sim, para várias gerações", destacou ele.

São esperados na Conferência mais de 200 participantes de diversas partes do Brasil e de países como França, Grécia, Malásia, Alemanha, Irlanda, Espanha, Portugal, Uruguai, Argentina, Bolívia, Chile, Nicarágua, Peru e Venezuela. A ideia é divulgar e promover o conhecimento sobre a forma de criação e gestão de geoparques visando a sua implementação e difusão nos países da América Latina e Caribe. "Será uma troca de experiências bastante rica para todos", garantiu Álamo.

Exigências

Para que haja a revalidação do selo, é preciso cumprir diversas exigências e, ao final da avaliação, alcançar, no mínimo, um total de 600 pontos. Entre os critérios que serão levados em consideração pela Unesco, estão a presença do Geopark Araripe na mídia, ou seja, de que forma as informações relativas a ele têm chegado ao público; a quantidade de cursos de capacitação promovidos; a sua produção científica; a presença em congressos sobre o tema; e a parceria com outros geoparques. A secretária adjunta da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Teresa Lenice Mota, está certa de que o selo será renovado. "Já avançamos muito e vamos mostra isso. O próximo passo é dinamizar o desenvolvimento econômico vinculado ao potencial turístico do Geopark".

Assim, os planos são ampliar os investimentos em capacitação do trade turístico local e estimular a geração de renda de forma sustentável.

Futuro

"Não se trata de uma iniciativa deste ou daquele governo, mas, sim, para várias gerações"

Fonte: Caderno Cidades/ Diario do Nordeste

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Desvendando o Cerrado e a Caatinga


Pete Oxford é um biólogo Inglês que vive no Equador ha 25 anos. Junto com sua mulher, a Sul Africana Renne Bish ele vem viajando extensivamente por todos os continentes do mundo fotografando a fauna, flora e paisagens intactas. As suas fotos já foram publicadas em revistas como a National Geographic, International Wildlife, Smithsonian, Geo, BBC Wildlife e Nature’s best entre outras. Pete já publicou nove livros no Equador, a maioria com o angulo de conservação do meio ambiente e um décimo livro sobre a Mongólia alem um décimo primeiro sobre a Guiana que esta sendo finalizado. Ele acredita no ditado antigo de que “uma fotografia vale mais do que milhões de palavras” e acredita que antes de uma espécie ou local serem protegidos as pessoas precisam conhece-los. Pete diz que usando a fotografia nossa mensagem transcende culturas, línguas, classe social e idade e, uma única imagem pode alcançar os corações de toda uma população e chegar a influenciar as decisões governamentais.

Fonte; Portal O ECO http://www.oeco.com.br

Outros olhos sobre as cidades

Um dos momentos mais inebriantes que já vivi num cinema foi assistindo a Uma cena de “Birdy” (“Asas da Liberdade”), de Alan Parker. Trata-se de um belíssimo filme, sobre a liberdade, a loucura, e a amizade. O personagem-título, um rapaz reprimido e perturbado (vivido por Matthew Modine), desenvolve uma obsessiva ligação emocional com as aves, que simbolizam a liberdade que ele mesmo não tem. Suas esquisitices ornitológicas e suas desastradas tentativas de voar são toleradas e cada vez mais compreendidas por seu melhor amigo, Al (Nicholas Cage). Após Birdy ter sofrido um violento trauma de guerra, Al faz de tudo para evitar que ele perca o tênue contato que ainda tem com a realidade. De repente, lembro-me bem, perdi o fôlego. Meus olhos se grudaram na tela, e torci para o tempo passar mais devagar.

Birdy, deitado no chão do seu quarto, olha para a pequena janela, muito alta acima dele. Se imagina uma ave, saindo por aquela janela, para o mundo lá fora. De repente, a câmera sai pela janela, como os olhos da ave da imaginação dele. Começamos a ver o mundo à volta pelos olhos de uma ave, a voar livremente sobre a paisagem à volta. Não é nenhuma paisagem extraordinária - o que só faz a experiência cinematográfica desse vôo ainda mais fascinante. São subúrbios comuns de uma pequena cidade norte-americana - o vôo da câmera passa sobre carros num ferro-velho, depois uma mulher lavando roupa no quintal, segue pelas passagens estreitas entre as casas, escapa do ataque de um cachorro, passa baixo sobre uma rua passando perto das pessoas atarefadas em seus afazeres cotidianos. É o nosso mundo que está ali, visto pelos olhos de uma ave, como pelos olhos de um estranho.

Vendo “nosso” mundo com outros olhos

Diga você: que canto de ave você ouviu hoje? Nenhum? Você que pensa. A maioria de nós, mesmo nas grandes cidades, coexiste a cada dia com numerosas aves, escuta seus cantos sem ouvir, as olha sem ver. É espantoso como somos indiferentes a essas vidas que estão acontecendo à volta da nossa todo o tempo. Canso de ver pessoas imersas nas suas preocupações ou no seu celular que andam apressadas pela cidade como se ela fosse um deserto só de concreto, asfalto e vidro. Mas não é.

É admirável a garra da vida, a imensa capacidade das plantas e animais de teimar em viver, mesmo nas condições mais hostis. Num pequenino torrão de terra entre duas telhas num telhado, ou numa estreita fresta num chão de concreto, você pode encontrar uma pequena planta que se instalou ali. Numa escala maior, nossas cidades são lar de uma quantidade surpreendente de animais - pássaros, cigarras, micos, morcegos – que admiravelmente conseguiram sobreviver e arrumar um novo meio de viver no ambiente tão diferente e hostil que fizemos. Uma cidade não é só o nosso mundo. Representa também vários outros mundos paralelos, de outros seres vivos, vivendo suas vidas e seus dramas cotidianos à nossa volta, vendo “nosso” mundo com outros olhos. Que tal tentarmos, pelo menos por um momento, ver o mundo pelos olhos deles?

Vejamos por exemplo as aves, os objetos da paixão de Birdy. O que você e eu chamamos de “arborização urbana” uma ave chamaria de habitat. Se você ver no Google Earth uma cidade “em negativo”, prestando atenção não nas construções mas sim no espaço entre elas, vai ver que uma cidade é um mosaico de pequenas “ilhas” de vegetação, geralmente (infelizmente nem sempre) ligadas por uma malha de “corredores” estreitos de vegetação seguindo o caminho das ruas. Cada rua bem arborizada é como uma floresta linear com estrutura simplificada, arcadas de vegetação se encontrando lá no alto, jardins suspensos para várias espécies de aves. Essas “ilhas” e “corredores” são a cidade para outros habitantes que não nós.

Nossos companheiros mais visíveis

As aves compartilham os mesmos canais sensoriais conosco - sua percepção é predominantemente visual e secundariamente auditiva, como a nossa. Por isso estão entre os animais mais fáceis de ver, e entre os que melhor podem ver, lá de cima, a cores e com visão acurada, o curioso mundo desses estranhos primatas apressados daqui de baixo. Outras vidas em paralelo com as nossas em muitas cidades brasileiras incluem a pequena cambacica (Coereba flaveola), que vem beber nos vidros para beija-flores; os próprios beija-flores de várias espécies; os siriris (Tyrannus melancholicus) pousados a espaços regulares nos fios, e pegando insetos no ar em acrobacias que avião algum jamais igualará; os versáteis bem-te-vis (Pitangus sulphuratus) com seus cantos inconfundíveis; a bela saíra-amarela (Tangara cayana) e muitos outros. Mais difícil de ver numa cidade, mas ainda possível de encontrar, é o pássaro de mais bom gosto de todos, o tiê-sangue, Ramphocelus bresilius, com sua exuberante plumagem rubro-negra.

Nem só de pequenos passarinhos vive a avifauna urbana. Há nas cidades mais surpresas que a nossa vã imaginação poderia supor. Numa reentrância da parede num andar alto do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho na inóspita Ilha do Fundão, no Rio, pesquisadores da UFRJ capturaram nada menos que um falcão peregrino (Falco peregrinus). Você leu certo, uma das mais espetaculares aves de rapina do planeta, o animal mais veloz do mundo (até 300 km/h em mergulho). Tive a sorte de ver o bicho, azul-acinzentado, 98 cm de envergadura, um migrante provavelmente vindo da América do Norte. Foi anilhado e solto, provavelmente para angústia dos pombos das redondezas. Voltou por vários anos. A cada dia, centenas de pessoas entravam e saiam do Hospital Universitário sem nem imaginar que a trinta metros sobre a cabeça delas estava um falcão peregrino.

Espetáculos noturnos

À noite o movimento nas ruas muda, e não é só para nós. Em grandes figueiras que estejam frutificando, você pode assistir a um verdadeiro espetáculo noturno de morcegos. Conheço uma figueira assim, na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Grandes morcegos frugívoros, de meio metro de envergadura, fazem repetidas passagens na árvore, pegando frutos a cada vez. O chão fica coalhado de frutos e basta você ficar parado perto da árvore para ver um verdadeiro balé aéreo dos grandes morcegos voando agilmente, às vezes apenas a centímetros acima do chão, e desviando de você com grande habilidade. Nunca soube ao certo que espécie era. Sei pouco de morcegos, e digo isso sem nenhum orgulho. Mas Marco Aurélio Mello, um ex-orientado meu que hoje é pesquisador da Universidade Federal de São Carlos, sabe muitíssimo. Para Marco Aurélio, é claro que só seria possível dizer ao certo com o bicho nas mãos, mas o porte e o comportamento que eu descrevi acima sugerem Artibeus lituratus.

O mais espantoso, porém, é que essa figueira fica em frente a um McDonald’s, a menos de dez metros de distância, e no entanto a indiferença das pessoas com os bichos é tão grande que não me lembro de já ter visto uma só pessoa reparando naquele espetáculo. Nem mesmo para sentir medo, esse desinformado medo que vem de achar que todos eles chupam sangue, o que só uma ínfima minoria das espécies faz, e certamente não esses morcegões frugívoros.

Como esses morcegões vêem o mundo das pessoas apressadas na calçada da Visconde de Pirajá? Bom, como eles ouvem o mundo talvez seja uma pergunta mais adequada! No seu mundo de escuridão, não poderiam depender muito da visão para achar as coisas, e não dependem mesmo. Cada um daqueles Artibeus (ou presumíveis Artibeus) se desvia de nós orientado por um sofisticadíssimo sonar. Emitem vozes muito poderosas, e se orientam pelos ecos da sua voz ao bater nos diferentes objetos. Morcegos emitem pulsos sonoros numa freqüência altíssima – no caso de um insetívoro, até 200 pulsos por segundo. Assim sendo, também recebem ecos com muita freqüência. Isso permite às suas mentes, processando essa informação, perceber o ambiente à volta do bicho – tamanho e forma dos objetos, velocidade em relação a eles etc - com um imenso grau de detalhe. É difícil imaginar como um morcego percebe o mundo dessa forma, mas é possível fazer uma boa – e fascinante – especulação. O ponto de partida é perceber que uma imagem que vemos não é uma mera coleção de objetos no mundo lá fora: é como a nossa mente percebe e processa a luz que vem desses objetos. É bem possível que uma mente que recebe tanta informação do sonar processe essa informação como imagens – tridimensionais e tudo. Assim, um morcego formaria o que chamamos de imagem – uma riquíssima representação mental do mundo – com a audição, e não com a visão. Claro que não dá para a gente se colocar dentro da cabeça de um morcego e ver como ele percebe o mundo. Mas é uma pena, porque seria uma experiência maravilhosa.

Um mundo sem gravidade


Você já pensou no mundo de uma prosaica lagartixa de casa? Aquelas lagartixas que há na parede da sua casa são uma espécie exótica, Hemidactylus mabouia, que é um bicho africano que chegou aqui de navio durante a colonização portuguesa. As lagartixas vivem num fantástico mundo bidimensional e que não respeita gravidade. Andam sempre coladas a superfícies, mas não importa se a superfície em questão é um assoalho, uma parede ou mesmo um teto. Lagartixas estão completamente à vontade não só em superfícies verticais como até mesmo de cabeça para baixo, quando as forças de van der Waals estabelecidas entre as cerdas de suas patas e o teto as mantém firmemente aderidas. Quando acaba sua jornada e você vai dormir, começa a jornada delas, em longas e pacientes emboscadas a insetos cujas populações elas ajudam a controlar. Mas quem de nós pode sequer imaginar um mundo como o delas, andando pelas superfícies verticais com tanta tranqüilidade como pelas horizontais, e mais, sendo capaz de ignorar a lei da gravidade, que tão completamente rege nossas vidas?

Porque conservar as faunas urbanas

Há muitas vantagens em manter e incentivar a vida nas cidades. Por exemplo, por que cidades não são muito mais utilizadas na fixação de CO2 para mitigação da desordem climática global? Não estou falando de plantar uma árvore aqui ou ali, mas do plantio de milhões de árvores. Aglomerações urbanas cobrem uma área nada desprezível e que só tende a aumentar. Há péssima arborização em muitas cidades ou em partes da maioria das grandes cidades. Por que os governos e as ONGs, que freqüentemente investem em projetos de reflorestamento em áreas rurais, não investem mais em maciços projetos de revegetação urbana com árvores nativas? Isso é feito, claro, mas longe ainda da escala desejável. São ações relativamente baratas e que empregam muita gente. Além disso a revegetação urbana traria múltiplos benefícios: fixar CO2, amenizar o clima das cidades, e, claro, fornecer habitat para milhões de outras vidas.

Há ainda outras razões, menos óbvias mas igualmente importantes, para se preservar a natureza urbana, e em particular a fauna urbana. Quando se diz que uma cidade (ou uma parte dela) foi bem sucedida em melhorar suas condições “ambientais”, o que dizemos? O “ambiente” a que nos referimos é para nós, é claro. Mas o que dizemos? Os peixes voltaram ao Tamisa, várias espécies de aves voltaram à lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro, peixes e aves voltaram ao restaurado rio Cheonggyecheon em Seul, na Coréia do Sul. A fauna urbana nos indica quando recuperamos um lugar para nós. A presença de outros seres vivos é indicadora de quando temos um mundo saudável para nossas próprias psiques.

É claro que faunas urbanas são pobres em número de espécies se comparadas a maioria dos ecossistemas naturais. No entanto, como dizem, a gente só protege o que ama, e só ama o que conhece. Esta é a natureza com a qual a gente está em contato durante a maior parte das nossas vidas, e portanto nossa maior chance de aprender a amar a natureza em geral. Para muitos de nós, é a maior chance de despertar aquilo que Edward Wilson chamou de biofilia - a nossa tendência inata de gostar de outros seres vivos. Uma das recordações mais vivas da minha infância é a das cigarras cantando nas ruas de Ipanema. Na época do ano em que elas apareciam, era um som fortíssimo, insistente, que dominava tudo. Minha admiração ao descobrir que tudo aquilo era produzido por aquele animalzinho discreto foi um dos primeiros momentos que me lembro dessa sensação de maravilhamento que me fez gostar de bichos e natureza.

Nossas janelas

Precisamos de cidades, claro. A crescente urbanização é uma das maiores tendências da humanidade, e isso não vai mudar nas próximas décadas. Mas num mundo do futuro pelo qual vale a pena sonhar, as cidades não seriam mais monumentos à separação homem-natureza. Seriam, ao contrário, uma celebração da recuperação dos nossos laços com o restante da natureza, e do entendimento de que nosso destino depende disso.

Assim como para Birdy, as aves não apenas estão nas nossas janelas: elas são as nossas janelas, para um mundo que estamos ignorando perigosamente demais.

http://www.oeco.com.br/fernando-fernandez/23728-outros-olhos-sobre-as-cidades

sábado, 23 de outubro de 2010

Praia do Futuro, em Fortaleza, como está: sem chance

O arquiteto e ex-superintendente do Instituto do Patrimônio da União (Iphan) no Ceará, Romeu Duarte, avalia, no caso da decisão judicial de demolir as barracas da Praia do Futuro que “está faltando inteligência e sensibilidade à Prefeitura de Fortaleza e ao Ministério Público Federal”. Para ele, se é bem verdade que a ocupação da faixa de praia pelas construções chegou às raias do absurdo, é também verdadeiro que o público, formado pelos locais e turistas, têm nas barracas (que de barracas não têm nada...) um tradicional porto seguro para as suas atividades de lazer. O que deveria ser feito? Simples, afirma Romeu: “Cabe à PMF colocar a título precário as construções irregulares, fazer valer rigorosamente o seu poder de polícia; definir um plano de uso e ocupação da faixa litorânea, em conjunto com a associação de barraqueiros, e promover um concurso de anteprojetos de arquitetura e urbanismo para o estabelecimento adequado de parâmetros de desenho para os equipamentos”.


Também ex-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-CE), ele sugere que a entidade bem que poderia ajudar na tarefa, assim como aconteceu no episódio Beira Mar, quando também houve questionamentos quanto à ocupação. “Sem disciplinamento e racionalidade não haverá futuro para a praia.” Não mesmo.


Fonte: Coluna Vertical S/A. O POVO Online/ Jocelio Leal

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Manifesto científico contra a nova proposta do novo Código Florestal

Saiu nesta semana um documento elaborado por pesquisadores do Programa Biota Fapesp e pela Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (ABECO) trazendo uma análise dos “Impactos potenciais das das alterações propostas para o Código Florestal Brasileiro na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos".

O trabalho faz uma síntese das preocupações ambientais de pesquisadores da área ambiental, que acreditam que a proposta do novo Código Florestal, apresentada pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), não fazem sentido algum à luz de tudo que a Ciência já sabe em relação à conservação da natureza.

No dia 03 de agosto foi realizada uma reunião entre integrantes do projeto Biota para não só avaliar as principais ameaças ao meio ambiente, inerentes ao novo código, mas também apontar soluções e alternativas, com base científica sólida, que possam embasar a discussão acerca da legislação. No documento são demonstrados os impactos negativos sobre a biodiversidade, que são consensuais entre os pesquisadores. Alguns exemplos são a maior fragmentação da vegetação, impactos negativos sobre rios e matas ciliares e impactos decorrentes da expansão agrícola.

Dia de Finados em Juazeiro do Norte

Juazeiro do Norte será palco de 29 de outubro a 2 de novembro da Romaria de Finados, a maior do Município. Este ano, a cidade terá uma movimentação atípica por conta do segundo turno das eleições, e para isso foi solicitado o reforço. Também foi solicitada a cavalaria da Polícia, cães farejadores e uma delegacia móvel, que será instalada na Praça dos Romeiros, além de um reforço aéreo, com o helicóptero da PM. Ontem pela manhã, foi realizada reunião da Operação Romeiro, no intuito de definir as principais ações de infraestrutura para atender a maior romaria do ano no Município. A expectativa é de que receba em torno de 600 mil romeiros.

Segundo o comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar, coronel Gomes Filho, essa estratégia vem atender tanto a Romaria de Finados como as eleições. "O que nós aguardamos é que seja um período tranquilo, como ocorreu no primeiro turno", afirma. O padre Paulo Lemos, administrador da Basílica de Nossa Senhora das Dores, diz que o esquema de segurança tem funcionado bem durante as romarias. Ele espera que as ocorrências, principalmente relacionadas aos casos de furtos aos romeiros, que no mês de novembro se distribuem em vários pontos da cidade, inclusive no Bairro Franciscanos, diminua neste período de novembro.

Esta época do ano é considerada uma fase crítica em relação ao clima da cidade. A temperatura poderá chegar a 40 graus e muitos romeiros procuram os postos de saúde para serem atendimentos, principalmente com casos de desidratação e hipertensão. Por conta disso, as equipes de saúde serão fortalecidas em pontos estratégicos.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

MP cobra providência contra abandono do Sítio Fundão

Um incêndio registrado, esta semana, no Sítio Fundo, que foi comprado pelo Governo do Estado, no valor de R$ 1,2 milhão, para ser transformado em Parque Estadual, reacendeu a polêmica em torno do "abandono" do que deveria ser a maior reserva ecológica da região. O promotor de Justiça, Pedro Luiz Campelo, convocou uma audiência pública, que será realizada no dia 11 de novembro, para, de acordo com o representante do Ministério Público, instruir uma futura Ação Civil Pública por omissão do poder público em relação ao meio ambiente do Município do Crato, em especial, a degradação do Sítio Fundão. Ainda hoje, a gerência regional da Semace vai se encontrar com o promotor, em Fortaleza, coma finalidade de repassar todas as informações sobre o Parque.

Um dos ex-proprietários do Sítio, Ed Alencar, adverte que a madeira vem sendo retirada. Parte do arame da cerca, construída pelo Governo do Estado, foi roubada. O engenho de pau, puxado a boi, única lembrança regional do Brasil colonial, está se acabando. Não resiste mais ao próximo inverno. A água, que enchia as barragens construídas pelos escravos, foi desviada, o rio secou. Em função das denúncias, segundo Ed, a água voltou a correr no rio que corta o Sítio.

Estas denúncias, conforme ele, foram levadas ao conhecimento da Comissão Nacional do Meio Ambiente, com sede em Brasília, que cobrou providências do Ibama e da Semace. A Semace respondeu que a denúncia não procede. Porém, somente a casa de taipa de primeiro andar, de acordo com a Semace, está deteriorada.

A capacitação do Turismo no Cariri

O mercado do turismo se abre para uma nova perspectiva na região do Cariri. A capacitação profissional e a formalização dos empreendimentos como hotéis e restaurantes já têm sido constatadas. Só não há números que indiquem isso na prática, mas as pesquisas avançam para essa realidade, enquanto novos profissionais são formados e a mídia nacional e os investidores, como agentes de turismo nacionais e internacionais, são chamados ao Cariri para conhecer esse potencial. Os empresários estão empolgados, e se aliam a instituições para a capacitação profissional e qualificação dos empreendimentos.

Segundo a mestre em Geografia do Turismo, professora Luciana Lacerda, tem chamado a atenção o interesse dos empresários de firmar parceria com as instituições, que pela primeira vez também despertam para entrar com agentes formadores. Ela destaca todo o trabalho que tem sido desenvolvido por meio do geoturismo, um dos pontos importantes do projeto Geopark Araripe. "No Cariri temos esse importante produto a ser vendido e levado ao conhecimento das pessoas", aponta.

"Pela primeira vez no Cariri, a gente percebe que o trade turístico está preocupado com a qualificação para o setor e instâncias governamentais como o Sebrae, Urca, Senac e setor produtivo caminham juntos nesse sentido. São órgãos que estão atuando diretamente com empresários do setor", afirma. Ela destaca a capacitação de condutores e a formação de técnicos na área, que já é uma realidade na região.

No mês de novembro próximo será realizado, no Cariri, encontro com a imprensa nacional, principalmente de jornais e revistas direcionados ao turismo. O intuito é mostrar aos profissionais de imprensa os potenciais da região, principalmente na área do geoturismo. Em seguida, conforme Luciana, será a vez dos representantes de agência de turismo e principais operadoras do Brasil, para participarem de encontro e incluírem o Cariri em seus roteiros. E isso tem acontecido com algumas agências da Capital do Estado. Mesmo que não se tenha números tão significativos, já é um sinal positivo, segundo ela.

Está sendo formatado um manual de roteirização turística, por meio do Sebrae e Geopark para ser apresentado durante a visita dos representantes da imprensa e das agências de várias partes do País. "Com esse território roteirizado será bem mais fácil sermos incluídos nesse marketing do turismo nacional".

O Secretário do Desenvolvimento, Turismo e Romarias de Juazeiro do Norte, José Carlos dos Santos, - cidade que recebe atualmente o maior número de turistas e visitantes da região em virtude das romarias, com foco no Padre Cícero -, afirma que tem ocorrido a forma-lização de novos empreendimentos. São micro e pequenas empresas na área de hotéis e restaurantes na cidade, o que, segundo ele, demonstra também uma possível profissio-nalização e aponta para uma melhoria no processo de qualificação profissional. Mas, salienta que o espaço de informalidade ainda é muito grande, principalmente na área de hospedagem, com os ranchos e pousadas no Município.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

PRU TERESINA na FECOM

O PRU TERESINA/Plano de Requalificação Urbana de Teresina, ora em desenvolvimento sob responsabilidade da Ibi Tupi Projetos e Consultoria, com coordenação do Arquiteto José Sales, será apresentado na XIV FECON Teresina, pelo Secretário João Alberto Monteiro da SEMPLAN/ Secretaria Municipal do Planejamento.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

IAB/CE no Pacto por Fortaleza

O Instituto de Arquitetos do Brasil/ Departamento do Ceará foi convidado pela Camara Municipal de Fortaleza, através de seu Presidente Vereador Salmito Filho à coordenar um quinto eixo temático de debates que enfocará a questão do planejamento e gestão urbana.

Terão enfase nos debates os aspectos do ordenamento e estruturação do território municipal e as demandas relacionadas aos mesmos, que envolvem: requalificação e regeneração urbana, proteção e preservação do meio ambiente e da paisagem, melhoria de mobilidade e acessibilidade, modernização do sistema viário básico, qualificação de habitação social, operações urbanas consorciadas, integração metropolitana, ações e projetos da Copa 2014, desenvolvimento do turismo e organização do sistema de planejamento e gestão.

Serão também subsídios aos debates, as recomendações do Estatuto da Cidade, LeiFederal 10.527/ 2001, assim como os encaminhamentos constantes da própria Legislação Urbanística de Fortaleza, notadamente do PDPFOR/ Plano Diretor Participativo do Município de Fortaleza, os dados do Inventário Ambiental de Fortaleza e do PDITS/ Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável, como também indicativos da experiencia nacional, aplicados em outras cidades brasileiras.

São convidados todos os membros da diretoria do Instituto, do quadro de associados e interessados em geral, a se engajar nesta nova frente de ação pela modelagem de uma melhor mais adequada visão de futuro para o Município de Fortaleza e pelo fortalecimento da profissão de arquiteto/ urbanista.

Fonte: Blog do IAB/CE

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

"Povos do Mar" repercute entre especialistas

As comunidades que vivem na zona costeira do Ceará tiveram uma cobertura jornalística totalmente dedicada a elas. Publicada ontem no Caderno Regional do Diário do Nordeste, a reportagem especial "Vida e luta dos povos do mar" repercutiu positivamente entre estudiosos do tema no Estado e em sites de organismos e movimentos sociais que atuam na promoção social das comunidades nativas de áreas litorâneas do País. O jornal foi elogiado pela elaboração das matérias que alertam sobre um caminho para a vida sustentável no planeta. O material será usado para debate nas escolas dos povos do mar.

O Fórum de Defesa da Zona Costeira do Ceará parabenizou o trabalho jornalístico publicado ontem. As matérias foram replicadas nos blogs dos municípios litorâneos e está prevista a utilização do material para debate nas escolas.

"A imprensa é o espelho de uma nação. Nesse processo de construção da identidade do Ceará, o Caderno Regional do Diário do Nordeste dá sua contribuição todo dia ao mostrar a cara do nosso Interior. A reportagem foca no homem e nas suas relações com a natureza", afirmou Ariosto Holanda, deputado federal, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e ex-Secretário de Ciência e Tecnologia do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste

domingo, 17 de outubro de 2010

Marina Silva cobra maior consistencia no debate

Foi ela quem levantou a bandeira do meio ambiente no primeiro turno e, agora, é ela quem luta para mantê-la hasteada.

Enquanto Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) fingiam que o tema tinha saído da pauta, Marina Silva (PV) pressionou os presidenciáveis a se posicionar mais claramente no que se refere à sustentabilidade e, ainda que não inteiramente, condicionou seu apoio a algum deles à adesão a sua agenda ambientalista.

Mas ela não se ilude. Sabe que, por um lado, inaugurou uma nova modalidade de "barganha" eleitoral, ao exigir compromissos em vez de cargos em troca de seu consentimento. Por outro, percebe em Dilma e Serra muito mais disposição ao desenvolvimentismo - ou, como dizem alguns de seus assessores, ao "crescimentismo" - do que ao ambientalismo.

"Mesmo no primeiro turno, as duas campanhas não se ativeram à temática do meio ambiente. Ela aparecia apenas dirigida a mim, já que isso é uma prioridade da nossa plataforma de governo. Não aparecia pela minha interação com os outros candidatos", lembra a candidata do PV.

Para Marina, depois de seus quase 20 milhões de votos no dia 3 de outubro, ficou claro que os brasileiros consideram a sustentabilidade um tema importante.

"Pela primeira vez, houve um ensaio político para referenciar uma proposta de desenvolvimento baseada na sustentabilidade. Proposta que teve um respaldo muito grande em termos eleitorais, mesmo que as pessoas não tenham uma compreensão mais aprofundada da questão", disse a senadora.

Ela sabe que nem todos os que votaram nela o fizeram somente pela cor de sua bandeira. Ainda assim, acredita que esse recado dos eleitores obrigará partidos e lideranças políticas a dialogar sobre meio ambiente com mais frequência e consistência.

Fonte: Blog do Noblat/ Agencia Estado.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A paisagem do sertão com florada amarela


Está chegando ao fim um dos espetáculos mais bonitos da natureza: a floração do pau d´arco, também denominado ipê. Em meio à paisagem cinzenta, provocada pela seca, que enche de tristeza o sertão nordestino, o ipê quebra o clima de desolação, tingindo de amarelo o Cariri ressecado pelo Sol. A florada começa no mês de setembro, coincidentemente com a Semana da Pátria, e termina no final de outubro, quando as folhas caem, transformando o chão num tapete amarelo.

"As cores têm papel fundamental na vida de todos. É através delas que mostramos o que sentimos e também são elas que demonstram um pouco de cada um. Está em tudo o que envolve vida. A cor é praticamente o sentido da vida, seria impossível, surreal, imaginarmos um mundo preto e branco, ou melhor, sem cor. Não teria vida e muito menos sentido das coisas", diz a artista plástica Edilma Rocha, com curso na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

"O amarelo é uma cor que contribui para a felicidade. É uma cor brilhante, alegre, que simboliza o luxo - é como estar em festa a cada dia. Associa-se com a parte intelectual da mente e a expressão de nossos pensamentos", complementa o advogado e cronista Emerson Monteiro Lacerda.

Encontrado em todas as regiões do Brasil, o ipê sempre chamou a atenção de poetas, escritores e até de políticos. Em 1961, o então presidente Jânio Quadros declarou o pau-brasil a Árvore Nacional e o ipê-amarelo, da espécie Tabebuia vellosoi, a Flor Nacional.


Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Governo vai rever plano de Marina para Amazônia

DEU NA FOLHA DE S. PAULO


Ministros criticam proposta de ex-ministra, considerada "preservacionista"

Mudanças vão incluir a presença de militares, projetos de mineração e hidrelétricas, além de rever terras indígenas

Cláudio Angelo

Principal legado de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente, o PAS (Plano Amazônia Sustentável) será revisto pelo governo. Sua nova versão deverá incluir projetos de mineração, defesa e grandes hidrelétricas.

A reforma no plano começou a ser debatida ontem em um seminário organizado pela SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos).

O momento não poderia ser pior politicamente: o PT e o governo tentam atrair a candidata derrotada verde e seus 20 milhões de eleitores para a campanha de Dilma Rousseff no segundo turno.

O PAS é um ponto sensível para Marina: construído durante três anos, ele deveria dar as diretrizes para o desenvolvimento da região. Marina costumava se referir ao plano como seu "filho".

Quando decidiu lançá-lo, em maio de 2008, o presidente Lula entregou sua execução à SAE, então chefiada por Mangabeira Unger, alegando que Marina não era "isenta". Foi o estopim da demissão da ministra

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Abaixo assinado cobra melhorias no Aeroporto do Cariri

Liderada por lojistas da região, campanha recolhe assinaturas para cobrar melhorias no aeroporto do Cariri.

Juazeiro do Norte - Passam de 10 mil assinaturas o abaixoassinado realizado na região do Cariri, no intuito de fortalecer a luta por melhorias no Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, neste Município. O impasse por reformas entre o Estado e a Infraero tem gerado polêmicas na região. Durante o período eleitoral, essa questão passou a ser um dos principais assuntos cobrados pela população aos postulantes dos cargos na Assembleia Legislativa e Câmara Federal, no Cariri.

Envolto aos antigos problemas como homologação da pista, com avaliação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ausência de resistência para pousos de aeronaves de grande porte, reforma e ampliação, além do impasse entre o Estado e a Infraero sobre pendências burocráticas relacionadas a um antigo convênio, desde o governo anterior, a população conclama os responsáveis a um comprometimento. A reforma prevista para esse semestre, com a construção dos módulos operacionais, ainda não foi iniciada. A previsão, caso a obra tivesse início em agosto passado, seria inaugurar em dezembro, com a ampliação das áreas de embarque e desembarque.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Seca no Amazonas atinge 40 mil famílias e 25 cidades

A seca já atingiu 40 mil famílias e fez 25 cidades decretarem situação de emergência no Amazonas desde o início de agosto, segundo o governo do estado. A Defesa Civil reconheceu condição de emergência para 21 municípios na sexta-feira. As informações são da Agência Brasil. A ajuda aos municípios prejudicados começou nesta semana, de acordo com o governo estadual, com o envio de 6 toneladas de alimentos. A condição de transporte também é dificultada.

"Os barcos não podem navegar. O transporte só por ser feito de canoa. Alguns alimentos começam a faltar", disse à Agência Brasil o chefe de gabinete da prefeitura de Ipixuna, Anísio Saturnino. A cidade de Ipixuna, no sudoeste do Amazonas, deve receber nesta segunda-feira cestas básicas, filtros para água e medicamentos trazidos pela Defesa Civil. Moradores do município enfrentam problemas intestinais por conta da má qualidade da água.

Fonte: O Globo

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Proposta para que Montanhas do Estado integrem rede mundial


Uma missão composta por representantes do Governo do Estado e das prefeituras de Guaramiranga, Ipu e Quixadá participa a partir de hoje da 2ª Conferência da Associação Internacional de Montanhas Famosas. O encontro ocorre em Jiangxi, na China. Segue até a próxima sexta-feira, reunindo delegações de montanhas dos cinco continentes, algumas delas reconhecidas pela Rede Global de Geoparks. A comitiva cearense tem à frente o secretário adjunto das Cidades do Estado, Jurandir Santiago.

Na Conferência, a representante da Associação Internacional no Ceará e coordenadora da missão cearense, Mônica Amorim, fará uma breve apresentação das riquezas geográficas montanhosas das três cidades cearenses, formalizando a entrada delas no seleto grupo mundial. Outras delegações também farão apresentações de novas montanhas. O congresso tem por objetivo a realização de parceria e articulação de ações entre os pontos de visitação turística participantes. O Geopark Araripe é o único representante do Brasil na entidade, criada em 2009.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste. A "terra dos monólitos", Quixadá, possui inigualável conjunto de montanhas rochosas. Fotografia Alex Pimentel. Direitos autorais preservados

Igrejas históricas de Aracati são recuperadas

Para revisitar, revitalizar e divulgar a sua história, a população de Aracati está engajada, desde o ano passado, na restauração das igrejas históricas da cidade. A iniciativa foi da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, com a implantação da Pastoral do Dízimo, ano passado, e a participação massiva do povo. O dízimo arrecadado mensalmente dava para honrar os custos de manutenção da paróquia e ainda restava uma quantia. Com este valor, foi decidido investir na restauração das igrejas. "Percebemos que era importante retribuir os benefícios à sociedade, mostrando que a contribuição estava sendo bem empregada", comentou o presidente do CDL de Aracati, Armando Oliveira, que é umas das instituições parceiras do projeto de revitalização.

A partir disso, foi formado um Conselho Econômico Paroquial para restauração das igrejas históricas do Aracati. Dele é a responsabilidade em angariar investimentos e parcerias, acompanhar a obra e prestar conta com os doadores e sociedade, sob a coordenação do pároco de Nossa Senhora do Rosário, padre Mateus O´Sulivan. A primeira igreja beneficiada foi a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, datada de 12 de abril de 1.775. Ela foi construída em taipa de adobe. A varanda em ferro trabalhado, apresenta o estilo Rococó.

Nas laterais, portas e janelas em madeira imitam gradil. A igreja, que teve seus vitrais roubados, quebrados e não repostos, estava em condições insatisfatórias para visitação e uso. As pinturas externa e interna tinham péssimo estado de conservação.

A reforma iniciou com a pintura externa. A restauração na parte interna da igreja veio logo depois. Durante o trabalho, a equipe foi surpreendida com a descoberta de pinturas originais abaixo da pintura descascada que cobria as paredes do templo. "Descobriram nas paredes internas muitas pinturas antigas, artísticas. Então foram feitas janelas mostrando onde as pinturas estão para serem restauradas", contou o integrante do Conselho Paroquial, Lindbergh Gondim.

No mês de agosto, a restaurada Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, localizada por trás do BNB, foi entregue à população. Além das melhorias em paredes e móveis, a igreja recebeu também uma iluminação externa. No total, R$ 38 mil foram investidos na obra, supervisionada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A população também tem acompanhado: "o povo está muito animado, ajudando com o livro de ouro, doações. Isso levanta a autoestima das pessoas. A população tinha uma angustia em ver as igrejas deterioradas e agora está inquieta e quer restaurar todas as igrejas", contou o vigário Oleriano Barbosa. "O povo acompanha, observa, pergunta, todo final de semana está sendo falado na igreja, prestando conta com os doadores. Até a cor está sendo discutida", comentou.

O presente à cidade foi retribuído com uma maior participação do povo. Assinatura do Livro de Ouro, depósitos bancários e mutirão dos envelopes nos bairros são algumas das ações desenvolvidas para captar doadores, bem como o recolhimento de cupom fiscal em urnas espalhas por farmácias, supermercados, comércio e secretaria da paróquia, além de doações de alimentos e brindes para sorteios.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

Dia da Criança: brincadeira com simplicidade


Amanhã, o Brasil inteiro comemora o Dia das Crianças. Muitos pais investiram tempo e dinheiro procurando um presente para o filho. Bonecas vestidas para praia, de noiva ou mesmo caminhões e tratores, além das várias possibilidades que dispõem os jogos eletrônicos. A procura é por aquele brinquedo ideal e para a felicidade da criança. Na comunidade da Serra do Lajedo, em Maranguape, esta preocupação passou por longe, segundo informações do pesquisador e artista plástico Gandhy Piorsky. É que lá, o brincar é vivenciado na natureza e a partir dos elementos provenientes dela, todos os dias da semana. Em 2006, uma amiga do pesquisador, que conhece a Serra de Maranguape, levou-o até o povoado e a partir daí o vínculo entre eles não se desfez mais. É um campo de pesquisa para o artista plástico. "O nosso próximo passo é arranjar um lugar para o ateliê, que estou chamando de oficina de desmanchar a natureza", contou Gandhy, parafraseando um poema de Manoel de Barros. A ideia é montar um espaço do brincar sem brinquedos prontos. "Durante o projeto, as crianças vão produzir o acervo, mas sem essa dos moldes do brinquedo tradicional. É uma produção deles próprios". A próxima experiência da criançada do Lajedo é fazer uma expedição lúdica pela natureza, potencializando o que já fazem por lá, diariamente: recolher matérias-primas, explorar a floresta e os açudes e, principalmente, brincar. São mais de 100 crianças e adolescentes descobrindo a natureza e os bichos.

Para Gandhy, a experiência do Lajedo representa um dos pontos de resistência do brincar, encontrados por ele, no Ceará. Nesta comunidade tradicional, que vive da plantação de fava, milho e cana, as crianças também são envolvidas nas atividades da agricultura familiar. "Eu desconfio que o brincar é tão vivo por lá, que eu vou pesquisar isto no mestrado. Deve ser por conta do envolvimento da criança na economia familiar, mas não como trabalho infantil, porque elas estudam e brincam. Mas eles auxiliam nessas tarefas da família. E esse núcleo que eles estão é um foco de transmissão de raízes, da infância dos adultos. Por isto há tantos brinquedos e tantos elementos lúdicos dentro desta comunidade", conta o pesquisador cearense. Ele defende o brincar como um instrumento de aproximação da criança com a natureza, com suas raízes e com a história do seu povo. O que se dá, naturalmente, quando ela está inserida no contexto comunitário. No entanto, ele reconhece que esta vivência é mais fácil acontecer nas comunidades rurais: "nas cidades, onde as crianças estão inseridas na indústria do brincar é mais difícil distanciá-las do consumo. Mas é possível não dar somente esta opção para as crianças", alerta. "Não sou contra a televisão, os jogos eletrônicos ou os brinquedos de plásticos. O problema está na exposição excessiva da criança a estes conteúdos prontos. Elas não podem é viver em função disto", afirma. Para ele, este contato com conteúdos e produtos estruturados, como livros infantis com muitas imagens, brinquedos em miniatura, por exemplo, diminuem a capacidade criativa da criança e a possibilidade de produzir seu próprio repertório imagético. "Quando a criança vive a natureza imaginária com plenitude, ela acessa campos do conhecimento humano de uma cultura que vem se formando ao longo dos tempos da história dos povos. A imaginação se vincula a esta cultura humana, mais arraigada à vida e às raízes".

Fonte: Diário do Nordeste. Espada de Fogo: em noites de lua, pais e filhos acendem uma fogueira no terreiro, na comunidade da Serra do Lajedo, para brincar, construindo a herança lúdica do local. Fotografia Gandhy Piorsky.