domingo, 29 de agosto de 2010

Burle Marx: o alquimista da natureza


Burle Marx se dedicou ao estudo da flora brasileira. Em seus projetos artísticos, costumava valorizar a beleza e o desenho das espécies nacionais. Desde muito cedo, Roberto Burle Marx encantou-se pelo mundo do paisagismo. O artista cresceu em meio ao verde das plantas e à exuberância de suas formas. A paixão herdada da mãe levou-o a começar sua coleção de plantas com apenas sete anos de idade.

Ele costumava lembrar de sua mãe podando as roseiras do jardim de casa. Ficava impressionado como aqueles galhos secos se transformavam numa emoção de cores. Nessa época, a planta já lhe emocionava. "Uma vez, minha tia me deu uma bromélia de presente. Fiquei tão feliz que nem consegui dormir naquele dia. Foi então que eu descobri a importância da planta na minha vida", deixou registrado, em depoimento.

A coleção da infância se transformou num grande acervo, composto por mais de 3.500 espécies, doado por Burle Marx ao Governo Federal em 1985. No terreno de 407 mil metros quadrados no Rio de Janeiro, ao longo de 45 anos o artista e paisagista organizou e preservou um dos mais importantes conjuntos de plantas vivas do mundo, seja pela quantidade de indivíduos, seja pela diversidade das espécies preservadas, destacando-se as famílias das "Araceae", "Bromeliaceae", "Cycadaceae", "Heliconiaceae", "Marantaceae", "Arecaceae" e "Velloziaceae".

Após a doação ao governo, o espaço passou a ser chamado de Sítio Roberto Burle Marx. O lugar dispõe, ainda, de um importante patrimônio museológico e bibliográfico, contando com uma série de coleções de arte sacra, pré-colombiana, popular brasileira em cerâmica (principalmente do Vale do Jequitinhonha) e madeira, mobiliário e objetos de decoração, assim como pinturas e esculturas feitas pelo próprio Burle Marx e por outros artistas contemporâneos.

Flora brasileira

Quando esteve na Alemanha, em 1928, encontrou uma série fabulosa de plantas brasileiras nas estufas de Berlim. "Me perguntei por que não se via essas plantas nos nossos jardins. Então, comecei a fazer excursões de coleta pelo país afora", dizia.

Burle Marx era um apaixonado pela flora brasileira e realizou inúmeras viagens por todo o território nacional à procura de plantas raras e exóticas. À medida em que mergulhava nessas pesquisas, virou um tipo de botânico autodidata, especialista em plantas tropicais. Sua relação com a natureza era quase religiosa. A reverência ao verde o transformou em pioneiro na luta pela preservação do meio ambiente.

Ícone do paisagismo mundial, Roberto Burle Marx recebeu, ainda em vida, o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade de Florença. O artista contribuiu imensamente com a flora nacional, ao descobrir cerca de 50 plantas. Era como um alquimista da natureza, gostava de misturar plantas diferentes e tinha uma preocupação com a manutenção e a reprodução das espécies. Em seus projetos, ele deixava um espaço para o "rispado", um tipo de viveiro para o cultivo das plantas. Uma das características de seu trabalho era, inclusive, a busca pela vegetação do lugar de origem. Esse foi um dos legados do paisagista, que chamou atenção para seu trabalho fora do Brasil.

Outras contribuições significativas foram a criação do conceito de "jardim vertical", com arranjos que escalam totens metálicos e esculturas de pedra, e a ideia de fazer do jardim uma "experiência estética", para causar sensações a quem o atravessa, antecipando, de certa forma, o pensamento das instalações contemporâneas.

Obras

Foi na época em que morou no Recife que Burle Marx se tornou o paisagista celebrado que conhecemos. À frente do Departamento de Parques e Jardins de Pernambuco, ele consolidou seu projeto estético. Ao invés de copiar os jardins europeus, ou mesmo das principais metrópoles do país, ele surpreendeu ao valorizar a flora nativa. Radicalismo que remete ao entusiasmo com nossas particularidades que foi um dos pilares do período modernista de 1922. Faleceu em 5 de junho de 1994. Deixou mais de dois mil projetos prontos. Entre os mais famosos, o Aterro do Flamengo, o Largo da Carioca, a orla do Leme, o calçadão de Copacabana, os jardins suspensos do Outeiro da Glória, no Rio de Janeiro, o Longwood Gardens na Filadélfia e o jardim do Aeroporto da Pampulha, na capital mineira.
Fonte: Caderno 3/ Diario do Nordeste

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Reforma do Sítio Fundão ainda não saiu do papel

Os principais equipamentos turísticos do Sítio Fundão, que foi comprado pelo Governo do Estado, no valor de R$ 1,2 milhão, para ser transformado no Parque Estadual, estão se acabando. A casa de taipa, única na região construída com primeiro andar, está caindo. O engenho de pau, puxado a boi, do século XIX, está coberto pelo mato. A estrutura de madeira e telha caiu por cima das moendas. A barragem, construída pelos escravos, foi destruída.

A casa-sede, onde funcionou a residência do ex-proprietário Jefferson da Franca Alencar, está com o madeiramento comprometido. Praga de cupim e umidade tornaram as estruturas danificadas. Tornou-se um risco de pessoas visitarem o local. Há ameaça de desabamento. Ambientalistas mostram-se preocupados, pois o antigo imóvel não suporta mais um inverno.

A ordem de serviço assinada pelo governador Cid Gomes no dia 1º de junho de 2009, na Universidade Regional do Cariri, não foi cumprida. A empresa que venceu a licitação não iniciou a obra. De acordo com o novo gerente do Parque Estadual do Fundão, Mardineuson Sena, a empresa argumentou a falta de ligação de energia elétrica, fato sanado com a intervenção do próprio Governo do Estado. Porém, ao final, demonstrou total desinteresse na realização do projeto. Está sendo discutida a possibilidade de repassar a execução do projeto para outra empresa.

Esta semana, Mardineuson esteve no Fundão com uma equipe de ecologistas e representantes de órgãos ambientais com o objetivo de conhecer o estado de conservação do sítio e dar explicações sobre o andamento do projeto que prevê a construção de um prédio para a Companhia de Policiamento Ambiental (CPMA), uma sede para a Unidade de Conservação Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), uma casa para o gerente, um estábulo para cavalos da CPMA, galpão garagem para máquinas/veículos, um espaço multiuso com auditório e alojamentos. O projeto inclui também a abertura de trilhas ecológicas e instalação de placas educativas.

Na oportunidade, Mardineuson anunciou a recuperação da barragem de pedras, da casa-sede e do engenho de pau. Ressaltou, entretanto, que os trabalhos só serão iniciados depois da conclusão do processo de tombamento que tramita na Secretaria de Cultura e Turismo do Estado, o que deve acontecer, segundo afirmou, nestes próximos dias. "Os recursos existem, mas só serão aplicados quando o processo for concluído", disse.

Quanto à proibição de visitas, ele explicou que é uma determinação do Ministério Público por uma questão de segurança do Parque e das pessoas. Mas com o envio de documento, justificando os objetivos da visita, a autorização pode ser expedida pela gerência do Parque, mediante a viabilização e o acompanhamento por parte da CPMA, sempre no turno da manhã.

O Sítio Fundão é uma reserva ecológica localizada na área urbana do Crato. Em 2008, tornou-se um parque estadual. Localizado a três quilômetros do Centro do Crato, incluindo espécies de Cerrado até remanescentes da Mata Atlântica.

Apresenta características da composição florestal original que existia nesta área do Estado, bastante rica biodiversidade. A área, de 93,54 hectares, desapropriada pelo Governo do Estado em fevereiro de 2008, estava sendo motivo de preocupação e reivindicação da comunidade local que denunciava ações predatórias contra os aspectos físicos, biológicos e históricos da área.

No dia 14 de março do mesmo ano, o Governo do Estado criou o Parque Estadual do Sítio Fundão, uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, que encontra-se sob a responsabilidade da SEMACE.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Fomos além da capacidade

A humanidade levou menos de nove meses para esgotar o orçamento natural, segundo ONG americana. No sábado passado, 21 de agosto - "Earth Overshoot Day" ("Dia do Excesso") - os habitantes da Terra esgotaram todos os recursos que o Planeta lhes proporciona para o período de um ano, passando a viver dos créditos relativos ao próximo ano, segundo cálculos da organização não governamental (ONG) Global Footprint Network (GFN).

A GFN calcula o estoque da natureza sob a forma de biocapacidade - o montante de recursos que o Planeta regenera a cada ano - e o compara à demanda humana: o montante necessário para produzir todos os recursos vivos que consumimos e absorver nossas emissões de gás carbônico (CO2).

Já desperdiçamos o capital que o Planeta colocou à nossa disposição neste ano. Ao mesmo tempo, exaurimos o espaço útil para amontoar os nossos detritos, começando pelo CO2, que vem desencadeando as mudanças climáticas. Visto que parar é impossível, como sempre, resolvemos o problema repassando a conta para os nossos descendentes.

Fonte: Gestão Ambiental/ Negocios/ Diario do Nordeste

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Curso de Design aprovado no Centro de Tecnologia da UFC

Foi aprovado ontem, em sessão no Conselho do Centro de Tecnologia da UFC, por unanimidade absoluta de todos os professores presente à sessão daquele conselho e manifestação de louvor do Presidencia em exercício, o PPPP DESIGN/ Projeto Político Pedagógico do curso de Design - Bacharelado em Design do Produto e Design Gráfico. O processo, que segue para referendo junto ao CONSUNI/ Conselho Universitário e sanção do Reitor Jesualdo Perreira de Farias, incorporará ainda o apoio formal de diversos departamento do Centro de Tecnologia.

O curso funcionará, partir de 2011, junto às instalações do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, no Campus do Benfica. A equipe permanente do PPP DESIGN é composta do professores Alexia Carvalho Brasil, Daniel Cardoso, Marcia Cavalcante, Romeu Duarte e Zilsa Santiago, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo/ CT/ UFC e tem o apoio "in totum" do conjunto do quadro docente daquela unidade.

Fonte: Representação do DAU junto ao Conselho do Centro de Tecnologia

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Amazônia perde 29 áreas protegidas entre 2008 e 2009

As reduções ocorreram sem consultas públicas ou estudos técnicos, como manda a lei. Por pressão de madeireiros, fazendeiros, mineradores ou do próprio governo, 29 áreas protegidas na Amazônia foram reduzidas ou extintas entre 2008 e 2009.

O total de florestas perdidas no processo foi de 49 mil km2 que equivale a quase um Rio Grande do Norte. As reduções ocorreram sem consultas públicas ou estudos técnicos, como manda a lei.Os dados são de um estudo inédito do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), a ser publicado hoje (23) na internet (www.imazon.org.br).
Os pesquisadores Elis Araújo e Paulo Barreto levantaram 37 iniciativas entre novembro de 2008 a novembro de 2009 para reduzir 48 unidades de conservação ou terras indígenas na Amazônia.

Até julho deste ano, 23 propostas haviam sido concluídas - 93% delas resultaram em perda de área na unidade de conservação.O Estado de Rondônia, o mais desmatado da Amazônia, é o campeão: reduziu duas unidades de conservação estaduais e extinguiu dez, além de ter negociado com o governo a redução da Floresta Nacional Bom Futuro, unidade federal.
“Como eles perderam um terço da cobertura florestal, o que sobrou são áreas protegidas”, diz Araújo. “A indústria madeireira lá ainda é forte. As unidades de conservação sofrem muita pressão.”

O instrumento usado pelo governo do Estado para acabar com as áreas protegidas foi próprio zoneamento ecológico-econômico do Estado, lei que disciplina a ocupação das terras. As unidades de conservação nas zonas de intensificação da produção foram consideradas extintas.

Fonte: O ESTADO Ceará

Para preservar o Soldadinho-do-Araripe

A sobrevivência do soldadinho-do-araripe, um pássaro que só existe no cariri cearense, depende da preservação da Chapada do Araripe. Esse alerta é da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis).

O risco de extinção de uma espécie de pássaro que só existe no Cariri cearense será apresentado no 25º Congresso Internacional de Ornitologia, que este ano está sendo realizado pela primeira vez no Brasil, em Campos do Jordão (SP). Durante o evento, que começou na última sexta-feira, 20, e prossegue até o próximo sábado, 28, a Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), entidade que mantêm no município do Crato uma base para observação do soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni), irá compartilhar um estande com a ONG Save Brasil, representante brasileira da BirdLife.

Foi a equipe de Ornitologia da Aquasis a responsável pela elaboração de um plano de conservação para o soldadinho-do-araripe. Conforme Weber Girão, biólogo que participou do trabalho, a espécie é a única ave endêmica (exclusiva) do Ceará, sendo considerada uma das cinco espécies da fauna cearense mais ameaçadas de extinção global na lista oficial brasileira de 2003 (Ibama) classificada como “Criticamente Em Perigo”. O pássaro recebe esse mesmo status pela União Internacional para a Conservação da Natureza (BirdLife International 2004) em sua lista de espécies ameaçadas.

A encosta dos municípios cearenses de Crato, Barbalha e Missão Velha, é a área de ocorrência do soldadinho-do-araripe. A ave se concentra numa área de menos de 30 quilômetros quadrados ao pé da Serra do Araripe. A região atrai o pássaro em função da umidade presente na floresta. Porém, o passarinho, que mede aproximadamente 15 centímetros, está ameaçado à medida que a vegetação ao entorno dos rios é destruída. Há 14 anos, Weber Girão estuda o soldadinho-do-araripe, e teve um de seus projetos de conservação da espécie contemplado pela BirdLife, instituição que trabalha com a conservação de aves.

O reconhecimento permitiu que o biólogo fosse para o Cariri a fim de desenvolver pesquisas e envolver a sociedade na luta pela vida do pássaro. “A eficácia do trabalho está aumentando, estamos trabalhando em um ritmo muito mais rápido. Mas a única forma de conservar o soldadinho-do-araripe ainda é evitar a perda do seu ambiente no pé da serra do Araripe. O mais legal é que o soldadinho-do-araripe orienta a sociedade a encontrar uma forma sustentável de se relacionar com a natureza”, afirma.

A pesquisa que deu origem ao plano de conservação do soldadinho-do-araripe constatou que em toda a encosta da Chapada, há 348 nascentes que somam mais de 4.700 m³/h de vazão.
No próximo mês de setembro, o Fórum Araripense de Combate a Desertificação irá promover uma discussão sobre a conservação das encostas da Chapada, para abordar o tema da criação de uma unidade de conservação que beneficiará o ambiente.

Fonte: Rosa Sá/Colaborou Amaury Alencar/ O POVO Online

domingo, 22 de agosto de 2010

Von Martius 2010

Os Departamentos de Meio Ambiente e Sustentabilidade e Comunicação Social da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha convida para participação na 11ª edição do Prêmio von Martius de Sustentabilidade. O concurso visa promover a sustentabilidade no Brasil incentivando projetos e iniciativas que se enquadram em uma das três categorias: Natureza, Humanidade e Tecnologia. A auditoria do processo de seleção dos ganhadores e a compensação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) são auditadas pela BRTÜV. Inscrições até 24 de setembro. www.premiovonmartius.com.br.

Fonte: Coluna Ecologia/ O POVO Online

Voce conhece a biodiversidade?

O ano de 2010 foi declarado pela ONU como o Ano da Biodiversidade. Mas, qual a compreensão que temos sobre ‘biodiversidade’? A Union for Ethical BioTrade (UEBT) realizou pesquisa para determinar essa compreensão entre norte-americanos, europeus e brasileiros. E os números são positivos para nosso País. No Brasil, 94% dos entrevistados disseram ter noções de ‘biodiversidade’. Dessas pessoas, 47% definiram biodiversidade corretamente. Já nos Estados Unidos e Europa, o número foi bem inferior: 60% escutaram sobre o tema e somente 37% deram uma definição exata para o que é a ‘biodiversidade’.
O
maior aumento de consciência se deu em questões relacionadas ao abastecimento ético de recursos naturais, repartição equitativa de benefícios ou conservação da biodiversidade. No Brasil, 93% dos consumidores já ouviram falar em conservação da biodiversidade, um número maior que do desenvolvimento sustentável ou comércio justo. Além disso, 73% dos consumidores brasileiros já ouviram falar em biopirataria, em contraste com apenas 23% nos Estados Unidos e Europa. O estudo completo inclui análise sobre a repercussão da biodiversidade na mídia, percepção dos consumidores a respeito de produtos que contém insumos da biodiversidade e a importância da participação de empresas de cosméticos e alimentos nesta conscientização. http://www.ethicalbiotrade.org/conferences/dl/uebt_biodiversity_barometer_web280410.pdf.

Fonte: Jornalista Edgar Patricio/ Coluna Ecologia/ O POVO Online

sábado, 21 de agosto de 2010

Galinha Choca e Cedro candidatos a ancoras mundiais


A World Famous Mountains Association visitou o conjunto de monólitos e o Açude do Cedro, em Quixadá. A WFMA é uma instituição cultural internacional ligada à Unesco e atua classificando os relevos mais destacados do mundo como patrimônios da humanidade e valorizando-os como paisagens notáveis mundiais. A missão, comandada pelo professor José Puppim de Oliveira, da United Nations University, ficou encantada com o que viu. Com a Galinha Choca, sobretudo. No time, pesquisadores da China, Estados Unidos e Japão. A torcida agora é para que a entidade inclua o que viu como montanhas famosas mundiais e patrimônio da humanidade.

O desejo de Quixadá não é empírico. A Prefeitura contratou o arquiteto e professor da UFC Romeu Duarte, ex-superintendente regional do Iphan. Ele monta estudo técnico sobre os monólitos para fundamentar o pedido de inclusão na lista das montanhas famosas. Romeu lembra que os monólitos de Quixadá, a bela curiosa formação rochosa pré-cambriana, e o Açude do Cedro já são bens culturais tombados pelo órgão federal. Na visita, além de Romeu, estavam lá como anfitriões o prefeito, Rômulo Carneiro, o secretário das Cidades do Estado, Joaquim Cartaxo (de volta ao posto). Sendo aprovada a classificação, estaríamos diante de um fato relevante para o turismo do Ceará. “Especialmente para a economia do Sertão Central, caso o magnífico conjunto quixadaense de inselbergs (morros-ilhas, em alemão) como montanhas famosas mundiais e patrimônio da humanidade”, torce Romeu.

Fonte: Coluna Jocelio Leal/ O POVO Online. Fotografia de Alex Uchoa alexuchoa7@gmail.com.Direitos autorais preservados. Extraida de http://www.pbase.com/image/83359093

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Um quarto dos municípios brasileiros tem "estrangulamento" em sistema de drenagem

As fortes chuvas que caíram recentemente no país fizeram inúmeras vítimas e deixaram milhares de desabrigados. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada hoje (20), mostra que 27,4% dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros declararam, em 2008, possuir 'estrangulamento' em seu sistema de drenagem e ter sofrido inundações e alagamentos nos últimos cinco anos.

Segundo o IBGE, 'estrangulamento' no sistema de drenagem significa que a rede não suporta o volume de água necessário para impedir uma inundação. De acordo com o técnico do IBGE Rodrigo Pereira, os sistemas de drenagem dos municípios brasileiros não acompanharam o crescimento dessas cidades.

'Muitas das cidades são antigas, então os sistemas de drenagem existentes estão dimensionados para aquele universo da época da construção das edificações, da pavimentação. O que ocorre é que há um crescimento grande do número de habitações. Então, esse sistema de drenagem não foi revisto, não foi redimensionado de forma a absorver essa nova estrutura que foi instalada ao longo do tempo', disse.

A pesquisa também mostra que o fator de maior risco de inundações no perímetro urbano é a inexistência de infraestrutura de drenagem em algumas áreas. Esse problema foi declarado por 62,6% dos 1.933 municípios que disseram ter áreas de risco de inundações. Já as áreas de baixios sujeitas a inundações figuram como a segunda principal área de risco, como destacado por 56,8% das localidades.

Ainda segundo o IBGE, o fator mais agravante para a ocorrência de inundações é a obstrução de bueiros, já que 45,1% dos municípios que sofreram inundações declararam ter esse problema. Outros fatores agravantes são a ocupação desordenada do solo (43,1% dos municípios), obras inadequadas (31,7%), dimensionamento inadequado do projeto de drenagem (30,7%) e lançamento inadequado de resíduos sólidos (30,7%).

Outro dado da pesquisa é que os municípios estão preferindo a drenagem superficial das ruas (por meio de canaletas) do que a drenagem subterrânea (considerada ideal). O número de ruas apenas com drenagem superficial aumentou no país, de 2000 para 2008.

A porcentagem de municípios com drenagem superficial subiu de 80,4% em 2000 para 94% em 2008. Já aqueles com drenagem subterrânea baixou de 85,2% para 76,4% no mesmo período. Além disso, o estudo mostra que apenas 12,7% dos 5.256 municípios que possuem manejo de águas pluviais também possuem dispositivos para amortecer a vazão de águas de chuvas.

Fonte: Agencia Brasil/ Direitos autorais reservados

94,4% das cidades tem pavimentação urbana

O porcentual de municípios brasileiros que informaram possuir ruas pavimentadas saltou de 78,3% para 94,4% em oito anos, um crescimento de 20,6%, segundo dados do IBGE. De acordo com o gerente da pesquisa, o maior avanço em pavimentação de ruas em oito anos foi registrado na Região Norte, que apurou um crescimento de 82,4% no porcentual de municípios com ruas pavimentadas na área urbana. Ele explicou que aquela região tinha um número maior de ruas não pavimentadas, em relação a outras regiões - portanto, um potencial maior de crescimento no porcentual de pavimentação de ruas.

O avanço da região Norte foi seguido pelo aumento na região Nordeste, que apurou crescimento de 31,1% na variação porcentual do total de municípios com ruas pavimentadas, de 2000 para 2008. Em terceiro lugar está a região Centro-Oeste que teve 28,5% de aumento no porcentual de municípios com ruas pavimentadas, também em oito anos, seguido por elevações nas regiões Sudeste (12,4%) e Sul (5,4%). "As regiões Sul e Sudeste já tinham um bom cenário, em termos de ruas pavimentadas, por isso o patamar de crescimento é menos intenso (do que a região Norte)", explicou.

Só 17,8% fazem coleta seletiva do lixo

Do total de 5.564 municípios brasileiros, apenas 994 faziam coleta seletiva de seu lixo em 2008, ou apenas 17,86% do total. A informação é da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), referente ao ano de 2008, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O gerente da pesquisa, Antonio Tadeu de Oliveira, admitiu que o porcentual é pequeno, se comparado com o que é realizado neste sentido em outros países. "Mas podemos notar que, na pesquisa anterior, realizada em 2000, detectamos que apenas 451 municípios realizavam coleta seletiva", disse, acrescentando que, em oito anos, o Brasil apresentou uma melhora expressiva.

A localidade que apresentou o maior número de municípios que realizavam coleta seletiva em 2008 foi a região Sul, com 454 cidades, seguida de perto pela região Sudeste (408 municípios); Nordeste (80 municípios) e Centro-Oeste (31 municípios). Em último lugar ficou a região Norte, com 21 municípios que realizavam coleta seletiva.

Fonte: IBGE/ Diversos

Maioria não tem acesso à rede de esgoto

A maioria da população brasileira não tem acesso à rede de esgoto, de acordo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), anunciada na manhã de hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do aumento no total de municípios com rede geral de esgoto entre 2000 e 2008 - de 52,2% para 55,2% - 56% dos domicílios não tinham, há dois anos, acesso à rede geral de esgoto. Ainda assim, houve um aumento: a proporção de domicílios com acesso à rede geral de esgoto subiu de 33,5% para 44% de 2000 a 2008.

Há dois anos, de acordo com a pesquisa, 34,8 milhões de pessoas - 18% da população - viviam em cidades em que não havia nenhum tipo de rede coletora de esgoto. Os dados de tratamento de esgoto também são preocupantes: apenas 28,5% dos municípios em 2008 possuíam tratamento, ante 20,2% em 2000. A pesquisa revela ainda que 12 milhões de domicílios no País não tinham em 2008 acesso à rede geral de abastecimento de água.

A PNSB é baseada em levantamento feito nas prefeituras, em órgãos públicos e privados responsáveis por serviços de saneamento e em associações comunitárias de todos os municípios brasileiros. A pesquisa é baseada em dados oficiais dos governos municipais e não na resposta da população, como ocorre com o Censo e as Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNADs).

Fonte: IBGE/ Diversos

50% das cidades utiliza lixões a céu aberto

Metade dos municípios brasileiros (50,8%) despejam resíduos sólidos em vazadouros a céu aberto, mais conhecidos como lixões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta sexta-feira a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB). No entanto, a pesquisa mostra redução desse índice. Em 1989, 88,2% dos municípios despejavam os resíduos em lixões.

O Rio de Janeiro é o pior Estado da Região Sudeste nesse quesito: 33% dos municípios fluminenses ainda utilizam os lixões. Apenas 27,7% dos municípios brasileiros dão o destino correto, em aterros sanitários.

A pesquisa do IBGE apontou também para a existência de catadores de lixo em 27% dos municípios brasileiros. No Distrito Federal, há a presença desta atividade em todos os vazadouros ou aterros existentes. Em quase a metade dos lixões nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, os catadores estão presentes. Santa Catarina é o Estado com menos catadores em seus lixões ou aterros (cerca de 2%). Já no Distrito Federal, os catadores estão presentes em todos os lixões ou aterros da localidade.

A PNSB é baseada em levantamento feito nas prefeituras, em órgãos públicos e privados responsáveis por serviços de saneamento e em associações comunitárias de todos os municípios brasileiros. Baseia-se em dados oficiais dos governos municipais e não na resposta da população, como acontece com o Censo e as Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNADs).

Fonte: IBGE/ Diversos

Cariri Cangaço: "O Pacto dos Coronéis"


O "Pacto dos Coronéis", apontado como importante passagem na história do coronelismo brasileiro, foi o principal tema desenvolvido, ontem, pelo "Cariri Cangaço", em Juazeiro do Norte. A programação prossegue, hoje, em Missão Velha, com conferências sobre o cearense Delmiro Gouveia e os coronéis do Cariri. Amanhã, os 200 participantes do Seminário estarão em Aurora para lembrar os 80 anos de passagem de Lampião pelo município.

Em 1911, a oligarquia Accioly dava sinais de declínio e as constantes disputas internas enfraqueciam ainda mais o bloco coronelista. Então, em 4 de outubro de 1911, líderes políticos de 17 localidades do Interior cearense se reuniram em Juazeiro para firmar pacto de harmonia entre si e apoio incondicional a Nogueira Accioly. O chamado "Pacto dos Coronéis" tinha também como objetivo acabar com a onda de crimes praticados impunemente na região.

O jornalista e escritor Lira Neto, autor do livro "Padre Cícero, Poder, Fé e Guerra no Sertão", afirma que, na época, os coronéis viviam se digladiando entre si. O encontro foi aberto pelo coronel Antonio Joaquim de Santana, chefe político de Missão Velha que, segundo Lira Neto, "manejava as cordas da viola tão bem quanto o gatilho da garrucha". A presidência da sessão foi repassada para o Padre Cícero Romão Batista, então prefeito de Juazeiro do Norte. Estiveram presentes na reunião e assinaram o pacto, que foi posteriormente registrado em cartório, os líderes políticos de Missão Velha, Crato, Juazeiro, Araripe, Jardim, Santana do Cariri, Assaré, Várzea Alegre, Campos Sales, São Pedro do Cariri (Caririaçu), Aurora, Milagres, Porteiras, Lavras da Mangabeira, Barbalha, Quixará (Farias Brito) e Brejo Santo.

Fonte: Antonio Vicelmo/ Caderno Regional/ Diário do Nordeste. Alegoria da reunião do "Pacto dos Coronéis", pintada pela artista plástica Assunção Gonçalves, de Juazeiro do Norte.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Unilab dará realce à floricultura

Prestes a funcionar, a Unilab - Universidade Afro-Luso-Brasileira - cujo campus principal está sendo instalado em Rendenção - terá um curso de Agronomia que dará realce à floricultura. Para isso, o reitor da Unilab, Paulo Speller, e o presidente da Adece, Zuza de Oliveira, acertaram uma agenda de reuniões com a liderança da floricultura cearense, cujo futuro é promissor.

Fonte: Coluna Egidio Serpa/ Diário do Nordeste

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

ICID vê sonho e realidade da energia eólica no Ceará

No Brasil, 84% da matriz energética originam-se da hidreletricidade; nos Estados Unidos, locomotiva da economia mundial, 44% da mesma matriz são gerados pelo carvão mineral. Ao contrário da norte-americana, a matriz brasileira, do ponto de vista ambiental, é limpa graças ao aproveitamento de seus recursos hídricos. Mas, agora, por pressão política de ONGs ambientalistas nacionais e estrangeiras, de organizações indígenas, de entidades religiosas e de partidos políticos, será quase impossível a construção de novas grandes barragens, principalmente na Amazônia. As que já estão autorizadas, como a de Belo Monte, por exemplo, utilizarão o modelo do “fio dágua”. Ou seja, elas não acumularão gigantescos volumes de água, mas o suficiente para mover o conjunto de seus geradores. Em linguagem rasteira: se o rio baixar por falta de chuva, a usina deixará de gerar energia. O licenciamento ambiental de projetos de geração de energia elétrica – mesmo o das alternativas, como a eólica – tem-se tornado difícil, sendo hoje um dos gargalos com que se defrontam o Governo e a iniciativa privada. Cientistas e autoridades de mais de 100 países que se reúnem em Fortaleza na II ICID, tomaram conhecimento de que o Ceará, sozinho, tem potencial de geração de mais de 50 mil MW de energia eólica. E ficaram sabendo que, por mil e uma causas, incluindo essa licença, só gera 0,5% disso.
Fonte: Coluna do Egidio Serpa/ Diário do Nordeste

Ceará poderá ter novo Geopark UNESCO

Tombados como patrimônio natural nacional, os monólitos de Quixadá deverão ser o próximo Geopark UNESCO no Ceará. Uma comitiva formada por representantes da China, Estados Unidos e Japão visita a "Terra dos monólitos" hoje. São membros da Associação Internacional das Montanhas Famosas do Mundo e do Geopark Monte Lushan, com sede na China. Chegam para avaliar o ingresso deste Município na entidade internacional. Será o primeiro passo para o reconhecimento da exótica área geográfica de formações rochosas de Quixadá na rede global de geoparques da Unesco.

A visita faz parte da programação da Segunda Conferência Internacional: Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID+18). Além dos monólitos de Quixadá, o grupo deve avaliar as formações da Serra da Ibiapaba, para inclusão na Associação. O Secretário estadual das Cidades, Joaquim Cartaxo, a consultora do Banco Mundial e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mônica Amorim, e o arquiteto Romeu Duarte, ex-superintendente do Iphan no Ceará, devem acompanhar a missão especial hoje.

A Presidente da Fundação Cultural de Quixadá, Sandra Venâncio, foi uma das responsáveis pela articulação internacional na sua cidade. Ela aguarda a inspeção com expectativa. Será uma tarde para conhecerem as riquezas naturais encravadas no "Curral das pedras", como esta área geográfica também é conhecida. Todavia, ela espera ser o suficiente para impressionar os visitantes. Conta com o apoio do arquiteto admirador dos monólitos e da representante do Banco Mundial.

Segundo Sandra Venâncio, esse processo começou justamente, com uma visita informal da consultora de Desenvolvimento Regional do Banco Mundial, Mônica Amorim, à sua terra natal, no mês de março passado. A visitante ficou deslumbrada com a paisagem no entorno do Açude do Cedro. Para onde olhava se deparava com as exóticas formações rochosas. "Foi ela quem sugeriu a mobilização em busca desse reconhecimento. Potencial nós temos", comemora a articuladora de Quixadá.

O Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Nascimento Marques, avalia a iniciativa como uma excelente oportunidade para a valorização do turismo regional, por meio da certificação mundial. Também poderá facilitar a captação de recursos econômicos. Ele cita como exemplo o parque urbanístico do Açude do Cedro, que deverá receber investimentos de R$ 20 milhões pelo PAC. Porém, o valor não será o suficiente para adequar e promover a conservação da maior riqueza natural da região, os monólitos e a natureza do entorno.

No mapeamento realizado pelo Iphan constam 13 áreas distintas de monólitos, denominadas conjuntos, sendo eles: São Francisco, Santa Fé, Pedra Riscada, Muxió, Herval, Equador, Serrote Verde, Nariguda, do Cedro e dos Cavalos, Pedra do Cemitério e o mais famoso deles, a Galinha Choca. A Pedra do Cruzeiro também consta na área poligonal do tombamento. O conjunto natural passou a ser considerado patrimônio nacional em setembro de 2004. A área de tombamento conta com 5,8 mil hectares.

De acordo com Joaquim Cartaxo, além de Quixadá e da Serra da Ibiapaba, na programação do grupo estão sobrevoos das cidades de Tianguá, Viçosa do Ceará, Ubajara e Ipu. Também estão previstas visitas ao Parque Nacional de Ubajara e a Bica do Ipu. Ele ressaltou que a missão analisará somente as potencialidades geográficas dessas regiões para inclusão no seleto grupo de Montanhas Famosas. Esse trabalho é desenvolvido por sua Secretaria desde o ano passado, quando a Associação surgiu. Quanto ao reconhecimento como Geopark, Cartaxo justificou ser incumbência exclusiva da Unesco.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Parque da Bica do Ipu

A Ibiapaba vai ganhar um complexo turístico de 91,4 hectares (914 mil metros quadrados) que visa incrementar ainda mais a atratividade da região, assim como requalificar um local de importância histórica e cultural: a bica do Ipu. A ordem de serviço para a construção foi assinada na noite do dia 9 de julho, na área do parque, pelo secretário adjunto do Turismo Osterne Feitosa.

O investimento será de R$ 26.943.141,39, sendo R$ 23.883.353,88 de recursos do PRODETUR NACIONAL/Programa de Desenvolvimento do Turismo), outros R$ 2,8 milhões do Governo do Estado do Ceará por meio da SETUR e R$ 259.787,51 de contrapartida do Município de Ipu.

O parque vai receber uma série de intervenções cuja arquitetura é sustentável e em sintonia com a paisagem, como postes de iluminação em eucalipto e todo o madeiramento proveniente de reflorestamento. Todas as instalações devem ser acessíveis para pessoas com dificuldade de locomoção.

No local, também serão instalados tirolesa, teleféricos, elevador panorâmico, pórtico de entrada, estacionamento para 123 carros, acesso ao parque com guarita e catracas, biblioteca de três pavimentos com varandas, quiosques, anfiteatro, revitalização do jardim botânico e trilhas ecológicas. Também vai ser criado o Parque das Águas, com lago artificial e fonte, hotel com sete chalés e dois restaurantes, sendo um com mirante; além de área de quatro hectares para camping.

Fonte: Assessoria de Imprensa da SETUR/Governo do Estado do Ceará

A década de combate à desertificação

Durante a abertura do ICID + 8 foi lançada a década para os Desertos e Combate à Desertificação. A meta é alcançar mais consciência da população e apoio político na luta contra a desertificação. Mas de acordo com um dos especialistas presente no evento, o Nordeste é uma das regiões menos atingidas.

Preservar milhares de hectares e reduzir a pobreza de um terço da população. A segunda Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID+18) vem com a missão de discutir alternativas para a redução dos impactos ambientais nos ecossistemas do semiárido e da desertificação no planeta. “É um problema global que exige uma resposta global”, resume o secretário-executivo da Convenção de Combate à Desertificação da ONU (UNCCD), Luc Gnacadja. Cerca de dois bilhões de pessoas em todo mundo moram em áreas secas e não tem acesso à água. O elevado nível de desertificação e a carência em gestão de recursos acabam contribuindo para a maior incidência de problemas sociais nessas regiões.

Mas o Nordeste brasileiro teve boas notícias do pesquisador e geógrafo Hervé Thery, que apresentou o estudo “Desertos e desertificação”. Ele apontou dados sobre a desertificação em diversas regiões do mundo. De acordo com o pesquisador, o Nordeste brasileiro, apesar de ter problemas com o clima, não está entre os locais que vão estar no limite dentro de 50 anos. “A principal área atingida está nos continentes africano e asiático”, afirmou.

Durante a abertura do ICID+18, a ONU lançou a década para os Desertos e Combate à Desertificação. Segundo Luc Gnacadja, existem dois caminhos a serem trilhados. “Um deles é prejudicando o meio ambiente e o outro, é a abertura de um canal de coletividade para minimizar os efeitos devastadores no semiárido”. A partir do cenário atual, a expectativa é de que um terço das colheitas produtivas deixem de existir até 2050. Por isso, o ICID+18 ganha força no legado de criar um novo paradigma, com o cumprimento das metas do milênio.

Para Luc, o Brasil tem sido um importante instrumento de formação do pacto contra a desertificação do semiárido. O diretor do ICID+18, Antônio Rocha Magalhães lembra que a realização do evento em uma das regiões mais secas do planeta, como é o semi-árido brasileiro, promove uma maior reflexão sobre o conjunto de recomendações técnicas que devem ser estipuladas durante os quatro dias do evento. “A nossa meta é influenciar a agenda do Rio+20, em 2012, para que seja contemplada a questão de desenvolvimento e sustentabilidade das regiões secas. É preciso corrigir a falta de prioridades nessas regiões onde os efeitos climáticos podem ser mais drásticos”, afirmou.

Após o hiato de 18 anos, o ICID+18 é uma oportunidade de rever conceitos e ir além da boa técnica, através do estabelecimento de novas metas. O secretário executivo do Meio Ambiente, José Machado, ressalta a importância política do evento. “Temos que inverter prioridades, tomar decisões políticas e ir além do conhecimento técnico-científico. O que falta é compromisso e vontade política”, opinou.

Fonte: O POVO Online

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O mundo debate do clima do Ceará: ICID + 18

Representantes de 100 países são esperados na ICID%2b18. Cientistas, chefes de estado e instituições de fomento, juntos, discutem soluções de longo prazo para problemas ambientais e sociais em regiões de semiárido. São cinco dias para diretrizes que levam anos.

Representam 33% da superfície da Terra e, nelas, são produzidas mais de 20% dos alimentos do mundo. As regiões do semiárido sofrem com as alterações climáticas. No Brasil, a desertificação só cresce e gera perdas de US$ 5 bilhões anuais e afeta negativamente a vida de mais de 15 milhões de pessoas.

Para discutir soluções de logo prazo para a Terra enferma, representantes de cerca de 100 países se reúnem em Fortaleza, de hoje até o dia 20, na Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid+18).

O evento acontece pela segunda vez no Ceará, após 18 anos da primeira Icid, com cerca de 600 participantes de 45 países de todos os continentes. No entanto, pouco - ou nada -, se ouviu falar de resultados dessa primeira edição.

Por isso, soluções práticas, reais e exequíveis para os problemas de regiões semiáridas é o objetivo maior expressado pelo diretor da Icid+18, Antonio Rocha Magalhães.

Além de complexas discussões, diz, a ampla programação vai apresentar experiência exitosas sobre os temas tratados, como desertificação e estiagem (seca). Um dos pontos fortes do evento é a preocupação com o aspecto social. Para as ações de intervenção nas vidas de quem está no semiárido, irão unir forças ciência, instituições financiadoras e tomadores de decisões.

“A grande questão é que vão estar presentes as três conferência das Nações Unidas: desertificação, clima e biodiversidade. Justamente traçando cenários para a próxima década”, comenta o presidente do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Roberto Germano Costa.

Para ele, outro ponto fundamental no debate é a educação ambiental. “A preocupação com a educação ambiental faz com que a sociedade se beneficie como um todo. É preciso que esses recursos naturais possam gerar riqueza para essas pessoas”, sugere. Costa vai participar da implantação de um observatório para o semiárido, com mais de 30 instituições, como os ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia.

Fonte: Caderno Economia/ O POVO Online

100,000 hits this blogsopt Inventario Ambiental of Fortaleza

To everyone who has followed our path, we report that, between yesterday and today, we reached 100,000 hits this blogsopt Inventário Ambiental Fortaleza - http://inventarioambientalfortaleza.blogspot.com/. For us to make this site, this is cause for celebration, with great emotion and great happiness and at the same time record, we consider it an honor to have had the attention of all who believe in some form, this our work to bring environmental issues to public discussion in the urban context of Fortaleza and its metropolitan area. Our next stop is 200 000 hits: up there and thank you for your attention.

100 mil acessos no blogsopt do Inventário Ambiental de Fortaleza

A todos que tem acompanhado nossa trajetória, temos a relatar que, entre ontem e hoje, alcançamos 100 mil acessos neste blogsopt do Inventário Ambiental de Fortaleza - http://inventarioambientalfortaleza.blogspot.com/ . Para nós que fazemos este site de acesso rápido e simples, isto é motivo de comemoração, com grande grande emoção e felicidade e, ao mesmo tempo registar, que consideramos isto uma honra, ter tido a atenção de todos que acreditam de alguma forma, neste nosso trabalho de trazer a discussão pública a questão ambiental no contexto urbano do Município de Fortaleza e sua região metropolitana. Nossa próxima parada é nos 200 mil acessos: até lá e muito obrigado pela atenção.

sábado, 14 de agosto de 2010

Política de Resíduos Sólidos

O primeiro passo já foi dado, e agora?

A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, após 20 anos de tramitação, foi recebida com muita esperança por aqueles que anseiam por uma solução para essa consequência da equação aumento da produção e do consumo. Mas esse é apenas um passo na direção da solução deste problema que aflige todo o Planeta.

Primeiro o Governo deve regulamentar a nova lei em até 90 dias para que efetivamente possam ser cobradas as novas responsabilidades sobre a destinação final dos resíduos sólidos. Essa regulamentação inclui acordos setoriais, implantação de sistema de informações e cronogramas do plano nacional e da logística reversa, que é a garantia do retorno da matéria prima já transformada em produto ao setor produtivo.

Mas essa grande mudança na logística dos resíduos sólidos requer investimentos que não são pequenos. A Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre) estima que sejam necessários pelos menos R$ 6,1 bilhões de investimentos, nos próximos quatro anos, para a implantação e manutenção das iniciativas previstas na nova legislação.

De acordo com a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o Governo deve investir inicialmente R$ 1,5 bilhão, em Estados, municípios, e cooperativas, sendo R$500 mil da Caixa Econômica Federal e o R$ 1 bilhão do Orçamento de 2011.Mas a implementação da nova Política depende, fundamentalmente, de uma mudança no comportamento da população, já que uma das suas bases está na coleta seletiva do lixo.

E, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) 44,1% dos municípios brasileiros ainda não dispõem desse tipo de iniciativa. No Nordeste a situação é ainda pior: 66,3% não fazem a coleta seletiva. A própria Ministra reconheceu o tamanho do desafio durante a cerimônia que marcou a sanção da lei.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê que Estados, Municípios e a União façam planos, incluindo diagnóstico, proposição de cenários e estabelecimentos de metas e programas.Além da responsabilidade sobre a destinação final dos resíduos pelos responsáveis pela produção, importação e comercialização, a nova lei proibe a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos; e as embalagens deverão utilizar materiais que permitam a reutilização ou reciclagem.

A nova lei proíbe a existência de lixões e determina a criação de aterros para o lixo que não tenha possibilidade de reaproveitamento. Os municípios poderão ter recursos para a criação de aterros sanitários desde que aprovem leis criando seus próprios sistemas de reciclagem previamente.

Do ponto de vista econômico, a estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é que o potencial de geração de renda do setor da reciclagem salte de R$ 2 bilhões para R$ 8 bilhões.De acordo com a Abrelpe, o País gerou mais de 57 milhões de toneladas de lixo em 2009, o que representa um crescimento de 7,7% em relação ao ano anterior. Só as capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes foram responsáveis por quase 23 milhões de toneladas de resíduos sólidos no ano.

A geração per capita também registrou aumento de 6,6%, bem superior ao aumento populacional, de 1% no ano, o que revela ausência de ações de minimização na geração de resíduos, segundo a Abrelpe.Segundo o panorama traçado pela Abrelpe para 2009, 43% do total de resíduos coletados, quase 22 milhões de toneladas, o equivalente a 154 estádios do Maracanã, ainda são dispostos de forma inadequada, na maioria em lixões e também em terrenos baldios, córregos, rios.

O Nordeste tem o maior volume de lixo per capita e apresenta a situação mais crítica por deficiências na coleta e destinação, onde 67,1% dos resíduos gerados, o equivalente a 24.105 toneladas diárias ainda têm como destino lixões a aterros controlados.A região é responsável por 26% do lixo produzido no País e por uma produção per capita de 1.254 quilos diários, maior do Brasil, superando até mesmo o índice do Sudeste, que produz mais lixo, 49% do total do País.

O Nordeste contabiliza tristemente também o maior número de lixões do Brasil: 51% dos 1.688 existentes no território nacional.Para não dizer que todos os dados são negativos, segundo a Abrelpe, em relação a 2008 houve um crescimento de 8% na quantidade de lixo coletado, correspondente a 50 milhões de toneladas no período. Fica o desafio, não apenas de estruturar os municípios para esse grande desafio, mas educar a população para consumir menos, reutilizar e reciclar.

Fonte: Negócios/ Gestão Ambiental/ Diário do Nordeste

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Arquitetura: Sobral e Parnaíba em Buenos Aires

O projeto de restauro e adaptação da Fábrica de Tecidos de Sobral a uma unidade acadêmica da UFC, em obras, e o projeto de requalificação do Porto das Barcas, em Parnaíba (PI), mais precisamente no sítio histórico da cidade tombado pelo Iphan, foram escolhidos para apresentação pela comissão científica do evento “Seminário Proyectos e Intervenciones en el Patrimônio Industrial - Contextos Urbanos e Rurales”, em Buenos Aires (Argentina) em 17 e 18 próximos. Segundo o professor Romeu Duarte (UFC), os trabalhos são as únicas propostas arquitetônicas brasileiras a serem expostas no seminário, um dos mais importantes do gênero no mundo e apoiado, dentre outras instituições, pela UNESCO, International Comitee for the Conservation of the Industrial Heritage e Sociedad Central de Arquitectos.

Os projetos foram elaborados pela Architectus, empresa cearense de arquitetura e urbanismo liderada pelo arquiteto Alexandre Landim. O primeiro trabalho foi coordenado pelo Prof. Neudson Braga. Romeu, ex-superintendente do Iphan no Ceará, atuou em ambos como consultor na área de patrimônio edificado.

Fonte Jornalista Jocélio Leal/ Coluna Vertical S/A/ O POVO Online

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Professor/ Arquiteto/ Designer Carlos Zibel, em Fortaleza

Carlos Zibel, professor Livre Docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP/ Universidade de São Paulo. Coordenador co Curso de Design da USP discute O PENSAMENTO CONTEMPORANEO, em dois eventos em Fortaleza, nos dias 12 e 13 de agosto, próximos vindouros.

O primeiro evento é a apresentação e lançamento do livro: "Além das formas: Introdução ao pensamento contemporâneo no Design, nas Artes e na Arquitetura, no Auditório da Livraria Cultura/ Fortaleza, em 12 de agosto, às 19hs. O segundo, trata-se da palestra: "Inovações transformadoras na Prática em Design", do Auditório Hélio Duarte, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo/ UFC/ Univerdidade Federal do Ceará.

Promoção: CAU 45 ANOS/ Curso de Arquitetura e Urbanismo UFC

terça-feira, 10 de agosto de 2010

APA da Bica do Ipu

Conforme informações da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), a área de proteção ambiental (APA) da Bica do Ipu é uma unidade de conservação de uso sustentável. Foi criada, por decreto, em janeiro de 1999, e abrange uma área de 3.484,66 hectares.

A Bica do Ipu é formada pelas águas perenes do riacho Ipuçaba, cuja nascente é localizada no sítio São Paulo, no alto da serra da Ibiapaba. O município de Ipu é distante 294 quilômetros de Fortaleza.

Fonte: O POVO Online

Nota da postagem; A proposta de criação da APA da Bica do Ipu é originária do Plano Estratégico do PDDU IPU/ Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município do IPU, que também sugeriu a realização do projeto estruturante da Bica do Ipu, que ora está em realização.

Turismo: Bica do Ipu ganhará parque ecológico

Ipu vai ganhar um parque ecológico, nos arredores da bica mais famosa do município. A obra está orçada em quase R$ 27 milhões e será financiada com recursos do Estado e do Prodetur, do Ministério do Turismo. Durante as obras, a bica do Ipu fica interditada.

A famosa cascata da bica do Ipu, com seus 120 metros de altura, está interditada. A área está em obras para a construção do Parque Ecológico da Bica do Ipu, um projeto do município para aperfeiçoar a região, que tem a bica como um de seus pontos turísticos. No projeto, está prevista a construção de estacionamento, bondinho, mirante, biblioteca, lago para pedalinho, trilhas, chalés, anfiteatro, restaurante e teleférico.

De acordo com a Prefeitura do Ipu, o projeto foi licitado com o valor de quase R$ 27 milhões. A previsão é de que as obras durem 18 meses e, durante todo esse tempo, a bica deve ficar interditada. Segundo o prefeito de Ipu, Sávio Pontes, não há atualmente uma infraestrutura suficiente para atender ao turismo que se desenvolve na região. Por isso, foi pensado um projeto que agrupe vários equipamentos.

Sávio Pontes destaca que haverá espaço para atividades radicais, como arvorismo, rapel e tirolesa. O lago terá espaço para quem gosta de andar com pedalinho e caiaque. “Será uma atração turística regionalmente falando, porque vai beneficiar toda uma região, e não apenas Ipu. É uma grande opção turística para o estado do Ceará”, analisa o prefeito.

O desenvolvimento do turismo regional, de acordo com o prefeito, deve impulsionar a visitação a outros municípios próximos, como Ipu, Ubajara, Viçosa do Ceará e Carnaubal, por exemplo. A obra será financiada com recursos do Governo do Estado e do Prodetur, o Programa de Desenvolvimento do Turismo. O Prodetur é uma iniciativa do Ministério do Turismo, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Fonte: Reportagem Daniela Nogueira em Ceará/ O POVO Online

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Conservação como prioridade

As unidades de conservação (UCs) são, hoje, áreas definidas pelo poder público com o objetivo primeiro de proteção da biodiversidade existente no seu interior. No Brasil, as primeiras foram estabelecidas no início do século 20. O Parque Nacional do Itatiaia, na divisa do Rio de Janeiro com Minas Gerais e São Paulo, foi criado em 14 de junho de 1937 e é, oficialmente, reconhecido como a primeira UC em nível federal no Brasil – embora Itatiaia tenha sido precedido pelo Parque Nacional do Iguaçu, que foi criado com esse mesmo nome em 1916 pelo governo da então província do Paraná e, posteriormente, recriado em 1939 pelo governo federal. A partir dessas criações, o Brasil começou, lentamente, a solidificar iniciativas públicas a favor da conservação. Hoje, mais de 70 anos depois, as UCs ganharam importância maior e abarcam finalidades científicas, ecológicas e econômicas, além da beleza que preservam.

Um dos maiores avanços em termos de legislação alcançados pelo país neste tema foi a criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), em 18 de julho de 2000. Seu surgimento se deu depois de anos de indefinição e de tentativas de ampliar a regulamentação e as definições de como proceder em matéria de proteção da biodiversidade no país. Como toda lei, ela não é perfeita, mas atende a realidade brasileira.

A lei do SNUC organizou em uma mesma estrutura lógica todas as questões relacionadas ao tema e definiu, nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal), as categorias de UCs em relação ao seu grau de proteção, aos objetivos específicos de manejo, e às possibilidades de uso dos recursos naturais contidos nas áreas. Assim nasceram os dois grupos de unidades de conservação, as de uso sustentável e as de proteção integral, cada qual com categorias específicas (5 nas de proteção integral e 7 nas de uso sustentável). Junto a elas, foram determinados os regramentos para a criação, implantação e gestão das 12 categorias.

O SNUC determinou que todas essas áreas deveriam dispor de plano de manejo específico como orientação básica para as atividades a serem nelas desenvolvidas. Também reconheceu o sistema de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), criado no Ibama, em 1990, para incentivar iniciativas de conservação do setor privado.Além disso, o avanço mais substancial foi a instituição de um sistema unificado de unidades de conservação no país. Isso foi fundamental, uma vez que elas, sozinhas, não conseguiriam atingir os objetivos nacionais (ou estaduais, ou regionais) de conservação.

Por outro lado, a totalidade delas tem capacidade para isso.Hoje, temos mais de 300 unidades em nível federal, que atingem cerca de 75 milhões de hectares, ou 6% do território nacional. Os vazios de áreas protegidas diminuíram em relação há duas décadas, quando se começou a discutir o SNUC, e as políticas de preservação incluíram alguns ambientes que antes não estavam representados. No entanto, a distribuição espacial ainda é irregular e não permite que a proteção se estenda a toda a variedade de ecossistemas nacionais.

A Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas (CDB), da qual o Brasil é signatário, tem como uma de suas metas mais relevantes a conservação de, ao menos, 10% das “regiões ecológicas” em unidades de conservação até 2010. Mesmo com as legislações específicas, o país não terá protegido, ainda neste Ano Internacional da Biodiversidade, amostras representativas de toda a sua diversidade de ambientes e espécies. Regiões como Zona Costeira, Cerrado, Pantanal, Pampa, Caatinga e Mata Atlântica não são priorizadas e estão sendo perdidas as oportunidades para proteção dos últimos remanescentes desses ecossistemas. Um exemplo são as Florestas com Araucária no Sul do país, das quais resta menos de 1% da sua vegetação primária.

A implementação do SNUC merece ser avaliada agora que o sistema completa dez anos. Constata-se que ele não vem sendo cumprido em sua totalidade apesar dos esforços de diferentes frentes. Mas isso não significa que a legislação é inadequada. O SNUC foi planejado para atender as necessidades do Brasil, os compromissos da CDB e as metas nacionais de conservação. As falhas que presenciamos é uma questão de gestão pública.

A situação do SNUC é semelhante a outras boas leis no Brasil, que são criadas, mas não são implementadas e aplicadas por falta de priorização. Ainda falta aos governantes a certeza de que o estabelecimento e a implementação de um sistema de unidades de conservação é uma das principais estratégias para a conservação da biodiversidade, sobretudo no Brasil, que possui ambientes e riquezas naturais únicos a serem conservados antes que desapareçam por completo.

Fonte: Artigo de Maria de Lourdes Nunes/ Portal O ECO. Maria de Lurdes Nunes é engenheira florestal, mestre em Conservação da Natureza e diretora executiva da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza.

domingo, 8 de agosto de 2010

Juazeiro do Norte: um século de fé e devoção


Até Julho do ano que vem, Juazeiro do Norte tem uma programação especial para festejar os 100 anos de criação. Esta é uma cidade atípica no interior nordestino se destaca. É um dos maiores centros de romaria da América Latina. Juazeiro do Norte segue rumo ao centenário. E milhares de nordestinos acompanham esta evolução, de algumas décadas, em uma terra abençoada pelo Padre Cícero Romão Batista. Uma predestinação do sacerdote.


A realidade de uma cidade marcada pelo desenvolvimento, a fé, o trabalho e grandes perspectivas de crescimento. O clima é de festejos até o dia 22 de julho de 2011. A terra que todos os anos apregoa a recepção de 2 milhões de turistas e visitantes fiéis ganha, aos poucos, mais infraestrutura para atender à grande demanda. A fé pelo Padre Cícero não deixa de crescer. E o povo anda junto.


A comemoração dos 99 anos do Município, este ano, já dentro do clima de fechamento das dez décadas, teve a presença da imagem de Nossa Senhora Aparecida, peregrinando pelas principais paróquias da cidade e a Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores. De 17 a 20 de julho, foram várias procissões pela cidade, além da participação na missa dos 76 anos de morte Padre Cícero, na Praça da Capela do Socorro, onde estão sepultados os restos mortais do sacerdote.


Fonte: Reportagem de Elizangela Santos/ Caderno Regional/ Diário do Nordeste

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Plano projeta 20 anos no Turismo do Ceará


Dentro de 15 dias, a Secretaria de Turismo do Estado do Ceará (Setur/CE) anunciará a empresa licitada para realizar um estudo sobre as ações do turismo cearense para os próximos 20 anos. O valor da licitação está orçado em R$ 2 milhões e a previsão é de que esteja pronto entre oito e 12 meses, iniciando a partir de setembro.

De acordo com o Secretário de Turismo, Bismarck Maia, o estudo irá orientar todas as ações de turismo do Ceará, inclusive da mais recente verba aprovada: os US$ 150 milhões do PRODETUR/ Programa de Desenvolvimento do Turismo, anunciados ontem.

"Foi inédito. O projeto chegou quinta-feira da semana passada à Casa Civil. Segunda foi assinado pelo Presidente e, ontem, foi aprovado pelo Senado", admirou-se o secretário.

A verba é um financiamento do BID/ Banco Interamericano de Desenvolvimento e será somada aos US$ 100 milhões de contrapartida investidos pelo Estado, para serem aplicados nas regiões do Litoral Leste, Maciço de Baturité e Serra da Ibiapada. O resultado de outras licitações também será anunciado nos próximos 15 dias pela Setur. Segundo Bismarck, um estudo, específico sobre as comunidades turísticas do Estado, será realizado por uma delas. "Ele (o levantamento) vai nos dizer o que uma cidade cearense precisa para ser um objeto de investimento do BID", explica.

Além dessas, mais duas empresas foram licitadas por exigência do BID. Uma no valor de R$ 12,835 milhões, para que auxiliasse a Setur no treinamento e estruturação do pessoal nas secretarias de turismo locais; e outra, no valor de R$ 13,5 milhões, agirá como supervisora e fiscalizadora, acompanhando a execução das obras.Ambas atuarão ao longo dos quatro anos previstos no contrato com o BID.

Faz parte das exigências do BID, de acordo com o secretário, a aplicação do dinheiro contratado em infraestrutura, gestão do meio ambiente, fortalecimento institucional, promoção do turismo e fortalecimento do produto turístico das três regiões cearenses escolhidas. Entre as obras destacadas por Bismarck, estão a duplicação da CE 040; o saneamento do Porto das Dunas, Iguape e Praia das Fontes; urbanização da Bica do Ipu e a construção de aterros sanitários que atenda Fortim e Beberibe.

Além desses investimentos, será exigido de cada localidade, a criação de uma secretaria específica para cuidar dos pontos turísticos. "Nós vamos entrar com grandes e pequenas obras, é fundamental que o Poder Público local se equipe", finaliza Bismarck Maia.

Fonte: Jornalista Armando de Oliveira Lima/ Especial para Economia

Comentário da postagem: A famossima Bica do Ipu, localizada no município de mesma onde segundo a lenda e os escritos de José de Alencar, a bela Iracema conheceu o guerreiro português Martin Soares Moreno é um do destaques de projeto de referencia e investimentos previstos no PRODETUR BR. Imagem da Bica do Ipu. Fonte Divulgação

Barragem Fronteiras, no Rio Poty

No próximo dia 25, o Dnocs abrirá as propostas para a pré-qualificação das empresas interessadas em construir a Barragem Fronteiras, no rio Poti, em Crateús, no Oeste do Ceará. A barragem, que acumulará 500 milhões de m³ de água, servirá para o abastecimento de 40% da população urbana de Crateús e de 20% da população rural, garantindo ainda água para a irrigação de 19.400 hectares.

Fonte: Coluna Egidio Serpa/ Diário do Nordeste

Projeto Orla ², em Beberibe

De acordo com o prefeito de Beberibe, Odivar Facó, que aderiu ao Projeto Orla em 2007, seu Município e Fortaleza foram os únicos que concluíram o planejamento das ações. Ainda assim, colocar o planejamento em prática ainda é um desafio, numa costa com cerca de 52km e muitos interesses.

"Muitas ações já vem sendo implementadas, como a limpeza das praias, a proibição de passagem de veículos em alguns trechos, fiscalização de construções na área. Mas sempre há os conflitos, cada categoria ou setor tem o seu interesse. Por isso acho importante este encontro, para conhecer como outros locais trabalharam estas questões em prol da orla".

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

Projeto Orla: conservação da orla marítima

Promovido pelo Conpam, Encontro dos Prefeitos da Orla do Ceará busca a adesão de práticas de conservação. Gestores e representantes dos 20 municípios que atualmente ocupam o litoral cearense reuniram-se, durante todo o dia de ontem, no I Encontro de Prefeitos dos Municípios da Orla Marítima do Ceará. Promovido pelo Conselho Estadual de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), na Capital cearense, o evento foi realizado no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU) e objetiva sensibilizar os prefeitos a aderirem ao Projeto Orla.

A iniciativa busca articular as ações das três esferas do pacto federativo (União, Estados e Municípios) para planejar e implementar ações que combatam a degradação ambiental e regularizem o uso e ocupação da faixa de praia de forma sustentável.

De acordo com a coordenadora de Políticas Ambientais do Conpam, Maria Dias, até o momento, os municípios de Aquiraz, Beberibe, Fortaleza e Icapuí já aderiram ao Projeto Orla. "Mas já recebemos ofícios de Aracati, Cascavel e Caucaia requerendo a adesão, enquanto outros prefeitos, aqui mesmo no encontro, já manifestaram a intenção de fazer parte do Projeto Orla", explica.

O primeiro passo para que as prefeituras interessadas possam fazer parte do Projeto é enviar uma ficha demonstrando interesse na adesão e encaminhá-la ao Comissão Técnica Estadual do Projeto Orla. A comissão avalia o pedido e emite um parecer técnico para o Ministério do Meio Ambiente (MMA), em Brasília, para que este possa referendá-lo.

Também foi discutido no encontro a certificação Praia Limpa, que visa reconhecer e incentivar as cidades a adotarem medidas efetivas de proteção das praias e aplicabilidade dos instrumentos da política do meio ambiente de forma a garantir a proteção, conservação e restauração do patrimônio natural.

"Regularizar o uso e ocupação da faixa de praia envolve projetos complexos e muitas vezes as ações do Estado, dos municípios e do Governo Federal não coincidem. O Ceará tem 572km de litoral, e o que acontece em um local afeta os demais. É importante que haja a adesão dos entes governamentais e daqueles que vivem e trabalham na praia, porque o Projeto Orla contempla uma ação conjunta e integrada", ressalta Tereza Farias, presidente do Conpam.

O encontro contou ainda com representantes do Ministério Público Estadual, do Ibama, da Federação da Indústrias do Ceará (Fiec) e da Superintendência do Patrimônio da União no Ceará. A promotora Sheila Pitombeira alertou sobre os riscos decorrentes da falta de atenção a problemas como ocupação desordenada, degradação ambiental e poluição. "Vivemos um período de mudanças climáticas, mas parece que ainda se vive num momento de ficção, em que as pessoas acham que não serão afetadas, que não vai chegar aqui. Falta planejamento".

Também esteve presente a coordenadora estadual do Projeto Orla e representante do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Márcia Oliveira, que ressaltou a importância do projeto na busca de reconhecer o papel de todos no processo.

"O litoral é o ponto mais vulnerável à elevação do nível do mar, que vem ocorrendo por conta das mudanças climáticas no planeta. No Ceará, a orla tem um peso muito importante por conta da economia, pois é uma área estratégica para turismo, usinas eólicas, portos, estaleiros. Isso sem falar dos pescadores e comunidades tradicionais que vivem nesses locais, e que devem ser protegidos. Então é preciso territorializar todas estas questões para que os diferentes atores possam ser contemplados. Uma ação só é efetiva se for executada, e para isso é preciso a cooperação de todos".

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sancionada a lei que vai extinguir os lixões

Foi sancionada ontem pelo Presidente da República a lei que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos, com regras para o manejo do lixo e detritos. O objetivo da nova lei é acabar, no médio e longo prazo, com os lixões e obrigar municípios e empresas a criarem programas de manejo e proteção ambiental.

A lei sancionada trata não só de preservação ambiental, mas de prevenção a problemas de saúde pública. Estados e Municípios terão dois anos para apresentar um Plano de Manejo de Resíduos Sólidos. Depois de apresentados os planos, poderão receber recursos da União.

Haverá obrigações para consumidores, comerciantes, fabricantes. Todos estarão sujeitos a penalidades da Lei de Crimes Ambientais caso deixem de destinar corretamente os produtos após o consumo. Os fabricantes de produtos com maior incidencia de riscos ao meio ambiente - agrotóxicos, pilhas, lampadas fluorescentes e eletroeletronicos - ficam obrigados a implementar sistemas que permitam o recolhimento dos produtos após o uso pelos consumidores.

Fonte: Diversos/ Agencias de Notícias