- Criação da Política Municipal de Mudanças Climáticas, em 2009, a primeira da América Latina;
- Captação de gás nos aterros sanitários São João e Bandeirantes, que gera energia para 700 mil pessoas;
- Inspeção veicular anual de 6 milhões de carros;
- Substituição greadual de combustíveis fósseis por renováveis nos ônibus municipais.
terça-feira, 31 de maio de 2011
Coneça hoje a quarta edição da REDE C40
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Avanço do mar afasta turistas do litoral oeste
Imóveis desvalorizados, estabelecimentos comerciais fechados e, principalmente, abandono dos banhistas. Essa é a realidade atual das praias de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, especialmente as de Iparana, Pacheco e Icaraí.
Esse trecho do litoral cearense, que se encontra em estado avançado de degradação, será um dos temas a ser discutido hoje pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido da Assembleia Legislativa. Em audiência pública, deputados, técnicos e populares irão debater a erosão costeira e o aquecimento global. O evento, em comemoração ao Dia do Geólogo, acontece às 14h30, no Complexo de Comissões Técnicas da Casa.
Para moradores e comerciantes das localidades de Iparana e Pacheco o tema é mais que oportuno, em vista das perdas que a área vem sofrendo com contínuo avanço do mar e a ausência de políticas públicas para conter a erosão.
Efetivamente, estão sendo desenvolvidas ações de contenção no Icaraí, numa faixa de 1.370 metros, onde foi introduzida a técnica de "bag wall" ou "barramar", obra que despendeu R$ 8 milhões, recursos do Governo Federal, através do Ministério da Integração Nacional.
No entanto, para a comunidade local é muito pouco ainda o que vem sendo feito. O comerciante Joaquim Lima Silva, proprietário da barraca "O Odorico", localizado em Iparana, por exemplo, diz que vem amealhando prejuízos significativos ao longo de uma década.
TV GLOBO mostra cerrados do Piauí em matéria nacional
Na manhã deste domingo, dia 29, no programa Globo Rural, foi exibida uma reportagem especial sobre o cerrado do Piauí se transforma na nova fronteira agrícola do Brasil. Dividida em duas partes, o material veiculado mostrou também a aventura de uma família que deixou o Rio Grande do Sul para plantar soja e milho na região.
Problemas nas estradas para escoamento de produção e burocracias foram apontados como os principais problemas para o Piauí. Confira a matéria:
Já foi o tempo em que o boi abria as fronteiras agrícolas pelo Brasil afora. Hoje cada vez mais é a soja que exerce esse papel. O cerrado do Piauí é uma nova fronteira agrícola e para chegar ao lugar foi preciso atravessar um oásis no meio do sertão, com água jorrando à vontade, mas muito mal aproveitada.
A cidade de Bom Jesus é o principal centro comercial do Sul do Piauí. No lugar tem 30 mil habitantes e fica a 640 quilômetros da capital Teresina, aos pés da serra de Uruçuí. No topo, a 600 metros de altitude, fica o cerrado piauiense, uma nova fronteira agrícola desbravada pelos agricultores do Sul do país.
Mas antes de subir a serra, está o Vale do Gurgéia, um oásis no meio do sertão do Piauí. No inverno nordestino, que na região vai de novembro a maio, não significa frio, mas chuva, que nesse período sempre vem com abundância. Toda a água alimenta um gigantesco aquífero subterrâneo.
O DNOCS, Departamento de Obras contra a Seca, perfurou vários poços. A água é de ótima qualidade e brota espontaneamente. Não é preciso bombeá-la. Por isso, os poços recebem o nome de poços jorrantes. De todos os poços jorrantes do Vale do Gurgéia, o Violeta é o maior. Ele tem mil metros de profundidade e uma vazão de 800 mil litros de água. O Violeta foi perfurado há 40 anos e tem capacidade para abastecer sozinho uma cidade de 260 mil habitantes ou irrigar uma área de 400 hectares. Mas entra governo sai governo e até agora a água não tem sido bem aproveitada.
Alguns poços alimentam as piscinas dos hotéis, onde a fartura de água do Vale do Gurgéia virou atração turística. Ao todo já foram perfurados 174 poços na região.
A maioria dos produtos vendidos na feira de Bom Jesus é do Vale do São Francisco, que a quase 500 quilômetros do lugar.
"Eu não sei por que está tão caro. Chuva não faltou. Água não falta. Tem muita produção. Nós estamos comendo esse que vem da Bahia. Mas nós poderíamos produzir em Bom Jesus. Água nós temos suficiente e mão de obra também. Tem gente sem fazer na nada, na rua, jogando sinuca e não quer produzir as coisas para ficar mais barato. Pode ser falta de estimulo. O gestor teria de ter uma política voltada para estimular as pessoas a trabalhar", diz a agricultora Aerolisa Rodrigues.
Em Teresina a capital do Piauí, foi ouvida a opinião do governador Wilson Martins sobre a falta de aproveitamento da água dos poços jorrantes. "Falta vocação do povo para o trabalho na agricultura irrigada. Ao longo dos anos, o estado do Piauí foi colonizado por vaqueiros. Essas pessoas se acostumaram e plantaram o que precisavam para comer e sobrasse algum tostão para comprar uma roupa ou um calçado. E se acomodaram desta forma. Não se muda a cultura de um povo da noite para o dia. Muda-se aos poucos", explica.
Mas para espanto da população do Vale do Gurgéia, no alto da serra nem é preciso furar poço para produzir. Só com a água da chuva os agricultores gaúchos estão produzindo arroz, feijão, soja, milho e algodão.
O problema são as estradas que ligam o vale ao alto da serra. O pior trecho da estrada é a subida da Serra das Palmeiras, um caminho estreito e muito perigoso. Não é possível fazer o transporte de cargas pesadas pelo lugar. Na época de chuva forte a estrada fica interrompida.
As terras do cerrado são planas, do jeito que o gaúcho gosta para semear os grãos. Na região, é época de colheita da soja. Para todo lado se ouve o som das máquinas.
Os gaúchos trouxeram levaram para o lugar todos os recursos da agricultura moderna.
Aécio Pinheiro Lemos, filho dos antigos vaqueiros do Vale do Gurgéia, diz que eles nunca imaginaram que as terras do cerrado pudessem produzir alguma coisa. "Antes a gente colocava o gado no cerrado. Nós achávamos que o solo era muito fraco e não dava a pastagem e o plantio de capim. A gente nunca cultivo o cerrado", justifica.
O solo é ácido, como em toda terra de cerrado. Mas a região tem calcário suficiente para fazer a correção.
As sementes de soja foram desenvolvidas pelos pesquisadores brasileiros para suportar o clima tropical. A chuva começa na hora certa para o plantio e desenvolvimento da soja, e diminui na colheita. Isso é muito bom porque os grãos podem ser armazenados na lavoura, sem passar pela secagem.
Muitos produtores depositam a safra em silos-bolsa feitos de lona plástica, onde o produto pode ficar até dois anos sem estragar.
A exploração da área começou há 18 anos numa gleba experimental de 200 hectares. Hoje, já são mais de 400 mil. A safra deste ano é estimada em 1,2 milhão de toneladas. Isso significa só 1,5% da safra brasileira de soja. Mas é suficiente para mudar a vida de muita gente.
As lavouras de soja se concentram no município de Uruçuí, que antes da chegada dos gaúchos era apenas uma cidadezinha perdida no mapa do Piauí. Hoje, ocupa o segundo lugar em arrecadação de impostos do estado.
Há oito anos, Uruçuí não tinha sequer uma escola de segundo grau. Hoje, conta com um campus da Universidade Estadual do Piauí. O engenheiro agrônomo Jodélcio Luz foi diplomado na primeira turma da universidade e encontrou trabalho na sede da maior empresa de armazenagem e beneficiamento de grãos do Piauí.
"Hoje, temos 83 funcionários diretos. É algo em torno de 63 parceiros. Noventa por cento dessa quantidade é mão de obra local. Isso prova a oportunidade e a expansão que a região está mostrando", avalia.
A empresa, uma multinacional holandesa, esmaga 730 mil toneladas de soja por ano, o que representa cerca de 80% da safra colhida no estado. Os produtos são vendidos para o mercado nordestino. O farelo é transformado em ração animal. O óleo é refinado para o consumo humano.
Entusiasmado com o progresso da região, o piauiense Aldir Lages saiu de Teresina há oito anos e foi até Urucuí, onde abriu uma empresa de produção de combustível.
O gaúcho Altair Fianco participou das primeiras experiências de introdução da soja em Uruçuí. Ele diz que o maior desafio dos produtores da região é a questão ambiental. Na opinião dele, as reservas legais das propriedades devem ser demarcadas em bloco, unindo as áreas das fazendas. Isso aumenta o espaço para os animais transitarem e garante a biodiversidade. Foi o que ele e seus dois vizinhos fizeram. Juntando as três áreas, são 18 mil hectares de reserva legal averbados na escritura.
"A gente não entende divisa de propriedade como divisa de reserva. Esse é o espírito que queremos implantar da nossa reserva em conjunto. Eu vim para ganhar dinheiro. Seria hipócrita se dissesse o contrário. Mas não ganhar dinheiro a qualquer preço, a custo alto da natureza. Eu preciso ter a natureza como aliada e eu serei o maior defensor dela. No futuro, meus filhos e netos poderão usufruir do que eu deixei de bom para eles", diz Fianco.
A maioria dos produtos vendidos na feira de Bom Jesus é do Vale do São Francisco, que a quase 500 quilômetros do lugar.
"Eu não sei por que está tão caro. Chuva não faltou. Água não falta. Tem muita produção. Nós estamos comendo esse que vem da Bahia. Mas nós poderíamos produzir em Bom Jesus. Água nós temos suficiente e mão de obra também. Tem gente sem fazer na nada, na rua, jogando sinuca e não quer produzir as coisas para ficar mais barato. Pode ser falta de estimulo. O gestor teria de ter uma política voltada para estimular as pessoas a trabalhar", diz a agricultora Aerolisa Rodrigues.
Em Teresina a capital do Piauí, foi ouvida a opinião do governador Wilson Martins sobre a falta de aproveitamento da água dos poços jorrantes. "Falta vocação do povo para o trabalho na agricultura irrigada. Ao longo dos anos, o estado do Piauí foi colonizado por vaqueiros. Essas pessoas se acostumaram e plantaram o que precisavam para comer e sobrasse algum tostão para comprar uma roupa ou um calçado. E se acomodaram desta forma. Não se muda a cultura de um povo da noite para o dia. Muda-se aos poucos", explica.
Mas para espanto da população do Vale do Gurgéia, no alto da serra nem é preciso furar poço para produzir. Só com a água da chuva os agricultores gaúchos estão produzindo arroz, feijão, soja, milho e algodão.
O problema são as estradas que ligam o vale ao alto da serra. O pior trecho da estrada é a subida da Serra das Palmeiras, um caminho estreito e muito perigoso. Não é possível fazer o transporte de cargas pesadas pelo lugar. Na época de chuva forte a estrada fica interrompida.
As terras do cerrado são planas, do jeito que o gaúcho gosta para semear os grãos. Na região, é época de colheita da soja. Para todo lado se ouve o som das máquinas.
Os gaúchos trouxeram levaram para o lugar todos os recursos da agricultura moderna.
Aécio Pinheiro Lemos, filho dos antigos vaqueiros do Vale do Gurgéia, diz que eles nunca imaginaram que as terras do cerrado pudessem produzir alguma coisa. "Antes a gente colocava o gado no cerrado. Nós achávamos que o solo era muito fraco e não dava a pastagem e o plantio de capim. A gente nunca cultivo o cerrado", justifica.
O solo é ácido, como em toda terra de cerrado. Mas a região tem calcário suficiente para fazer a correção.
As sementes de soja foram desenvolvidas pelos pesquisadores brasileiros para suportar o clima tropical. A chuva começa na hora certa para o plantio e desenvolvimento da soja, e diminui na colheita. Isso é muito bom porque os grãos podem ser armazenados na lavoura, sem passar pela secagem.
Muitos produtores depositam a safra em silos-bolsa feitos de lona plástica, onde o produto pode ficar até dois anos sem estragar.
A exploração da área começou há 18 anos numa gleba experimental de 200 hectares. Hoje, já são mais de 400 mil. A safra deste ano é estimada em 1,2 milhão de toneladas. Isso significa só 1,5% da safra brasileira de soja. Mas é suficiente para mudar a vida de muita gente.
As lavouras de soja se concentram no município de Uruçuí, que antes da chegada dos gaúchos era apenas uma cidadezinha perdida no mapa do Piauí. Hoje, ocupa o segundo lugar em arrecadação de impostos do estado.
Há oito anos, Uruçuí não tinha sequer uma escola de segundo grau. Hoje, conta com um campus da Universidade Estadual do Piauí. O engenheiro agrônomo Jodélcio Luz foi diplomado na primeira turma da universidade e encontrou trabalho na sede da maior empresa de armazenagem e beneficiamento de grãos do Piauí.
"Hoje, temos 83 funcionários diretos. É algo em torno de 63 parceiros. Noventa por cento dessa quantidade é mão de obra local. Isso prova a oportunidade e a expansão que a região está mostrando", avalia.
A empresa, uma multinacional holandesa, esmaga 730 mil toneladas de soja por ano, o que representa cerca de 80% da safra colhida no estado. Os produtos são vendidos para o mercado nordestino. O farelo é transformado em ração animal. O óleo é refinado para o consumo humano.
Entusiasmado com o progresso da região, o piauiense Aldir Lages saiu de Teresina há oito anos e foi até Urucuí, onde abriu uma empresa de produção de combustível.
O gaúcho Altair Fianco participou das primeiras experiências de introdução da soja em Uruçuí. Ele diz que o maior desafio dos produtores da região é a questão ambiental. Na opinião dele, as reservas legais das propriedades devem ser demarcadas em bloco, unindo as áreas das fazendas. Isso aumenta o espaço para os animais transitarem e garante a biodiversidade. Foi o que ele e seus dois vizinhos fizeram. Juntando as três áreas, são 18 mil hectares de reserva legal averbados na escritura.
"A gente não entende divisa de propriedade como divisa de reserva. Esse é o espírito que queremos implantar da nossa reserva em conjunto. Eu vim para ganhar dinheiro. Seria hipócrita se dissesse o contrário. Mas não ganhar dinheiro a qualquer preço, a custo alto da natureza. Eu preciso ter a natureza como aliada e eu serei o maior defensor dela. No futuro, meus filhos e netos poderão usufruir do que eu deixei de bom para eles", diz Fianco.
domingo, 29 de maio de 2011
Novo Código Florestal – Cientistas temem impactos negativos no clima
Os cientistas, que são ligados à Coordenação de Programas de Pós-Gradução de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), falaram sobre o assunto durante um seminário que abordou as conclusões de um relatório do IPCC sobre energias renováveis, realizado na última quinta-feira (26).
O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli, enviou uma carta à presidenta Dilma, sugerindo que ela vete parte do código, se não houver mudanças positivas no Senado. Secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Pinguelli alertou para a dificuldade do país cumprir as metas internacionais, se não houver um freio à devastação ambiental.
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Vem aí o maior aquário de água doce do mundo
“Um local de 18,6 mil m², com 24 tanques de aquários, somando 6,6 milhões de litros de água. Capacidade para sete mil animais, entre mais de 200 espécies, como peixes, jacarés e sucuris. Este será o maior aquário de água doce do mundo, o Aquário do Pantanal – Centro de Estudos da Ictiofauna Pantaneira, cuja ordem de serviço para início das obras foi assinada nesta semana, em Campo Grande (MS).
Estavam presentes na solenidade o ministro do Turismo, Pedro Novais, o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, e a ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti. O investimento do governo do estado no projeto é de R$ 84,7 milhões.
Além de um empreendimento que vai atrair turistas de todo o país e do mundo, com capacidade para 20 mil visitantes por dia, o aquário servirá como um centro de estudos, abrindo oportunidade para que estudantes, cientistas e pesquisadores se aprofundem sobre questões ambientais e a biodiversidade brasileira.
“Este é um empreendimento ousado”, disse o ministro Pedro Novais. “Vai beneficiar a educação, a cultura, a pesca, o meio ambiente e os estudos na área de ciência e tecnologia. Mas os principais beneficiados com a obra serão o setor de turismo e a população sul-matogrossense”, complementou.
O espaço também vai abrigar um centro de conferências, laboratórios e biblioteca para livros e teses sobre o Pantanal. No local também haverá aulas de educação ambiental e pesquisas voltadas à conservação dos ecossistemas aquáticos. O projeto do aquário foi desenhado pelo arquiteto Ruy Othake.
(Governo do MS)
POR AQUI, continua a polêmica em torno da construção do Acquario do Ceará. Cid Gomes quer construir às custas de empréstimo externo que, no fim das contas, segundo a oposção, sobra para o bolso do contribuinte.
Fonte: Blog do Eliomar de Lima
quarta-feira, 25 de maio de 2011
A reurbanização e o reordenamento da Beira Mar em debate
O IAB-CE realiza hoje no dia 25 de maio (quarta-feira), às 19 horas, mais um Arquitetura e Urbanismo em Debate. Neste mês, o tema da discussão é a reurbanização da avenida Beira Mar.
Os arquitetos Ricardo Muratori e Fausto Nilo farão a exposição do tema. Ambos compõem a equipe vencedora do Concurso Nacional de Ideiais para o Reordenamento da avenida Beira Mar, organizado em 2009 pelo IAB-CE em conjunto com a Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor).
Ricardo Muratori adianta um pouco do conteúdo da palestra. Segundo ele, será feita uma conceituação geral do ponto de vista urbanístico e da relação da avenida com a cidade e serão apresentadas imagens das propostas que constam no projeto. O arquiteto destaca, dentre os itens do mobiliário urbano que sofrerão modificações, a feirinha e o mercado dos peixes.
Perguntado se há um pressuposto do qual tenham partido as ideias para a concepção do projeto vencedor do concurso, Ricardo Muratori revela que levou em consideração a assessibilidade – não só do ponto de vista motor, ressalta, mas de uma visão geral de que todas as pessoas têm o direito ao acesso e ao usufruto daquele espaço, sem que haja uma forma compartilhada e excludente de usos.
Neste amplo grupo, encaixam-se moradores do entorno, trabalhadores dos diversos equipamentos da área, fortalezenses que vivem em outros bairros, turistas. “A idéia é integrar as pessoas numa Beira Mar única, que todos se integrem num mesmo desenho, numa Beira Mar da cidade.”
Os eventos Arquitetura e Urbanismo em Debate acontece sempre na última quarta-feira de cada mês no auditório do Crea-CE (rua Castro e Silva, 81, segundo andar, Centro - estacionamento gratuito a uma quadra do edifício do conselho).
terça-feira, 24 de maio de 2011
A criação da UNILAB
UNILAB "inaugurada" em 25 de maio
A solenidade será presidida pelo reitor, Paulo Speller, e contará, ainda, com as presenças do governador, Cid Gomes, de secretários, representantes dos Municípios do Maciço de Baturité, de instituições nacionais e internacionais, além da comunidade acadêmica.
"Temos matriculados 360 estudantes. Destes, 180 iniciam as aulas neste trimestre. O restante, somente no segundo trimestre, que inicia em agosto", informou o reitor. Com a proposta de aproximar ainda mais o Brasil dos países africanos de língua portuguesa, por meio de cooperação, a universidade receberá, na sua primeira turma, 39 estrangeiros e 141 brasileiros, nos cursos de Agronomia, Administração Pública, Enfermagem, Engenharia de Energia e Licenciatura em Ciências da Natureza e da Matemática. "O curso de Enfermagem foi o mais procurado pelos estudantes", complementou ele.
Junto ao período letivo, a Unilab, segunda universidade federal no Ceará, inaugura também o seu primeiro campus, Liberdade. O quadro de professores, conforme afirmou Speller, já está preparado para receber os estudantes. São 16 professores do quadro regular, admitidos por meio de concurso público e cinco professores visitantes, em modalidade temporária. "Temos um grupo de pesquisadores da Funcap (Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico) também disponível para a universidade. Dois ou três já estão engajados", informou o reitor.
Comemoração
A data para início das atividades da Unilab foi devidamente pensada. 25 de maio é a data em que, simbolicamente, se comemora o Dia da África, data alusiva à proclamação da Organização da Unidade Africana (OUA). Além disso, 2011 foi consagrado o Ano Internacional dos Afrodescendentes, pela Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas 64/169 de 18 de Dezembro de 2009.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Técnicos do Banco Mundial no Cariri
domingo, 22 de maio de 2011
Arte do Ceará na Alemanha
Alguns dos bonecos produzidos por suas mãos vão atravessar o Oceano Atlântico até o velho continente. Participar do "Carnaval das Culturas", uma festa que reúne mais de 100 grupos folclóricos de vários países do mundo. O Brasil sempre tem seus representantes, e daqui vai parte do bloco dos cabeçudos, com seu "universo negro", uma homenagem à negritude brasileira que está em negros, índios e brancos. Para Hélio, é como se as cores de pele e traços étnicos fossem baldes de tinta. O seu trabalho começa quando terminam as diferenças. Tudo se mistura e colore.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Código Florestal em alerta
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Os benefícios da discussão do no Código Florestal
Nenhuma outra legislação ambiental provocou tamanha repercussão no Brasil. O assunto Código Florestal está todos os dias em todos os principais jornais do país e, ainda, nas televisões, internet, em seminários, conferências e até mesmo em bate papos de bares, em consultórios médicos, de dentistas e em toda a gama de locais.
Muitos vídeos didáticos foram magnificamente produzidos por organizações não governamentais e entre eles o que conheço e mais gosto é o da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza. Matérias extremamente didáticas sobre os pontos chaves das mudanças propostas por ruralistas e seus asseclas e defendidas por vários partidos políticos e Ministros de Estado estão disponíveis para o fácil entendimento de quem as lê, como por exemplo, matéria aqui em O Eco, que é intrigante sob o aspecto educacional.
Toda essa repercussão conscientiza e educa pessoas sobre os aspectos tão relevantes do Código Florestal, aspectos estes dos quais vai depender uma melhor qualidade de vida para os jovens e seus descendentes.
Parece mesmo que a grande maioria da população está se conscientizando sobre a importância de se manter as Áreas de Preservação Permanente, as APPs em matas ciliares e nas nascentes, as Reservas Legais, os topos de morros, os mangues, as restingas e as dunas. Parece até que a maioria já está entendendo que os grandes desastres do Rio de Janeiro em Teresópolis e Nova Friburgo, bem como o anterior em Santa Catarina em 2008 foram tão grandes pela falta do cumprimento do disposto no nosso magnífico Código Florestal em vigor.
sábado, 14 de maio de 2011
Reitor da URCA desmente denúncias de gastos de R$ 4 milhões em sua gestão
O Jornal Chapada do Araripe publicou na manhã desta quarta-feira, uma notícia que está sendo replicada na internet vinda à partir do Site Ceará Agora ( e Jornal do Cariri ), de que o Tribunal de Contas do Estado estaria investigando o Reitor da URCA – Universidade Regional do Cariri, Plácido Cidade Núvens e a Vice-reitora Otonite Cortez por supostas irregularidades que levaram a gastos naquela instituição de cerca de 4 milhões de reais. Em nota oficial enviada na noite de hoje à redação do jornal Chapada do Araripe, pela assessoria de comunicação, o Reitor Plácido Cidade Núvens desmente a notícia, e acrescenta outras informações, que o “Chapada do Araripe” passa a tornar público.
Fonte: Blog do Crato
Código Florestal: Relatório do Deputado Aldo Rabelo (PCdoB) estimula crimes ambientais, diz o Governo
“O Ministerio do Meio Ambiente enviou ontem a Casa Civil levantamento apontando pelo menos dez problemas no texto que o relator do Codigo Florestal, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), queria votar na quarta-feira a noite, sendo o mais grave a inclusao de anistia a desmatadores . que a presidente Dilma Rousseff havia prometido vetar ainda na campanha eleitoral. Outro ponto do relatorio de Aldo, classificado pelo ministerio como desastroso, e abertura de credito a produtores que cometeram infracoes ambientais.
- Voltamos a situacao em que o crime ambiental compensa. A implicacao pratica disso e desastrosa – disse ontem Joao de Deus Medeiros, diretor do Departamento de Florestas do Ministerio do Meio Ambiente, representante do ministerio nas negociacoes sobre o Codigo.
As mudancas de ultima hora feitas por Aldo eram de conhecimento do lider do governo na Camara, Candido Vaccarezza (PT-SP). Mas outra versao tinha sido apresentada antes ao lider do PT, Paulo Teixeira (SP). O relatorio do ministerio encaminhado a Casa Civil e mais um sinal de que um entendimento ainda esta longe.
No texto de 36 paginas levado a votacao, foi incluido um paragrafo (o 5o- ) no artigo 33. Embora a redacao do trecho seja confusa, tecnicos do MMA entendem que, na pratica, o texto diz que todas as multas serao suspensas mediante recuperacao de areas desmatadas . com o que o governo concorda.
Mas, ao mesmo tempo, legaliza as chamadas areas consolidadas, ao desobrigar o produtor de refloresta-las. Areas consolidadas sao as de vegetacao nativa (floresta) convertida em plantio ou pasto ate julho de 2008.
- Ou você faz uma coisa ou outra: recuperar areas consolidadas e ao mesmo tempo mante-las sao coisas incoerentes, incompativeis. E dar anistia. O governo nunca trabalhou com essa hipotese – disse Medeiros.
O Meio Ambiente questiona ainda a decisao de Aldo de retirar do texto um artigo inteiro, o 58, que tornaria impossivel a concessao de credito rural para quem tiver infracao ambiental confirmada em decisao definitiva de procedimento administrativo. O ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc (PT-RJ) tambem disse ontem que a retirada desse mecanismo “é muito grave”.
Fonte: O GLOBO Online e Blog do Eliomar de Lima
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Novo Código Florestal: votação adiada
“Após uma longa batalha em plenário, o governo conseguiu adiar a votação do novo código florestal. A manobra de abortar a apreciação do texto do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) na noite desta quarta-feira foi comandada pelo líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que temia a derrota em plenário. A votação deve ser retomada na próxima terça-feira.
A votação só foi suspensa depois que os líderes do PT, do PMDB e do PV pediram verificação de quórum, após o requerimento que solicitava o adiamemento da votação ter sido derrotado em votação simbólica. Na verificação no plenário eletrônico, não houve número regimental para a continuação do debate.
Fiz um acordo com a maioria da Casa, mas percebemos que muitos que nos diziam que iam votar de um jeito preparavam a votação de outro – afirmou Vaccarezza, acrescentando que não houve traição porque “ainda não houve votação”: – O governo não tem medo. Quero um tempo para conversar com os deputados.
Vaccarezza admitiu que é dele a culpa pelo líder do PT, Paulo Teixeira, ter recebido e assinado um texto diferente do que foi apresentado por Aldo Rabelo (PCdoB-SP) no plenário da Câmara com propostas de alteração no Código Florestal.
Segundo Vaccarezza, Paulo Teixeira assinou uma versão preliminar que, depois foi modificada com o aval da liderança do governo. Por não saber disso, Teixeira protestou no plenário e defendeu o adiamento da votação. O caso irritou o relator e provocou troca de acusações.”
Fonte: O GLOBO Online
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Mini Curso de ECOVILAS na UECE
Em Goias na cidade de Chapadão do Céu, foi Coordenador Geral da Estação de Permacultura Aldeia 2012. Em João Pessoa Marcos foi Diretor do Centro de Estudos Ambientais da Secretaria do Meio Ambiente. Tem realizado pesquisas, proferido palestras e ministrado cursos de Permacultura, Design de Ecovilas e Sustentabilidade para ONG's, Escolas , Insitutos e Universidades públicas e privadas em vários estados do Brasil. É colaborador da Aldeia da Paz, espaço modelo em sustentabilidade do Fórum Social Mundial. Integra a Transition Towns Network (Rede das Cidades em Transição), e a Transition Towns Brazil.
Regulamentação do PDP FOR em debate
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Lixo ainda é um desafio na luta contra a Dengue
Em Fortaleza, por exemplo, a questão do lixo ainda é um desafio no combate à doença. Para se ter uma ideia da situação, a maior parte dos casos estão onde esses serviços são deficientes, ou seja, nos bairros da zona oeste, nas Secretárias Executivas Regionais (SERs) I, III e V. Em muitos o abastecimento de água é irregular, o que leva as pessoas a acumularem água em potes, sem falar nos vários pontos de lixo encontrados.
Toneladas
A média mensal da coleta urbana, ou seja, o lixo jogado de forma irregular nas ruas e vielas, assim como entulho e varrição dessa três Regionais é de 20.758,75 quilos de resíduos. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é justamente nessas Regionais onde se encontra a maior quantidade de sucatas, terrenos baldios e borracharias, locais estes, muitas vezes interditados pela quantidade focos do mosquito.
Somados os casos de pessoas infectadas nessas Regionais, dá um total de 2.114. Do último dia 15 para o dia 29 de abril observou-se justamente nas SERs I, III e V um aumento de 54,64% nas pessoas atingidas pela doença, ou seja, se antes eram 1.367, hoje esse quantitativo é de 2.114. Enquanto que nas SERs II, IV e VI, que possuem uma população superior, essa variação foi de 26,9%.
Sabe-se hoje que o Aedes aegypti não deposita seus ovos somente em água limpa. O gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Antônio Lima, diz que quando fala-se em lixo, não podemos nos referir apenas ao encontrado nas ruas, "os focos do mosquito, em sua maioria, estão nas residências, e dentro destas os cidadãos também acumulam lixo, o chamado intradomiciliar".
Os dados disponibilizados pela Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), apontam que a média desse recolhimento em toda a Capital é de 90 mil toneladas diárias. Os pontos mais críticos referentes à coleta urbana são as regionais VI, V e II. Os bairros mais problemáticos destas SERs são Passaré, Granja Portugal e Papicu, respectivamente.
Antônio Lima aponta o crescimento populacional de 14,29% de Fortaleza, em uma década, como um dos pontos que estimulam a disseminação da doença. "É preciso uma intervenção urbana na Cidade, para receber adequadamente essas pessoas, com saneamento, abastecimento d´água, coleta eficaz, educação ambiental, ou seja, uma estrutura que funcione".
sábado, 7 de maio de 2011
A História do Cangaço em Aurora
De repente no esquisito daquela caatinga enbrabecida, rompeu um grito seco e abafado cheio de terror e medo como um rosnado de bicho quebrando o silêncio sagrado daquele ambiente. Chão de brasa. Sol a pino cozinhando os miolos e o juízo dos valentes sertanejos em seu eito diário.
Pouco depois som de besouros apenas… E um cancão ligeiro em ziguezague cruzara o caminho como que também desorientado estivesse. Logo em seguida, um gemido extremo de moribundo, atravessou os ares escaldantes daquele fim de mundo. Grotões imensos de pedras, costurados por um gracioso emaranhado natural de espinhos. Touceiras enormes de cactáceas. Como se fossem elas, sentinelas da terra que os homens sertanejos insistem tanto em dominá-la há séculos pela vida adentro.Um pequeno lapso de tempo. Um quarto de hora mais ou menos. Seguido de um novo grito. Possivelmente o derradeiro.
Um som ribombeou por todos os lados como um tiro de espigarda a se precipitar entre os rochedos repletos de macambiras, coroa-de-frade, rabo de raposa, mandacarus e xiquexiques. Tudo aquilo estava carregado de estranhamento. Podia-se a partir daquele crucial instante, ouvir nitidamente as pisadas fortes, como a galope de muitos cavalos, entre os arvoredos quebrando os garranchos secos daquele ambiente semi-árido. Os cascos dos animais tiniam como ferro sobre as pedras soltas e os lajedos imensos. Supersticiosos decerto diriam se tratar de caipora em seus desmandos dentro da mata caririense.
Mas, logo ficariam sabendo que estavam errados. Caipora mesmo naquela Aurora dos anos 20 era a vida que se levava naquele sertão adusto perdido e desprezado a se derramar numa sequidão sofrível. Bem ao contrário do rio Salgado, léguas distantes escorrendo tranquilamente na vastidão do vale como uma jararaca gigante e preguiçosa quase cochilando. Aquele sertão era isso: um literal inferno de tanta precisão, perigos e outras contrariedades. Aqui acolá, também o bizarro insistia em compor aquele panorama cheio de segredo, mandinga, misticismo e outros mistérios. Lugar onde o gênero humano, tinha por certa condição atávica, a ligeira necessidade de também ser bicho na busca incessante de também sobreviver a desdita, o sofrimento e as injustiças.
Eis o sertão. Uma extensão do mundo tetricamente abandonado pelos poderosos aliados do poder central. O sertão era uma ficção posta no mapa simplesmente para fechar uma laguna espacial e geográfica. Do outro lado, o fértil vale que descambava para o pé da serra tinha lá seus donos e seus negócios enigmáticos. Coronéis indolentes do latifúndio. Velhacoutos de diversos grupos de jagunços e bandoleiros sanguinolentos. Bandidos de toda espécie. Criminosos da pior índole. Péssimas criaturas, cuja definição de gente e de cristão era no mínimo uma afirmação temerária.
Naquele dia quase sonolento de uma sexta-feira a caatinga seca quebrara seu silêncio característico. Momento em que o imponderável da vida parecia se aninhar nas mãos calejadas dos homens sertanejos. Tanto que ali mesmo naquele exato instante, se tornou possível ouvir muitas vozes onde até pouco, a solidão reinava pelos quatro cantos. Os cangaceiros mais uma vez se perderam nas traiçoeiras bibocas do mar do sertão que eles pouco ou quase nada conheciam pelas redondezas.
Eram jagunços perigosos… Rasgando o oco do mundo. Demônios terrenos em carne e osso. Talvez por isso os bichos da mata também estivessem em pavorosa correria. Mas por sorte, os bandoleiros atingiram o caminho certo. Mas sem antes, friamente assassinarem mais um cristão inocente. Um pobre guia: Seria Zé Alves, o jovem leiteiro do Jatobá, sangrado barbaramente nos rincões inóspitos da Catingueira? Não. Este crime ficaria para quase um mês depois. Quando Massilon se separaria de Lampião, não no riacho do sangue na fazenda Letrado como disseram. Mas de fato, no entroncamento dos sítios Brandão e Gerimum da Aurora. Covardia a qual os seus parentes da família Arara, jamais esqueceria…
Seria o proprietário do sítio Caboclo, vitimado por ter se negado a doar um boi para o banquete dos criminosos? Não. Este havia sido muito antes pela jagunçada dali mesmo, da Ipueiras e Missão Velha. Para aquela alma em seu martírio ainda agora existe um grande cruzeiro de Penitentes no local exato onde a vítima foi assassinada.
Seria o velho Catita que quando novo havia experimentado igualmente a vida de jagunço, mas se arrependera? Talvez, demasiado tarde. Lá pras bandas da Malhada Vermelha… Mata fechada onde nenhum caminho por lá passava. Mais uma cruz seria fincada na rês do chão. A pilhagem e o crime rondavam assim, a boa gente dos sertões, como um cão danado, enraivecido, mordendo tudo. Viver e sobreviver nos sertões naqueles tempos era uma aventura de valentes. Por isso a frase Euclidiana que virou máxima: “O sertanejo é antes de tudo um forte”.
De tal sorte que, a justiça também era ali, por uma questão de definição prática, apenas mais uma das tantas vítimas daquele sistema desumano. E de certa forma, até hoje a velha história ainda continua…
Mas que diacho será aquilo. Que zuada dos seiscentos diabos, meu Deus!
Resmungou o vaqueiro de Zé Cardoso e Izaías Arruda – respeitado coronel prefeito, filho de Aurora. Pensativo o velho tangedor de gado seguia montado em seu burrico. Caminhava a passos lentos, buscando uma bezerra desgarrada. Andara naquele dia léguas tiranas e nada… Até se deparar finalmente com aquela cena. Sentira medo. Porém de certo modo, a curiosidade o dominara. Por fim se acalmou quando viu que era Massilon Leite – o cangaceiro – esperto e sanguinolento. Aventureiro potiguar-paraibano que sonhara enriquecer num passo de mágica. Trilhando os rumos do cangaço pelo aquele mundo adentro. Pra ele Mossoró era uma mina fácil. Uma questão de tempo, tão somente. Estava ali de volta as terras da Aurora com o seu pequeno bando de celerados. Não estava ali à toa. Tinha lá o seu propósito sob a alcunha de Mossoró.
Naquele dia cinzento pisava de novo com certa pressa o solo aurorense. Riscava ele com seu bando de facínoras intrépidos agora o descampado da mata solitária d’Aurora de Cândido do Pavão. Trazia, além de um sorriso largo no rosto, alforjes e embornais cheios de dinheiro e ouro. Produto da rapina que realizou dias antes pras bandas da Paraíba e do Rio Grande.
Sol a pino. Início do mês de maio – ano cangaceiro de 1927. Como que combinado, todo o bando em ato contínuo passava o lenço encardido sobre a testa como em continência. Não tinham sede. Tinham o calor dos trópicos. Há pouco passaram por um farto açude. Água boa, terra boa…
Depois do sobressalto e do medo do desconhecido, o vaqueiro agora estava um tanto aliviado. Pois viu que era Massilon – velho conhecido de outros tempos. Mesmo de relance, deu até para lobrigar alguns outros bandoleiros de casa, filhos da terra das bandas do riacho das Antas.
- Bom dia Massilon! Como você voltou cedo… o combinado num era pro mês que entra? – Disse o vaqueiro com certa intimidade.
- De fato Seu Vicente, nós havia acertado com Zé Cardoso e o coroné pro começo do mês de julho. Mas sê sabe como é, a gente num domina os acontecimentos. – Continuou:
- Por isso tô aqui. E também já sei que o capitão Virgulino já tá chegando aí por perto. Tá pras bandas das porteiras ou nas terras de Antoin da Piçarra dando uma descansada -
Explicou Massilon sentado de lado sobre a lua da sela, como que descansando as nádegas da longa viagem.
- É bom prevenir o capitão. Vi dizer que os macacos de Arlindo Rocha e Mané Neto estão fechando o cerco por aquelas bandas. É bom num facilitar. Aqui na Aurora estamos mais protegidos sob os cuidados do coroné Arruda.
Depois emendou: – Mas seu Vicente, me diga, onde está seu Zé Cardoso? –Perguntou:
- Trago a encomenda do coroné Izaías Arruda e tenho um bilhete de Décio Holanda sobre aquele assunto de Mossoró. Neste instante o vaqueiro do Diamante pareceu que tinha fogos nos olhos.
- Ora Massilon, você devia ter mandado dizer antes pelo pessoal das Antas. Zé Cardoso foi pra Missão Véia inda hoje no trem da feira pra tratar de assunto particular com o coroné Izaías. Depois a gente precisa de pagamento né. Disse ele que tinha pressa e tinha urgência. O vaqueiro continuou na sua longa explicação:
- Mas pelo jeito a amanhã cedo já deverá está de volta pelas Ipueiras. – explicou.
- Mas me diga onde vosmicê quer se arranchar? Aqui no Diamante na minha morada ou lá na casa das Ipueiras? Quis saber o vaqueiro. Pensativo Massilon demorou um pouco com o olhar enigmático voltado para o norte. Depois respondeu de chofre:
- Seu Vicente agradeço a sua hospitalidade. Mas quero ficar com meus homens até Zé Cardoso me trazer o coroné, lá na gruta da serra dos Cantins se o amigo não fizer caso pela escolha. – disse ele.
- O amigo acaso podendo me dispor do necessário é lá que eu queria me acoitar pelo tempo devido que for. Tenho coisas importantes para o coroné e naquele esconderijo de Lampião me sinto mais seguro. Sê sabe como é né? Munição e arma nós tem pra qualquer precisão.
- Bom, se o amigo deseja assim. Assim será feito. O resto pode deixar por minha conta.
Após este diálogo o vaqueiro que vinha do Coxá acenou para o resto do bando. Dizendo alto:
- Cambada vamo então lá pra casa para gente cumer qualquer coisa, pois as caras de vocês num nega. Vocês tão é lascado de fome e de sede num é?
Em seguida trocou algumas palavras com os jagunços do bando de Izaías Arruda que vez por outra serviam a Massilon nas suas incursões regionais. Eram eles: Zé Lúcio, José Roque, Zé Coco. Depois de comerem na casa do vaqueiro, Massilon com seu bando seguiu para o esconderijo da serra dos Cantins a cerca de apenas meia légua da Ipueiras onde aguardaria o coronel e Lampião com relativa segurança.
Era inegável. Ele temia alguma perseguição pela pilhagem que praticara dias antes. Com toda aquela dinheirama obtida nos últimos saques, Massilon repartiria com o coronel Izaías Arruda. Este era o trato – a partilha seria na base do meio a meio. E de quebra, por conta desse lucro aparentemente fácil tentaria convencer, o arguto Lampião para a sonhada empreitada da invasão de Mossoró. Seria o xeque mate para subir de vez na vida.
Dias depois, num final de tarde na casa grande da Fazenda Ipueiras – propriedade do coronel Izaías Arruda – arrendada ao seu cunhado Zé Cardoso, ocorreria o célebre encontro com vistas a traçar as estratégias para o ataque de Mossoró no Rio Grande do Norte. Da qual participaram, além de Massilon, o cangaceiro aurorense Júlio Porto que servia à Décio Holanda do Pereiro, Zé Cardoso, Lampião, Sabino e o coronel Izaías Arruda, este último como o grande patrocinador da empreitada. Igualmente, o principal responsável pelo convencimento de Virgulino que a princípio não concordou em participar do acerto, por conta do seu total desconhecimento da geografia do lugar e a ausência de coiteiros que o auxiliasse. Não costumava fugir do seu modus operandi de agir. Nestas coisas certas mudanças nunca são bem-vindas porque não surtem efeito positivo.
Não diretamente na sala de jantar onde a trama acontecia, estavam na sala da frente o vaqueiro Miguel Saraiva e o jovem Asa Branca, que mais tarde ingressaria no bando de Lampião com destino à Mossoró. Por conta da sua pouca idade, 15 anos, Asa Branca inicialmente foi recusado por Lampião, pois segundo ele, ‘não trabalhava com menino’. Não pela a insistência do jovem e do próprio Zé Cardoso, Lampião terminou aquiescendo após assistir na frente da Casa Grande uma sessão de tiro ao alvo realizada por Asa Branca. Ficou maravilhado e até confidencio para o coronel que o menino era mais um bom de vera…
“Este é igual uma Asa Branca, a gente só se ver a marca quando ela voa e estica as assas”, disse o capitão baixinho ao coiteiro-amigo Izaías Arruda.
Era ele, o tal menino, um atirador dos mais exímios. Um caçador renomado no sítio.. Tanto que conseguia a proeza de não errar um só tiro, mesmo os de olhos vedados(mirava antes e em seguida pedia para vedar seus olhos) como também os que foram executados de costas. Naquele final de tarde começava a ser planejada nos seus mínimos detalhes a empreitada para a invasão de Mossoró. Um projeto ousado, cujos riscos sequer foram devidamente avaliados. Aquilo de certa maneira intrigou o rei do cangaço.
Um investimento de curto prazo que ajudara a cegar os seus protagonistas. Toda trama foi arquitetada na fazenda Ipueiras no município de Aurora no Cariri cearense. Mas a história não terminaria ali. Depois do malogro, Aurora seria novamente palco de uma nova saga cangaceira, além de ponto culminante da fantástica e polêmica perseguição e marcha de Lampião e seu bando na direção da fazenda Ipueiras de Zé Cardoso e o coronel Izaías Arruda.
Sem ela, qualquer narrativa sobre o reio do Cangaço estará fatalmente comprometida, posto que não estará completa.
José Cícero
Professor e Pesquisador do Cangaço.
Secretário de Cultura de Aurora-CE.
Fonte: Chapada do Araripe/ http://www.crato.org/chapadadoararipe/