O reuso das águas servidas é um diferencial importante no projeto.
As cisternas são diferentes das tradicionais, as de placa. O modelo está sendo aplicado pelo Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado (Ipec), de Goiás. Segundo o coordenador de campo do trabalho, Marcel Vitorino Beze, a iniciativa garante segurança alimentar. “Essa cisterna não tem vazamento porque não tem emendas. Além disso, por não ser enterrada, a manutenção é mais simples e não precisa de bomba, porque a pressão já é grande”.
A cisterna é feita com ferro e cimento e retém 11 mil litros de água.Como os equipamentos ficarão prontos em período de poucas chuvas, as cisternas estão sendo cheias com água de poço, à noite.Já a fossa com tratamento biológico é feita ao lado dos banheiros, também novos. O diferencial dessa tecnologia é que, no tratamento para reúso da água e do material orgânico, nenhum químico é utilizado.
Além disso, há uma impermeabilização com alvenaria e tijolo de massa (nas laterais). A construção é feita em forma de pirâmide. Nas partes vazadas, coloca-se entulho, substrato de coco e, por cima, a bananeira, cuja raiz passa pelo substrato, pelo material poroso e, por isso, entra em contato com a água já separada dos dejetos.“Essa tecnologia está sendo usada em vários Estados e países, como Austrália e Japão”, adianta, acrescentando que, depois que os usuários entendem que a bananeira não entrará em contato com os dejetos e a água a alimentará já filtrada, a aceitação é excelente.
“A gente nem sabia que isso existia. Mas é muito bom, porque até os turistas vão se interessar de saber que o tratamento de esgoto aqui é todo natural”, vislumbra Maria Santana Nascimento, 54, dona de uma pousada na Ponta Grossa. Em comunidades praianas, o máximo de esgotamento que existe é a fossa negra, que leva dejetos para o lençol freático.
sábado, 23 de agosto de 2008
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