domingo, 28 de fevereiro de 2010
Quanto vale a Amazonia?
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Unidade de Conservação em Bertioga/ SP
Fonte: O ECO
Fim do impasse no Piauí
Feito isso, a unidade se tornará a maior da Caatinga. A agropecuária poderá ocupar zonas mais baixas, onde serão fixadas áreas de preservação permanente e reservas legais de 20% das propriedades, como previsto no Código Florestal.
Desde abril de 2007, O Eco já informava sobre as intenções do governo de proteger oficialmente a área, cujos detalhes sobre os locais a serem absorvidos pelo parque estão sendo finalizados. O impasse sobre o destino da região se arrasta desde meados de 2006, quando o Ibama autorizou a empresa JB Carbon a desmatar 77 mil hectares de florestas para produzir mais de 220 mil toneladas/ano de carvão vegetal para abastecer indústrias de ferro gusa de Minas Gerais.
O caso rendeu várias ações no Ministério Público Federal, protestos acirrados de militantes, que taxaram a empreitada como "maior desmatamento do Nordeste", e um prêmio Motosserra de Ouro ao então diretor do Serviço Florestal Brasileiro Tasso de Azevedo, que defendeu e incentivou a implantação do projeto como manejo florestal e alternativa ao plantio de grãos.
Fonte: O ECO
Perfil do Blog do Geopark Araripe
Imagens da Bacia Sedimentar do Araripe
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Poucas chuvas no Cariri
No Crato, alguns agricultores devolvem as sementes do programa Hora de Plantar ao Governo porque, segundo José Ildo, não dá mais para esperar o inverno. É o caso do pequeno produtor Juarez Ferreira Leite, residente no Distrito de Ponta da Serra, que vai devolver 80 quilos de milho. Há muitas terras tombadas que não receberam o plantio, porque não há umidade suficiente para germinação.As chuvas são esparsas e irregulares. Ontem, por exemplo, foram registrados 9mm de precipitações na sede de Brejo Santo. No Distrito de Esperança, a 8km, a chuva foi de 70mm. Estas informações confirmam as previsões da Funceme, que anunciou um inverno abaixo da média com chuvas esparsas que variam de intensidade de um município para o outro.
Nos municípios de Penaforte, Jati, Brejo Santo, Abaiara, Jardim e Missão, algumas roças de feijão e milho estão morrendo em consequência da escassez de chuvas. O agricultor Francisco Barros, do Sítio Retiro, município de Penaforte, perdeu mais da metade das 10 tarefas de feijão plantadas em janeiro.O quadro é desolador. O feijão, já iniciando a vagem, está morrendo. O milho vai no mesmo caminho. "Só vai sobrar o jejum da Semana Santa", diz seu Francisco, lamentando que espera colher, no máximo, um saco de 60 quilos de feijão.
O agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce), Ernane Rocha, admite que existe perda no campo. Porém, não é possível dizer o percentual. Alguns sindicalistas estão falando em 50%. Ernane garante que, a partir dessa semana, será feito um levantamento oficial.Ele confirma também a informação de que existe muita terra tombada que não foi utilizada para o plantio. O produtor, segundo orientação da Ematerce, só plantou 60% das sementes. Os outros 40% estão esperando a consolidação do inverno.
Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste
Fechamento das comportas do Castanhão é antecipado
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Imagens da Bacia Sedimentar do Araripe
Perfil do Blog do Geopark Araripe
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
BNDES aplicou R$ 2 bi no Ceará
Fonte: Vertical/ O POVO
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
A culpa e dos transportes
Na análise, não foi considerada a quantidade de emissão destes poluentes, mas seu potencial para aquecer o resfriar a Terra. No total, foram analisados 13 setores, suas emissões de 2000 até hoje e projetados cenários futuros até 2100. O resultado a que chegaram foi de que os veículos motorizados são os que mais contribuem para o aquecimento da terra, agora e no futuro próximo.
O que o estudo quer dizer é que, mesmo não sendo o principal em termos totais de emissões, carros, ônibus e caminhões têm a combinação de poluentes mais poderosa na elevação da temperatura da Terra.Na análise da agência americana, a queima de combustíveis domésticos e a pecuária, em especial o metano produzido pelo gado, ficam em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Até 2100, a produção de energia passa a ser o maior promotor do aquecimento e a industria salta da menor contribuição em 2020 – entre os setores analisados – para o terceiro maior contribuinte.
Fonte: Portal O ECO http://www.oeco.com.br/
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Projeto alternativo valoriza turismo ecológico no Cariri
O grupo participou de uma grande ciranda puxada pelo animador Manuel Leandro, do grupo Urucongo de Artes. Durante os dois dias foram realizadas palestras e rodas de conversas sobre turismo sustentável, com técnicos do GEOPARK, as Riquezas da Chapada do Araripe, com o ICMBio, Biodiversidade e Conservação, com a Aconguia, e Campo Mais Alegre, com informações sobre o uso racional dos frutos, raízes, folhas, cascas, seivas, e ervas comestíveis e medicinais das plantas da chapada.
O evento foi finalizado com uma grande confraternização entre os participantes e foram entregues os troféus aos vencedores das competições de ciclismo nas diversas modalidades: montain bike do Caldas à casa sede; spiller "magrela", da Batateira à divisa CE/PE, encerrando na casa sede e modalidade livre. Foram também contemplados os atletas do pedestrianismo, que em suas distintas classificações, praticaram corridas nas trilhas da chapada. O acontecimento que mobilizou vários segmentos governamentais e não governamentais, a sociedade civil, ecologistas, desportistas, estudantes, pessoas da terceira idade, jovens e crianças, foi realizado e concluído com grande êxito, deixando uma mensagem de amor à natureza, à nossa cultura, à saúde e a paz.
Centro de Convenções do Cariri em obras
Nos grandes eventos, hotéis e restaurantes da cidade ficarão lotados e o Crato terá movimentação maior no comércio. Será um empreendimento importante para a cidade, numa edificação que provavelmente terá funcionalidade a partir do mês de julho deste ano. O total da área construída é de 2,4 mil metros quadrados.
No espaço serão construídos um auditório principal com 617 lugares e mais três auditórios complementares de 144 lugares cada, totalizando 1049 lugares. Do lado de fora do prédio, um espelho d´água de 922 metros quadrados para garantir a beleza paisagística.
Fonte: Prefeitura Municipal do Crato
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Padre Cícero: "Padroeiro das Florestas"
A iniciativa começou no mês passado, com a distribuição de 20 mil santinhos em audiências públicas que discutem mudanças no código florestal. “Em vários lugares do mundo, a religião ajuda a criar essa relação com o meio ambiente. A força desses ensinamentos é muito importante”, disse o diretor.
1) Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau
2) Não toque fogo no roçado nem na caatinga
3) Não cace mais e deixe os bichos viverem
4) Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer;
5) Não plante em serra acima, nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza;
6) Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar a água da chuva;
7) represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta;
8) plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só;
9) aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar você a conviver com a serca;
10) Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer;
11) Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só".
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
sábado, 13 de fevereiro de 2010
1,5 milhão de pessoas acompanham Galo da Madrugada
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Bloco das Virgens reunirá 10 mil pessoas
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Prefeitura de Fortaleza apresenta PRODETUR FORTALEZA
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Plano de Gestão do Geopark Araripe em debate
A primeira etapa do Plano foi ouvir as comunidades, através de seminários locais, que estão inseridas nas áreas dos nove geosítios, nos seis municípios que integram o Geopark Araripe. Durante os dois dias de oficina, o plano está sendo consolidado e as ações até o ano de 2012 definidas, incluindo um Plano de Emergência, que leva em conta as ações de infraestrutura que deverão ser iniciadas a partir de março deste ano, nos locais onde estão os geosítios.
A meta é receber a equipe que integra a Unesco, prevista para vir à região em julho deste ano, e as questões prioritárias, relacionadas às exigências do órgão internacional para revalidação do Selo da Rede Global de Geoparks sejam atendidas. O coordenador geral do Geopark Araripe, Patrício Melo, afirma que participará nos próximos dias 25 e 26 de uma reunião de trabalho, em Fortaleza, na Secretaria das Cidades, onde serão definidas as ações a serem executadas por meio do Projeto Cidades do Ceará - Cariri Central, dentro do Plano de Emergência.
O Secretário Joaquim Cartaxo, que recentemente esteve na região, com a equipe do Banco Mundial, destacou, junto com a equipe do Bird, a necessidade de dotar o Geopark de infraestrutura. O projeto também insere um trabalho de divulgação, com planejamento de comunicação e educação ambiental, e parcerias com o Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam).
Fonte: Caderno REGIONAL/ Diário do Nordeste
Cultura atraca no Porto do Mucuripe
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
I Encontro de Escritores e Cordelistas do Cariri
O encontro aconteceu no Teatro Marquise Branca, numa plateia seleta. Os debates também tiveram um caráter didático e foram iniciados com palestra do professor Renato Casimiro, escritor e pesquisador juazeirense, que falou sobre registros de trabalhos literários na Biblioteca Nacional, ficha catalográfica, direitos autorais, entre outros esclarecimentos para a área.Vários questionamentos e discussões foram abordados em torno desse assunto, no qual se viu a necessidade de apoio maior aos escritores, para os registros dos trabalhos e a inserção no universo da produção literária nacional dos textos de escritores caririenses.
O pesquisador e escritor juazeirense, Daniel Walker, falou sobre o Projeto do Centenário de Juazeiro do Norte.Durante as festividades do Centenário, serão priorizados os trabalhos literários que forem lançados durante este período, estimulando a produção de trabalhos relacionados à história de Juazeiro do Norte e região. No I Encontro, foram priorizadas discussões em grupo para elaboração de um Plano Municipal de Cultura.
O início das discussões começou por Juazeiro, por meio de iniciativa da Secretaria de Cultura da cidade. O evento teve a parceria do Instituto Cultural do Vale Caririense (ICVC), Instituto Cultural Caririense (ICC) e Academia dos Cordelistas do Crato, além de outras instituições. O escritor Renato Casimiro destaca a importância de um reconhecimento do mercado para a produção literária, como acontece com o audiovisual, com o CD e o DVD. Segundo o escritor e coordenador do evento, Franco Barbosa, o objetivo desse trabalho é reunir forças para que haja uma continuidade do trabalho. A próxima reunião, em maio, acontece em Crato, depois Barbalha e Araripe. Conforme o coordenador, os encontros nessas três cidades servirão de base para dar encaminhamento ao documento com as principais necessidades do setor.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
As bonecas artesanais do Crato
domingo, 7 de fevereiro de 2010
No Cariri, um crescimento vertiginoso
Fonte: Coluna CARIRI/ O POVO por Tarso Araújo.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Região Metropolitana do Cariri receberá 132 milhões do BIRD e Governo do Estado
A equipe do Banco Mundial se encontra na região desde o início da semana, com intuito de conhecer de perto os projetos que receberão os recursos. No município do Crato, está inserido o projeto da Encosta do Seminário e a requalificação das praças centrais da cidade; em Juazeiro, o Centro de Apoio aos Romeiros, com o desenvolvimento de setor de tecnologia para a área de calçados, além do Roteiro da Fé e construção de Avenida do Contorno, seguindo pelos principais pontos de visitação religiosa; construção da sede e obras de infraestrutura dos geotopes do Projeto Geopark Araripe, com aquisição de bens e também equipamentos, capacitação e elaboração de estudos e planos; Aterro Consorciado do Cariri e ações de capacitação técnica para as prefeituras e o restauro do antigo Engenho Tupinambá para implantação de Museu, no município de Barbalha.
Ontem pela manhã, foi realizado no auditório do Verdes Vales, em Juazeiro do Norte, reunião com representantes do Banco Mundial, além dos prefeitos das cidades que serão beneficiadas pelos projetos, e representantes de diversas instituições da região. A finalidade de realizar um workshop foi apresentar as concepções do projeto e ações programadas já para este ano. O outro aspecto esteve voltado para os arranjos institucionais e procedimentos para implementação do projeto.
Vários aspectos já vêm sendo trabalhados na região, a exemplo das audiências públicas para andamento das obras, a exemplo da Encosta do Seminário, além das desapropriações que devem ser feitas em algumas dessas obras, como a Encosta do Seminário. Os técnicos do Banco Mundial chegaram a visitar o local, onde vão ser retiradas da área de risco da encosta cerca de 60 famílias. Segundo a especialista do Banco Mundial nas áreas social e ambiental, Soraya Melgaço, dentro de todo esse processo de reassentamento involuntário, quem tem acesso à terra, deve continuar da mesma forma ou até melhor depois dele efetivado. "Ninguém pode ficar pior do que estava após o projeto. Temos que garantir, no mínimo, uma situação igual ou anterior", afirma.
O Secretário das Cidades, Joaquim Cartaxo, disse que esse trabalho foi iniciado em 2007, e agora passa por uma reconceituação do projeto, além de vivenciar um momento de debate com o Banco Mundial, e seguir uma linha de procedimentos que devem ser tomados. "Estamos no Cariri para discutir os projetos de forma específica", diz.
O Gerente do Projeto pelo Banco Mundial, Sameh Wahba, destaca o desenvolvimento social e econômico da região, por meio dos projetos. A parceria para as obras voltadas para arranjos produtivos locais, infraestrutura, turismo e capacitação e fortalecimento institucional, poderão chegar a R$ 120 milhões. O gerente afirma que os projetos envolvem métodos inovadores e critérios para a participação do Banco Mundial, como o alinhamento à Lei de Responsabilidade Fiscal, sem endividamento dos parceiros. Serão iniciadas as licitações das obras e o Banco e governo acompanhando a execução dos projetos.
Fonte: Jornalista Elizangela Santos/ Diário do Nordeste/ Colaboradora do Blog do Crato
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
"Enterrem minha consciência bem longe deste rio", Paulo Brack
A emissão da licença prévia, concedida pelo Ibama neste dia 1º de fevereiro de 2010, para a maior hidrelétrica da Amazônia, e a terceira maior do mundo, a usina de Belo Monte no rio Xingu, deixou muitos ambientalistas transtornados. Trata-se, talvez, da pior notícia do final dessa década. Foi anunciada, justamente, três dias após o término do Fórum Social Mundial “Um Outro Mundo é Possível"". Combinou com o momento ainda de ressaca da reunião frustrante de Copenhague, onde os governos se escaparam de enfrentar, com compromissos, um dos maiores dramas da atualidade: as mudanças climáticas. Pior ainda, coincidiu com o início das comemorações de 2010, o Ano Internacional da Biodiversidade, da ONU.
A situação já era mais ou menos esperada, desde o afastamento do ex-coordenador de licenciamento do Ibama, Leozildo Benjamin, em novembro último, quando as enormes pressões do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Casa Civil não obtiveram resultado na liberação da licença para que a hidrelétrica fizesse parte do leilão de energia previsto para o fim de ano passado.
O governo brasileiro, por meio de seu Ministro de Meio Ambiente, Carlos Minc, de forma patética - maculando sua longa trajetória de ambientalista e político nessa área - materializa a economia do “vale tudo por dinheiro”, justificando que serão cobrados cerca de 1,5 bilhões de reais e 40 medidas em compensações ambientais (ou pseudocompensações?), a uma série de danos, ainda com magnitude incerta.
Com a licença concedida, ficou assegurado o leilão da segunda maior hidrelétrica brasileira (11 mil megawats), e a maior do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), para alegria de Edison Lobão, ministro do MME, da super Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (a mãe do PAC) e das grandes empresas e empreiteiras de megaobras no Brasil. Felicidade, da mesma forma, para as mesmas empresas imediatistas que financiam as campanhas eleitorais milionárias, com volumes de dinheiro “nunca vistos antes neste País”.
Por sua vez, se aprofunda o “faz-de-conta” no licenciamento ambiental do país, onde 99,9% dos empreendimentos ganham o OK dos órgãos ambientais, independentemente da precaução e a provável extinção de espécies, principalmente peixes, plantas e outros organismos de corredeiras e rios caudalosos, processo teoricamente vedado pela Constituição Federal. No outro lado, resta a profunda tristeza e a indignação para os povos indígenas, ribeirinhos da Amazônia, ambientalistas e demais membros da sociedade civil, que lutam há mais de 20 anos contra este projeto monstrengo, representado por Belo Monte. Alguns destes já chamavam o projeto de “Belo Monstro”.
O restante da sociedade quiçá comece a perceber o desastroso modelo de “desenvolvimento” e de ocupação da maior floresta tropical do mundo. Restarão as ações na justiça, que são várias.Tudo indica que, liberada a obra, estaremos reproduzindo as tragédias ambientais já conhecidas com as hidrelétricas de Tucuruí (PA) e Balbina (AM), com o aumento da destruição ambiental e a disseminação de doenças tropicais associadas a águas artificiais e paradas e a imigração de dezenas ou centenas de milhares de pessoas, de áreas já afetadas por doenças, ligadas às condições precárias do Arco do Desmatamento, que já assola a parte sul do Pará.
Com a hidrelétrica de Balbina, na década de 80, o rio Uatumã, próximo de Manaus, simplesmente morreu e emite altas cargas de gases de efeito estufa (GEE), principalmente o metano. Philip Fearnside, o segundo cientista mais citado no mundo com relação às mudanças climáticas, afirma que as hidrelétricas, nas condições atuais dos rios brasileiros, são verdadeiras “fábricas de metano”, emitindo quatro vezes mais GEE que termoelétricas a combustíveis fósseis. A Eletrobrás tenta desmentir, porém não encontra alguém a altura deste cientista para um possível “contraponto".A ameaça para a floresta, os povos indígenas e os demais milhares de ribeirinhos do Pará, muito provavelmente, não se dará somente pelo alagamento de Belo Monte, em seu imenso lago (500 km2), que corresponde a cerca de 50 mil campos de futebol. Ou seja, não se trata exclusivamente de terras a serem alagadas, mas a conversão de ecossistemas lênticos (rios de águas correntes) do rio Xingu em lóticos (lago artificial). Tal mudança traria a extinção de dezenas de peixes de corredeiras, muitos desconhecidos, e o desaparecimento de outros que representam base alimentar estratégica para os povos da região.
A obra, prevista para uma das regiões com maior pressão de desmatamento (rios da margem direita do rio Amazonas), trará inevitavelmente incremento à ocupação trágica, já verificada para os municípios de Altamira e arredores, onde as grilagens e os conflitos de terra, aliados à derrubada da floresta e sua conversão em pastagens, atingem níveis astronômicos. Tal fato, relacionado à migração em massa para a Amazônia, já foi verificado em Rondônia, e denunciado por fiscais do Ibama daquele estado, quando constataram que a leva de migrantes e a atividades econômicas desordenadas, atraídos pelas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, estaria ligado ao aumento local de desmatamento em mais de 600%, verificado em 2007.
Hoje, segundo documento sobre ameaças ecológicas na Amazônia, realizado pelo Instituto Socioambiental (ISA), existem 83 hidrelétricas funcionando, sendo planejadas outras 247 na região. Menos de 30 projetos podem afetar até 44 mil pessoas, sendo que mais de 40% das obras atingiriam terras indígenas. Para piorar a situação, muitas hidrelétricas interrompem os corredores ecológicos, obliterando as artérias de vida representadas pelos rios, onde as escadas de peixe não têm viabilidade alguma, ou também por meio de projetos associados, de eclusas e hidrovias, para a navegação de produtos de exportação do agronegócio, como grãos, principalmente a soja, e minerais, em detrimento da floresta. Fortalece-se, assim, o chamado agro-hidronegócio.
O ISA destaca também a falta de políticas públicas com relação às verdadeiras vocações da região. Segundo esta entidade, as políticas públicas buscam atender demandas externas e não as da própria população amazônica, por meio da implantação de grandes projetos de infraestrutura, prioridade dos governos para a região há décadas, resgatando projetos do regime militar. “O Estado está presente na Amazônia, mas de forma esquizofrênica: enquanto tenta, a muito custo, tirar do papel ações ainda incipientes de controle do desmatamento, financia – por meio de instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), outros bancos regionais e estaduais – atividades que estão destruindo a maior floresta tropical do planeta".Os programas governamentais, em especial o PAC, não têm a mínima compreensão da real sustentabilidade ecológica e o papel estratégico nos âmbitos climático, econômico e socioambiental da floresta amazônica.
Não interessa aos governos e aos grandes conglomerados que explorarão a energia desta nova usina, os direitos dos indígenas, a extinção de espécies e o efeito dominó de degradação representado por mais uma obra faraônica no coração da Amazônia, já ferida. No caso do PAC, a concepção de desenvolvimento sem sustentabilidade é ilustrada nos documentos oficiais, quando a palavra “ambiente”, no sentido ecológico, praticamente é substituída pela expressão “ambiente de investimentos”.
O verdadeiro entrave para a redenção deste país não é a demora ou complicações nos processos de licenciamento ambiental e sim a velha concepção do crescimento econômico, onde a biodiversidade, ainda muito desconhecida, e as culturas milenares locais não valem nada. Sem raízes, tudo perde seu sentido. Infelizmente, para aqueles que ambicionam poder econômico e/ou político, e que se apoderam dos mecanismos de Estado e subjugam os demais, tudo vale, menos o diálogo, o respeito à democracia e à natureza. A energia deveria ser um bem de interesse público e não uma mercadoria.
No Brasil, parece que acontece o contrário. Desde o governo FHC, quando das privatizações, mais de 70% da produção e distribuição de energia está nas mãos de grandes empresas privadas, nacionais ou multinacionais. Nossa energia e nossa água acabam indo para exportação de produtos com baixo valor agregado. O atual modelo do setor é centralizado em grandes obras, fato que invariavelmente traz também imensos impactos ambientais. Estamos consolidando no Brasil um modelo de mercado, onde nossos rios são leiloados e nossa sociobiodiversidade negligenciada e ameaçada.
Colocamos em risco a maior floresta tropical do mundo para ressuscitar um modelo de gigantismo do crescimento econômico, concentrador, que surgiu na última década de 70, porém com métodos autoritários e de dissuasão que deixariam os ex-governantes militares com inveja.*
Paulo Brack é biólogo, professor do Instituto de Biociências da UFRGS e membro da coordenação do Ingá – Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais, entidade filiada à APEDEMA-RS.
Fonte O ECO http://www.oeco.com.br/
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Mudas de Juazeiro para os fiéis das Romarias
Nesta primeira etapa, foram distribuídas 3 mil mudas entre os romeiros.Uma equipe esteve na Praça Padre Cícero e na sala de informações da Paróquia, preenchendo os cadastros dos romeiros que pegaram as mudas. A ideia é já fazer um acompanhamento a partir da próxima romaria para verificar como está sendo o desenvolvimento das plantas. Junto com a muda, os fiéis do Padre Cícero também levam um cartão com os 10 preceitos ecológicos do Padre Cícero. Um deles aconselha o plantio a cada dia de uma árvore de algaroba, caju, de sabiá ou de qualquer outra árvore, até que o sertão todo seja "uma mata só".
O trabalho tem o acompanhamento de técnicos e está sob a responsabilidade da Fundação Mussambê, de Juazeiro do Norte. A parceria se estende às secretarias de Turismo e Romaria, Meio Ambiente, Banco do Nordeste e Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado (SDA). Segundo o coordenador de Núcleo Agrário da Fundação, Erisvaldo Figueiredo, foram investidos, nessas primeiras mudas, cerca de R$ 50 mil, com recursos da SDA. As próximas mudas terão incentivo do Banco do Nordeste, que repassará mais R$ 50 mil para a aquisição das novas mudas.
A ideia inicial era fazer a entrega das mudas em tubetes biodegradáveis, mas, segundo o coordenador, o projeto acabou ficando inviável. O valor ficou alto, em torno de R$ 800 mil. Nessa primeira etapa da entrega, conforme Erisvaldo, estão sendo repassadas poucas mudas, mas na próxima grande romaria a perspectiva é distribuir 200 mil ou até 300 mil mudas. O mês de maio é o mais propício para a coleta de sementes.
As primeiras mudas estão com três meses. Mesmo aparentemente pequenas, o coordenador de Núcleo Agrário afirma já estarem em condições boas para o plantio. "Já tem acima de seis folhas e isso facilita a sobrevivência da planta, típica do semiárido", diz ele. A árvore do Juazeiro, com o nome científico de Ziziphus joazeiro, é a única planta que fica verde no verão. Serve como pasto apícola, oferece boas condições de sombreamento e garante pasto para os animais de pequeno porte no sertão, como ovinos e caprinos.
Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste
Comentário da postagem: Provavelmente mais 90%, ou até mais, destas pequenas mudas morrerão antes mesmo de serem plantadas. Infelizmente o porte das mudas que é de dimensão diminuta indica isto. Não existe tecnologia agrícola nenhuma que indique possibilidades de sobrevivencia às mesmas.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
FMI propõe Fundo Verde de 100 bilhões de dólares/ ano
Segundo Strauss-Kahn, o fundo terá US$ 100 bilhões por ano. O FMI promete divulgar mais detalhes sobre o fundo em alguns dias.Além disso, para evitar a circulação de carros particulares e táxis, poluindo a cidade, uma frota de vans transportou participantes e jornalistas entre os lugares dos encontros do fórum durante os cinco dias de discussões. Os carros têm colados nas laterais adesivos com a inscrição “Green” (que significa verde em inglês) e, segundo os organizadores, foram escolhidos por emitirem uma quantidade de gás carbônico (CO2) menor do que os carros similares da categoria.
Fonte: EBC