terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Estação Ecológica de Aiuaba preserva fauna nativa
Uma das poucas áreas de caatinga, um ecossistema único no mundo, preservadas na região Nordeste, está neste Município, localizado na região dos Inhamuns. A Estação Ecológica de Aiuaba ocupa uma área de 11.525 hectares. Reúne várias espécies da fauna e da flora do sertão cearense. Há exemplares vegetais como aroeira, imburana, angico, umbuzeiro, pau-d´arco, peroba, catingueira, juazeiro e várias espécies de cactos.
Em meio à mata, diversas aves silvestres (asa branca, cancão, pintassilgo, cabeça vermelha, vivi verdadeiro, zabelê, canários da terra, papagaios, beija-flor, bem-te-vi, pica-pau corijó, casaca de couro, sofreu, papagaios) sobrevivem e embelezam o lugar com seus cantos e cores variadas.
O objetivo da unidade é a preservação da fauna e da flora e a criação de um espaço adequado de pesquisas sobre a caatinga e a vida dos animais. Entretanto, faltam técnicos, biólogos e agrônomos, para a realização de estudos permanentes sobre o comportamento das aves e o desenvolvimento das plantas nos períodos de estiagem e de chuvas. "É necessário que tivéssemos técnicos nos quadros para dar suporte de assistência, orientação e realização de estudo acompanhado", reconhece o chefe da Estação Ecológica, Manuel Cipriano de Alencar. "Os órgãos que cuidam do meio ambientem dispõem de poucos recursos e verba", admite.
Implantada em 1980, pelo então Ministério do Interior, a Estação Ecológica de Aiuaba somente foi criada em 2001. Hoje é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.
Historicamente a Estação Ecológica de Aiuaba era pombal de reprodução de avoantes, aves de arribação. Desde 2010, houve uma fuga desses pássaros em direção ao Município de Tauá. "Iniciam a postura, mas não reproduzem, levantam voo", disse Manoel Alencar. "Não sabemos explicar o porquê e aparentemente não há fato novo".
A falta de biólogo dificulta uma explicação técnica para a mudança de hábito das avoantes. "Havia dois biólogos, mas antes de completar um ano de trabalho conseguiram transferência para Fortaleza", lamentou Alencar. A falta de uma pesquisa direta e continuada com seleção de aves identificadas por anéis, anilhas, resulta na falta de informações sobre o comportamento, reprodução e de hábitos alimentares dos pássaros.
Pesquisadores
A partir de março, essa realidade pode mudar. A Estação vai receber quatro equipes de pesquisadores da fauna e da flora da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade Regional do Cariri (URCA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), com bolsas de graduação, mestrado e doutorado do CNPQ e do ICMBio para um período de dois a cinco anos de pesquisa. "Esperamos que esses estudos deixem resultados concretos e propostas de ações em defesa dos animais e das plantas para que possamos implantá-las", observou Alencar.
De acordo com observações dos agentes florestais, o papagaio é uma das aves mais perseguidas. É uma presa fácil porque costuma reproduzir em um mesmo local. Nos últimos três anos, há registro de crescimento das espécies de caititu (porco-do-mato) e de onça, na Estação.
Fonte: Diário do Nordeste Online. Fotografia de um Cancão é uma das espécies nativas que vivem na unidade ambiental. Honório Barbosa
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