Um paredão formado por rochas, com cavernas, um buraco com mais de 40 metros de profundidade, abertura na base para entrada de ar e, para complementar, desenhos rupestres da fauna antiga. Embora a paisagem há anos seja um dos locais preferidos dos moradores da Serra do Lopes, localizada em Monte Sion, distrito da cidade de Parambu, só agora os integrantes do Pacto Ambiental da Região dos Inhamuns tiveram conhecimento da existência dela. Eles acreditam estar diante de um novo achado arqueológico.
Mesmo com a grandiosidade dos paredões, não é difícil entender os motivos da área não ter sido detectada antes pelos gestores municipais. O caminho de acesso ao “Buraco da Velha”, como a área é conhecida popularmente na região, é íngreme. É preciso um espírito aventureiro para chegar ao local. Se da sede de Parambu até o distrito de Monte Sion percorre-se cerca de 16 quilômetros no asfalto, da vila em Monte Sion até a Serra do Lopes são mais 12 quilômetros numa estrada de terra. Depois, é preciso atravessar o matagal até chegar às rochas.Para o coordenador do Pacto Ambiental da Região dos Inhamuns, Jorge de Moura, apesar da descoberta ainda precisar da avaliação dos especialistas, como arqueólogos, sociólogos e historiadores, os indícios parecem levar a registros da fauna primitiva e das possíveis moradias dos homens daquela época devido à quantidade e tamanho das cavernas.
Conforme Moura, o próximo passo é buscar essa ajuda profissional para a avaliação da área.Neste sentido, inclusive, ele lamenta as dificuldades na área de recursos humanos que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), porque essa carência de especialistas no órgão, dificulta a agilidade no processo de avaliação. Não bastasse isso, explica Moura, a preocupação é porque a demora no trabalho tanto pode prejudicar o local que fica desprotegido de uma legislação específica que o proteja de vandalismo, como atrapalha a gestão do município, que fica, por exemplo, sem pode pensar a área como possível fonte para um projeto de turismo sustentável na região.Até os integrantes do Pacto tomarem conhecimento da existência do “Buraco da Velha”, os estudantes da escola do Monte Sion faziam excursões para o local.
As paredes das rochas, inclusive, além dos desenhos rupestres estão também riscadas com carvão, assemelhando-se a uma pichação improvisada.A descoberta é um dos primeiros resultados de viés arqueológico do “Inventário Turístico Cultural na Região dos Inhamuns” que vem sendo realizado numa parceria entre os municípios signatários do Pacto Ambiental e o Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará (Cefet-CE).
Reportagem dos jornalistas Erilene Firmino e Maurício Vieira, para o caderno Regional do Jornal Diário do Nordeste, em 13/ Outubro/ 2008. Fotografia de Juliana Vazquez das várias cavernas surgem a partir do paredão formado por rochas. Direitos autorais reservados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário