Não causou muita surpresa que os assentamentos do Incra ajudem a puxar os novos índices de desmatamento ilegal na Amazônia. Esta semana, o Incra ficou contrariado porque encabeçava a lista de desmatamento divulgada pelo Ministério de Meio Ambiente. O Ministro de Meio Ambiente, Carlos Minc, está tentando se entender diplomaticamente com Guilherme Cassel, ministro do Desenvolvimento Agrário e Rolf Hackbart, presidente do Incra. Pode ser que eles cheguem a um acordo sobre a lista. Mas, além de questionar a lista, seria produtivo se o Incra revisse seus métodos de assentamento.
Há um ano, Época publicou uma reportagem que antecipava como os assentamentos teriam papel preponderante na alta de desmatamento. Nossos repórteres levantaram qual era a meta de assentamentos que o Incra tinha para a região. E investigaram como é a orientação técnica que o órgão dá aos assentados. Tradicionalmente, a produção é voltada para a pecuária, com estímulo a derrubada da floresta. Na maior parte dos casos, o investimento resulta em destruição - e não melhora as condições sociais dos assentados. Depois de tentar uma criação de gado com pouca viabilidade econômica, eles abandonam a terra e buscam novos assentamentos.
Na foto, publicada pela Revista Época, neste reportagem, está o assentado INCRA Miguel Moreno junto a fornos de carvão onde queima madeira retirada de seu lote, no Pará. Ele sobrevive unicamente do desmatamento. Reprodução unicamente para divulgação a partirde informações do Blog do Planeta, postadas pelo Jornalista Alexandre Mansur.
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