quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Temporada de queimadas no Araripei, novamente a barbárie


Começou a temporada de queimadas no Cariri, uma prática agrícola conhecida na região como "brocas", ou "coivaras", que degrada o solo e leva risco de incêndio às reservas florestais. O processo rudimentar de preparação da terra para o plantio deve ser controlado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), que intensificou a fiscalização com o objetivo de evitar o desmatamento com as queimadas clandestinas na região. Está sendo autorizada a chamada "queima controlada", aplicação do fogo na vegetação sob determinadas condições ambientais.

"Antes de conceder a autorização, os técnicos da Semace analisam detalhadamente as condições do terreno, como topografia, vegetação e variáveis meteorológicas", explica o gerente regional da Semace, João Josa. No Cariri, as queimadas começam em novembro e dezembro. A vegetação da Caatinga na futura roça é cortada e deixada no campo para secar. No fim da estação seca, a madeira é queimada, colocando-se fogo na roça inteira.

"Estas queimadas, frequentemente, saem do controle, especialmente quando há fortes ventos, comuns nesta época do ano. Então, outras áreas pegam fogo também, provocando incêndios florestais graves. Daí a necessidade do acompanhamento dos engenheiros florestais", adverte o Superitendente SEMACE João Josa.

Comentário da postagem: Diferentemente do que afirmam os técnicos da SEMACE, se manifestam outras opiniões abalizadas e baseadas em fundamentos científicos que afirmam que não existe controle possível às queimadas. Não existe "queima controlada" sendo esta afirmação totalmente carente de fundamentação técnico científica. Pois além da queima superficial da vegetação há também queima do solo e do subsolo e, seus nutrientes, além do aquecimento do próprio solo de maneira elevada, comprometendo inclusive quaisquer resquício de reserva própria existente nas raízes da vegetação e também os aquíferos e outras reserva de água subterranea. Por outro aspecto existem as questões evidentes das altas temperaturas do ar no entorno da área queimada que comprometem não só a qualidade do ar como taxas de umidade no mesmo que chegam a níveis baixissimos, além de comprometer brutalmente a vegetação remanescente por desumidificação. Por fim temos o aumento geométrico da emissão de CO², que contribui para o aquecimento local/ regional e global. E há ainda a propagação da "queima controlada" por ação dos ventos fortes do período, confirmada pelos próprios técnicos da instituição de controle e fiscalização do meio ambiente.

Donde se conclui que não existe e nunca existiu, em nenhuma forma, a "queima controlada"e sim um processo de predação consentido que se repete ano a ano, há quase quatro séculos, neste período da estação mais seca, comprometendo irremediavelmente a sobrevivencia dos ecossistemas da região e consequentemente da flora, da fauna e nós próprios, os "os queimadores".

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