"O lixão fechou e deixou todo mundo com fome. Antes tinha pelo menos uns restinhos de comida no meio do monturo", diz a catadora Francisca Castro da Silva, 60. Apesar do aterro do Jangurussu já ter sido desativado há 13 anos, a comunidade do entorno ainda vive na miséria, revirando os sacos plásticos à procura de migalhas. Daquela época restaram apenas promessas, gases e chorume que continua a escorrer pelo monte, denunciando os danos sociais e ambientais deixados pelos mais de 20 anos de acumulo de resíduos. É como se uma rampa de lixo semelhante à desativada continuasse a existir no local.
Na lista de problemas, a questão da falta de geração de emprego, a precariedade da moradia, a falta de acesso à políticas públicas, o alcoolismo e a prostituição remontam aos idos dos anos 1990, quando o bairro ainda reinava em torno do "lixão".
Era como se o local tivesse parado no tempo, afirma Stênio Teixeira, membro da secretaria executiva do Fórum Lixo e Cidadania em Fortaleza. "O lixão é uma ferida aberta até hoje. O povo está muito abandonado. Tem que ter mais investimentos e cuidados", comenta Teixeira.
Fonte: Diario do Nordeste
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