Um Termo de Ajuste de Conduta decidirá como será feito o corte do Pau da Bandeira, da Festa de Santo Antonio de Barbalha. A proposta é acompanhada com um trabalho educativo a ser desenvolvido nas escolas públicas de Barbalha. Esta foi a resolução da Audiência Pública realizada ontem de manhã, na Sede do Município, com a presença de representantes de entidades ambientais, Igreja Católica, Camara Municipal, Ministério Público, Prefeitura, Instituto Chico Mendes e do Capitão do Pau da Bandeira, deste ano, Rildo Teles.
A promotora Efigência Cruz fez as propostas e, no dia 18, será formada a comissão com representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Fundação Pró-Memória de Barbalha, universidades, Instituto Chico Mendes, poder legislativo e Secretaria de Educação, no intuito de iniciar o trabalho de conscientização.
Até o próximo dia 30, o Termo de Ajustamento, conforme o chefe da Área de Proteção Ambiental da Chapada do Araripe, Jackson Antero, estará pronto, mas de antemão ele afirma que não será aceita a proposta de retirada em áreas alternadas, também em locais acima de 500 metros de altitude, dentro da APA, e nas encostas e dentro de áreas de drenagem das fontes, como ocorreu em anos anteriores.
“Queremos impedir a farra do corte. Vão mil pessoas, pisoteiam, ocorre impermeabilização”, completa Antero. Ele ainda acrescenta o registro de casos de violência que acontecem na ocasião, a exemplo da morte de um zabumbeiro, no ano passado, dentro da mata.A tradicional festa de Santo Antônio, padroeiro da cidade de Barbalha acontece todos os anos no mês de junho. O evento é aberto em maio com o carregamento do pau da bandeira, uma árvore que mede em torno de 22 metros e pesa mais de duas toneladas, retirada do sopé da Serra do Araripe, uma área de proteção ambiental.
Jackson deseja evitar o que ocorreu no ano passado, quando os órgãos de defesa do meio ambiente tiveram que recorrer à justiça para proibir a utilização de uma aroeira como pau da bandeira, o que gerou uma acirrada polêmica entre ambientalistas e defenderes do carregamento do pau como manifestação folclórica que faz parte da cultura do povo.Ele argumenta que cada pau retirado da mata deixa um rastro de destruição. A devastação começa um mês antes da festa, com o corte do pau. Eles levam até tratores para retirar as madeiras do local para a estrada. Este manejo, de acordo com Jackson, causa uma grande destruição de árvores de médio porte. Os cortadores abrem uma clareira no local onde é cortado o pau.
Somente em Barbalha são cortados 39 paus, por ano, destinados às festas religiosas. A tradição de colocá-lo com a bandeira do padroeiro em frente à igreja acontece em todas as igrejas e capelas da Diocese do Crato, que conta com 45 paróquias e, ainda, mais de uma centena de capelas.
Notícia de hoje pelo Caderno REGIONAL do Jornal DIARIO DO NORDESTE. Reproduzida para efeito de divulgação. Reproduzido para efeito de divulgação.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
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