O assunto já foi tocado neste Blog recentemente. Falo da situação do Partido Verde no Ceará, que virou costela do poder - estadual e municipal. Neste domingo, recebo artigo do professor e arquiteto José Sales sobre essa questão. Confira:O MOVIMENTO AMBIENTALISTA E O "VERDE OFICIAL"
O movimento ambientalista no Ceará surgiu, como forma organizada,em meados de década de 70, com o início da luta pela preservação do Rio Cocó, este nosso mais importante rio urbano. Sua primeira grande vitória foi a criação do Parque Adahil Barreto, em 1977, no lugar onde deveria ser construída sede administrativa do Banco do Nordeste.
Mais à frente ainda vinculado a temática de preservação do Cocó, o mesmo foi organizado com a denominação de “SOS Cocó” que reuniu várias organizações da sociedade civil e entidades profissionais, até que em fins da década 80, o Governo do Estado anunciou a criação do Parque Ecológico do Cocó, que ainda hoje não existe de fato, pois carece de regulamentação legal específica.
A partir do início da década de 90 as diretrizes e estratégias deste movimento ficam mais claras, em parte como reflexo do ocorria em várias outras partes do nosso país e do mundo e em outra parte como contraponto local ao crescimento urbano predatória, sem uma modelagem de planejamento adequado. Surgem novas organizações civis, grupos de pesquisa ligados às Universidades e algumas entidades profissionais passam a ser inteiramente dedicadas à questão da proteção e preservação do ambiente natural.
O grande divisor de águas é o encontro internacional Rio Eco 92, organizado pelas Nações Unidas, a partir do qual a temática ambiental passa a uma agenda obrigatória de Humanidade.No contexto urbano, se definem roteiros especificos à cada realidade e inclui em destaque a vertente de proteção de reservas naturais, preservação dos espaços públicos de parques e praças como bens comuns necessários à qualidade da vida humana nas cidades e regulação de uso de uso e ocupação em áreas com fragilidade ambiental e preservação da paisagem. Cá entre nós, as nossas praias urbanas ou não, as dunas, os nosso significativos manguezais e as serras úmidas, passaram a ser encaradas como ativos ambientais a ser protegidos, status que nunca foi muito respeitado “strito sensu”.
E só mais recentemente surge entre nós o Partido Verde, desfraldando a bandeira da organização do movimento ambientalista como tal em buscar de sua representatividade política, muito embora esta tendencia exista, no Brasil, desde início da década de 90, nos nossos maiores centros: São Paulo, com a luta pela proteção dos remanescentes de Mata Atlantica, localizados na Serra do Mar e no Rio de Janeiro, desfraldando também a bandeira de proteção da paisagem.
No Ceará, entretanto, esta roteirização está restrita à região metropolitana e a pouquissimas cidades do interior do Estado. E em nosso caso, o PV ainda não disse a que veio. As grandes bandeiras da luta do movimento ambientalista tais como a proteção e preservação dos estuários do Cocó e Ceará, o contraponto à ocupaçao intensiva das dunas e do litoral cearense, a proteção das serras úmidas, parecem que ainda não estão na pauta partidária.
José Sales
Professor/ Arquiteto
domingo, 12 de abril de 2009
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