terça-feira, 7 de julho de 2009

Marisa Serrano: Lula quer desmoralizar o Senado

Da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) em discurso ontem à tarde:

- Se o Presidente Lula diz que as oposições estão querendo ganhar o Senado no “tapetão”, pode-se dizer, então, que com a sua interferência direta na crise do Senado, o governo é que está pisando na bola. Está mais do que claro que está em curso uma usurpação do poder em que o Executivo se arvora de dono do Legislativo, colocando os Senadores todos nós como figuras subalternas do desejo monocrático do Presidente da República.

- Os últimos acontecimentos envolvendo a Bancada do PT estão constrangendo a sociedade, visto que demonstra claramente que o Presidente da República e a Chefe da Casa Civil estão querendo impor sua vontades para desqualificar as irregularidades que vêm ocorrendo no Senado.

- A crise é do Senado, mas é também do Presidente Sarney. Não há como separar as duas coisas. É do Senado porque todos têm responsabilidade pelos seus atos. E é do Senador Sarney porque ele preside a Casa e tornou-se símbolo desse processo. Não há como fazer a dissociação entre as duas coisas, mesmo porque ambas se imbricam e se transformam numa só.

- O Presidente Lula quer esfacelar o Senado para viabilizar o seu projeto eleitoral de 2010, a qualquer preço. E esse descaso com a democracia poderá causar danos irreversíveis à sociedade a longo tempo. O Presidente Lula parece apostar na desmoralização dos poderes da República. Ele insiste em mostrar que as instituições, os valores morais, a modernização do País, a superação das dificuldades, tudo isso não vale nada quando está em jogo a sucessão presidencial. Acaba-se o Congresso. Afunda-se o Congresso, desde que salve o projeto e o propósito dele para 2010.

- Está havendo uma total inversão de valores. O cultura do “eu não sabia” e “todos fazem a mesma coisa” tem tudo para terminar mal. A invertida contra a Constituição e o descaso que se demonstra com os conceitos de interdependência dos Poderes não projetam o País para o futuro, e sim reforça os vínculos do passado. Esta Casa não pode pensar que o Presidente da República pode interferir como está interferindo em todas as questões internas, chamando um, chamando outro, acertando daqui, tem que fazer assim, tem que fazer assado.

Vale a pena refletir sobre estas considerações.

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