sábado, 11 de setembro de 2010

Seca nos rios da Amazonia

O transporte de passageiros e alimentos durante à noite no Rio Abunã, em Rondônia, está proibida devido à vazante dos rios na Amazônia. A Capitania dos Portos ameaça também suspender por tempo indeterminado o transporte de veículos pesados pelas balsas, que carregam combustíveis, alimentos e outras mercadorias. Esta medida poderia afetar o abastecimento no interior de Rondônia e no Acre. As informações são da Agência Nacional de Águas. Segundo a ANA, o nível dos rios está próximo ao do registrado durante a seca de 2005. A principal exceção é o Rio Negro, que vem baixando, mas ainda está cerca de 6 metros acima da menor cota registrada. Devido à seca e às queimadas, a Defesa Civil do Amazonas já emitiu alertas para 26 municípios do estado.

Três prefeituras do Amazonas já decretaram situação de emergência e e pelo menos outras três estão em vias de decretar, devido a estiagem no Sul da Amazônia. As informações são da Associação Amazonense dos Municípios, mas os decretos municipais precisam ser homologados pela Defesa Civil. Estes municípios dependem do acesso pelos rios, que estão em níveis críticos, que impedem a navegação. Alguns já enfrentam problemas de abastecimento e a falta de combustível pode prejudicar o fornecimento de energia elétrica. As áreas mais atingidas são as calhas dos rios Juruá, Madeira e Alto Solimões.

De acordo com a superintendência regional do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o alto dos rios Solimões e afluentes. Enquanto vilas e comunidades nos altos Juruá, Purus e Madeira são bastante afetados pela vazante, no leito principal do Solimões, o rio ainda está a 4 metros do menor nível registrado. A principal diferença em relação à seca de 2005 é que naquele ano a Bacia do Rio Negro também foi afetada. Este ano, o nível do Rio Negro está dentro do considerado normal. A CPRM vai enviar uma equipe ao Alto Solimões para verificar em loco a situação.

Na Calha do Rio Juruá, fronteira com o Peru, cinco municípios, que somam uma população total de 80 mil pessoas, estão isolados. Mercadorias só chegam a esta região em canoas. Em Itamarati (985 quilômetros de Manaus), o rio Juruá está a 60 centímetros de alcançar o menor nível já registrado, em 2005. A produção de mandioca e melancia está prejudicada. Nos outros municípios, a falta de combustível ameaça o fornecimento de energia elétrica. Em Ipixuna (1380 quilômetros de Manaus), já está faltando gasolina.

Na calha do Rio Madeira, a estiagem prejudica até o senso do IBGE. No município de Borba (150 quilômetros de Manaus), duas mil pessoas de 30 comunidades estão isoladas. Humaitá e Manicoré estão em estado de alerta. No Alto Solimões, o município mais afetado é Benjamin Constant, na fronteira com o Peru, que recentemente enfrentou problemas devido a um vendaval. Os barcos só chegam até o município de Tabatinga, a a partir de lá, as mercadorias são transportadas em balsas. Segundo o prefeito de Benjamin Constant, José Maria Júnior, 28 comunidades, onde vivem 2 mil famílias, estão isoladas no município. Em Atalaia do Norte, município vizinho, a prefeitura anunciou que vai decretar situação de emergência.

Fonte: Jornalista Vandré Fonseca/ Portal O ECO

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