quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Geopark Araripe é modelo para novos projetos no País

Após uma avaliação do Geopark Araripe por integrantes da Unesco, durante dois dias, técnicos se reúnem para o primeiro dia de discussões na 1ª Conferência Latino-Americana e Caribenha de Geoparks, que reúne os maiores estudiosos da área, principalmente da Rede Europeia de Geoparks.

São discussões especializadas que auxiliarão no processo de iniciativas de uma rede que incorpora os países latino-americanos e caribenhos. Uma grande representação de Estados brasileiros também está presente nas discussões, já que localidades como São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, dentre outros, já estão pleiteando, por meio de projetos, a criação de novos geoparks no Brasil.

A conferência foi aberta na manhã de ontem, em Barbalha, pelo vice-governador do Estado, Francisco Pinheiro, com a representatividade de autoridades locais e secretários estaduais. Ele ressaltou a importância de levar as discussões sobre o tema para maior entendimento da população do que representa, dentro do processo de desenvolvimento. "As pessoas precisam entender e tomar conhecimento dessa riqueza", disse. Ele destacou a significação do evento, como importante referência nacional no incentivo da criação da rede de geoparks nas américas.

Os palestrantes de países coma a França, Grécia, Malásia, Espanha, Noruega, Irlanda, Portugal, Uruguai e do Brasil estão repassando para o público de especialistas, além de representantes de várias instituições nacionais e internacionais, detalhes técnicos de como criar e gerir novos projetos na área. Atualmente, segundo a secretária da iniciativa de Geoparks da Unesco, Margarete Patzak, existem no planeta 77 geoparks criados, com redes europeias e asiáticas.

A intenção é possibilitar que novos surjam, dentro de um processo que envolve vários critérios. Ela cita que não é simplesmente um espaço qualquer, dentro de um quadrado, e que não envolva apenas um geossítio, mas vários. A secretária destacou, principalmente, a iniciativa mundial da criação dessas áreas, na atualidade.

O integrante do Serviço Geológico da Argentina, Fernando Miranda, afirma que a sua vinda ao Brasil participar da Conferência tem a finalidade de conhecer mais de perto iniciativas como a do Cariri, além de conhecer questões técnicas de como criar em seu país projetos dessa natureza. Ele disse que, atualmente, dois projetos estão sendo propostos que envolvem áreas de conhecimento mundial. Uma delas é o Monte Aconcágua. "Seria um marco oficial, já que há um conhecimento das propriedades naturais desses espaços".

Redes parceiras

O consultor da Unesco, Artur Sá, será um dos palestrantes desta quinta-feira. O português tratará do tema relacionado às redes parceiras. Segundo ele, é uma das formas de melhorar o conhecimento sobre o tema. Artur é coordenador científico do Geopark Arouca, em Portugal. Ele destaca a importância das discussões como um processo de aprendizado em todos os aspectos relacionados às experiências já existentes e as que ainda podem ser desenvolvidas.

O consultor destaca a dedicação e envolvimento que tem acontecido no Cariri pela equipe de profissionais, principalmente jovens, que estão inseridos no trabalho de construção do Geopark Araripe. "Efetivamente o trabalho que foi feito deve deixar as pessoas de consciência tranquila", afirma.

O secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) do Estado, René Barreira, disse que há uma enorme expectativa em relação ao reconhecimento da Unesco pelo trabalho que foi desenvolvido nos últimos anos no Cariri. Ele afirma que a conferência é de grande importância na consolidação do Geopark Araripe, o intercâmbio e fortalecimento das iniciativas voltadas para a criação de uma rede latino-americana.


Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

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