Em alguns Estados esse processo de encaminhamento está sendo levado a sério, mas a criação de um grupo interministerial, que deverá acontecer nos próximos dias, por meio de portaria governamental, irá dar maior fundamentação técnica e estabelecer maiores critérios para que o País possa pleitear novas áreas de geoparks.
Atualmente, dois Estados brasileiros, com as áreas da Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul, e Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, estão com projetos voltados à criação de geoparks. O diretor para o Norte e Nordeste da Secretaria de Programas Regionais do Ministério da Integração Nacional (MIN), Fábio Eduardo de Melo Cunha, afirma que as discussões de inserção de um grupo interministerial veio a partir do momento em que áreas fora do foco de atuação do MIN começaram a se propor para geoparks.
De acordo com o diretor, a visão do Ministério é particular em relação aos geoparks, citando o exemplo do Cariri, que é um projeto calcado nas potencialidades regionais. "Nosso foco não é nos geoparks, mas no processo de desenvolvimento que ele é capaz de alavancar", destacou ele.
A partir desse apoio ao Geopark Araripe, se ampliou a discussão de novos projetos no Brasil, com outras unidades que estão pleiteando a mesma condição junto à Unesco, como no Quadrilátero Ferrífero e na Serra da Bodoquena. Fábio Melo destaca a importância de definição de uma política brasileira para os geoparks, que refletirá também na região do Cariri.
O trabalho agora, segundo ele, será de mobilização de vários ministérios, incluindo Meio Ambiente, Turismo, Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, para discussão de como será o apoio do Governo Federal e a validação a ser dada. A própria Unesco exige isto, dentro de uma visão de País, e não de Estado. O MIN irá liderar o trabalho junto com o Ministério do Turismo, já que é a atividade econômica e produtiva que melhor se associa ao geopark.
"Devemos fazer um esforço para organizar toda essa discussão em torno do que é o geopark para o Brasil", disse ela. Essa será uma forma de ampliar mecanismos de financiamento, aliados a uma política ou orientação pública federal sobre esse assunto, porque até hoje não tem ainda no País.
Para o diretor, é preciso organizar esse arcabouço em relação aos geoparques, no setor que está se firmando no Brasil, como uma possibilidade de se incorporar ao processo de desenvolvimento, basicamente ligado ao turismo. A ideia é que, definido o arcabouço legal e institucional, o País possa receber as propostas e dinamizar o processo com propostas e adequação das pretensas áreas para a Rede Global.
Ele ressalta que a intenção não é interferir nos processos de gestão das unidades, mas ser um animador no processo que toma dimensão maior no Brasil. "Não tem ingerência alguma na gestão e não há perspectiva disso em nível federal relativo aos processos já consolidados", explica. O grupo será um elo entre o País e a Unesco.
Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste
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