Quando o calendário indica que um feriado prolongado ou recesso de final de ano baterão à porta, muitos brasileiros não pensam duas vezes: é o momento de arrumar as malas e partir rumo a um destino turístico. Na maioria dos casos, as praias país são os pontos de parada escolhidos e, como resultado, há engarrafamentos, acúmulo de lixo e poluição sonora. Enquanto isso, cerca de vinte milhões de hectares teoricamente bem preservados por parques nacionais permanecem com números de visitantes aquém do esperado. Ou pior, muito abaixo de seu potencial.
De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, lei que definiu as categorias de áreas protegidas no Brasil, “o Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividade de educação e de turismo ecológico”.
Ao que parece, o governo ainda não conseguiu criar as condições necessárias para que esta última função se torne realidade.Hoje, o país conta com 65 parques nacionais. Mas nem todos podem receber turistas, apesar do que exige a legislação. “Estudos revelam que menos de 30% estão abertos às visitas”, explica Roberto Mourão, fundador e presidente do Instituto EcoBrasil. É o caso, por exemplo, do Parque Nacional das Araucárias, criado em 2006 durante solenidade no Paraná para proteger ecossistemas ameaçados em Santa Catarina e que sequer tem um plano de manejo elaborado.
O principal impasse, no entanto, é que mesmo os parques bem montados sofrem com a baixa freqüência de turistas, inclusive na alta temporada. Os motivos relacionados por especialistas são muitos, mas podem ser reduzidos a um: falta de estrutura. As dificuldades, explica Mourão, começam com as dimensões continentais do Brasil.
Ótima reportagem do Jornalista Felipe Lobo para o ecojornal O ECO,, com fotografia de Álvaro Barros. Acesse http://www.oeco.com.br/reportagens/37-reportagens/21749-arrume-as-malas-va-para-a-mata
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